Durante a aula de educação física eu pude constatar duas coisas. A primeira era que era um anime de horror, a escola mais parece abandonada, na verdade se eu comparasse essa escola com a Saotome Academy e a Academia de Exorcistas ela não chega nem perto de se parecer com um colégio. A segunda coisa é que as pessoas por aqui tem medo, do quê elas têm medo é o que eu pretendo descobrir. Até porque nada me foi falado sobre “Another” só que eu tenho que tomar cuidado. Além dessas totalmente inúteis constatações eu fiz algumas amizades, mas talvez a pessoa com quem eu mais tenha uma relação “amigável” seja com a Sakuragari Yukari, ela é uma menina doce e bastante gentil e eu acabei me afeiçoando com ela.

– Então faremos sempre as aulas separadas de outras turmas? – Perguntei sentada ao lado de Yukari em um banco da quadra do colégio.

– Sim... – Sussurrou a mesma – As outras salas não gostam muito de dividir a quadra conosco – Completou sorrindo sem graça.

– Entendo – Respondi sem entender muito bem, porém com uma vontade louca de entender tudo, desviei o olhar para cima e notei em cima do colégio estava a Misaki Mei, ela havia sido escolhida para ser “o morto” desse ano e nós somos proibidos de falar com ela por conta disso. O que é um pé no saco...

– O que você está olhando Nakamura-san? – Disse Yukari.

– Nada, não estou olhando nada – Respondi ainda me fixando ao local que á pouco encontrava-se “ninguém”

[...]

Após a aula soube pelos rumores que um aluno novo havia chegado, mas que estava doente e vai perder a primeira semana de aula, tentei ignorar e me focar em encontrar o local que estava escrito em meu caderno que eu aposto que foi o Happy que me deixou, e essa deve ser a casa que eu vou ficar por hora. Para quem começou sem nada em Sword Art Online e teve de cantar em Uta No Prince-sama achar uma rua não deve ser tão difícil não é? Errado, eu devo ter me perdido umas duas vezes até finalmente achar a casa, já era de noite quando eu encontrei a tal casa, não havia sinal do Happy. Presume-se que eu dormirei sozinha, aqui em um anime de terror. Que perfeito!

A primeira semana de aula passou sem muitas novidades, ninguém me falava nada sobre o motivo de excluírem a Misaki Mei, e o máximo que eu descobri são rumores sobre a sala que eu estudo apenas isso, e hoje é o dia que o tal aluno transferido chegará.

– Alunos esse é o Sakakibara Kouichi – Disse o Kubodera-sensei com aquela expressão horrível no rosto, ele estava sempre assim, ele era um professor que eu suspeito que tenha depressão... – Sente-se ali Sakakibara – Completou o garoto assentiu e sentou relativamente próximo a mim, mas ele estava mais próximo da Misaki Mei, o que eu presumo será uma grande encrenca.

– Oi – Sussurrei para o tal Kouichi enquanto o professor passava lição no quadro negro.

– Oi – Sussurrou de volta.

– Muito prazer, eu sou a Nakamura Nana – Disse ainda em um tom quase inaudível.

– Prazer, sou o Sakakibara Kouichi – Respondeu, eu sorri e voltei minha atenção ao quadro negro onde agora o professor explicava algo.

E com isso a aula seguiu normalmente, até que a Mei se levanta e saiu da sala, sem mais nem menos, e até sem pedir permissão para o Kubodera-sensei e não voltou mais, aquilo foi o suficiente para aumentar a curiosidade, não a minha, mas sim do Sakakibara que após a aula começou a perguntar sobre a Mei pro Naoya Teshigawara que tentava evitar a todo instante a tal conversa, decidi sair o mais rápido dali, mas infelizmente antes que eu conseguisse sequer escapar do interrogatório.

– Nakamura-san – Chamou Sakakibara, eu me virei para ele e rezei para não ser perguntas sobre a Mei, ele se aproximou e disse; – Podemos conversar?

– Sim... – Respondi receosa. Fomos andando calmamente e quando estávamos o mais longe possível da escola ele resolveu fazer aquela pergunta.

– Eu queria saber por que os alunos ignoram a Misaki Mei, ela sofre bullying? – Perguntou. Eu tive de respirar fundo e pensar que se eu me intrometesse nos assuntos dele, muito provavelmente seria castigada, mas ao mesmo tempo eu também queria saber por que diabos de tornarem a menina em um ser invisível.

– Olha – Comecei sério – eu não posso te ajudar, mas gostaria que se você souber de algo, qualquer coisa me fale. Tem coisas nesse colégio que eu não entendo ainda. – Completei ele me olhou um pouco assustado, porém assentiu e seguiu seu caminho.

– Que merda de lugar o Happy me meteu – Murmurei irritada, não com a conversa, ou com o coitado do Sakakibara, mas sim por eu não entender nada, não saber o que fazer e pior, estar sozinha em um lugar que parece ter saído de uma das canções do Evanescence. Isso é o suficiente para me deixar irritada, porque é mais fácil eu ficar irritada do que com medo.

Andei até o apartamento/casa/lugar que o Happy achou que era viável com a cabeça a mil, eu tenho o dom de ser mais do que curiosa, eu sempre quero saber mais do que deveria realmente saber. E por essa razão eu fico imaginando se tem algo “a mais” do que apenas ignorar uma pobre garota até o final do ano letivo. Quando cheguei a minha casa eu notei que Happy se encontrará lá.

– Ora ora quem é vivo sempre aparece – Falei ironicamente.

– É o que você pensa, aqui quem é morto aparece também – Respondeu Happy, eu não havia entendido o que ele quis dizer, e por isso ignorei – E então? – Comentou Happy desviando o assunto.

– Não sei nada ainda, mas eu vou dar o meu melhor, acho esse lugar estranho demais para ficar mais de 3 dias – Respondi.

– Entendo, eu não posso te ajudar dessa vez, entramos na reta final das viagens, então as coisas ficarão mais difíceis de agora em diante – Disse o Happy.

– Entendo, tudo bem... – Murmurei um pouco decepcionada ele bem que poderia me ajudar, mas fazer o que né...

– Boa Sorte Nana-chan. Vai precisar – Disse Happy saindo logo em seguida.

O tempo passou voando, como em S.A.O, Sakakibara passava cada vez mais tempo com a Misaki Mei, para a fúria de muitos alunos que tinha medo que “a calamidade” voltasse, seja lá o que diabos isso significa. Mas eu não havia descoberto nada, o que tornava tudo muito estressante. Até que o mês de maio chegou e com ele os dias de chuva se tornavam mais frequentes, então cada vez mais guarda-chuvas pretos eram visto ao lado da porta da sala. Era um dia qualquer eu cheguei à sala e a Misaki Mei já estava lá, eu iria ignora lá, mas pensei melhor.

– Ohayo gozaimasu – Falei sorrindo, ela se virou para mim e daquela forma fria como sempre.

– Ohayo – Respondeu em um tom quase inaudível, então eu me sentei, sei que se soubessem que eu estava falando com ela me ignorariam como fizeram com o Sakakibara, mas eu não me importo acho errado tratarem ela como um fantasma. Os alunos foram chegando um a um, e com o tempo a sala havia ficado cheia e aula iniciada, até que a Mikami-sensei chamou a Yukari e ela voltou chorando guardou o material e pegou o guarda-chuva, eu me levantei como por instinto e fui atrás dela.

Eu não deveria ter feito isso...