O último lugar que faltava procurar era o quintal, decidi olhar pela janela da sala se ela se encontrava lá, e por sorte ou falta dela ela estava, e por sinal falando no telefone, deduzi que fosse algo do trabalho, até que em determinado momento pude ouvir algo que me deixou mais confusa com toda essa história de perda de memória.

– Porque você acha que ela está indo trás do passado? – Dizia, minha mãe estava falando com alguém e pela forma que falava esse “alguém” é alguma pessoa próxima dela, ela continuou a falar não deu pra ouvir muita coisa tentei encontrar uma forma de ficar mais próxima dela e escutar, daí veio a brilhante ideia de ir à sacada do quarto da minha mãe, ele ficava bem em cima do quintal.

Corri literalmente até a sacada e fiquei o mais quieta que consegui ficar até hoje então comecei a escutar a conversa mais uma vez.

– Não ela parecia bem normal para mim durante a viajem, sem perguntas estranhas ou até mesmo flashes da memória. Sim, eu sei que o médico disse que a memória dela voltaria, só estou tentando manter as esperanças que não, se ela souber ficará decepcionada. – Em seguida deu para ouvir um longo suspiro vindo da minha mãe eu continuei mesmo incrédula a escutar a conversa, espero saber quem é o ser com quem ela conversa – Tá eu sei Masato, aviso se algo estranho acontecer, não se preocupe eu sou a mãe dela não sou? Não vou deixar a Nana surtar como ela fez aquele dia, eu já te disse! – Ela terminou desligando o telefone, as últimas palavras saíram quase como um soco, ela ficou bem nervosa, mas não está tão nervosa quanto eu estou agora, Masato é meu pai, ou seja, os dois sabem o que diabos aconteceu comigo e por que eu perdi a bendita da minha memória, mas quando eu perguntei ela não quis me responder! Tapei a boca tentando segurar os soluços para não fazer barulho, corri para o banheiro e me tranquei lá, chorava feito um bebe.

Eu chorava de raiva, tristeza e principalmente chorava por me sentir traída pelos meus pais, mas eu preciso me recompor, se ela desconfiar é capaz de surtar com isso. Respirei fundo, tentei controlar as lágrimas até que as mesmas cessassem, novamente respirei bem fundo e sai do banheiro, minha mãe estava sentada vendo televisão tentei me manter controlada.

– Mãe – Disse um pouco rouca, talvez de tanto chorar não sei. – Vou levar a Naru para dar um volta. – Completei saindo, andei até a famosa pracinha perto de casa e soltei a Naru, sentei no mesmo lugar que fico sempre que venho aqui, a brisa gelada do inverno batia no meu rosto que se mantinha com a expressão mais deprimente do mundo.

– Hey – Escutei uma voz dizer, virei o rosto e pude constatar que era o Dan, eu sorri amarelo e ele se sentou ao meu lado – Qual é a da sua carinha triste? – Falou bagunçando meu cabelo.

– Coisas... – Falei, não quero dizer nada para ninguém, só queria poder chorar até que tudo passasse.

– E essas coisas te fizeram chorar – Comentou olhando as folhas caírem das arvores, eu o encarei desconfiada e ele sorriu docemente – Seus olhos estão bem vermelhos, além do fato de estarem marejados – Completou enxugando algumas lágrimas que restaram ali.

– É essa coisa de perda de memória! – Desabafei – Isso tá me deixando louca! – Continuei a falar um pouco zangada – Além de não saber o que aconteceu com o meu passado as únicas pessoas que poderiam me dizer tentam esconder isso a qualquer custo! – Completei tentando engolir o choro, mas parece que ele não entende que não deve aparecer perto das pessoas, as lágrimas teimaram até conseguirem sair, tapei o rosto com as duas mãos e desabei, o Dan apenas ficou ali esperando eu me acalmar, ele apenas ficou ali do meu lado como todas as vezes que eu precisei, todas. Quando eu finalmente consegui me acalmar ele acariciou meus cabelos e sorriu gentilmente.

– Você vai superar isso, como sempre fez – Falou, eu enxuguei as lágrimas e sorri.

– Todas as vezes que eu preciso – Comecei ainda com a voz meio turva pelo choro – você esteve do meu lado, mesmo eu te tratando mal quase sempre que te via – Continuei sorrindo um pouco – Além das minhas desculpas eu te agradeço – Completei.

– Agradece? A Dona Nakamura agradece? Deveria ter gravado isso – Disse irônico, eu ri e depois disso fomos embora, eu estava um pouco mais calma e com isso consegui montar um plano se quero saber a verdade terei de fazer isso sem que meus pais saibam. Estou decidida descobrirei toda a verdade sobre meu passado, e o motivo de eu ter perdido a mais importante das minhas memórias: O Motivo de deu desistir de ver anime!

Cheguei em casa com a Naru, minha mãe estava na cozinha preparando a janta, eu fui ver os downloads que havia feito, comecei a assistir e baixei mais alguns episódio que assistiria no dia seguinte, quando deu horário minha mãe chamou para comer, desci tentando parecer o mais descontraída possível.

– Sabe – Começou minha mãe – estava aqui pensando, porque no fim de semana que vem não convidamos a Laura e o Dan para um churrasco aqui em casa – Completou, minha mãe parecia animada, e eu não queria estragar isso, era raro ela se dar bem com alguma mulher, isso porque se elas são casadas sentem que vão perder os maridos para minha mãe, ela deve ter síndrome de Marilyn só pode.

– Claro, porque não – Falei, ela ficou animada e voltamos a comer as vezes ela falava alguma coisa sobre o tal churrasco, quando terminamos fui para meu quarto a fim de continuar a ver os animes. É afim mesmo porque minha vida nada convencional nunca deixa fazer o que eu quero.

– Heey Nana-chan! – Falou Happy que surgiu não sei da onde e estava sentando na minha cama.

– Olá Happy – Falei, fechei a porta para ter certeza que minha mãe não escutaria – Veio filar um rango? – Brinquei.

– Não dessa vez, o tempo que você me pediu já se foram tenho que te levar para uma viajem o mais rápido possível estamos atrasados – Falou o mesmo.

– Atrasados? Quer dizer que eu tenho um tempo de castigo? – Ousei perguntar.

– Não um tempo, mas uma quantidade de animes a serem visitados, e eu preciso te levar a três antes da nova reunião dos mangakas – Respondeu.

– Entendi. E qual anime eu vou agora?

– Chama-se Sword Art Online, preciso dizer algumas coisas úteis sobre esse anime.

– Quais seriam?

– Como você tratou muito bem a Haruka durante o dia, nós não vamos cobrar o personagem favorito, já que o mesmo é a Liz, mas mesmo que você descubra o que mais gosta nesse anime não sairá dele se não conseguir se tornar amiga do Kirito. – Falou um pouco sério.

– Kirito isso é um nome?

– É. – Respondeu Happy – Você tem que adicionar o mesmo na sua lista de amizade – Completou.

– Entendi, mas se me deram essa missão aposto que não vai ser nada fácil – Falei – Ah! Não se esqueça minha lembrança de Kuroshitsuji – Falei esticando a mão para receber o presente.

– Hai hai – Falou, ele estalou os dedos e um flash de luz surgiu em minha mão, colocando o anel da família Phantomhive em minhas mãos. – Achei que fosse gostar, lembra bem o seu Conte não? – Alfinetou Happy.

– Sim, vou guarda-lo agora – Falei me dirigindo ao porta joias que também havia ganhado em um das minhas viagens e o guardei – Pronto Happy pode me levar, estou pronta – Falei.

– Aye Sir – Disse o gato azul alado, e com um estalar de dedos o meu quarto foi mais uma vez tomado pela luz da magia de Happy, fechei os olhos e automaticamente sorri, mais um anime... Sword Art Online aqui vou eu!