– Bocchan? – Disse Sebastian adentrando ao escritório de Ciel.

– Eu realmente espero que você tenha dado um jeito em tudo – Exclamou o mesmo.

– Tudo está perfeito como deve ser, a sua visita chegará em breve Bocchan – Respondeu com um ar de tranquilidade.

– Ótimo – Falou Ciel – Sebastian?

– Sim?

– Onde está a senhorita Nakamura? – Comentou Ciel, seu rosto parecia curioso para saber que fim deu a jovem que não aparecia desde a tarde – Sabe ela sumiu depois do ocorrido no hall... – Completou o mesmo.

– A senhorita Nakamura? – Falou Sebastian um pouco surpreso – Acho que sei o que aconteceu – Respondeu lembrando-se de algo – Não se preocupe ela está bem – Falou o mesmo e logo em seguida se retirando do local.

Enquanto isso...

– Pelo amor de nossa mãe Afrodite! – Gritava – Sério que eu não consigo amarrar uma porcaria de espartilho? – Resmunguei, era a vigésima vez que tentava e falhava, eu não iria sair do quarto e todos os conselhos que o Sebastian me deu foram em vão para o maldito jantar, já que em breve a tal visita chegará.

– Francamente – Falou Sebastian abrindo a porta.

– Sebastian! Nunca fiquei tão feliz em ver você em toda a minha estadia aqui – Falei animada

– Temos que nos apressar o Sr. Daminan* já está na mansão – Dizia enquanto arrumava meu espartilho, não demorou muito e eu já estava vestida, desci apressadamente para o jardim japonês que o Sebastian preparou para o tal Sr. Daminan, quando cheguei tanto ele quando o Ciel estavam boquiabertos com a minha presença, mas dessa vez tenho certeza de estar de trajes adequados.

– Boa Noite Conde Ciel – Falava calmamente mostrando o máximo de educação possível – Oh, Boa Noite Sr. Daminan – Falei sorrindo para o mesmo.

– Ora ora quem é a adorável jovem? – Disse Daminan

– Essa é a senhorita Blanchard ela é filha de um amigo da família e está passando uns dias na minha casa – Explicou Ciel em seguida Sebastian puxou a cadeira para eu sentar, e logo serviu o jantar, era uma espécie de comida japonesa eu segui a risca todos os conselhos que Sebastian me resignou e fiquei contente de perceber que Ciel não tirou os olhos de mim durante o jantar todo, quando tudo terminou decidi subir para o quarto para que Ciel e o Sr. Daminan terminassem de discutir sobre negócios.

– Bom Trabalho – Sussurrou Sebastian quando passei por ele, isso me deixou contente afinal o que eu mais queria era provar que era capaz, subi para o meu quarto e puxei uma cadeira para perto da janela sério se vocês vissem a vista que eu tenho do meu quarto dá para ver um pouco do jardim da frente e também uma floresta que cobre a mansão a mantendo longe da cidade é realmente encantadora, eu peguei um livro qualquer que tinha em meu quarto e comecei a ler para passar o tempo, pouco depois eu vi a carruagem do senhor Daminan ir embora e então resolvi ir ao escritório de Ciel falar com ele e também desejar-lhe boa noite, tá tá não foi por isso eu quero mesmo é olhar aqueles olhos azuis lindos antes de ir dormir porque sério o Ciel tem olhos lindos!

– Jovem Conde? – Falei batendo na porta, eu não sei se o chamo assim o chamo pelo nome, pelo menos “Jovem Conde” é mais apropriado.

– Entre – Falou e eu obedeci.

– Sinto muito por me intrometer, mas o Sr. Daminan já se foi? – Perguntei lógico que ele já tinha ido, mas era uma desculpa então tenho de ser convincente!

– Sim – Respondeu Ciel com um sorriso, ou melhor, com sorriso diabólico no rosto, como se ele soubesse de algo terrível.

– É uma pena, não pude me despedir – Comentei – Tudo bem, vim lhe desejar boa noite – Falei já pronta pra sair.

– Espere – Começou Ciel, fiquei surpresa não esperava que ele fosse pedir para eu ficar – Já que está aqui não quer jogar? – Falou ele se referindo ao jogo de tabuleiro em sua mesa.

– Talvez... Não sei se devo – Disse meio encabulada, e deveria ficar vocês viram qual era o jogo que ele queria que eu jogasse? Tipo tinhas umas coisas meia absurdas no tabuleiro....

– Não há porque temer – Falou então eu decidi jogar, sentei na frente de Ciel e começamos uma partida meio horripilante.

– Então gosta de jogos jovem conde? – Alfinetei enquanto movia a minha peça do tabuleiro bizarro.

– São divertidos – Respondeu

– Como doces – Falei meio sem querer, eu gosto de doces, de todos os tipo, principalmente os do Sebastian, ele cozinha tão maravilhosamente bem que tenho pequenos ataques cardíacos só de pensar. Na verdade ele faz tudo tão bem que imagino que ele seja o superman desse anime... Só que mais sombrio e maldoso, porque eu tenho certeza Sebastian é do mal, ou tem o mal nele sério!

– Como doces? – Perguntou Ciel.

– Ah, sinto muito pela comparação, sei que não tem nada haver... Mas... Doces... Bom eles são como pequenos paraísos açuracados e creio que dá a mesma sensação de vencer uma partida de algum jogo difícil ou até mesmo divertido – Respondi, minha comparação de doces e jogos vem do fato do meu pai sempre, mas sempre mesmo dizer isso quando eu estou na casa dele, essa frase fica ecoando na minha cabeça quando falam de jogos... Paraísos Açucarados isso é coisa do meu pai mesmo...

– Comentário interessante – Disse Ciel – Sua vez. – Falou, e eu movi mais uma vez a peça do tabuleiro... E... “Você Ganhou. Parabéns” estava escrito no tabuleiro...

– Ganhei? Mas... – Disse incrédula, como eu ganhei? Nem me lembro quando foi que chegamos perto do final... Eu ganhei?

– Parabéns – Cortou Ciel se levantando – Vamos, hora de ir dormir – Disse saindo rumo ao seu quarto.

– Espere – Falei indo atrás dele, ele olhou para trás com aqueles lindos olhos azuis – O-o-brigado pela agradável companhia – Falei forçando um sorriso e tentando recordar o que ia dizer.

– Tudo bem – Falou saindo, então eu fui para o meu quarto e pela primeira vez desde que cheguei a Mansão dos Phantomhive eu consegui tirar o espartilho sozinha.

– CONSEGUI! – Gritei sorrindo enquanto tirava o resto do vestido, céus são quinze quilos de roupas, eu nunca mais vou reclamar de ter usar blusa de frio pesada.

– Meus Parabéns - Falou Happy batendo palmas...

– Happy? – Falei, mas então lembrei estava seminua – HAPPY? – Gritei corando enquanto me cobria com os tecidos dos vestidos.

– Ah, relaxa – Falou o mesmo que em seguida estalou os dedo e do dana apareça um pijama em mim.

– Ok, menos um problema – Comentei sentando na cama – Mas o que diabos faz aqui? – Falei, da última vez que ele apareceu do nada me levou quando eu mais queria ficar.

– Você Nana, você não pensou na possibilidade de estar em um castigo? – Falou fazendo uma careta que eu tive de me forçar para não cair na gargalhada.

– Como assim, eu nem sei muito bem o que procuro aqui, não rolou nada demais que me fizesse lembrar – Comentei ainda segurando o riso, Happy ele as vezes e tãããããão fofo, mas mesmo assim é um maldito!

– Como não! – Falou incrédulo – Akuma! Nana pense nisso Akuma! – Falou gesticulando as mãos como se fosse algo muito importante.

– Akuma... Hm... O que tem com Akuma? – Disse – Creio que Akuma em japonês significa demônio, mas o que isso tem haver com o anime? – Concluiu, não me lembrava de nada do anime, não me lembrava nem o porque de se chamar Kuroshitsuji.

– Pelo amor! – Esbravejou Happy – Nana você deveria ao menos tentar lembrar, se esforce, eu preciso ir – Terminou e então em um passe de mágica sumiu.

– Ora, o que ele quer dizer com isso? – Falei para mim mesma – De qualquer forma eu tento lembrar de algo quando for de manhã – Conclui deitando-me na cama e fechando os olhos,  a lua já estava em seu auge quando acordei suado frio, eu havia tido aquele sonho estranho novamente, porém foi cortado por um outro sonho, algo tão familiar quanto absurdo.

Se vocês acham que tudo até aqui estava estranho, não sabem o que tem por vir.

 Quando o sol nasceu eu já estava muito bem acordada, sentada em minha cama no escuro eu imaginava o que diabos seria aquele sonho, era tudo tão perturbador que eu só tive uma conclusão até agora. “Estou Louca”  pensei, só pode ser isso.

– Ora ora porque no escuro – Murmurou Sebastian abrindo as cortinas para a luz entrar.

– Estava pensando – Respondi ainda travada naquele sonho.

– Pensando? Em que senhorita Blanchard?

– Certo, Sebastian – Falei me levantando e indo em direção ao guarda roupa – Pra começar, por favor não me chame se senhorita Blanchard – Comecei enquanto procurava algo pra vestir – Você que até agora foi um bom amigo pode me chamar apenas de Nana, não tem de ter essas formalidades comigo – Comentei enquanto ele me ajudava a me trocar.

– Se deseja assim senhorita Blan.. Quer dizer Nana – Respondeu e eu sorri, eu admito ser chamada de Blanchard é tão absurdo!

– E bem segundo, o que eu estava pensando ainda tem que ser mantido em segredo, até mesmo para um mordomo confiavel como você – Completei já vestida.

– Tudo bem. O café da manhã será servido na sala de jantar temos alguns doces, eles são paraísos açucarados – Alfinetou Sebastian.

– Oh! – Sussurrei surpresa e corei um pouco tenho que admitir ele sorri como se estivesse se divertindo com isso.

–  Deixou uma boa impressão ao bocchan – Falou Sebastian e na mesma hora eu sorri vitoriosa, eu queria mesmo mostrar a ele quem eu realmente era – Claro que ele não ficou nada feliz em perder, mas pediu para que eu fizesse o melhor doce para o café da manhã alegando que você iria gostar...  – Comentou o mesmo – São pequenos paraísos açucarados então? – Alfinetou novamente.

– Um comentário apenas, mas essa é a verdade – Respondi sorrindo, estou tão feliz por ter sido reconhecida, Ciel é alguém que eu realmente queria ter amizade, ele tem um mistério que é inimaginável.

– Senhorita Nana, queira me acompanhar até a sala de jantar – Falou Sebastian e eu sorri.

– Mas é claro Sebastian – Respondi e então fomos juntos até a sala de jantar, quando cheguei a mesa estava repleta de frutas da época e alguns pães caseiros sucos e um doce...

– Tiramisu!* – Falei animada, esse doce e tão inacreditavelmente perfeito que quase chorei quando vi ele ali na mesa, sentei apressadamente na primeira colherada o senti derreter em minha boca, era uma espécie de manjar dos Deuses. – Isso está ótimo – Murmurei enquanto devorava o doce delicadamente é claro.

– Pensei que fosse gostar – Respondeu Ciel, ele deu um ligeiro gole em seu chá e disse; – Hoje infelizmente teremos visitas, espero que não fique assustada, eles são... hmm bem, eles são exagerados – Completou tomando outro gole.

– Exagerados? – Falei – Bem... Conde eles são suas visitas então tratarei eles da melhor forma possível – Respondi enquanto me servia de mais tiramisu. Após o agradável café da manhã Ciel e Sebastian foram para o escritório de Ciel e eu decidi dar uma volta pela mansão talvez isso me ajudasse já que o Happy quer porque quer que eu me lembre, e claro tem o tal “Demônio” que o Happy disse o que será que tem haver com o Ciel e Sebastian...

Andei sem rumo de corredor em corredor da mansão, então desci e fui dar uma volta no jardim, meio sem rumo ainda parei em uma pedra perto de uma árvore e decidi ler o livro que havia pegado em meu quarto...

– Certo – Murmurei enquanto abria o livro, lógico que eu nem estava a fim de ler – Uma lista, talvez isso ajude – Falei sozinha – É talvez uma lista ajude, certo priorizar, o que devo priorizar? – Continuei enquanto formulava a tal lista na minha cabeça – Primeiro descobrir sobre o anime que me encontro – Murmurei tentando me concentrar – Segundo meu passado... – Falava – Sim, isso é importante – Conclui.

– Whoooooooaa! – Gritava alguém cortando meus pensamentos. – Taskete! Taskete kudasai! – Gritava então do nada aparece Finnian correndo de algo, ele praticamente destruiu todo o jardim.

– Yamete! – Gritei me colocando na frente dele e graças a Zeus ele parou – Daijobou Finnian? – Perguntei enquanto ele tomava fôlego.

– Ratos... – Falou tentando repor a respiração – Eu odeio ratos – Concluiu. Eu tive de segurar o riso alguém tão forte como ele com medo de ratos? Finnian parecia muito uma criança inocente, porém tem uma força imensa.

– Oras Finnian! – Falei sorrindo – Não deve temer algo como ratos, eles podem até ser um pouco feios e dar nojo mas você é mais forte que eles – Comentei tentando acalma-lo – E claro tem de ser mais corajoso que um ratinho para ser um jardineiro da familia Phantomhive – Concluiu.

– Claro eu sou corajoso – Falou todo orgulhoso de si e voltando para dentro para “combater a praga” como ele mesmo disse.

Enquanto isso...

– Ela é diferente – Falava Sebastian vendo que Ciel observava tudo da janela

– Sim – Respondeu o jovem.

– É por isso o interesse bocchan? – Disse o mordomo.

– Como?

– O interesse que tem na jovem, você a acha diferente e encantadora – Alfinetou Sebastian – Ou estou errado? – Concluiu o mesmo.

– Está! – Esbravejou Ciel – Não tenho tempo para coisas do tipo Sebastian, e você sabe muito bem disso.

– Sim bocchan – Falou se retirando, Ciel apenas observava a jovem em seu jardim, ele tinha de admitir ela era encantador e diferente, então pela mesma janela ele viu algo que o fez retirar o sozinho que nem ele notava que tinha. – Eles chegaram – Murmurou Ciel que saiu em seguida para recepcionar seus convidados...