Digimon Adventure 3.0: Luz Vs Trevas escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 86
A Sociedade Deva! E a importante decisão do grande coelho




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CAPÍTULO 133

Dentro do oceano um peixe fisgou a isca. Antylamon rapidamente puxou o animal, revelando um com pelo menos dois metros de comprimento. Foi uma ótima pescaria já que ele pescara antes mais cinco peixes enormes. Monodramon simplesmente batia palmas enquanto observava. Petermon foi atrás de um cogumelo morango mesmo ferido no braço.

Incrivelmente os Sepikmons não atacavam mesmo com o Petermon se distanciando do litoral. O medo que sentiam quando viam um deva era maior do que seus instintos.

— Consegui! Consegui mais um daquele cogumelo.

— Viu? Mais um chá disso aí e você se recupera muto mais do que já está - disse Monodramon vendo o cogumelo. - Mas agora prefiro ver ele pescar.

Depois de pegar um verdadeiro cardume com uns dez peixes grandes, Antylamon convidou-os para comer com ele. Mesmo tendo comido antes, eles não recusaram a oferta e assim o fizeram. O coelho pegou a caixinha branca e retirou uma bolinha vermelha. Ela virou imediatamente um fogão com gás e tudo. Ele pegou duas facas grandes e cortou os peixes em muitos pedaços. Aquilo chamou a atenção de Petermon, porque sobraria demais.

— Obrigado pela comida. Comam. - disse Antylamon depois de preparar um sopão de peixe.

— Está maravilhoso. O senhor sabe mesmo cozinhar. - falou Mono.

— Incrível. Foi o melhor ensopado de peixe que já comi em minha vida - disse Peter.

Os índios ficaram observando os três comerem. Alguns até babavam de fome. Mesmo assim continuaram distantes.

— Quem são vocês e o que fazem aqui?

— Eu me chamo Monodramon e esse é o Petermon. Nosso navio afundou e viemos parar aqui por acaso. O senhor pode nos ajudar a sair daqui?

— Posso.

— Jura?

— Sim. Mas eu terei que falar com o chefe Baromon. Ele é o prefeito da cidade Deva. Só podemos decidir algo com a aprovação dele. Se querem um barco ou algo assim, o único que poderá ajudar é o chefe Baromon.

Depois de conversarem mais um pouco, Antylamon disse o seu nome. Respeitosamente agradeceu aos convidados pela companhia no almoço. Guardou as coisas e levou um saco enorme com os pedaços dos peixes.

— Aí deve ter uns 500 quilos de peixe. Você vai oferecer para a sua cidade? - perguntou Petermon.

— Não. Se me acompanharem verão.

Eles subiram a parte mais alta da floresta. A tensão aumentou pois ali era o território dos selvagens. Os dois ficaram olhando para os lados a fim de enxergarem qualquer ameaça vinda da tribo.

— Cuidado! - bradaram ao verem os Sepikmons na floresta.

O coelho gigante pediu silêncio e que eles respeitassem os moradores da floresta. Não entenderam aquelas palavras até que viram os índios se aproximarem de Antylamon. Ele ofereceu o saco cheio de carne de peixe a eles. O gesto do deva em conjunto com a gentileza da tribo hostil deixaram os dois em choque.

— Eles nos atacaram quando chegamos. Não fizemos nada. Olha o que fizeram com o meu braço. Eu caiu daquele penhasco por culpa deles - resmungou Petermon.

— É isso. Eles são maus, muito maus! - disse Monodramon.

Antylamon não entendeu muito bem o que quiseram dizer.

— Não somos maus. Apenas não aceitamos estranhos na nossa terra. - Um Sepikmon apareceu diante deles. Era maior do que os outros e parecia mais velho. Ele segurava um cajado. - Peço desculpas se causamos sofrimento a vocês. Para reparar o nosso erro convidamos os dois para visitarem a nossa tribo.

Caminharam pela floresta até chegarem ao mesmo local que Monodramon passou quando fugira dos índios enfurecidos. O dragãozinho perguntou ao Jiji Sepikmon se eles comiam carne de outros digimons. O ancião afirmou categoricamente com uma negação, explicando que as ossadas encontradas perto da ponte eram de Sepikmons e outros digimons nativos.

— Oi. - disse Monodramon para os índios que o perseguiram.

— Peço mais outra vez desculpas. Somos hostis porque nossa ilha foi muito explorada e continua sendo. Vivemos aqui há pelo menos oito séculos até que outros digimons exploradores chegaram e fundaram a sociedade Deva.

— Sociedade Deva? - perguntou Petermon.

— Uma sociedade voltada a adoração das quatro bestas piedosas. Mas eles são pessoas totalmente intolerantes. A nossa ilha possui um formato parecido com esse símbolo - ele mostrou o número oito desenhado num tronco. - Quando a Sociedade Deva foi fundada, a parte leste ficou para eles e fomos obrigados a ficar perto do vulcão no oeste. Eles se juntaram e formaram o grupo dos devas, com doze digimons perfeitos que viraram guardiões. Porém, muitos de nós morreram, além de viajantes sendo sacrificado. Nomeamos o vulcão de Montanha dos Mortos pois muitos digimons são sacrificados lá.

— Então vocês não são vilões, apenas se defenderam? - perguntou o Peter.

— Portanto, peço mil desculpas por machucá-los. Nós não toleramos mais ninguém invadindo as nossas terras. A sociedade já sacrificou tantos de nós, e ficou com a parte melhor da ilha. Lá da terra nascem bolhas que fertilizam o solo e limpam o ar. Nós usávamos aquele lugar para produzirmos alimento. Mas não estamos reclamando agora, porque houve um pacto entre nós e eles. Eles nos deixaram em paz enquanto nós não invadiríamos. E esse acordo foi feito por um homem que chegou aqui e nos deu aquele rebanho de vacas e touros. Animais do planeta Terra. Planeta dos seres humanos.

O ancião Sepikmon detinha um grande conhecimento, sobretudo dos humanos. Ele viu alguns deles no passado. Aquilo deixou Monodramon curioso para saber se foram os digiescolhidos, mas o ancião sequer conhecia-os.

— Aposto que Antylamon ajudou vocês. Ele me parece ser uma boa pessoa. - disse Monodramon.

— Não seria possível. Isso é uma questão simples, porque eu sou um deva.

Petermon e Monodramon ficaram surpresos.

...

Passaram-se horas desde que Darc'mon e Dracmon ficaram presos num atol. Eles sofreram com o frio da madrugada e com o sol do meio-dia. Mas algo inseperado ocorreu: um navio pesqueiro passou perto dali. Os tripulantes eram Divermons. Assim que os viram chamar na ilha foram ver.

— Muito obrigada por nos salvar. Nosso barco quebrou e ficamos muitas horas presos ali. - disse Darc'mon.

Os pescadores explicaram que na noite passada o mar estava muito agitado e que por isso os barcos e navios sofreram sérios riscos. Perguntou a eles se poderiam acompanhá-los até a sua ilha. Os dois assentiram.

— Pensei que se lembrava da nossa missão, Darc'mon. Viemos para ver se aquele Monodramon ainda está no navio.

— Acha mesmo que o que houve ontem foi algo normal? Aconteceu alguma coisa e antes vamos investigar isso. Primeiro a gente aporta nessa ilha e depois nos viramos como pudermos.

Mal sabiam eles que aqueles Divermons moravam na ilha em que os devas dominam.

 

Cidade Deva

Mikemon tentou arrebentar as barras da prisão, contudo aquilo era muito duro, sua força não era páreo. Cansou-se e ficou sentado no chão. Boogiemon e Aradimon ficaram mais afastados, apesar do gato tentar puxar conversa. Este se levantou, aproximou-se dos dois e chutou-os. Mikemon recriminou-os por não responderem a ele, Boogiemon gritou o fato do gato tê-los tratado feito lixo na frente do Baromon. Esperto como ele, o digimon felino explicou que aquilo fazia parte do plano dele dos três terem se soltado e que a dupla atrapalhou a melhor oportunidade que tiveram.

— Como que caramba aquilo foi para nos ajudar? Parecia mais era que queria se safar sozinho e nos deixar aqui para o sacrifício.

— Boogiemon tem razão. Acha mesmo que vamos acreditar nisso que falou?

— Você não estão em posição de aceitarem ou não o que eu digo - Ele deu dois cascudos neles. - Vão aceitar ou não a minha láb... ou quero dizer, meu plano?

— Sim - disseram em uníssono com galos na cabeça.

— Só precisamos achar um jeito oportuno. Como eu quero acabar com aquele Baromon safado.

Os moradores comemoravam a prisão dos digimons que serviriam como oferendas paras as quatro bestas. Baromon fez questão de fazer um discurso para as centenas de pessoas. Afirmou que a oferenda definitiva no vulcão Devian será no dia seguinte, ao pôr do sol, com muitos cânticos e discursos religiosos. Os guardiões da ilha chamados de Devas participarão em conjunto, ou seja, os doze estarão lá.

Já Makuramon afirmou que todos os onze devas foram informados, mas que apenas um não. Baromon pediu para que um digimon fosse verificar se Antylamon havia chegado na ilha.

— Aquele lerdo não devia sair assim. Ele sempre faz isso e passa dias fora - falou Indramon.

— Makuramon, fale para Sandiramon achar Antylamon.

— Sim, chefe Baromon.

...

A informação de que Antylamon era um deva pegou os dois forasteiros de surpresa. Pela história que o Sepikmon falou a respeito deles, imaginaram que todos fossem ruins. No entanto, a índole de Antylamon era completamente contrastante. Ele era gentil e educado demais para fazer parte de um grupo de digimons violentos.

— Espera. Você se ofereceu para nos levar até o tal chefe Baromon. Quem me garante que essa pessoa não vai nos fazer mal? - indagou Petermon.

— Tem razão. Antylamon ainda cai nas falácias daquele maluco. Com certeza ele vai oferecê-los à Montanha dos Mortos - disse Sepikmon. - Inúmeros digimons forasteiros, incluindo alguns Sepikmons, foram ofertados na caldeira daquele vulcão. Eles simplesmente jogam os ofertados na lava.

— Que horror. Não sei como é morrer dentro da lava, mas deve doer muito - disse Monodramon.

— O pior de tudo é que dizem que os digimons que caem na lava não morrem imediatamente. Eles vão derretendo até os ossos ficarem expostos.

Tanto Petermon quanto Monodramon ficaram horrorizados com aquela informação. Sepikmon, porém, disse para eles ficarem na aldeia a fim de terem mais segurança contra os devas.

Horas se passaram, Antylamon ainda fazia companhia aos Sepikmons e aos forasteiros. Ele se levantou e saiu da cabana, espreguiçou-se. Viu os seus mais novos amigos numa fogueira improvisada. Ficou sentado ao lado deles.

— Vocês devem me achar esquisito, não é? Um deva que não gosta de ser deva. Mas não virei isso porque quis, mas ainda tenho gratidão por um certo digimon. Mesmo que ele faça coisas horríveis, ainda tenho um certo respeito por ele.

— Você deve estar falando do Baromon, não é? - falou Petermon.

— Sim. Quando eu era ainda um Lopmon... ele me ofereceu comida e uma moradia. Fomos morar com ele. Quando evoluímos para essa forma deva foi graças à ele. Desculpa se por acaso eu errei ao indicá-lo para ajudar vocês. Vovô Sepikmon tem razão quando disse que Baromon provavelmente usaria vocês para oferenda no vulcão.

— Não tem problema. Em comparação a você, Petermon aqui já me fez coisa pior. Agora somos amigos. Podemos nós três sermos amigos também.

Na floresta algo se movimentava se arrastando. Alguns Sepikmons foram abatidos. Enquanto isso, Makuramon falou para ele aguardar ali até chegar na aldeia e perguntar sobre Antylamon.

— Makuramon!

— Antylamon, o chefe está lhe chamando. Temos três oferendas e vamos ofertá-las amanhã. Vem, ele tá te chamando.

— Como entrou aqui sem ser notado pelos índios?

— Seu burro. Eu sou um macaco e sou o menor dos devas. Floresta não é obstáculo para mim. Hum? Quem são esses dois contigo?

— São meus amigos que conheci na ilha. Eles vieram de um navio que naufragou ontem. Acho que isso tem relação com a agitação do mar.

— Talvez sim. Antes posso usar um banheiro? Estou apertado.

O coelho pediu permissão aos Sepikmons para que o seu colega usasse o banheiro. O macaco agradeceu e entrou numa cabana. Mal sabiam que ele comunicou Sandiramon num rádio sobre os dois forasteiros.

— Pronto.

— Já? Você foi bem rápido.

— Foi só um pouco que saiu. Podemos ir agora?

Ele se despediu de Petermon e Monodramon, mas disse que voltaria com um bote e um mapa para eles saírem da ilha.

Já anoitecia quando Antylamon chegou na cidade acompanhado de Makuramon. Viu os seus colegas devas reunidos na praça, abaixo da árvore de cerejeira. O líder espiritual saiu da sua loja e foi se encontrar com os onze.

— Não era para ter doze? - perguntou Antylamon.

— Sandiramon se atrasou um pouco. Makuramon, vá procurar por ele, por favor.

— Sim, líder.

— Meu querido Antylamon. Meu filho mais rebelde. O que pretende saindo da ilha e fincando muitos dias fora? Parece que é uma pessoa ingrata e que não pensa no meu bem estar.

— Não é isso, líder. Eu não quero machucá-lo. Apenas me cansei de viver essa vida pacata nesta ilha. Ficar oferecendo digimons às bestas piedosas. Às vezes me pergunto se era isso o que elas realmente queriam. Líder, vamos parar de oferecer digimons inocentes.

— Tá falando sério, Antyla? Sempre fizemos isso. Por que mudar agora? - falou Caturamon.

— Caturamon tem razão. Sua fraqueza é o seu pior inimigo. Precisamos continuar o legado das quatro bestas até morrermos. Se não o nosso esforço será em vão. Ou vai cuspir no prato que comeu? Eu te ajudei quando mais precisava. Também tem o fato de que você me ajudou a tomar a ilha dos Sepikmons, portanto não se finja de santo, porque você não é!

— Sim, líder Baromon. Eu cometi muito erros no passado, mas quero corrigir todos eles. Quero me redimir. Por isso, solte esses digimons que serão ofertados.

— Cale-se! Olha no que você se tornou, Antylamon. Tenha mais respeito à imagem de cada besta que está nesta praça. As suas palavras magoam cada um deles e a mim!

Ainda na aldeia, Petermon e Monodramon olhavam os animais no curral quando sentiram uma certa solidão. Os Sepikmons não apareceram. Mesmo os selvagens se acostumarem com os dois, ainda ficavam olhando eles. Mas agora parecia que eles haviam desaparecido. Ambos foram para a vila da aldeia e viram algo estarrecedor: muitos Sepikmons estavam no chão como se levassem uma surra, as casas destruídas e algumas até pegando fogo. Monodramon viu o vovô Sepikmon ferido no chão quando foi acudi-lo.

— O que houve aqui? - perguntou Petermon.

— Fujam...

Os dois não entenderam as palavras do velho até verem uma cobra enorme, branca, com olhos vermelhos, um pequeno chifre na testa e algo parecido com um casco atrás da cabeça lembrando uma naja. Ela segurava uma lança com a cauda.

À noite, na prisão, Mikemon tentou forçar as barras da cela. Dessa vez tomou um choque inesperado e caiu no chão com muita dor. Ele foi ver o causador do ataque. Era um rato! Sim, um rato. Ele era branco, com três chifres, olhos vermelhos, com um par de asas marrons, uma espécie de armadura dourada redonda que cobria todo o seu corpo, pernas finas e um rabo. Nas costas ele tinha uma arma verde que lembrava uma lança com três pontas em cada lado.

— Quem é você? - perguntou o gato.

— Eu vigio os presos, idiota - respondeu o rato.

— Será que se lutássemos sem essas barras você venceria? Ratinho.

— Não confunda as coisas hihihi. Posso ser pequeno, mas eu estou na fase da perfeição. Sou forte o suficiente para acabar com os três. Mas fiquem quietinhos até amanhã serem ofertados.

A cobra gigante Sandiramon apareceu na prisão. Ele pediu para que Kumbhiramon abir a cela da frente. Jogou Petermon e Monodramon ali.

— Não fale nada para o Antylamon. Ele fez amizade com esses dois enquanto estavam na aldeia dos Sepikmons.

— O que houve com eles?

— Eu utilizei meu veneno sedativo para fazê-los dormir até mais tarde. Olho neles.

— Sim.

Quando Mikemon viu os outros dois detentos na cela da frente quase cai para trás. Era muita coincidência para ser verdade. Eles acabaram caindo na mesma ilha no final das contas. Percebeu que estavam desmaiados por causa do ataque de Sandiramon.

— Ah! Eu os vi no navio! - disse Boogiemon.

— Calado! Não quero que nos associe com esses fracassados. Não sei como eles vieram parar aqui. Isso é bom. Eu posso tentar dizer que eles vieram para a ilha com a intenção de acabar com a cidade, assim eu negociaria uma saída para mim... para nós. Eu entrego eles e ficamos livres.

— Não acho que nos ouvirão - disse Arkadimon.

Mas a ideia de Mikemon foi por água abaixo. Baromon negou soltá-los e que todos seriam ofertados no cume do vulcão.

E assim se deu. Aquela noite os dois heróis continuaram desmaiados enquanto os três vilões ficaram apreensivos. No dia seguinte o canto do galo acordou a todos. O carcereiro da vez era um galo de cor dourado, possuía uma enorme crista vermelha e rabo de cores variadas como arco-íris. Assim como Kumbhiramon, seu corpo era protegido por uma armadura, porém de cor azul e um lenço vermelho no pescoço. Ele usava uma arma parecida com a do rato, de cor amarela.

— Acordem, desgraçados!!

Baromon ficou frente à frente com Monodramon. Jogou um balde com água sobre os dois. Aquilo os assustou tanto que pensavam ter morrido afogados. O líder da cidade fez questão de anunciar a captura deles.

— O que você fez com os Sepikmons? - perguntou Petermon.

— Eles foram disciplinados por Sandiramon. São tão insubordinados assim como qualquer selvagem. Eu os capturei para ofertá-los no Devian hoje à noite. Estejam preparados.

— Espera! E o Antylamon? - questionou Monodramon.

— Está bem. Foi ele quem deu a localização de vocês. Por mais que ele seja gentil, continua sendo um deva. Nunca vai nos trair.

As palavras de Baromon foram pesadas. Deixou os dois completamente atordoados. Não sabiam se acreditavam ou não. Para eles Antylamon era diferente e nunca faria algo assim. Ignorando completamente os detentos da cela da frente, a dupla discutiu sobre as palavras do líder.

— Hey seus malditos! Vocês não me viram aqui não?

— Quem tá falando aí? Ah, é só o Mikemon - disse Petermon friamente.

— Como vamos sair daqui agora? - perguntou Monodramon.

— Não sei. Se o que aquele sujeito disse for verdade, estamos em apuros.

O gato se irritou mais ainda. Foi completamente ignorado pelos dois.

Não. Antylamos sequer sabia da prisão dos seus dois novos amigos. Ele foi enganado por Baromon e outros devas. Deram o trabalho de supervisão no cume do vulcão para que ficasse longe da floresta caso quisesse voltar.

Por volta do meio-dia os carcereiros trouxeram frutas e uma massa branca chamada maná. Um jarro com água para que pudessem beber e não se desidratarem antes do tempo. E a organização para as oferendas ocorreu conforme planejado. Os moradores entoaram cânticos na praça principal, alguns tocavam instrumentos e outros dançavam. Os digimons devas se prepararam para subiram a montanha.

Duas jaulas ambulantes foram puxadas por duas carroças movidas à Unimons. Cada jaula estava coberta com um manto branco. Ali foram colocados os prisioneiros: Monodramon e Petermon em uma, Mikemon e seus companheiros em outra.

Um dos três devas que fazia companhia a Antylamon era grande, roliço, parecia um grande javali coberto por pelos castanhos — diferente de outros devas ele não possui uma armadura, mas os pelos em servem como uma — na parte inferior do corpo a coloração é cinza, presas brancas com as pontas douradas, olhos vermelhos e três chifres da mesma cor. Seu nome? Vikaralamon.

— Já aprontaram o altar das oferendas? - perguntou um tigre alado.

— Está tudo feito, oinc - respondeu o porco.

O coelho ficou cabisbaixo. O tigre voador que apareceu chamava-se Mihiramon. Sua aparência lembra um tigre amarelo com listras roxas, um par de asas amarelo com listras roxas e pontas brancas. Em seus dois ombros e duas coxas ele ostentava escudos roxos com cada qual uma ponta metálica e afiada. Suas patas são protegidas por braceletes da mesma cor que os escudos, lenço vermelho no pescoço, olhos vermelhos e três chifres.

— Melhor eu descansar um pouco.

A procissão saiu da cidade e adentrou uma estrada no meio da floresta que dava direto para o vulcão. Em Devian havia uma passagem que contornava a montanha até chegar no cume. Foi relativamente fácil pois o próprio vulcão não era alto — sua altura atingiu uns 500 metros.

18:00

Todos os devas ficaram reunidos. As lavas do vulcão borbulhavam uns duzentos metros logo abaixo. Um palco branco com cinco metros de altura foi construído para que Baromon pudesse discursar. Depois de terminar, ele mandou Vajramon retirar os mantos das jaulas. Os presos sequer sabiam onde estavam. Antylamon viu os dois.

— Você mentiu! Disse que só havia três presos...

— Chega de papo furado, Antylamon. Você me decepciona demais! Escolha entre nós e eles.

— Não dê ouvidos para ele. Nós somos amigos, lembra? - disse Monodramon.

Vajramon repreendeu o pequeno dragão. Naquele momento Petermon viu o seu relógio servindo de broche na armadura. Quase teve uma síncope ali mesmo. Como que o objeto saiu do estômago de MarineDevimon, viajou milhas de distância até parar na mão daquele digimon?

— Pois bem. Aqueles dois serão os primeiros a serem ofertados. Levem-nos - ordenou o líder.

— Ufa. - disse Mikemon.

Ao ver a jaula de Monodramon e Petermon ser movida para a beirada do palco, ele começou a tremer por dentro. O que fazer? Se ficar parado, eles morrem. Se ajudá-los, renuncia o posto de deva e será tratado como traidor.

— Está na hora da oferta. Oferte-os! - ordenou Baromon.

Petermon e Monodramon gritaram quando caíram da jaula. Estavam prestes a cair na lava fervente. Sem pensar duas vezes, Antylamon saiu de onde estava e se jogou na boca do vulcão.

— QUÊ?!!! - exclamou Baromon ao ver aquela cena.

Continua...


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