Digimon Adventure 3.0: Luz Vs Trevas escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 85
Monodramon e Petermon - Rivais mais unidos do que nunca




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CAPÍTULO 132

— O que houve? - perguntou Monodramon para um Petermon caído.

— Não te interessa... sai daqui. Eu não quero a sua ajuda.

— Mas não é hora pra ser mau. Você tá ferido!

Petermon estava com o braço esquerdo bem inchado, provavelmente quebrado. Havia muitas feridas pelo seu corpo tal como se fossem perfurações. Ele se tremia e sequer conseguia respirar direito. Monodramon, bondoso como só, não deu ouvidos e se propôs a ajudá-lo. Mesmo com as reclamações do Peter, Mono segurou ele pelo braço direito e o sentou mais ao fundo da caverna.

— Quer que eu agradeça?

— Até nessas horas você está com essa maldade. Não tenho mais interesse em lutar contigo. Quero apenas voltar para a minha casa.

O loiro fez cara de surpreso.

— Pensei que seu destino era no continente. Não aguentou a pressão? Arf... arf... arf... A realidade fora da Arquivo é pior do que pensa. Olha só uma pontinha do que encontrará. Aqui é o exemplo clássico do que tem por lá.

O dragão viu algumas flechas sujas de sangue um pouco mais adiante. Deduziu que eram dos Sepikmons selvagens. O mais velho assentiu. Disse que pegou o caminho errado e caiu na floresta dos selvagens. A tribo o perseguiu e ele caiu da ponte de madeira. Trinta metros, por isso quebrou o braço.

— Pensei que soubesse voar.

— Eu sei, mas não dá pra voar sentindo fome e fraco. Droga... não comi nada desde que cheguei. Se isso continuar eu morrerei em poucas horas.

— Não! Não deixarei que você morra. Não aguento mais ver desgraças. Eu vou te ajudar encontrar comida e em troca você me ajuda a encontrar um barco.

— Sente pena de mim mesmo depois do que eu fiz?

— Bom, até rivais se unem, não é? Eu sei disso porque os meus pais adotivos são rivais, mas eles me criaram unidos. O meu pai Leomon é um guerreiro que luta pela paz e justiça, é forte e valente. Meu pai Ogremon também luta, mas por causas mais pessoais e até egoístas, vive dormindo na gruta e briga com os outros. É meio parecido conosco, mas eu sou o bonzinho. - deu um sorriso largo.

— Aí você crê que o mesmo acontecerá com a gente? Mas na Arquivo existiam índios canibais que são loucos para nos comer? Sinceramente eu não sei como você vai conseguir me ajudar... com esses selvagens soltos por aí.

Monodramon pediu para que ele descansasse e deu um tapinha em seu braço deixando Petermon furioso por conta do machucado.

Outro que tentava se virar como podia era Mikemon que aportou na praia. Indramon, um digimon cavalo bípede, e Vajramon, um digimon touro centauro, recepcionaram ele. O pequeno ficou com medo já que estava fraco e os dois gigantes eram aparentemente fortes.

— Esse barco me parece familiar - disse Indramon.

— Por favor, senhores, podem me ajudar? Sou um simples pescador de peixes. Eu parei aqui pois sui atingido por uma onda gigante noite passada. Fiquei à deriva na água e consegui chegar a essa ilha.

— Não sei se você é confiável. Tá muito estranho - criticou o cavalo.

— Imbecil. Devia se compadecer mais com o sofrimento dos outros. Só podia ser vírus mesmo. Eu posso ajudá-lo, pequenino - falou Vajramon.

O gato agradeceu a compreensão do touro e pediu comida. Indramon, arrogante como ele, decidiu sair dali e continuar a pesca. Vajramon pediu que ele subisse em suas costas e o levou para perto do mangue. Jogou um saco com caranguejos e disse para ele cozinhar.

— Ótimo. Como farei isso?

— Indramon. Melhor levarmos ele ao líder da cidade.

O cavalo saiu da água e pediu que Mikemon subisse em seu ombro. Os três saíram do manguezal e foram para a cidade da ilha.

Ainda no mar, Antylamon remava a chalupa enquanto dava carona para os dois piratas desacordados. Assim que acordaram e viram o coelho gigante se assustaram. Boogiemon tirou o tridente de algum canto desconhecido e ameaçou o bom samaritano. Arkadimon foi outro que se mostrou arrogante e ameaçando Antylamon.

— Se não quiser se machucar então é melhor que nos dê esse barco. - ameaçou Boogiemon.

— Não importa o seu tamanho. Somos muito perigosos hehe - disse Arkadimon.

O coelho apenas levantou os braços e pediu para que não fossem violentos com ele. Assim os piratas roubaram o barco e foram embora na direção da ilha. Antylamon assistiu a seu outro barco ir embora. Sem muito esforço pegou a caixinha e retirou uma bolinha amarela. O objeto se transformou num pato amarelo. Entrou nele e pedalou até a ilha.

Os dois conseguiram chegar à ilha pelo outro lado. Havia muitas rochas com as ondas quebrando nelas. Entre os paredões uma fenda de uns cinco metros de largura e uma cabana construída na parede. Eles se olharam e ficaram preparados para qualquer ameaça. Desceram num píer velho de madeira e chegaram até a moradia.

— Parece que não há ninguém, mas eu não acho que aqui haja condições para alguém morar - falou Arkadimon.

De fato a casa era abandonada e cheia de entulho. Boogiemon achou estranho aquilo, porque não fazia sentido existir uma casa no meio do nada. Foi quando a casa desapareceu e no lugar surgiu uma gaiola.

— Que foi isso? Estamos preso numa gaiola gigante para pássaros - disse Boogiemon tentando se soltar, porém as grades eram bastante resistentes.

— Há alguém nos observando.

Uma criatura pulou do rochedo e parou no píer na frente deles. Era um cachorro de porte grande, azul, com o rosto lembrando um komainu japonês, com três chifres e um lenço roxo nas costas. Ele preparou a armadilha e a gaiola.

— Consegui as minhas presas cacacacacacacaca.

— Esse monstro fala. Pensei que fosse apenas um animalzinho de estimação - disse Boogiemon.

— Vocês serão levados e sacrificados como oferendas às quatro grandes bestas piedosas. Cacacaca.

Tanto Arkadimon quanto Boogiemon não conseguiram se soltar.

Um arco enorme com o nome CIDADE DEVA apareceu na entrada da cidade. Mikemon nunca pisou naquele lugar, apesar de ter sido um pirata e explorado boa parte do oceano. Enfim, o local era bem agradável e as casas eram bem grandes e modestas. Indramon perguntou para um digimon morador sobre o paradeiro de seu líder espiritual, mas não recebeu uma resposta convincente.

— Melhor levar ele para a casa de almoço.

— Touro inútil, por que eu faria isso se o líder ainda não apareceu? Nem sabemos ao certo de quem esse aí é.

— Cavalo imbecil, prefiro nem saber. Apenas dê comida para ele. Ou você prefere que eu te obrigue a isso.

— Me obrigar? Olha o seu tamanho, baixinho. Ponha-se no seu lugar.

— Eu sou mais baixo, mas sou mais forte. Com a minha espada posso cortar essa sua crina em três tempos.

Os dois estavam quase brigando na rua quando Pajiramon interviu. Disse para que nenhum deva brigasse pois mancharia a honra das bestas piedosas e os demais digimons comuns se revoltariam. Repreendeu tanto Indramon quanto Vajramon por serem os devas responsáveis pela defesa da ilha.

— Eu me encarrego de ajudar o nosso convidado.

Os dois foram embora e Mikemon seguiu a ovelha centauro.

A Cidade Deva tinha mais ou menos 5km² e uma população de aproximadamente mais de 600 digimons. As casas eram muito perto uma da outra e pintadas com as cores do árco-íris. As pistas eram poucas, mas com os paralelepípedos em vez de asfalto. O que mais chamava a atenção era a praça central ou Praça dos Quatro, quadrada com a estátua de cada besta piedosa em cada lado. Uma frondosa árvore de cerejeira ficava no meio. Mas a característica mais marcante da cidade eram as bolhas de sabão de variados tamanhos — desde uma bolha do tamanho de uma bola de gude até algumas do tamanho de carros.

— Impressionado, não é? Acontece que essas bolhas são provocadas por gases no subsolo da ilha. Aqui existe um minério chamado sabonita que utilizamos para lavar de tudo. As águas termais subterrâneas do vulcão entram em contato com as sabonitas e provocam a formação dessas bolhas que saem do chão.

— São lindas.

A junção das bolhas e das pequenas folhas rosas da cerejeira enfeitavam a cidade. Pajiramo cumprimentou um Greymon e um Garurumon — que não eram parceiros de Yamato e Taichi. Depois cumprimentou um grupo de Dorimons. Até chegarem no destino final cumprimentaram uma boa parte da população.

Pouco tempo depois Mikemon foi levado para um restaurante. Sentado à mesa, foi servido com uma boa quantidade de alimento.

— Desculpa incomodar.

— Não incomoda, meu caro. Pode apostar.

Enquanto isso, Baromon e Makuramon foram até o outro lado da ilha e foram ajudar Caturamon. O líder espiritual da cidade dirigia uma camionete com um pequeno guindaste que levava a gaiola. Mesmo ouvindo os gritos dos dois capturados, o homem não dava ouvidos. Makuramon saiu do banco do passageiro e foi para a parte de trás.

— Silêncio! Não sabem que oferendas não podem falar muito?

— Seu macaco dos infernos! Espera só quando sairmos daqui.

— Ui que meda. Meus queridos, isso vai acontecer no dia de São Nunca. Ainda não perceberam que vamos levá-los até um caldeirão fervente?

Eles se olharam assustados.

...

A coisa não ficou fácil para os dois sobreviventes no vulcão, porque, além de fome e da iminente morte pelos índios, agora uma chuva torrencial com direito a raios e trovões deu início. Como previsto que ocorreria minutos antes, haja vista as nuvens pesadas se formaram desde o horizonte. A tempestade adiou os planos de Monodramon de encontrar comida ou alguma erva que curasse as feridas de Petermon.

Por falar nisso, Petermon ficava a cada momento com o aspecto piorado. Os ferimentos começaram a infeccionar e a fome com a sede lhe pegaram de jeito. Era essencial que fosse ajudado o mais breve possível.

— Chega de eu ser o medroso. Sairei à procura do que for necessário para te ajudar - disse o pequeno dragão disposto a tudo.

— Co-como... vai conseguir isso? Nessa chuva...

— Melhor deitar e descansar um pouco. Fui criado por dois ótimos guerreiros. Chegou o momento de eu colocar em prática o que eu aprendi com aqueles dois.

Assim Monodramon saiu da caverna e desceu aquela parte do vulcão. Mesmo demonstrando uma coragem inicial, as suas pernas ficaram trêmulas de medo. Os Sepikmons quase o pegaram. Tomou coragem e voltou a se embrenhar na floresta onde pretendia pegar cocos para se alimentar — também passou fome desde que surgiu na ilha.

Os selvagens ficaram de campana entre as árvores e arbustos. Mesmo com a chuva forte, eles não arredaram o pé dali. Queriam pegar de qualquer jeito os dois que ficaram na "Montanha dos Mortos".

— Barco? Aquele barco é meu... - disse Antylamon ao ver o barco que Mikemon roubou. Ele saiu do pato gigante e foi verificar o barco.

— UAAHHHHH!!!

— Esse grito. Quem foi que deu esse grito?

Monodramon carregava dois cocos quando um grupo de Sepikmons o perseguiram pela floresta. Ele correu imediatamente e gritou. As flechas foram lançadas, mas nenhuma pegava nele. Depois que ultrapassou o limite tolerado pelos selvagens, descansou um pouco.

— Ops, esqueci daquele cara.

A chuva deu uma trégua, mas a água deixou a floresta e o solo muito mais difíceis para se locomover. Conseguiu entrar na caverna e viu Petermon deitado no chão.

— Consegui esses dois cocos. Não é muita coisa, mas vai te ajudar a não morrer de fome.

— Não pode ser. Está chovendo, e mesmo assim não tenho forças para chegar até ali e beber sequer algumas gotículas.

O ferido pegou o coco e abriu com a espada. Bebeu e comeu a parte interna da fruta com muita vontade. Monodramon também o fez. Tudo parecia normal até que Petermon agradeceu a Monodramon por estar ajudando-o. Era a primeira vez desde que se conheceram que o loiro falava algo tão gentil.

— Ah, eu trouxe este cogumelo. Ele parece um morango, não é?

— É. Só que a parte de baixo parece com o dos outros cogumelos.

— Pois é. Existem deles na Ilha Arquivo. Conheço um digimon que cuida de filhotes que usa este cogumelo para curar as feridas de bebês que se acidentam. Elecmon normalmente faz um chá, mas não sei como fazer fogo sem algo que faça fogo.

Um raio caiu numa árvore queimando os galhos.

— Hahaha. Sorte nossa, não é? - momentos depois ele fez uma fogueira. - Bom, agora que parou de chover e temos fogo, usamos a metade do coco como panela. A água que coletei da chuva servirá para cozinhar o cogumelo. Deixe cozinhar por vinte minutos até a água ficar vermelha como xarope...

— Por que você está falando como aquelas cozinheiras de mão cheia?

O remédio ficou pronto. Petermon provou com a língua um pouco e quase morre com o gosto super amargo. Falou que não tomaria aquilo nem por decreto, mas Monodramon chutou o braço quebrado dele.

— UAAHHHHH!!!

Quando viu Peter abrir a boca por gritar de dor, o dragão jogou tudo e tampou. O loiro engoliu e desmaiou quase na mesma hora. Alguns minutos depois recobrou a consciência e socou a cara do outro.

— Maldito... QUER ME MATAR!!!

— Hihihi. Acho que você está melhorando.

A verdade era que a dor foi diminuindo aos poucos até ser possível Petermon ficar de pé. O braço ainda doía, porém com menos intensidade que antes. Ele perguntou como algo quase miraculoso nunca foi explorado por digimons médicos. Em Server algo assim sequer existe, apenas nativo na ilha Arquivo.

— Eu já te agradeci por tudo o que está fazendo por mim, estou melhor agora. Se quiser ir embora e me deixar aqui, tudo bem pra mim. Não é ingratidão... é que eu nem sei como te pagar essa bondade que você faz.

— Me paga se pararmos de brigar e sermos amigos - disse Monodramon estendendo a mão para ele. Petermon ficou envergonhado, mas aceitou a proposta e cumprimentou. - Parece piada, não é? Nos conhecemos no porto da Ilha Arquivo, brigamos por causa do mochi e continuamos a brigar no navio. Mesmo depois que fomos atacados... ainda fiquei com raiva de você.

Monodramon ficou sentado ao lado dele.

— Por que você ficou com raiva de mim? Eu não te fiz nada.

— Você não fez nada? Tem certeza? No começo foi por causa do mochi, mas logo depois eu te achei meio arrogante e despretensioso. Aí juntou com o fato do meu relógio dourado, Mikemon e os piratas terem levado ele.

— Eles não levaram, foi aquele polvo que engoliu.

— Eu sei disso. Com certeza será impossível encontrar o meu objeto. Sabia que eu nasci com ele? Quando meu digitama eclodiu, o relógio apareceu do meu lado. Eu era bebê, portanto quem me falou foi... Elecmon.

— Uau! Você conhece ele?

— Cabecinha oca. Uma boa maioria dos digimons nascem na Ilha Arquivo, portanto sou nascido lá. Existem outros lugares em que digimons nascem, mas eu nasci na ilha mesmo. E sim conheço Elecmon, contudo nos falamos uma única vez quando me preparei para ir embora. Você mora lá e não sabia para que servia aqueles navios? Muitos digimons na fase bebê ou criança se mudam de lá todos os dias.

— Eu não sabia disso. Pensei que fossem apenas navios como a que a gente estava. Nunca parei pra pensar. Também eu quase não ia para o litoral pois prefiro montanhas. E você? Como se tornou um digimau?

— Você não tem jeito mesmo, não é? Quem disse que sou mau? No meu vilarejo sou o que mais ajuda os digimons. Você me julgou só porque brigamos. Sou artesão, escultor, artista plástico, mas na minha cidade, Terra do Nunca, também gosto de brincar com outros digimons. A nossa cidade foi construída em volta de uma cachoeira.

— Que legal! Eu já vi uma cachoeira quando passou num... numa... como chama aquela caixa onde passa imagens?

— Televisão.

— Sim. Na casa do meu pai Leomon tem uma pequena. Segundo ele foi presente dos digiescolhidos. Sempre eles ajudando todo mundo. Pena que não ajudaram o navio quando mais precisamos.

— Hum, parece que está chateado com eles? Mas nem os conhece. Eu também não, mas vivo mais do que você e já ouvi falar histórias incríveis sobre eles.

— Eles... eles podem não ser tudo isso que os outros falam. Não quero ser chato, mas não faz sentido nenhum que seres humanos sejam os heróis deste mundo. Precisamos de digimons fortes e heroicos como o meu pai Leomon, não de outros seres de outras raças.

Ao ouvir as queixas do dragão, Petermon respirou fundo e afirmou que ele passou a desconfiar dos digiescolhidos muito antes dos ataque no navio. Era algo tão óbvio que parecia estampado na testa dele. Monodramon explicou que era um digimon de um digiescolhido e que ele havia sido abandonado pelo humano. Aquilo deixou o Peter realmente surpreso.

Ainda na floresta dos coqueiros...

— Engraçado. Pensei que havia ouvido um grito - disse Antylamon. Os Sepikmons ficaram escondidos atrás das árvores e arbustos. Eles não atacaram o deva com medo da sua força.

Na ilha, os selvagens não mexiam com a população da Cidade Deva.

O Coelho gigante caminhou entre as árvores até chegar na parte da ponte. Ele apenas deu um pulo e parou do outro lado.

...

Cidade Deva

Pajiramon assistia ao gato comer tudo o que ele queria. Era incrível como um ser tão pequeno conseguia acabar com pratos e mais pratos.

— Baromon está demorando tanto. Quero saber como serão essas oferendas.

Mikemon deu uma engolida forçada que quase se entalou. O nome oferenda ligou o sinal amarelo, porém continuou a comer sem que houvesse amanhã.

— Ele foi para o outro lado da ilha. Demora porque etão dizendo que são dois demônios jamais vistos nesses mares. - respondeu um Gotsumon.

— Demônios, hã? Nesse caso são dois digimons do tipo vírus. Quer dizer que o meu santo, Zhuqiaomon será o mais feliz dos quatro. E você, pequenino, o que acha de conhecer o nosso ritu...

O local estava vazio. Gotsumon e Pajiramon não viram o momento em que o gato fugiu. Eles sequer pensaram nisso, apenas que ele foi ao banheiro. O digimon de pedra era o mais desconfiado e esperto, Pajiramon era mais inocente apesar de ser vírus.

Do lado de fora do restaurante, Mikemon corria ainda com a boca cheia de comida. Nem quis terminar de ouvir a conversa já que a sua intuição dizia que as duas oferendas eram digimons de fora da ilha, e, como ele er aum forasteiro, provavelmente seria mais uma vítima.

— Preciso fugir desta ilha maldita. - Ele notou ao fundo o cume do vulcão.

— Óia... cê tá oiando demais pra Devian. Num sei que cê quer, mas oiar pra Devian por tanto tempo é curioso.

— Hã? - ele se virou e viu um dragão atrás dele. Ele era verde, com quatro patas lembrando uma salamandra, mas na frente o corpo dele possuía mais dois braços, além de chifres, cabeleira e um bigode com barba branca. Usava um colete roxo em seu peito.

— Óia, eu me chamo Majiramon. Mas o "Ji" do meu nome não se refere a minha idade. Nem eu sei memo, só sei que tem. Mas a minha idade é de 80 e bolinhas.

— Então o senhor é um dragão velhote? E o que diabos é um Devian?

— Eita. Num sabe que o nome do vulcão é Devian? Mas se cê num sabe entonces quer dizer que num é daqui. De que lugar cê é?

O gato ficou nervoso depois que topou com um digimon velho e falante. Era melhor ter continuado no restaurante com o Pajiramon. Mentiu que era primo do ovelha e que visitava a cidade. Majiramon simplesmente acreditou e deu um bom dia ao visitante.

— Esses caras são bem estranhos. Talvez se eu chegar naquela montanha.

Mas uma pessoa o viu de longe e se aproximou por trás. Com um lenço banhado em clorofórmio colocou contra o nariz do digimon. Mikemon desmaiou na hora. A pessoa que havia feito isso era Gotsumon.

— O que fez com ele? - perguntou Pajiramon.

— Fiz o que o meu chefe pediu.

— Exatamente, cabeça oca. Se não fosse eu ter encontrado esse Mikemon por aí, nunca teríamos como capturá-lo - falou Majiramon de maneira completamente diferente. - Eu soube que Baromon e Makuramon capturaram com Caturamon uma dupla de desordeiros forasteiros. Ocorreu algo de grandioso no oceano que trouxe esses forasteiros para a nossa ilha. Soube até que alguns foram para a floresta do oeste.

— Mas... o bichinho apenas estava com fome. Pensei que...

— Não pense, aja. Gotsumon?

— Sim, chefe.

— Prenda esse Mikemon na prisão da cidade e espere o chefe Baromon chegar. Esse carinha deve ter conexão com os dois lá. E você, Pajiramon, deixe de ser ingênuo. Indramon me contou sobre tudo e vim averiguar. Se não fosse por ele, por mim e Gotsumon, perderíamos a chance de oferecer mais um digimon aos nossos deuses.

A ovelha apenas bufou.

O carro em que Baromon dirigia chegou na cidade. Alguns moradores viram os dois sacrifícios e começaram a dançar de felicidade. Há um ano as quatro bestas não eram idolatradas.

— Atenção povo de Deva. Eis aqui os nossos dois sacrifícios. Amanhã à noite faremos o ritual de agradecimento às quatro bestas piedosas - disse Baromon sobre o capô. - Nós subiremos ao cume do vulcão Devian e lançaremos esses dois no magma fervente.

Boogiemon e Arkadimon ficaram espantados com a revelação daquele homem. Seria o fim dos dois se isso acontecer, além de ser uma morte horrível e dolorosa.

— Chefe, soube que acharam mais um forasteiro - disse Makuramon despois de conversar com um morador.

O líder religioso pediu que levassem os dois para a prisão enquanto reunia os 12 devas para a preparação dos sacrifícios.

Assim que acordou, Mikemon deu de cara com Baromon. Ele olhou para o lado e viu os seus dois colegas piratas depressivos no canto da cela. O gato tentou mexer nas grades, mas levou um choque forte. Makuramon explicou que dentro daquela cela havia um inibidor dos poderes, e que o prisioneiro ficava com apenas 10% de poder.

— Explique-se. Conhece aqueles dois? - perguntou Baromon.

— Não.

— Mikemon!! - bradaram os dois assim que o conheceram.

— Eu sabia que você estava mentindo. Quem são vocês? Por que decidiram pisar na nossa ilha?

— Olha... ocorreu um acidente no mar, por isso viemos pra cá. Não queríamos causar problemas para vocês. Não precisa nos oferecer para os seus deuses. Deixe-nos apenas irmos embora. - explicou o gato.

— Mais outra pergunta. Conhecem mais alguém que possa ter vindo pra cá? Hoje bem cedo o meu amigo Makuramon me disse que viu um digimon desmaiado na praia. Ele parecia um lagarto e era roxo. Sabe de ago?

— Não.

O homem sorriu e foi embora com o macaco. Mikemon implorou para que o deixasse sair e que matasse apenas os outros dois. No entanto, ninguém lhe deu ouvido.

...

Passaram-se horas desde que a chuva passou. O estado de saúde de Petermon melhorou, mas a fome ainda não. Comer um coco não foi o suficiente para a dupla. Depois de conversarem muito e reconciliarem, Monodramon e Petermon decidiram se unir contra os Sepikmons. Eles iniciaram uma improvável amizade baseada em gratidão e confiança. O loiro segurou a espada com uma das mãos e decidiu ser o guarda do dragão.

Tudo pronto, partiram. O destino era chegar num local onde possam colher frutos e pescarem. Desceram o penhasco de trinta metros e ficaram no único rio que passava pela ilha.

— Este aqui já é o quarto. - falou Mono.

Fizeram uma fogueira graças à tocha que levaram da outra fogueira. Torraram os peixes no espeto e comeram. Um Sepikmon se aproximou e tentou atacá-los, mas agora com os estômagos cheios foram capazes de derrotar o selvagem.

— Ele deve avisar em breve os amigos. Teremos problemas se continuarmos aqui - disse Peter.

— Qual a sua opinião?

— Irmos para a cidade mais próxima, se houver.

Uma flecha caiu perto deles. Um grupo com uns vinte Sepikmons apareceram e perseguiram os dois. Imeditamente eles correram dali antes que fossem pegos. Mesmo recuperados da fome, não havia a mínima possibilidade de vencerem um bando de índios canibais.

— Viu só como foi fácil depois que se está com o estômago cheio? Monodramon, agora que somos amigos vamos enfrentar esses caras juntos. E o meu braço está bem melhor. Sinto em dizer, mas aquele cogumelo e eu nos veremos outra vez hahahaha.

— Petermon... olha.

Petermon se virou e viu sobre as rochas o Antylamon sentado com uma vara de pescar. Os três ficaram se olhando.

Continua...


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