Digimon Adventure 3.0: Luz Vs Trevas escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 84
A ilha desconhecida! E a tribo hostil




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/297260/chapter/84

Arco: Ilha Deva

CAPÍTULO 131

O mar ficou revolto depois do incidente, as ondas chegaram às praias e arrasaram as costas, ninguém soube explicar ao certo do que se tratava aquilo. Na Ilha Arquivo um tsunami de 3 metros invadiu o porto e banhou as barracas dos feirantes, além de ir floresta adentro nas áreas mais baixas. O vento também foi um problema, pois parecia que um vendaval surgiu do nada e foi arrancado os telhados das casas. Tudo aquilo foi tão estranho que nem mesmo Gennai soube explicar. Repentinamente isso aconteceu no Oceano Net, mas não demorou muito a desaparecer.

Na Cidade do Princípio, Elecmon segurava os digitamas para não serem levados pelo vento. Ele guardou todos em sua casa e pediu para que os bebês também entrassem. Ogremon bebia saquê dentro da sua gruta quando sentiu a ventania. Leomon cuidava da lavoura perto de casa quando tudo ocorreu.

— Monodramon... - disse ele preocupado com o filho.

Gennai mandou alguns inspetores dias depois. Eles foram ao local exato, porém não notaram diferença alguma. Era como se algo grandioso tivesse ocorrido e desaparecido como num passe de mágica. As dúvidas surgiram e aquilo ficou conhecido como O Incidente Misterioso no Oceano Net. Mesmo acreditando ter sido um meteoro, ficou desconfiado e contratou um certo digimon para servir de ajudante dos digiescolhidos... Barbamon, que logo futuramente se tornaria líder da Liga Negra e um dos maiores vilões do Digimundo.

Mas voltando ao tempo de 2013, três anos antes do tempo atual, o Digimundo continuava calmo, sem muitos perigos. Mesmo com aquela incrível explosão, nada indicou que algum digimau queria atacar.

 

Arquipélago Firewall

Num castelo medieval no ponto de uma montanha gélida, o Sumo-Sacerdote recebeu a avó do seu rei. Era Zetsuno que acabava de chegar nas dependências do local. O sacerdote deu as boas vindas para ela, mas a idosa não quis conversar com o digimon.

Adrien King ou Shadowking Aranha recebeu a sua avó com os braços abertos, porém levou um chute dela. Ele, como era mais rápido e forte, se defendeu com o seu braço.

— Não precisa ficar com raiva do seu neto, vovó.

— Onde já se viu? Mandar-me para uma missão daquela como se eu fosse a sua lacaia. O pior de tudo é que eu não achei o objeto que você me pediu, além de eu ter que me relacionar com aqueles digimons inúteis. Eu perdi um episódio da minha novela!

O homem sorriu e caminhou para a sala do trono. Jogou um baú com moedas de ouro e deu de presente para ela. Afirmou que ali havia pelo menos uns 10 milhões de dólares, que seria uma compensação para a perda do episódio.

— Na verdade eu não fiquei triste por ter perdido o objeto. A qualquer momento posso recuperá-lo. Mas era um belo relógio de bolso inglês.

A mulher já nem mais ouvia o neto e ficou admirando o seu tesouro.

...

Numa ilha distante, muitos quilômetros do epicentro do ataque, alguns pedaços do navio surgiram numa praia deserta. Havia um digimon desmaiado. Era Monodramon que havia milagrosamente sobrevivida à explosão, mas que foi arrastado no ar por quilômetros até para naquela ilha.

Numa colina rochosa perto da praia, alguém observava a movimentação do mar. Foi uma noite bastante agitada e na manhã seguinte essa pessoa ficou de vigia. Ele olhou o que sobrou de pedaços trazidos pelas ondas. Avistou algo entre as madeiras. Desceu e foi verificar mais de perto. O vigia era um macaco do tamanho de uma criança humana, com olhos redondos com pupilas pretas, um pequeno chapéu roxo com um lenço no pescoço da mesma cor, calça branca, sapatilhas pretas e luvas. Ele se aproximou dos pedaços e viu algo se mexer. Percebeu a presença de um digimon e correu para avisar a alguém.

Monodramon cuspiu água antes de recobrar a consciência. Ele estava visivelmente fraco e atordoado depois que tudo ocorreu. A imagem assustadora daquela mulher lançando o golpe ficou em sua mente. Não sabia que era o dia seguinte. Mais ou menos 5 da manhã e o sol nascia. Seu corpo doía, contudo não ficou ferido.

— O-onde estou?

Fez força para se levantar, as suas pernas ainda estavam bambas. Respirou fundo até conseguir ficar em pé. Pela primeira vez notou a praia em que naufragou. Era uma areia preta, com muitas pedras e cascalhos. Logo à frente havia um rochedo com mais ou menos dez metros, atrás a praia terminava nas águas cristalinas do mar. Inclusive havia um arrecife ao redor da ilha que impedia a aproximação de grandes navegações.

— Oi? Senhora Babamon! Alguém?

Ele decidiu caminhar por toda a extensão da praia.

O macaco que vigiava a praia chegou numa cidadezinha que ficava pouco mais de quinhentos metros de distância. O local era calmo, passava carro nas pistas, calçadas, casas, lojas e tudo o que uma pequena cidade do interior tinha. Ele correu para a sede do líder da cidade.

— Chefe Baromon, chefe Baromon! - Dentro da loja havia máscaras de Halloween. O líder mexia numa coisa embaixo da bancada.

— Pelos céus, Makuramon. O que houve? Por acaso os Numemons fizeram algo dessa vez?

— Não, senhor. Um forasteiro vindo do oceano apareceu na praia. Pelo que eu vi o barco que ele estava quebrou e ele se afogou.

— Como assim? - ele se levantou. A sua aparência parecia a de um líder espiritual, com roupa verde, manto vermelho e o rosto parecido com uma máscara oni oriental.

Makuramon revelou a localização do forasteiro para ele. Baromon pediu para que os demais moradores fossem avisados. Eles eram cerca de umas 600 pessoas — todos digimons.

 

Horas antes, durante o ataque de Zetsuno, o mar ficou revolto. Ondas enormes surgiram. O barco onde Dracmon e Darc'mon virou quando uma onda de vinte metros surgiu diante deles. Depois disso, ambos navegavam com apenas um pedaço de madeira. Conseguiram avistar um atol perto dali.

— E agora? Parece que não temos para onde ir.

— Fique calmo, Dracmon. Precisamos aguardar a chegada de um barco ou navio. Não vai demorar muito.

Eles ficaram esperando uma embarcação por horas a fio. Desde o fim da tarde quando tudo ocorreu até a madrugada. Ambos ficaram com fome, não teriam forças para voarem e procurarem às cegas por um navio ou ilha.

— Quero saber o que eu fiz para merecer isso.

— Você gosta do chefe, não é?

— Gosto.

— Não estou falando do jeito de gostar como se fosse respeito. Eu digo como se fosse... o amor. A paixão entre um homem e uma mulher.

Ela deu um cascudo nele.

— O que um pivete sabe sobre isso? Prefiro não opinar. Vocês homens só trazem sofrimento para nós mulheres. E o que raios de demora é essa? Nenhum barco passou até agora!

Os dois ficaram sem sorte.

 

Um tanto distante dali, alguém teve a sorte de encontrar um barco de pesca em alto mar. Foi Mikemon que conseguiu escapar do poderoso ataque de Zetsuno. Ele havia pulado no mar minutos antes sem que ninguém tivesse percebido. Nadou o mais rápido que pode até chegar num local seguro longe do golpe. Esperto, usou um pedaço de madeira que MarineDevimon havia arrancado momentos antes, usando como se fosse uma prancha de surfe.

O pescador era um Antylamon que mergulhara para pescar um peixe grande, porém, quando emergiu, deu de cara com o gato vilanesco saindo com o barco. O gatuno agradeceu e pediu licença para roubar. O coelho gigante não demonstrou nenhuma reação, apenas viu o gato partir.

— Esses malditos me pagam. Mas não posso morrer aqui de maneira nenhuma. Eu ainda me vingarei. Nya nya nya nya nya. O que? Que explosão foi essa?

— O que? - Antylamon viu uma onda gigante se aproximar e tratou logo de submergir.

Quem não teve a mesma sorte foi Mikemon que foi arrastado pela onda. Uma forte luz branca o impedia de ver exatamente o que era. Ele teve a certeza de que aquilo foi obra da humana. Seu barco foi arrastado por quilômetros.

Já na manhã seguinte, seu barco ficou à deriva. Deitado no convés, ele escutou sons de gaivotas e foi verificar. Era uma ilha.

— Não me parece Arquivo nem aquele lixo da Sentinela. Que tipo de ilha é essa?

Antylamon retirou uma caixinha branca e pegou uma bolinha de cor azul. Ele jogou na água, houve uma explosão com direito a fumaça branca e do objeto surgiu um outro barco parecido com uma chalupa. Assim que subiu na embarcação, viu dois digimons boiando na água.

— O que aconteceu naquela direção? Parece que algo explodiu ou coisa parecida. Vocês estão bem?

Arkadimon e Boogiemon foram os outros dois que sobreviveram da antiga tripulação Diablo. O resto morreu ou se perdeu com o ataque. O nome do barco: Marin Deva.

— Melhor levá-los para a minha cidade.

...

Ilha Desconhecida, Lado Oeste

A ilha em que Monodramon surgiu era até então desconhecida e bastante diferente. A praia era escura como se fosse feita de petróleo ou carvão, mas havia uma floresta de mangues ou manguezal na esquerda (para quem está olhando para o mar) e uma floresta de coqueiros à direita. Percebendo que o lugar mais atrativo seria uma floresta menos úmida, o pequeno dragão se arriscou a andar pelos coqueiros, grande engano. O ambiente era completamente selvagem e a cada passo que ele dava o ambiente ficava mais fechado.

— Ah, comida - olhou para alguns cocos sobre uma folha de bananeira. Babou e correu para comê-los. Depois que acordou na praia, seu estômago não parava de roncar por causa da fome. Quebrou o coco com os dentes ao dar uma mordida, bebeu a água e comeu a parte branca. - Melhor coco ever.

Assim que olhou para o seu lado, viu uma criatura mascarada o observar com mais um coco nas mãos. Depois de passar uns dez segundos em silêncio, a criatura gritou e saiu correndo em disparada.

— Espera! Eu não quis fazer por mal, mas é que eu estou com muita fome e sede.

Mesmo assim a criatura saiu correndo para dentro da floresta. O pequeno dragão foi ingênuo bastante para seguir o ser, mas num momento havia se perdido.

Além de Baromon, Makuramon e Pajiramon — uma ovelha centauro — foram até a praia e viram que não havia mais ninguém mais entre os pedaços de madeira. O líder da cidade fez a cara feia para o macaco e disse que não havia rastro de digimon ali.

— Não há nada por aqui. Será que era um digimon mesmo ou você está pregando uma peça para cima de nós, Makuramon.

— Verdade verdadeira. Eu juro que encontrei um digimon caído exatamente aqui. Acredite em mim, senhor. Por favor, por favor, por favorzado!!

— Tá bom! E você, Pajiramon? Tem algo a dizer?

— As pegadas estão logo aqui - apontou atrás de si.

— Ugh... devia ter falado antes, cabeça oca. - disse Baromon.

— Você não me perguntou.

Os três viram as pegadas do pequeno Monodramon irem para a área dos coqueiros. Eles logo se surpreenderam, porque aquela região era selvagem e uma tribo de digimons selvagens viviam por lá.

— Que burro. Dá zero pra ele. Mas chefe o que faremos agora que esse burro foi direto para a morte? Como que a gente fica?

— Calma, Makuramon. Muita calma nessa hora. Esse digimon seria a nossa oferenda ideal, porém ele preferiu ser devorado por aqueles animais. Eu sinto que hoje será um dia bastante agitado, com outros forasteiros a chegarem por aqui. Vamos.

O Monodramon se perdeu completamente da praia e do pequeno ser à sua frente. Ele caminhou até chegar numa ponte feita com tábuas e cordas. Ao lado havia alguns crânios, contudo ele não se importou com isso por dois motivos, primeiro que digimons morriam e viravam dados, e segundo que ele ainda era bastante simplório e não acreditava em algo ruim, apesar de ter passado sufoco no navio. Percebeu que, ao adentrar na floresta, subiu uns trinta metros do nível do mar, por isso que quando passou pela ponte havia um desfiladeiro bem em baixo.

— Uau. Que alto.

Foi quando ouviu um barulho como se fossem rochas caindo. Daquele ponto viu o cume de um vulcão pela primeira vez. Sempre via a montanha central de Arquivo, mas um vulcão soltando fumaça de enxofre nunca. Atravessou a ponte até chegar ao outro lado.

Existia uma aldeia de Sepikmons após aquela ponte. O pequeno Sepikmon avisou para os demais que um estranho invadiu a área. Eles entraram em suas ocas e se armaram com lanças e flechas. Alguns usavam um bumerangue típico daquela espécie de digimon. A linguagem deles era estranha, não falavam como a grande maioria dos digimons falantes. O dialeto era indígena. Enfim, a maioria saiu armada e deixaram os mais jovens na aldeia.

Sem saber do perigo que corria, Monodramon quis ver mais de perto aquela montanha que soltava fumaça do topo. Uma lança cravou numa árvore ao lado dele.

— O que? Que isso? Ah!

Os índios correram atrás dele. Mono teve que fugir o mais rápido que podia para não ser morto por uma horda de selvagens. Por mais que ele falasse que não queria problemas, os Sepikmons não ouviam e continuavam a persegui-lo. Daí ele chegou num local com uma escadaria, subiu e se deparou com a aldeia que ficava no alto de um morro.

— Com licença... - disse enquanto passava pelos Sepikmons menores.

Um índio deu um pulo bem alto e soltou o bumerangue na direção dele. Monodramon entrou numa oca para escapar do ataque. Viu uns Sepikmons cuidando de bebês como Chocomons e um Dorimon. Ele pediu licença e saiu pela porta dos fundos. Havia uma lavoura e um cercado. Entrou na área em que os bovinos ficavam.

— Que criaturas são essas?

— Uga-uga, ukugula? Uguga guga! - reclamou um dos índios para o que estava dentro da oca.

— Guguga, kula. - um outro apontou para o lado do cercado.

Cerca de dez correram naquela direção. Monodramon viu algumas vacas, bezerros e um touro. Ficou espantado, porque nunca havia visto esses animais antes. Pensou que seriam digimons e tentou falar com o touro. O bicho correu atrás dele para dar-lhe uma chifrada.

— Por que está me atacando? - correu o mais rápido que podia. O touro cansou de correr.

Os Sepikmons entraram no cercado, mas foram chifrados pelo touro.

Já na área do manguezal, lado leste da ilha, um digimon chamado Vajramon pescava caranguejo com outro quando viu um barco se aproximar da costa. O touro centauro colhia os animais e colocava-os dentro de grandes sacos. Enquanto isso, um cavalo apareceu na água. Ao subir, mostrou ser um cavalo bípede, roxo com uma crina branca e chifres vermelhos na testa. Usava um tipo de colete dourado no peito com um lenço vermelho no pescoço. Ele pescava com um grande e poderoso trompete feito de casco de algum animal marítimo Bao Bei.

— Hei, touro idiota. Tome - disse ele jogando um pequeno objeto.

— Cavalo inútil. O que é isso?

— Sei lá, mas brilha amarelo. E pra mim o que brilha amarelo é ouro.

— Indramon você viu aquele barco chegar agora a pouco?

Os dois saíram do mangue e foram ver de quem se tratava. Viram apenas um digimon descer. Ele era pequeno em comparação com Vajramon — que tinha 5 metros — e Indramon — que tinha 7 metros.

Mikemon respirou fundo, espreguiçou-se e sentiu aliviado de ter chegado em uma ilha. Não conhecia aquele lugar, mas se pretendia se virar como podia. No entanto, percebeu duas grandes sombras atrás de si.

— Que tipo de digimon é esse, cavalo imbecil?

— Não faço a mínima ideia, touro idiota.

Ele se virou e viu Vajramon e Indramon. Com um sorriso nervoso e com medo ele deu um bom dia para os dois.

 

Aldeia dos Sepikmons

Os indígenas fizeram um grito de guerra e foram atrás do impostor. Eles pularam de galho em galho e viram ele escondido num arbusto. Umas vinte flechas foram disparadas, obrigando Monodramon a correr mais ainda. Era uma loucura, pois os Sepikmons não queriam conversa de maneira nenhuma. Até que eles pararam de perseguir e voltaram.

— Hahahaha... fugiram com medo, foi? Não aguentaram ter que me enfrentar, né?

Na verdade ele estava no pé do vulcão, uma placa chamada montanha dos mortos. Nem mesmo os selvagens tinham coragem de se aproximarem daquele lugar. Monodramon olhou para trás e viu que a floresta acabava ali e apenas plantas rasteiras tomavam conta do ambiente. Sem perder muito subiu até chegar a uma parte em que não havia mais nenhuma planta. O solo era da mesma cor do da praia e algumas fumaças saiam de lá. Viu uma abertura e entrou.

— Que local escuro.

Era uma caverna. Pensou que aquele lugar seria mais seguro de se ficar até que uma ajuda chegasse. Percebeu pela primeira vez que o tempo formava nuvens de chuva. Eram nuvens cinza escuro. Logo uma chuva torrencial começará.

Alguém observava de dentro da caverna. Aproximou-se de Monodramon por trás com uma espada. O pequeno dragão se virou e deu um grito. Era Petermon.

— Droga. Logo você... - e caiu no chão.

— Você está bem?

Continua...

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Digimon Adventure 3.0: Luz Vs Trevas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.