Digimon Adventure 3.0: Luz Vs Trevas escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 83
A Vovó Aranha




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CAPÍTULO 130

Durante uma viagem ao continente Server, o navio S.S Net foi pego de surpresa por piratas hediondos que queriam as riquezas e o próprio navio. Eles causaram a morte do capitão Cockatrimon, assaltaram os cofres, fizeram os passageiros de reféns e até destruíram boa parte da embarcação. E no clímax da luta entre Diablomon contra Babamon uma visita inesperada surgiu para dar mais uma reviravolta no que seria uma simples viagem.

Foram cerca de 2 segundos. Tempo em que Petermon mudou os olhos para a proa e viu a presença de uma mulher humana. Aquilo deixou-o atordoado pois além de estar preocupado com os piratas e um monstro gigante, aquela mulher praticamente brotou do nada.

A mulher era humana. Com seus 1,50 de altura, sequer parecia uma ameaça. Branca como a neve, com cabelos acinzentados amarrados num penteado com um rabo-de-cavalo que lembrava oito patas de uma aranha e um diadema preto na parte da frente com botões vermelhos lembrando os olhos do aracnídeo. Em seu rosto havia um óculos escuro, redondo e pequeno que teimava descer da base do nariz e que ela sempre ajeitava. Vestia um vestido florido simples com um avental com dois bolsos em cada lado e que permitiam ela esconder as mãos.

— Olhem aquilo... um humano fêmea. Será que é um digiescolhido? - falou um passageiro.

— Não seja burro. Ela não parece ser um humano jovem. - respondeu outro.

Mas havia algo errado com aquela humana. Babamon sabia disso e por isso ficou com o rosto temeroso. Petermon olhou para o rosto dela e a viu se afastar como se estivesse com medo.

— Ela é a penas uma humana. Por que a senhora está assustada? - perguntou Petermon.

— Eu sinto a presença monstruosa daquele digimon sobre a gente. Quando eu me fiz de desentendida sobre os piratas, estava brincando. Consigo sentir outros digimons.

— Não brinca! Que técnica mais estranha - falou Petermon.

— Esse monstro sobre nós possui um poder incomparável. Eu sinto como se os dados dele fossem me engolir como uma avalanche. É muita pressão.

A humana olhou para Babamon, sorriu e ajeitou o óculos.

— Você tem razão. Ele é muito forte. É um digimon oriundo do lado obscuro deste planeta. Seres inferiores como vocês do lado claro não fazem a mínima ideia disso.

Ela havia escutado os sussuRros da Babamon.

Realmente era um monstro extremamente grande. Só para efeito de comparação, o navio possui cerca de 100 metros de comprimento, o inseto gigante tinha 300 metros. A humana explicou que o animal se chamava GranKuwagamon e que normalmente eles não eram daquele tamanho, mas que aquele especificamente ficou gigante por causa do treinamento que ela deu ao bicho.

Mesmo com a situação desfavorável, Diablomon não quis saber de conversa. Ele achou que a humana era apenas mais uma humana e disse que também a roubaria.

— Quanta petulância. Se eu fosse você não faria isso.

— Hum... e o que pretende fazer?

— Nada. Apenas não trouxe dinheiro comigo.

Todo mundo escorregou e caiu por causa da resposta óbvia dela.

— Vovó Zetsuno, a sua missão... - falou GranKuwagamon.

— Oh, eu me esqueci. Obrigada, querido. Estamos atrás de um objeto de grande importância e o sinal dele simplesmente apareceu neste local. Vou facilitar: pode ser um artefato histórico, uma joia, estatueta ou algo do tipo.

— Não sabemos de nada sobre isso. Mesmo que esse objeto esteja por aqui, acabamos de ser assaltados por aqueles piratas. Não sabe exatamente do que se trata? - falou Babamon.

— Aquele meu neto é um sem noção. Pediu-me ajuda, porém não me deu mais detalhes sobre isso. Já sei! Que tal vocês procurarem pelo objeto e eu fico aqui esperando enquanto isso? - todos negaram. - Como os digimons são teimosos.

Monodramon foi até Petermon e perguntou se o relógio dourado dele não poderia ser o objeto que a mulher procurava. Ele não soube responder direito porque não tinha a mínima ideia do que a humana queria. Pode ser o relógio, mas pode ser qualquer outra coisa naquele navio.

— Chega! Eu não vou ficar de brincadeira com uma humana fraca e acabada. Vou matá-la assim que eu matar a outra velha acabada da Babamon. - resmungou Diablomon.

— Nem os digimons me respeitam. Tenho apenas 112 anos de idade. Mas eu tenho um segredo para a minha juventude.

Diablo explodiu em raiva e usou o seu poder para atingir Zetsuno. O golpe foi certeiro nela e explodiu. Boa parte da proa foi destruída. Os digimons viram a fumaça se dissipar e a mulher desaparecer. Os piratas riram pensando que a mulher fora destruída, mas ninguém havia visto que ela parou bem atrás do demônio. Mikemon foi o primeiro a notar e depois o resto.

— Aquela mulher não pode ser humana. Já estudei sobre eles e o que eu sei é que não possuem poderes como nós. Mas aquela rapidez... ela fez de novo. - disse Petermon.

A vovó Zetsuno parou atrás de Diablomon e ficou apontando uma agulha de tricô para ele. Retirou o outro braço, o esquerdo, e verificou no seu aparelho o nível de força do digimon. A velhinha desdenhou da força de 94 mil da criatura e afirmou categoricamente que ele jamais a venceria.

— Só quero o objeto. Não precisamos chegar a esse ponto drástico. Sua última chance.

— Como se eu fosse dar ouvidos a um ser pequeno e fraco como você. Eu não dou ouvidos para um humano. Conquistarei o digimundo e me tornarei o rei deste planeta, e assim matarei todos os digiescolhidos. Morra, velha!

Um corte cirúrgico ou seria um risco. Monodramon sentiu uma brisa passar do seu lado esquerdo. Olhou para o chão e viu um risco se formar ali. Petermon não conseguiu ver nada, Diablomon ficou imóvel e a mulher não fez nenhum movimento.

— Isso está errado. Essa mulher convive com digimons perigosos. O que ela faz aqui num território onde é até raro ver digimons do nível perfeito? Bom, eu sou exceção, mas a grande maioria em Server não chega ao nível perfeito. E ela nos apresenta aquele monstro.

— Alguma coisa te preocupa, senhora Babamon? - perguntou Monodramon.

— Veja por si só, querido.

Diablomon ficou parado na frente de Zetsuno. Aquilo chamou a atenção dos demais membros da tripulação, mas o capitão não conseguia se mover. De repente algo acontece: Diablo se partia em dois verticalmente. Aquilo deixou todos chocados. Etemon e Monmon se abraçavam chorando, Monodramon e Petermon ficaram paralisados de medo enquanto Babamon se mantinha parada. Os piratas também ficaram chocados. O capitão piratas se partiu em dois, cada banda do seu corpo caiu para um lado. A vovó aranha lambeu os lábios.

— Conquistar o Digimundo com essa força? Eu avisei para ele não continuar - os pedaços de Diablomon viraram dados. - Não se preocupem, eu apenas cortei ele com a minha agulha de tricô. Aquele fracote jamais teria chance. Inclusive eu cortei o navio ao meio também.

Monodramon sentiu um forte tremor. O risco no chão foi revelando ser um corte que a mulher deu. Aquilo foi algo impressionante demais. Logo o navio se partiu em dois e muitos caíram no mar. O corte dela foi tão poderoso que cortou o oceano numa distância de uns dois quilômetros.

— Desculpem-me, mas vocês não me deram uma chance de encontrar o objeto. Agora a localização está inexata no transmissor. Não há como saber se ele realmente está no navio ou se afundou na água. Se estiver dentro de um corpo de uma criatura, uma baleia por exemplo, o localizador falha.

Muitos passageiros caíram no mar quando o navio foi partido em dois. As duas partes dele se afastaram. Monodramon se segurava num pedaço de madeira para não cair enquanto Babamon e Petermon ficaram do outro lado. Eles chamaram o pequeno dragão para que ele pulasse.

— Eu não sei se consigo.

— Eu te seguro - disse Babamon.

Ele deu um pulo, mas não conseguiu segurar na outra parte e escorregou.

— Pegue a minha mão. Vamos, rápido! - falou Petermon estendendo o braço.

— Não, você vai me soltar.

— Eu não vou te soltar. Pode não confiar em mim, mas não tem escolha. Você vai cair.

Ele permitiu que Petermon o segurasse como uma prova de confiança pela primeira vez. O Peter Pan puxou o Mono para ele e assim o salvando de cair no oceano. Babamon gostou do que viu e elogiou o loiro por ter salvo o dragão.

— Vovó, eles não vão falar - disse GranKuwagamon.

— Eu sei, querido. Entretanto, não sou como o Adrien. Gosto de dar uma chance para as pessoas. Vocês têm cerca de trinta minutos para trazerem tudo que é de valioso para cá. Aposto que mesmo com o navio partido dá para se movimentar. Então tragam os seus objetos para eu ver. - Zetsuno desapareceu da vista de todos.

A vovó aranha retornou para a sua casinha improvisada nas costas do GranKuwagamon. Ela ficou comendo biscoitinhos e tomando chá.

— O que faremos? Não sabemos o que ela quer - disse um digimon passageiro.

— Não acho que uma humana seja capaz de mais coisas...

— Deixa de se burro. Olha o que ela fez com aquele pirata e com o navio. Ela provavelmente não é humana.

Os digimons ali comearam a falar entre si. Babamon falou para Petermon e Monodramon que aquela mulher era sim humana. Os digimons emanavam uma força que faz parte dos seus dados, e Babamon conseguia sentir, como sentiu do inseto gigante. Mas aquela mulher tinha zero dados para sentir. Isso quer dizer que ela não era digimon.

— Mas como explica o poder dela? - perguntou Petermon.

— Não sei te explicar. Não faz o menor sentido. Os digiescolhidos precisam dos seus parceiros para lutarem, mas aquela mulher não precisa de um digimon. E aquele inseto gigante não se moveu desde que chegou.

O mistério ficou no ar. Como uma humana possuía poderes?

— Vinte e nove minutos - disse Zetsuno comendo o biscoito.

...

Durante as buscas pelo navio S.S Net, Darc'mon e Dracmon encontraram a ilha deserta Sentinela. Eles pararam com o barco e desceram na praia do outro lado em que o barco de Mikemon encalhou. Iniciaram uma busca na ilha toda, pois ela não era muito grande. Apenas alguns digimons crustáceos e insetos apareceram, porém nada para se preocupar. Depois que investigaram a ilha toda, eles se reencontraram do outro lado e viram o barco encalhado.

— Será que esse barco foi pego de surpresa pela tempestade? - perguntou o pequeno vampiro.

— Talvez sim, mas... - a mulher arriou a vela e descobriu a bandeira preta. - Essa embarcação é pirata, significa que alguém possivelmente saiu da ilha numa outra embarcação. Como o chefe disse, o navio foi atacado por piratas.

— Nosso chefe é muito inteligente.

— Vamos voltar para o barco, Dracmon. Ainda temos chances de alcançar aquele navio.

Os dois correram para o barco no outro lado da ilha.

...

Passaram-se vinte minutos e alguns digimons preferiram mergulhar no mar. Alguns conseguiam respirar dentro da água, mas a maioria não e continuou no navio. Mikemon notou que a mulher humana era muito poderosa e acabaria com todos quando os minutos acabarem. Percebendo que ninguém o via, deu um pulo e mergulhou no mar. Saiu nadando mais rápido que pode.

— Não vou morrer aqui neste lugar. Mikemon ainda tem muitas maldades para fazer. Nya nya nya!

Os outros integrantes piratas não viram a fuga do seu parceiro. Eles tentaram pegar o submarino, mas GranKuwagamon soltou um raio dos olhos que destruiu. Aquilo fez com que até mesmo os digimaus ficassem sem saída.

— Vinte e cinco minutos - disse Zetsuno enquanto guardava os utensílios num pequeno armário.

Os digimons buscaram as joias e objetos de valor, além dos objetos roubados pelos piratas. Quando Zetsuno, que levitava no ar, apareceu diante deles. Ela contou um minuto para acabar.

— Mostrem-me os objetos.

Eles mostraram os sacos cheios e derramaram no convés. Zetsuno mexeu no aparelho no seu pulso. Mas nenhum daqueles objetos eram o que ela estava procurando.

— Sinto muito. Nenhum me trouxe o que procuro. Está no horário da minha novela, por isso já não tenho mais tempo para ficar aqui. Entretanto, não posso deixar que ninguém aqui sobreviva já que me viram. Com certeza vocês relatarão o ocorrido para o tal do Gennai ou seja lá quem for.

Os digimons ficaram nervosos com a palavra dela. Todos ficaram em posição de ataque. Ninguém queria morrer ali. Zetsuno pediu para que GranKuwagamon se afastasse dali. O inseto pediu a ela que se controlasse ou explodiria o planeta digital. Essas palavras assombraram Monodramon que abraçou Babamon com medo.

Os guardas, liderados pelo Hawkmon, correram para atacá-la. Zetsuno retirou as mãos dos bolsos. Suas unhas eram afiadas e pretas como as de uma bruxa. Uma aura roxa surgiu em torno dela.

— Gravidade da Grande Mãe!

Todos os digimons pararam de se mover. Eles começaram a levitar como se não houvesse mais gravidade ali. Logo a Vovó Aranha voou e todos, incluindo o navio, ficaram girando ao redor dela como se fossem satélites orbitando um planeta.

— AHHHHH VAMOS MORRER!!

— ETEMON, FAÇA ALGUMA COISA!! - gritou Monmon agarrado na cauda dele.

Monodramon não teve forças para se segurar em Babamon e se perdeu dela. Todos ficaram girando até que pararam no ar. Os cabelos dela se mexeram como uma aranha de verdade e das "patas" surgiu uma bola de energia branca que logo foi para a mão dela.

— 100 mil, 200 mil, 500 mil - ela olhava no seu aparelho e media a força do seu próximo ataque. - 900 mil. Acho que um ataque nesse poder é o suficiente para acabar com todos e não destruir o Digimundo.

— Hei, o que ela vai fazer com aquela energia? - perguntou um digimon.

— Ah, ela vai nos matar!

Zetsuno jogou a bola de energia para o alto e invocou:

— Onda de Choque Shadow Grandma!

A bola cresceu e explodiu fazendo com que as centenas de digimons fossem jogados para vários lugares do oceano centenas de quilômetros dali. O navio foi desintegrado, o céu foi partido ao meio, ela conseguiu separar as águas do Oceano Net. Um vento fortíssimo causou tsunamis e terremotos por perto. O ataque foi tão forte que sacudiu uma parte do continente Server. A bola de energia foi tão forte e intensa que iluminou a metade do Digimundo e foi vista nos lugares mais distantes. Cerca de oito feixes de luz saíram da bola de energia, causando uma impressão de ser uma aranha de luz vista do espaço. Sim, o golpe de Zetsuno é igual a uma aranha de energia.

Depois que o golpe terminou, nada sobrou ali. Nenhum rastro. Apenas dúvidas e mais dúvidas. Ninguém escapou do ataque feroz da Vovó Aranha. Esse dia ficou conhecido como o incidente do Oceano Net e ninguém soube explicar direito o que houve. Para Gennai e outros foi um meteoro que caiu e causou estrago, mas não tiveram certeza.

E o Monodramon? Será que morreu?

E agora?

Fim do arco: As Crônicas do Digimundo Parte II


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