CAPÍTULO 128

O capitão Cockatrimon correu com os seus assistentes para a sua cabine a fim de pegar o pirata clandestino Mikemon. Ele deixou o local sendo vigiado por um marinheiro, mas o gato malvado golpeou o tal. Preocupado com o fato de seu dinheiro estar no cofre da cabine, o capitão saiu do seu disfarce humano e virou a galinha conhecida de sempre.

— Aquele maldito gatuno vai me pagar!

Mikemon roubou cerca de 100 mil do cofre do capitão e guardou numa sacola levando embora antes de ser pego. Antes ele avisou para o seu capitão pirata sobre a localização do navio S.S Net. Era uma questão de tempo para que os malvados invadirem o cruzeiro e arruinarem a viagem.

Assim que chegou, Cockatrimon quase infarta quando viu o cofre aberto. Berrou no microfone para que prendessem o gatuno. Os alto-falantes no navio transmitiram a mensagem do capitão.

Depois de pedir desculpas forçadas para Monodramon, Petermon decidiu se mudar de cabine. Não quis mais dividir espaço com ele, pois não queria ser humilhado pela velha Babamon outra vez. Durante a sua mudança, ouviu no alto-falante a mensagem do capitão acerca do roubo e sobre o clandestino. Os passageiros ficaram com medo de que algum malvado pudesse fazer algo de ruim com eles. Mas Petermon apenas ignorou e comprou uma cabine particular.

— Ah, que maravilha. Mais espaço. Não preciso mais dividir a cabine com aquele idiota. HEY, MEU RELÓGIO!!!

Ele saiu em disparada na tentativa de ir atrás de Mikemon e recuperar o seu tesouro.

Já na cabine antiga, Monodramon e Babamon continuaram parados. O pequeno dragão ficou triste por seu colega sair, apesar de achá-lo maldoso. A velha bruxa explicou para ele que não ficasse assim, ser bondoso demais era uma sentença de morte.

— Mas... ainda assim foi minha culpa de que Petermon foi roubado. Eu mostrei ao Mikemon a cama dele naquela hora. Preciso me reencontrar com ele e fazê-lo parar. - Ele saiu da cabine a fim de voltar a encontrar o seu ex-amigo.

...

Cerca de alguns quilômetros do navio, o submarino pirata emergiu. Os tripulantes eram digimons do tipo vírus como Devimon, Phantomon, Arkadimon adulto, Boogiemon, MarineDevimon, Evilmon e o capitão Diablomon.

— Homens, hoje começaremos o nosso destino. Vamos dominar o Digimundo. Começaremos por aquele navio e depois a Ilha Arquivo. Só pra começar - disse Diablomon sentado numa gande cadeira.

— Chefe, chefe, chefe... hei, chefe. Tá me ouvindo? - Evilmon subiu no ombro de Diablomon e ficou falando no pé do ouvido. - Tá me ouvindo, chefe.

— Fala logo, Evilmon. E sai de cima de mim.

— Sabe o que é, né? Já chegamos perto do navio, né? Olha ali, né?

De fato o submarino pirata estava a uns duzentos metros de distância do cruzeiro. Os piratas celebraram e estavam prestes a jogarem um torpedo na quilha do S.S Net. Mas Diablomon pediu para que MarineDevimon fizesse o trabalho inicial. O demônio das águas viajava fora do submarino, nadando nas águas do oceano.

Os guardas cercaram Mikemon na proa do navio. Ele ficou sem muita opção a não ser ameaçar jogar a sacola de dinheiro no mar caso atirassem.

— Mikemon, o que está fazendo? Por que roubou o relógio do Petermon e me incriminou de roubo? Pensei que fôssemos amigos.

— Ahahahaha! Amigos? Até parece. Eu apenas te usei, camarada. Eu sou amigo dos meus companheiros piratas Diablo.

— Devolve o meu relógio ou eu te mato! - gritou Petermon.

Tanto Petermon quanto Monodramon se olharam e depois viraram os rostos. Eles ainda não se aturavam mesmo com o mal-entendido sendo solucionado há pouco.

Mesmo com todos o pressionando, Mikemon gargalhou e se manteve calmo. Um tremor causou espanto em todos ali, mas ainda acreditaram ser algo irrelevante. Um segundo tremor foi capaz de balançar o cruzeiro e isso assustou de verdade a todos. Tentáculos surgiram na proa e logo MarineDevimon apareceu repentinamente diante de todos.

— Fujam! - gritaram os guardas.

Todos no convés, incluindo os passageiros, correram apavorados para dentro do navio. Mikemon olhou para cima e agradeceu a ajuda do seu parceiro.

— HE... HE... HE... LEGAL - falou MarineDevimon.

Monodramon parou para ver o tamanho daquele digimon, mas Petermon o puxou pelo braço. O pequeno dragão se soltou e falou que não gostava de ser puxado por alguém mau. O loiro xingou-o e saiu correndo.

— Esse cara não queria o relógio? Então não era um tesouro.

Petermon deu meia volta e xingou Monodramon por lembrá-lo do seu relógio. Agora era obrigado a ficar perto daquele monstro pois Mikemon estava lá.

O navio S.S Net foi tomado pelos piratas. Devimon e Boogiemon invadiram a popa, Arkadimon e Phantomon ficaram na parte central do convés onde ficava a área da piscina e Diablomon com Evilmon surgiram na proa.

— Invadam, saqueiem e se possível matem quem incomodar! - ordenou o capitão pirata.

Os digimaus entraram em cada cabine e aterrorizavam os passageiros. Logo um grande tumulto tomou conta, e o capitão decidiu lutar pelo seu navio. Os marinheiros e guardas também decidiram lutar.

— Energia das Trevas! - disseram Devimon e Boogiemon soltando duas bolas negras contra os guardas.

Phantomon cortava boa parte da área da piscina. O chão ao redor ficou cheio de cortes e Arkadimon causou destruição. Diablomon foi surpreendido pelo capitão Cockatrimon que foi até a proa para lutar contra o vilão.

— Com o que direito você invade o meu navio?

— Com o direito que vou roubar todo ele para mim. Qualquer um que se meter no meu caminho, destruirei.

A aparência de Diablomon era sinistra. Ele era alto, magro, com os braços e pernas finos. Mas de todos os piratas, ele era o mais temido por ser o mais forte e o mais cruel. Na sua companhia estavam MarineDevimon e Mikemon.

— Eu não preciso mover uma palha para acabar com um bando de fracassados. O gigante aqui faz isso por mim. MarineDevimon, faça!

O monstro marinho bateu a sua mão sobre boa parte da proa, destruindo um pouco o navio. Mordeu o casco até arrancou um bom pedaço de madeira e metal que cobriam. Aquilo deixou os guardas perplexos.

— Que droga. Como vou recuperar o meu tesouro agora que apareceram mais deles? - perguntou Petermon. Ele viu Monodramon parado com a boca aberta. - Que foi?

— Aquele cara... ele é desnutrido. Olha só para o corpo fino dele.

— Ai como é burro. Esse é o Diablomon, mas ele é assim magro mesmo. Você viveu quanto tempo recluso naquela ilha?

Enquanto isso, Babamon acordou da soneca com um estrondo. Ainda sonolenta saiu da cabine e viu digimons correrem com medo de algo que ela não sabia ainda. Saiu para ver o que era e deu de cara com o Evilmon destruindo as lojas do shopping.

Um incêndio deu início numa loja de roupas causado por esse Evilmon. Ele mexia com os digimons que passavam correndo e assaltava colocando o dinheiro dentro de uma grande sacola.

— Eu sou demais, né? Gosto de roubar, né? Agora vou para outra lojar acabar com tudo, né? - ele esbarrou na velha. - Sai do meio, velha coroca. Estou muito ocupado, né?

— Tu me chamou de que, bicho? Ta aí que eu mato que me chama de velha coroca. Eu sou mais nova do que a princesa da Inglaterra. Sou praticamente uma adolescente.

— ADOLESCENTE DE ONDE, VELHA DO DIABO!!! A GRAVIDADE TE CONDENOU COM ESSAS PELANCAS CAÍDAS, NÉ!!! - gritou Evilmon.

Ele não teve paciência com ela e cuspiu o seu poder pela boca.

— Com quem você pensa que está se metendo?

Ela encheu Evilmon de soco que deixou o rosto dele completamente inchado e cheio de galos. A mulher era forte pois era um digimon na fase extrema ou mega. Pegou aquele Evilmon pelo pescoço e perguntou onde estavam os outros piratas. O pequeno demônio, chorando, apontou. Babamon saiu carregando Evilmon pelo pescoço.

Do lado de fora, os guardas se uniram contra os piratas. Monodramon e Petermon apareceram por trás deles.

— Hei, Mikemon, devolve o relógio do Petermon!

— Não preciso de um merdinha como você para me ajudar! Cala a boca! Se devolver o meu relógio eu te dou todo o dinheiro... do Monodramon.

— Ugh trapaceiro!

— Nya Nya Nya Nya Nya! Como vocês são engraçados. Se odeiam mas são dois idiotas ao mesmo tempo. Eu consegui muito dinheiro nesta sacola e já não preciso mais deste objeto inútil. Marine, abre a boca.

— HÃ? ASSIM? AH...

— Perfeito.

Mikemon olhou para cima e jogou o relógio na direção da boca de MarineDevimon. Este engoliu o objeto. Petermon e Monodramon ficaram com o queixo no chão e olhos esbugalhados.

— Nya Nya Nya. Agora quero ver como vão recuperá-lo. Se quiserem ser devorados por ele fiquem à vontade. Nya Nya Nya Nya.

— Acabou a brincadeira, Mikemon. Está na hora de tomar todo o tesouro deste navio. Saiam da frente, seus vermes. Canhão da Catástrofe!

A esfera verde em seu peito brilhou e dela saiu um raio de energia que atingiu todos que estavam ali. O poder devastou boa parte da proa, destruindo o convés. As cabines superiores foram destruídas e possivelmente alguns digimons morreram.

DIGIMON: DIABLOMON

ATRIBUTO: VÍRUS

NÍVEL: PERFEITO

TIPO: DESCONHECIDO

FAMÍLIA: DARK AREA

NPD: 94.200

Monodramon saiu dos escombros de madeira e viu o navio balançar pela força de MarineDevimon.

— Não vou deixar que destruam o meu navio. Eu... eu tive tanto trabalho para conseguir ele. Tanto trabalho para conseguir a licença de piloto... MALDITOS! EU NÃO VOU PERDOÁ-LOS!!

— Não vai nos perdoar? Até parece que queremos o seu perdão, galinha. Seu lugar é numa forno sendo servido no Natal. - provocou Diablomon.

Uma explosão surgiu de dentro do navio. Boogiemon caiu perto do seu capitão. Da fumaça apareceu Etemon que estalava os dedos. Monmon ficou atrás dele chorando de medo. O Boogiemon explicou que o macaco roqueiro era muito forte para ele pois estava na fase perfeita.

— Não tem problema. Eles não vão vencer a tripulação Diablo se estivermos unidos. Eu preciso de dinheiro para comprar algo muito importante no lado escuro do Digimundo. Ficarei dez vezes mais fortes, derrotarei os digiescolhidos e dominarei todo o Digimundo. Eu, Diablomon, serei o próximo rei do mundo.

Cockatrimon ficou furioso com Diablomon e atacou-o com suas penas cortantes. mas foi com apenas um ataque com a esfera verde que foi o suficiente para atingir o capitão e matá-lo quase que imediatamente. Cockatrimon caiu sem vida perto de Monodramon.

— Ele... morreu? - indagou Mono.

— Como são cruéis - disse Petermon.

O pássaro virou dados. Aquilo deixou até mesmo Etemon abismado.

— O CAPITÃO... FOI MORTO!!! - gritaram os guardas.

A cena de morte deixou Monodramon paralisado. Quando vivia com Leomon, foi ensinado que os digiescolhidos haviam derrotado todo o mal do Digimundo e que por isso mesmo os digimons com índole má não se atreviam a assassinar outros digimons. Um bom exemplo era o seu pai Ogremon. Mas vendo Cockatrimon morrer bem na sua frente fez com que ele perdesse o apreço pelo trabalho dos digiescolhidos.

...

Uma criatura gigante voava pelos céus do Digimundo e o seu destino era o navio S.S Net. Não se sabia exatamente que criatura era nem o que fará quando chegar, mas seu bater de asas era idêntico com a de um grande inseto voador.

— Minha nossa. Há quanto tempo não voltava para este lugar. Mas aquele meu neto é um descuidado. Acha que os anciãos ficarão de braços cruzados.

Nas costas da criatura havia uma casinha em formado de coração. Dentro da casa havia dois cômodos como sala e cozinha, tudo rosa. A pessoa que falava era uma mulher desconhecida, que acabava de tirar do forno alguns biscoitinhos. Quem é ela e o que quer?

Continua...