Digimon Adventure 3.0: Luz Vs Trevas escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 43
A Armadilha de KingChessmon


Notas iniciais do capítulo

Para quem sentiu falta de Ray e de Márcia, este capítulo compensa. Boa leitura.



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CAPÍTULO 043

Muitas horas se passaram e Ray continuava dormindo um sono profundo e inquietante. Inquietante pois ele sonhava com coisas do passado como o acidente de carro dos seus pais e a responsabilidade de criar seu único irmão. Além de sonhar com o passado familiar, ele sonhava com o que era na época de ShadowLord. Um verdadeiro sonho sem nenhum sentido. Ele começou a suar muito, suou tanto que molhou sua camisa com o suor — não que ele sua muito ou tem muitos pelos, não. É que o pesadelo foi tão intenso que fez com que ele suasse como se estivesse com febre. Ray se mexia, remexia, contorcia, ia para lá e para cá na cama.

— Eu... p-precis... salvar... os meus... pais — ele delirava.

Márcia fez muitas coisas antes de fazer o chá de Ray. Ela ainda foi pra fora colher alguns frutos, olhar a paisagem, dormir um pouco, sair de novo, ter o saco enchido novamente pelo Numemon que queria pedi-la em casamento, depois foi se deitar, dormiu, se acordou, preparou algo com os frutos e começou a fazer o chá. Isso quer dizer que já era quase noite, tardinha, por volta das 17 horas mais ou menos.

Ao terminar de fazer o chá com as ervas que serviam para recuperar osso fraturado, ela deixou esfriar na chaleira até ficar morno. Depois pegou um copo de porcelana branca e colocou o chá no copo e levou para Ray beber. Ela entrou e o viu dormindo, mas mesmo assim o tentava acordar para beber o conteúdo no copo. Ela o olhou de perto e viu que ele ficava inocente dormindo, parecia mais uma criança apesar de ser bem mais velho que um adolescente — Ray tem 27 anos.

— Moço. Moço acorde, por favor — ela tentava acordá-lo de seu sono pesado. Ela cutucava o ombro dele para despertá-lo mais depressa — Acorde agora.

— Não... Aiko por... fav... não... NÃO! — Ele acordou repentinamente, assustando Márcia que derramou o chá sobre o tronco dele sujando sua camisa branca. O homem sem entender muita coisa ficou sentado e encostou-se na cabeceira da cama sentindo seu tórax e abdome levemente quente devido ao líquido morno. Ele não se queimou porque o chá estava um morno frio. — Ai ai que é isso? O que houve? — ele olhou ao seu lado e viu a mulher pegando uma flanela na cozinha.

— Ai meu Deus, deixa que eu te limpo, que sujeira. Sua camisa ficou amarela — ela começou a passar a flanela sobre a camisa dele olhando para o tórax e abdome definidos dele que aparecia sob a camisa molhada. Ela ficou corada com aquela situação. Ray também corou só olhando para ela o limpando.

— Não, espera — Ray falou isso na tentativa de baixar a sua camisa, pois agora Márcia levantou a camisa do homem para limpar seu abdome. Ele a viu passando aquele pano amarelo sobre seu corpo e logo ficou vermelho de vergonha. Percebeu também que ela ficava corada com aquilo. Ray ficou mais corado ainda de vergonha, se isso é possível, ao sentir o cheiro de Márcia. Um cheiro de hidratante de flores, adocicado, com odor de morango ou algo assim que saia da pele da moça.

— Pronto, garotão. Que sujeira você fez, mas tem mais chá ali. Ei sem me intrometer muito na sua vida, mas já me intrometendo. Queria saber o seu nome — mas Ray ficou calado — Está bem. Não quer dizer então a partir de hoje te chamarei de Kyo.

— Ei, que Kyo é esse? — perguntou na dúvida.

— Kyo Kusanagi. Sabia que você tem a cara e o corpo dele? Deve levar uma vida bastante saudável pra ter um corpo assim, sarado — disse ela se levantando e indo na direção da cozinha.

— Obrigado. Você também não é de se jogar fora... digo, você é muito bonita. Agora me diz por que me acha parecido com o Kyo do The King of Fighters?

— Porque você é a cara dele. Olha, se colocasse uma jaqueta e calça de couro e um lenço na cabeça e soltasse fogo pela mão, você seria o cosplay perfeito dele. Eu juro. Você não é só parecido, você é idêntico.

— Como sabe dessas coisas, tipo sobre o Kyo? Você é uma viciada em jogos eletrônicos? — Ray perguntou com um sorriso no rosto.

— É porque meu filho é louco por esses jogos de luta. Nunca apoiei mais também não proibi — Márcia fazia algo na cozinha que Ray não sabia o que era.

— Quem é seu filho? — ele já havia matado a charada. Ele sabia já que ela era uma das mães sequestradas dos digiescolhidos. Só não sabia que ela era a mãe de Paulo.

— Por que eu te diria? Você não quer dizer seu nome, portanto não direi quem é meu filho — tome, garotão. Ela entrou no quarto trazendo dois pratos de porcelana com um tipo de salada em ambos os pratos. — Tome, é salada de frutas. Eu fiz com algumas frutas que colhi na floresta, acho que são boas.

— Está com a cara ótima. Ainda bem que não pegou frutas venenosas, porque senão era o nosso fim. Calma, não fique espantada, eu sei muito bem sobre as frutas do digimundo. Fique tranquila, não morrerei espumando pela boca hahahaha.

— Não brinque com isso. Agora tome essa colher — ela deu a colher para ele e ficou com uma outra. Ambos saborearam o prato feito por ela.

— Nossa. Está maravilhoso isso aqui.

— Viu, Kyo. Agora sabe do que sou capaz.

E ficaram comendo a salada de fruta.

...

NUMA ILHA DISTANTE

Weiz pousou a sua aeronave no pátio externo do presídio de segurança máxima. Recebeu uma mensagem do seu cliente japonês, que disse a respeito das batalhas dos digiescolhidos em Odaíba. Chamado pelo homem de Daregon, Weiz prometeu que vigiaria melhor o tal Lucemon de que tanto o homem misterioso queria.

— Prometo que farei o possível para investigar sobre isso, senhor.

Depois de mandar a mensagem, saiu do veículo e entrou no presídio a fim de visitar alguém que foi muito importante para ele no passado. O corredor úmido e escuro levou-o para uma cela afastada das outras. O local em que o prisioneiro se encontrava era escuro e sujo.

— Como você está? Aprendeu a lição ou ainda quer passar a eternidade trancafiado aqui?

Mas a criatura não respondia nada a ele. Uma sombra no canto da cela observava  homem observando-a. Sabia quem era, mas decidiu não se manifestar.

— Parece que não quer falar comigo. Eu entendo. Se eu fosse você também me odiaria. Que tipo de digiescolhido deixaria o seu próprio parceiro digimon preso perpetuamente? Hehehe. Mas eu já disse que não nasci para isso. A minha missão nesta vida é outra. Eu vim de tão longe, tão longe que você não compreenderia.

A criatura continuou inerte.

— Sabe de uma coisa? Sabe quem retornou para me atormentar? O meu irmão. Ele voltou a ser Beelzebumon em poucos dias. Nesse tempo recobrou a memória de quem realmente é. Mas ainda tenho dúvidas se ele me reconhecerá caso ficássemos frente a frente. Agora ele se fortaleceu e está lutando com os novos digiescolhidos para derrotar digimons maus que surgiram recentemente. Mas se serve de consolo, nenhum digiescolhido descobriu sobre os meus planos, porque ainda não fui apresentado a eles. Talvez num futuro próximo. O que acha? Não vai falar nada, criatura?

O homem desistiu de ficar ali conversando com o seu digimon, portanto resolveu sair. Quando Weiz estava muitos passos longe da cela, a criatura falou.

— Em breve... você me verá a solta e causando o terror e o ódio. Beelzebumon não é o único digimon que já foi humano, Blizzard Daregon.

— Mas que papo furado é esse? Você já foi humano também? — retornou para tentar uma resposta, contudo o digimon misterioso voltou a se calar.

Em vão. Weiz não conseguiu extrair outra palavra da criatura. Saiu dali antes que se descontrolasse.

...

Paulo e os demais conseguiram, finalmente, sair daquele deserto escaldante e entrar numa estrada de terra batida, mas pelo menos tinha algumas árvores e alguns arbustos semi-secos. O trajeto era doloroso, pois, além de ser terra, tinha várias pedras pelo caminho, mas não era pedrinhas não, eram pedras de tamanho médio. Algumas pedras era do tamanho de um tijolo. Com certeza eles sofriam com esse caminho pedregoso.

Jin era o único que ficou mais atrás em relação aos outros cinco. Ele e seu Mushroomon andavam mais devagar pelo fato do nerd mexer no seu tablet.

— Jin, vamos mais rápido, senão nos perderemos dos outros.

— Peraí, Mushroomon. Estou tentando fazer um negócio aqui. Se quiser ir na frente é só correr até eles.

— Não, Jin. Ficarei com você.

Enquanto isso nos outros da frente...

— A sensação de lutar daquele jeito foi boa. Aliás foi maravilhoso chegar na minha forma explosiva e voar com minhas asas — disse Impmon enquanto caminhava.

— Puxa, não vejo a hora de chegar a minha fase extrema também — disse a Palmon.

— Eu já cheguei na fase extrema. Como gasto muita energia, mal consigo me transformar em solo seco. Conseguiria melhor se estivesse água — disse Betamon.

— Acho que todos nós conseguiremos chegar a fase extrema. É só uma questão de tempo — disse Hagurumon.

— E você, Lucemon? Quando vai digivolver?

— Impmon, não sei. Eu estou na forma humana, sou um menino comum. Não conseguiria digivolver como humano — respondeu.

— Lucemon, você é besta. Ao invés de ficar como digimon mesmo, que é melhor, pois se surgir alguma ameaça contra a Lúcia você já estaria preparado para defendê-la — disse Palmon.

— Eu não. Eu sou um menino. Aliás eu vou ficar mais perto da Lúcia que ela pode precisar de mim — disse o loiro.

— Algum portal foi visto? — perguntou Paulo.

— Nada até agora. Estou tão cansada em andar nesse caminho sem fim — disse a Mia.

De repente surge uma bifurcação no caminho. Uma passagem para a direita e outra para a esquerda. Eles ficaram perdidos sem saber em qual dos caminhos tomar.

Um pouco longe dali, KingChessmon observava tudo por meio de um telescópio em seu castelo. O objeto foi colocado na janela do lorde das trevas justamente para o mesmo ver a movimentação fora dos muros da sua cidade.

— Hihihihi eles estão perdidinhos com aquele caminho. Tenho que atlaí-los pala cá o quanto antes — KingChessmon pegou seu cetro e com ele fez um truque.

As crianças ainda estavam em dúvidas quando, de repente, surge uma placa do nada apontando para o caminho da direita.

— "Por aqui clianças". Clianças? Quem fez isso deve ser analfabeto né porque colocou um L em vez de um R — disse Rose.

— Bom, pelo menos é a única orientação que temos no momento — falou Ruan já indo pela direita.

— Bom, então vamos por esse caminho mesmo — disse Paulo.

Assim todos os digiescolhidos foram pelo lado direito. KingChessmon observava tudo do telescópio e vibrava com a ingenuidade das crianças em cair num truque tão barato.

— Fufufufufu eles são patinhos mesmo. Agola pleciso que eles venham pala cá hehe. Já sei, a minha cidade é invisível a olho nu, mas se eu a fizer apalecer... quem sabe eles não vem correndo pla cá — ele usou um truque com seu cetro e fez aparecer a cidade diante das crianças.

— Olhem aquilo. Aquela cidade surgiu do nada — disse Ruan.

— Ah! Que cidade linda — disse Rose ao ver uma cidade toda colorida à sua frente.

— Parece a cidade de Monzaemon, mas muito maior — disse Mia.

— Será que podemos entrar, maninho? Parece ser muito legal — dizia Lúcia sempre insistente.

— Bom, vamos entrar então — disse Paulo.

— Vamos correr, pessoal! — Rose resolver correr na frente seguida de sua Palmon.

— Espera, Rose — Mia correu atrás e todos os outros também, menos Jin que ficou pra trás.

— Droga. Espere pessoal. Esperem por mim — ele guardou seu tablet na sua mochila e correu junto de seu digimon. No caminho ele levou uma topada em uma pedra e caiu. — Ai Ai ai droga! O meu pé.

— Jin, o que foi? Você está bem?

— Não, Mushroomon. Acho que torci o meu pé. Ai, tá doendo muito — ele se levantou com certa dificuldade e começou a andar com uma perna só — droga agora perdemos eles. Não, o portão da cidade fechou. O dia parece ótimo pra mim.

As outras crianças entraram na cidade antes que o portão da mesma fechasse. Jin, como estava mais pra trás e torceu o pé, ficou de fora.

Os outros digiescolhidos ficaram maravilhados com o que viram na cidade. Existiam muitos digimons do tipo boneco na iluminada cidade. As casas eram coloridas, muito coloridas. O chão era da cor do arco-íris. Uma feira se encontrava na rua principal da cidade, um tipo de avenida de tão larga que era. A feira era para brincadeiras, gincanas, etc. Existiam muitas barracas com algodão-doce, hot dog e outras coisas. No final dessa rua existia uma montanha-russa.

— Maninho, eu quero um algodão-doce, vai Paulinho, vai — Lúcia insistia.

— Lúcia, eu não tenho dinheiro pra isso.

— Eu tenho aqui ainda. Tomara que aceitem — disse Rose.

— Desculpa, mas só podem digimons do tipo boneco — disse Pumpkinmon.

— Como assim? Como do tipo boneco? — perguntou Rose.

— Apenas digimons do tipo boneco podem brincar, comer algodão-doce e aproveitar tudo que tem nessa feira. Agora saiam que estão espantando a minha clientela — disse o digimon.

— Como é que é? Escuta aqui, nós viemos de longe. Eu não saio daqui enquanto não comprar um algodão-doce — disse Rose. Ela ficou discutindo com o vendedor.

KingChessmon observava tudo de longe. Ele e seu general ExTyrannomon se divertíam com o fato dos digiescolhidos não poderem aproveitar nada da feira.

— Hehehe agola eu vou agir. Eles falão parte das minhas peças de xadlez. Fufufufufu — ele saiu em disparada até os digiescolhidos.

Rose ficou furiosa com o que Pumpkinmon lhe disse e já queria partir pra briga. Os meninos a seguraram para que ela não cometesse nenhuma loucura. De repente surge KingChessmon diante deles.

— KINGCHESSMON!!! — bradaram em uníssono.

— Olá, pestinhas. Ainda bem que vielam pala minha cidade. Agola estou com vontade de tlansformá-los em bonecos pala a minha coleção fufuufufufu.

— Não vamos deixar. O derrotaremos do mesmo jeito que aconteceu com o outro mestre — disse Paulo.

— Ai que burrice hehe burrice faz mal pla saúde. Enfim, é impossível vocês digievoluílem aqui na minha cidade. Só podelíam digivolver pala um digimon do tipo boneco. Acabou, digiescolhidos fufufufu.

— Não fale besteiras. Vamos derrotá-lo — disse Paulo.

— Tudo bem. Podem tentar fufufufu, eu ficalei espelando sentado aqui no chão, tenho todo o tempo do mundo.

— Vamos lá Impmon, Megadigivolva.

— Impmon megadigivolve para... Beelzebumon(fail) falhou.

— Essa revista de mulher pelada é muito intelessante né, Pumpkinmon?

— Sim, mestre KingChessmon — eles liam uma revista enquanto esperavam.

— Mas o que houve, Impmon?

— Não sei, Paulo, eu acho que perdi muita energia na luta contra o KingEtemon — respondeu.

— Então superdigivolva.

— Impmon superdigivolve para... aff não deu.

— Essa pedla você joga e depois pula nos númelos assim... — KingChessmon ensinava amarelinha ao outro digimon.

— Não esquenta, o seu digimon deve estar cansado. Deixe conosco. Hagurumon, por favor, detenha o inimigo — disse Ruan.

— Hagurumon digivolve para... Guardromon(fail). Ruan, não deu certo.

KingChessmon deitou-se no chão pra tirar uma soneca.

Mia e Rose tiveram o mesmo resultado. Nenhum digimon conseguiu evoluir. Paulo resolveu lutar mesmo assim.

— Impmon vamos lutar mesmo assim — disse Paulo.

— Noite de Fogo — o golpe nem fez efeito contra o inimigo.

— Vocês esquecelam que estou na fase extlema? Pirralhos. Agola é minha vez — KingChessmon apontou seu cetro na direção de Impmon e o transformou em boneco. Depois apontou em todas as crianças e seus digimon e todos viraram bonecos. — Fufufufufu viu, Pumpkinmon? Eles são burros mesmo. Agola vou jogar com esses bonecos um pouco de xadlez — e saiu em disparada para o seu castelo que ficava no meio da cidade.

...

O céu do digimundo ficou escuro e a noite foi tomada. Márcia saiu do esconderijo e sentou-se a margem do rio. O mesmo rio que Ray lutou contra KingEtemon. Ela pegava algumas pedrinhas e jogava na água. Ela pensava em seus filhos e se estavam bem. Mas logo tranquilizou ao relembrar que eles tinham os digimons que os protegiam. A mulher ficou olhando para o céu até que percebe uma pessoa sentando ao seu lado, era Ray.

— O digimundo é lindo mesmo. Ainda existem coisas aqui que não compreendo mesmo depois de anos estudando sobre aqui — disse o homem.

— É mesmo. Sempre o meu filho dizia que o digimundo era um lugar muito bonito, atraente. Pensei que fosse igual ao país das maravilhas de Alice, mas é bem mais estranho. Gostei daqui, só não sei como voltar ao meu mundo — disse ela.

— Você sabe pescar? Tipo, estamos numa lagoa e aqui existem peixes... — ele não parava de sentir o cheiro delicado que Márcia soltava. O mesmo cheiro de hidratante. Aquele cheiro o agradava muito.

— Não, Kyo. Será que pode me ensinar?

— Volto daqui a pouco — Ray foi pegar uma vara de pescar que estava jogada no esconderijo e voltou. — Eu não vou conseguir com esse braço imobilizado. Você pode tentar.

— Eu não sei nem pegar numa vara, quanto mais saber pescar — apesar da relutância ela aceitou. Ray ficou logo atrás dela ajudando-a.— Nossa, assim é fácil. Mas acho que não pegaremos nem girino, quanto mais um peixe... Aiai caramba tem algo puxando.

— Viu, sua boba, aqui é lotado de peixe. Aqui tem abundância — ambos puxaram a vara e retiraram um peixe mediano. — Olha só até que você leva jeito para coisa.

— Nossa, esse é o meu primeiro peixe que peguei. Agora você já deve ser especialista nisso, não é? — ela virou o rosto para trás e ficou bem perto do rosto de Ray. Cada qual sentia a respiração do outro de tão próximos que estavam. — É... melhor eu levar o peixe pra preparar para nós.

— Acho uma boa ideia — eles se levantaram e voltaram ao esconderijo.

Ambos estavam nervosos e um pouco envergonhados pelo quase vexame. É claro que eles não teriam nada, não se conheciam. Daqui a pouco eles tomariam rumos diferentes e se esqueceriam, ou não.

— Kyo, você é bom mesmo. Parabens.

— Meu nome não é Kyo. Eu me chamo Raymond. Ray para os mais íntimos.

— Raymond? Nome de príncipe. Príncipe Raymond. Parabéns além de lindo tem um nome invejável. O meu é Márcia.

— Márcia? Parece que é algo relacionado a marte. A Márciana hahahahaha.

— Para, Raymond, deixa de ser infantil! Nunca ninguém brincou com o meu nome. Agora vai, que eu preparo esse peixe aqui — disse a mulher.

Ray a olhou enquanto ela procurava coisas no armário. Ele nunca imaginou que outra mulher poderia ser mais linda do que a Lilithmon. O cheiro que ela exalava de hidratante de morango o deixava louco. Os cabelos da mulher, longos, soltos, perfumados por natureza o deixava excitado, sim excitado.

Márcia preparou o peixe e ambos comeram no sofá, sentados. Ray ficou admirado por ela ter preparado um peixe tão gostoso. A mulher tinha um dom de cozinhar, apesar de não gostar.

— Parabéns a você. Só pode ser chef de cozinha pra fazer um peixe assado tão gostoso — disse ele.

— Não. Sabe que nem gosto de cozinhar. É por isso que tenho empregada. Mesmo não gostando eu tenho uma mão boa pra cozinha. Minha avó era cozinheira de mão cheia e meu pai é dono de restaurante no Rio de Janeiro.

— Então é algo hereditário. Você tem um dom incrível — Márcia se levantou, mas Ray logo a segurou pelo braço — Obrigado por estar fazendo isso pra mim. Sei que não mereço pelo que fiz no passado, mas saiba que estou me redimindo.

— Não esquenta com isso, garotão — ela o beijou no rosto, deixando-o corado. Claro que foi um beijo inocente, de AMIZADE.

— Er... eu vou para o meu quarto — ele foi quase correndo de tão envergonhado que estava.

...

Jin acabava de entrar na cidade dos bonecos. Depois de vários minutos fora, os portões se abriram para ele. A primeira coisa que ele quis fazer foi procurar os demais, mas não os encontrou. Mushroomon logo se encantou com o lugar, com a feira, com as brincadeiras, com tudo. Começou a pedir as coisas sem mais se importar com os demais.

— Peraí Mush, nós precisamos encontrar os nossos amigos.

— Mas eu quero, Jin. Eu quero um algodão doce.

— Ah não. Vamos perder tempo...

— Mas eu quero. Você não gosta mais de mim?

— É claro que gosto. Mas nós viemos procurar os outros... Está bem, eu compro.

— Oba Jin, eu sabia que ainda gostava de mim.

— Ei, quanto custa um algodão desse...

— Infelizmente você nem o seu digimon podem comprar aqui e em nenhum canto porque vocês não são digimons do tipo boneco e somente digimons do tipo boneco podem aproveitar da feira. Já falei isso mais de mil vezes, mas parece que esses visitantes são retardados e não escutam — disse Pumpkinmon bastante ignorante.

Mushroomon saiu deprimido e arrasado. Ele queria brincar, nunca fez isso na vida e era a sua chance de faze-lo. Jin o seguiu e tentava consolá-lo.

— Calma Mush, calma. Sei que foi duro, mas eu avisei que não daria certo.

— Jin, eu tenho um forte desejo de brincar, me divertir. Eu sinto isso dentro de mim. Eu quero brincar, eu quero brincar.

— Fica calmo. Mas não dá, será que não entende?

— Eu quero brincar, eu quero brincar. Estou sentindo um forte desejo de brincar aqui — o cogumelo começou a brilhar para o espanto de Jin. Logo o digivice e o brasão do japonês também brilharam. — Eu... eu sinto.

— Puxa vida o que está acontecendo com o Mushroomon? Por que está brilhando?

Uma nova megadigievolução acontece!

— Mushroomon megadigivolve para... PINOCCHIMON!

Jin não acreditava no que acabara de presenciar. Seu digimon megadigivolveu para a forma extrema, para Pinocchimon.

Continua...


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Notas finais do capítulo

O que acontecerá com os digiescolhidos? Surgiu Pinocchimon, será que ele vai ajudar? Será que Márcia e Ray formam um belo par? Comentem o capítulo, por favor, para me deixar feliz^^