CAPÍTULO 015

QUARTEL GENERAL DO EXÉRCITO NEGRO

— Grande General, eu vim trazer uma notícia interessante — disse um Phantomon que na verdade era o mensageiro.

— Diga Phantomon — disse o 2º general que nesse momento estava sozinho.

— Os digiescolhidos chegaram ao continente, senhor. Eles estão na cidade das docas como o senhor previra.

— Que maravilhoso! Agora que a 1ª general foi no encalço deles hehe, eles não terão escapatória.

— Se-senhor, ela fez isso?

— Sim, ela não vai atacá-los de imediato. Ela vai enganá-los hehe. O que eu mais gosto nela é a capacidade de enganar os outros. Uma demônia que pode voltar à sua forma anterior hahahaa

CIDADE DAS DOCAS

— Então foi bom viajar com vocês digiescolhidos, mas eu preciso seguir meu rumo. Depois voltarei para a ilha Arquivo — disse Leomon.

— Leomon tem certeza que já vai? — perguntou Kari

— É verdade, eu preciso ir. Estou travando uma luta contra o exército negro há muito tempo e não terminei. Eu desejo uma boa sorte pra vocês, crianças — então as crianças abraçaram Leomon, depois de se despedir ele partiu para fora da cidade.

A cidade das docas era uma pequena cidade portuária, onde a maioria dos moradores eram digimons anfíbios ou de terra. As casas eram de madeira, a cidade possuía um bar, um pequeno restaurante e uma pousada para hospedar visitantes.

— Nossa, ainda bem que aqui tem lugar pra ficarmos, precisamos ficar fortes para a longa viagem que teremos — disse Jin.

— É, agora se o Impmon não tivesse comido tudo de uma só vez, não estaríamos com fome — reclamou Mushroomon.

— O que é? O que disse de mim aí hein Mushroomon? — Impmon como sempre não levando desaforo.

— Você comeu tudo o que tínhamos no navio. Tudo. Você é um guloso.

— Repete isso vai, só mais uma vez — quando Impmon começou a ficar bravo ele materializa um tipo de fogo vermelho da mão.

— Parem, por favor. Não queremos brigas aqui — interrompeu Ruan.

Assim eles entraram na pousada. O estabelecimento era grande, mas muito inferior ao Spa que eles haviam ficado. O dono era um RedVegiemon que ficava na recepção. Os quartos eram apenas dois cômodos, quarto e banheiro, e ficavam no segundo andar. Uma escada levava diretamente para os quartos.

— Bem-vindos à minha pousada, a melhor da região hehe — mentiroso.

— Você chama de o melhor? — perguntou Rose enquanto enojava do lugar. Ela que morava num palácio, agora tem que se submeter a viver num lugar com as parede cheias de reboco e com infiltração.

— Bom, crianças, pelo menos foi o que achamos no momento — disse T.K. — Senhor RedVegiemon quanto custa cada quarto?

— Cada quarto custa 20 dólares americanos. Por dia

— Vinte dólares! Puxa eu tenho aqui na minha carteira ienes. Não tenho dólares — lamentou o loiro.

— Pois eu tenho — respondeu Mia com a maior satisfação — Sou americana, lembram-se? Trouxe aqui comigo 80 dólares. Dá pra alugar quatro quartos.

— Mia a nossa salvadora — disse Betamon.

Assim eles foram para os quartos, mas dividiram. Kari, Rose, Mia e Betamon ficaram juntos, para o desespero de Kari que ficou com trauma das perguntas de Rose. T.K, Daisuke, Patamon e Veemon dividiram o outro quarto. Ruan ficou apenas com Guardromon, este pra passar da entrada do quarto foi um sacrifício. Jin, Mushroomon, Palmon e Tailmon dividiram o quarto. E por fim Paulo ficou com seu Impmon sozinhos no ultimo. Por que eles tiveram esse privilégio de ficarem sós? Lembrem-se que Foi Mia que pagou...

— Acalme-se, Rose. Sabemos que o lugar não é lá essas coisas, mas não é motivo pra desespero — disse Mia tentando acalmá-la.

— Calma não, eu não tenho calma não. Meu Deus do céu, pra onde fui parar? Que fim de mundo é esse? Eu quero voltar para o meu palácio, meus empregados, meus pais...

— Tenha calma, garota. No começo é sempre assim, mas depois acostuma. Você me lembra a Mimi — Kari tentou acalmá-la mas fez foi piorar as coisas

— Quer que eu fique calma? Quer saber como eu posso ficar calma?

— Diga menina, vamos.

— Pois lá vai, eu quero fazer uma pergunta pra você, mas terá que me responder SIM ou NÃO.

" Ai meu Deus lá vem ela com essas perguntas, tadinha da Kari" — pensou Mia.

— Você namora o Takeru sim ou não?

— É.. olha é o seguinte... — Kari ficou sem palavras na hora — Olha só eu não posso te falar isso não, você é muito assanhadinha para uma menina com 11 anos. Para com isso, Rose.

— Com onze, mas farei doze em poucos dias. Gaguejou minha filha, humm. Quando a mulher gagueja assim é porque tem viu.

— Que engraçado, Rose, você quer se meter na vida dos outros, mas não fala da sua. A sua vida é interessante? — Mia deu uma disparada deixando a riquinha sem palavra.

" Mia como sempre se metendo na conversa dos outros. Me aguardem, eu descobrirei esse romance mais cedo ou mais tarde, nem que pra isso eu vá até o Japão e junte esses dois" — Pensou Rose maleficamente.

Enquanto isso na recepção, RedVegiemon recebia dinheiro de um digimon. Ambos conversavam sobre os digiescolhidos.

— Duzentos dólares?!

— E posso te dar mais se cumprir o prometido — disse um digimon com a aparência de um gato preto. — Antes eu farei meu teatro com eles.

— Sim, mestra. hehehe

T.K tomava banho enquanto Patamon o esperava. Daisuke e Veemon saíram e foram explorar a cidade melhor. Diferente de T.K, Daisuke era um tanto relaxado com a aparência.

— Vamos logo T.K, eu quero ir para o banheiro, mais rápido por favor — implorou Patamon muito apertado.

— Desculpa pela demora, Patamon. Já vou sair — o rapaz se vestira dentro do banheiro mesmo, mas ainda com os cabelos pingando de molhados. Realmente T.K se tornou um homem maduro com apenas vinte e um anos. — Pronto já terminei, pode ir.

— Valeu mesmo — disse o digimon enquanto voava para o banheiro.

T.K abotoou os últimos botões de sua camisa e foi até a janela tentando se enxugar com o vento. O rapaz ficou pensante. Ficou assim por alguns instantes, tirou uma fotografia do bolso da calça e olhou. Era ele e Kari aos dezesseis anos ainda na escola. Ele tocou com seus dedos o rosto da garota na foto e ficou pensando.

" Ah Kari, se você soubesse o que eu sinto por você"

— Em qual das mãos está a moeda? — perguntou Jin aos digimons que estavam com ele.

— Está no da esquerda — disse Tailmon

— Direita! — responderam Palmon e Mushroomon juntos.

— A vencedora foi a Tailmon.

— Por que só ela que ganha? Eu quero ganhar também...

— Ah Mushroomon, um dia você chega lá — encorajou a gatinha.

De repente Tailmon viu uma sombra passar por baixo da porta, andando no corredor. Ela abriu a porta e foi atrás, mas não viu nada.

Ruan não quis nem saber se havia digimau por perto ou não, dormiu. Guardromon sempre o vigiava, ele era um guarda-costas para o garoto.

Paulo tomara um banho e esperava Impmon terminar o seu. Eles iam explorar a cidade, com Daisuke e Veemon. O garoto segurava o lenço vermelho do digimon nas mãos enquanto este tomava banho.

— Vamos logo Impmon eu to ansioso para ver a cidade.

— Pronto terminei, me dá meu lenço. Eu sei amarrar melhor que você.

— É claro. Ele te pertenceu a vida toda.

— Você tem dinheiro aí? É porque eu queria comer algo, to morrendo de fome — a barriga do digimon com aquela cara amarela sorridente começou a roncar — Preciso de comida.

— Mas já! Você comeu o equivalente a três pratos cheios lá no navio!

— Eu não tenho culpa se sinto fome direto, você fala isso, mas não tem esse problema. Pimenta no olho do outro é colírio né?

— Deixa de besteira, vamos lá.

As meninas se arrumavam pra sair também, acreditem o lugar era tão sujo que ninguém queria passar um minuto lá. Daí alguém começa a bater na porta. Kari atendeu e viu uma grande surpresa. Era uma Tailmon diferente da sua, era uma BlackTailmon.

— Olá tudo bem? Eu queria saber se vocês são os digiescolhidos.

— Sim somos — Kari respondeu ainda imóvel — você é parecida com a  Tailmon.

— Eu sou a BlackTailmon.

— BlackTailmon do que você precisa? De ajuda? — perguntou Mia também admirada pela aparência da gata.

— Vocês precisam deter um terrível monstro que está para aparecer aqui

— Monstro? — perguntou Kari

Daisuke e Veemon andavam perto do mar, nas docas mesmo. De repente a terra começava a tremer, a água do mar a borbulhar e uma imensa sombra aparecia na água. Daí se levanta um grande monstro, enorme mesmo. Horroroso, era um Raremon gigante.

— Mas que coisa é essa?! — exclamou o homem.

— Daisuke!

Continua...