POV Leona

Depois do abraço com Jacob e o olhar furioso de Bella fui para casa pensando em tudo o que está acontecendo. Eu não sei o que está acontecendo comigo, eu nunca fiz tanto para ajudar alguém. Os Nardus sempre tem esse instinto de ajudar a todos, essa é uma das leis que regem as nossas vidas. Porém com Jacob é diferente sinto que ele precisa disso, muito mais que outros que eu já tenha ajudado. A necessidade de ajudá-lo é tão grande que é como se tivesse alguém me mandando fazer isso por ele. Algo me liga a ele, algo grande. Não sei o que é e isso me frustra algumas vezes. Eu não entendendo, nunca senti isso antes. Eu só sei que preciso ajudá-lo. E algo me diz que ainda terei fortes emoções em relação ao Jacob.

Assim que cheguei em casa, Sophia correu para mim e começou a contar tudo o que fez com Sue durante as minhas aulas.

- Então eu fui para La Push, hoje com a tia Sue – nós estávamos conversando na cozinha, Sue arrumava algumas coisas enquanto esperava o Seth. – Foi muito legal, nós fomos na casa da Emily e... – mas parou de falar me olhando fundo nos olhos, sabia que ela iria pedir alguma coisa. Era sempre assim quando queria alguma coisa.

- E o que? – a incentivei

- Ela convidou a gente para ir almoçar na casa dela amanhã, nós podemos? – falou ansiosa. Ela sabia que eu não gostava muito que ela fosse para reserva. Não que eu tivesse algo contra a eles, mas aquele lugar é poderoso demais. Ao pisar ali, eu senti isso, acho que é por esse motivo que o desenvolvimento dela estava acontecendo tão rápido, alguma coisa naquele lugar está fazendo isso. Acelerando ainda mais as coisas. Como se tudo não já não fosse o suficiente, ainda tenho que cuidar desse pequeno problema. Sophia já tem tanto pouco tempo não quero acelerar as coisas e que ela perca algum tipo de vivência comum. Suspirei, mas acho que Sue entendeu errado.

- Não há problemas Lena – Sue começou a falar devido a minha demora em responder – Na reserva todos são muito hospitaleiros e nada acontecerá. Sophia já esteve outras vezes comigo e Seth, ela sabe como é.

- Não Sue o problema não é esse... – não podia falar o real motivo – Nós não iremos incomodar? – apesar dos pesares, também estava com vontade de ir, mas não queria impor minha presença, não quero ser um problema a ninguém. Soso já é de casa para eles, mas eu só fui até lá uma única vez, há muito tempo.

- Imagina menina. Nós vamos fazer um grande almoço, bastante comida, você vai gostar muito.

- Tudo bem. Se é assim nós vamos. –Sophia saiu pulando em comemoração - Mas vou levar alguma coisa.- falei me virando para Sue.

- Não precisa vai ter bastante comida.

- Não, eu faço questão Sue. - não queria chegar de mãos vazias - Pode ser um doce?

- Tudo bem, se é assim pode levar, mas saiba que não precisa. – assenti concordando. Antes que eu falasse mais alguma coisa a campainha tocou. Sophia saiu correndo até a porta, gritando que era o Seth, então fui abrir.

- Oi Seth. –falei, apesar dele não me dar a mínima atenção, já que toda ela era direcionada a Sophia

- Oi Leona– depois de um século ele respondeu segurando Soso no colo. Olhei para trás na esperança que fosse Jacob com ele, mas não, era o Quil. Ele estava encostado no carro perdido em pensamentos, sei lá parecia estar sofrendo. Algo me fez querer ajudá-lo, sua tristeza era quase palpável.

- O que aconteceu com o Quil? – perguntei ao Seth que estava conversando com Sophia, mas ele nem me deu atenção e quem respondeu foi Sue.

- A Claire, você conheceu ela naquele dia que foi buscar Soso na casa da Emily – assenti recordando – Então ela está doente, acho que pneumonia e os remédios parecem não estar fazendo efeito. Por isso ele está assim.

- Mas vocês não tem nenhum remédio Quileute para isso? – afinal eles eram uma tribo

- Até temos, mas ela é alérgica a planta que usamos. - Sue suspirou - Se ela continuar assim a mãe dela vai levar ela para Tacoma. – falou pesarosa. Precisava ajudar aquela menininha, ela é uma fofura e devia estar sofrendo. – Quil está sofrendo muito por isso, ele é muito apegado a ela – senti Sue hesitar um pouco em suas palavras, mas não me liguei muito a isso, o mais importante no momento é ajudar a Claire. Em um estalo tive uma ideia.

- Quil! – o chamei, já que ainda estava com a porta aberta. Logo ele veio.

- Oi Leona tudo bem?

- Tudo. Eu fiquei sabendo que a Claire está doente – imediatamente ao mencioná-la ele fez uma cara de dor. – Soube que ela está com pneumonia. Então eu gostaria de ajudá-la, posso? – seu rosto se iluminou em esperança. E vi Seth e Sue me encarando

- Sim ela está. Se puder ajudar. Faço tudo o que for possível para ela melhorar.

- Ok. Espere aqui. – fui na parte de trás da casa, onde estava a minha estufa. Meu pai era um grande médico e acreditava bastante na cura das doenças através das plantas. Antes de morrer ele me ensinou muitas coisas, algumas das quais eu estava aprendendo mais profundamente ao ler seus diários. Apesar de não ficarmos tão doentes como um humano “normal”, ainda sim temos nossas deficiências e muitas das vezes não temos um remédio certo, por isso recorremos as plantas. Afinal somos muito ligados a natureza.

Voltei para sala, Seth brincava com Sophia no tapete, e Sue e Quil cochichavam alguma coisa.

- Pronto. – falei entregando um papel com algumas folhas dentro.

- O que é isso? – ele perguntou

- São algumas folhas de plantas do meu país, que peguei da minha estufa. Meu pai era médico e acreditava na cura de algumas doenças através das plantas e com isso me ensinou algumas coisas. Você tem que fazer exatamente da forma que eu te disser, está bem? – ele assentiu concordando - Você vai pegar uma panela cheia d’água e colocar no fogo, quando ela tiver fervendo você joga as folhas dentro, desliga o fogo e abafa. Espera alguns minutos e depois...

- Dá pra Claire beber? – falou ansioso

- Não, isso não é para beber – vi a confusão em seu rosto – Você vai pegar e colocar a Claire no quarto, trancar tudo e colocar ela com roupas leves lá dentro. Com a água ainda quente você coloca a panela no chão dentro do quarto e deixa agir.

- Mas eu não posso deixar ela agasalhada? Ela pode ficar com frio ou piorar, Claire está realmente mal não quero que ela piore. - era visível sua dor em relação a menina.

- Confie em mim Quil, você vai sentir o quão forte essas ervas são só pelo cheiro delas. Continuando... Algum tempo depois ela vai começar a sentir calor e a colocar catarro para fora, por isso tenha algum recipiente perto. Não tira ela do quarto até ela sentir que não tem mais nada para sair, quando ela falar que já está bem você dá um banho morno nela e volta com ela para o quarto, que não pode ser aberto e deixa ela dormir lá, com a as ervas ainda dentro do quarto. Quando a panela esfriar totalmente você joga tudo fora. Siga as minhas instruções e vai dar tudo certo.

- Vou fazer então, mas isso vai dar certo mesmo?

- Vai, amanhã quando eu for lá, com certeza vou a ver pulando para um lado e para o outro.

- Vocês vão amanhã à reserva? – Seth perguntou muito animado.

- Elas vão Seth, mas agora nós temos que ir.

Despedimo-nos deles que logo se foram. Eu e Sophia ainda conversamos um pouco, antes de ela me dar a ideia de qual doce faria para levar amanhã. Óbvio que tive que fazer seu favorito, brigadeirão. Tive que fazer um gigante, dez vezes mais de ingrediente, isso tudo considerando o tamanho daqueles garotos e o quando eu já os vir comer. Quase não coube na geladeira quando fui guardar.

Com tudo pronto para amanhã resolvemos ir dormir, algo me diz que amanhã será um dia de fortes emoções.