Dizer que tudo parecia igual e ao mesmo tempo diferente era estranho, mas era assim que eu me sentia. Parecia que eu havia dormido muito, no entanto me encontrava no mesmo lugar que Leona havia me deixado. Não era para eu não lembrar de nada? Pelo menos foi o que ela me disse. Porém, aqui estava eu, sentado na poltrona desconfortável do hospital ainda com meus irmãos e os sanguessugas, esperando notícias de Leona. O que diferenciava a cena era a tensão causada por dois caras imensos que nos barravam de chegar até Leona, Sophia e Seth.

— Senhores vocês tem que me deixar passar, ainda tenho pacientes para atender.

— Sinto muito senhor Cullen, mas por ordem de nossa senhora não devemos deixar que passem. – os Cullen bufaram, mas por alguma razão não avançaram, talvez por medo. Até mesmo eu por ser lobo estava com medo desses caras. Quem eram eles? Eu estava a cada minuto mais confuso.

Seth apareceu de repente com Sophia nos braços e todos avançaram para falar com ele, porém novamente fomos barrados por aqueles caras. No mesmo momento a tensão dobrou pelo pequeno cômodo que foi totalmente quebrado por uma risadinha. Todos olharam para o lugar de onde vinha o som, era Sophia.

— Tudo bem rapazes, os lobos podem passar. – todos entre olharam-se, a voz e a pronuncia correta de Sophia assustando a todos – Não me olhem assim, ainda sou a mesma Sophia de antes, só mais intelectualmente desenvolvida. – Os grandalhõs ainda estavam no mesmo lugar e pareciam que a qualquer momento iriam e realmente conseguiriam nos matar. – Hugo, Dastan, parem de assusta-los! – sua voz soou imperiosa e cheia de comando.

— Sim princesa Sophia. – ambos disseram ao mesmo tempo, enquanto faziam uma reverencia. Foi assustador e ao mesmo tempo impressionante ver essa cena.

—Então podem perguntar e responderei o que for possível. – Sophia disse enquanto ainda estava no colo de Seth. Superando primeiro a surpresa Sam foi primeiro a perguntar.

— O que aconteceu de fato Sophia? O que vocês são e por que estamos sendo barrados?

— Sam, ao certo eu não sei te dizer o que aconteceu. Minha última lembrança é de estar nos braços do Seth correndo dos vampiros e depois tudo fica escuro, não consigo lembrar de nada. – sua expressão era totalmente confusa

— O sanguessuga arremessou nós dois contra uma árvore, eu tentei te proteger, mas não consegui e você bateu a cabeça devido ao impacto. –disse extremamente triste.

— Seth, por favor, não fica assim não foi sua culpa. Eu teria nos pego de qualquer maneira e se você não tivesse me protegido eu estaria morta.

— Mas...

— Mas nada, esquece isso – ela mandou nele. Jesus! Ainda é difícil de processar essa nova Sophia, ainda vou levar um tempo para me acostumar.  – Então Sam, respondendo as suas perguntas. Como a minha irm..., quer dizer mãe, ainda vou levar um tempo para mudar. – ela disse sorrindo. – Como minha mãe falou nós somos Naardas, ela ainda vai sentar e conversar com vocês sobre todos os detalhes.

— Por que eles te chamaram de princesa? – minha curiosidade não pode ser contida, eu precisava saber.

— Porque, pelo jeito, agora eu sou uma. – ela riu – Minha família é uma espécie de realeza e nós somos os mandantes. Na nossa cultura ainda é exercida a monarquia, o que poucos sabem, e que descobri a pouco tempo, é que a pessoa de mais alto poder no nosso mundo é a Rainha, ou seja, uma mulher. O que quero dizer meus queridos que minha mãe é a nova Rainha, a primeira mulher nascida diretamente depois de séculos de espera.

— Espera ai, você está dizendo, que a Leona é uma espécie de Rainha do seu povo? – Bella perguntou quase gritando.

— Uma espécie não querida, eu sou a nova Rainha. – a voz de Leona adentrou o espaço. Olhamos em sua direção e atrás dela vinha a senhorinha que trouxe os brutamontes.

— Majestade! – os dois caras ajoelharam ao mesmo tempo em que falavam. O assustador não foi ver esses caras se curvarem perante ela, acredite se quiser. O assustador foi ver o Dr. Cullen fazer o mesmo gesto. Esse mundo está cada vez mais louco.

— Levante-se. E por favor não me chamem assim. Já vi que vou odiar isso tudo.

— Temos que nos acostumar, baixinha. Mesmo sendo seus primos você não pode nos tratar diferente na frente de outros. – Primos? Tem mais deles? Era só o que me faltava, já não gostava antes, agora então.  E eles têm que abraçar ela tão apertado? Cheio de intimidade? Uma intimidade que eu não tenho, mas que ninguém pode ter também. Meu Deus, não estou sendo racional nenhum um pouco. Merda!

— Eu sei, mas...

— Leona, seus primos estão certos. Agora você é a Rainha e deve se comportar como, lembre-se disso. – leona revirou os olhos.

— Vovó eles que começaram.

— Estou vendo que ainda vai dar muita merda, essa garota no trono. – um dos caras brincou, acho que o tal de Dastan disse isso. Só escutamos o som  do tapão que Leona deu nele. Bem feito! -  AI LEONA! ISSO DOÍ.

— Isso é pra você aprender a me respeitar. – falou apontando o dedo na cara dele, mesmo sendo muito mais baixa que ele. A aura de poder e comando exalava dela, essa era uma Leona bem diferente, mesmo aparentando brincadeira. Assustador! – Então... cadê os outros idiotas.

— Seus outros primos estão monitorando a cidade, aparentemente, uma vampira está rondando pela cidade. Estão agora na sua casa arrumando um plano de caça. – a avó de Leona disse.

— Esperai ai! – a gazela do Edward pulo chegando perto delas. Todo o ar de brincadeira desapareceu da sala. E os dois brutamontes ficaram em posição de defesa perante as mulheres e Seth, que ainda estava com Sophia no colo.

— Afaste-se frio. – o tal Hugo disse – Edward na mesma hora se afastou, mas mesmo assim continuou a falar.

— Esperem! Vocês disseram que uma vampira está rondando a cidade.

— Sim frio, foi o que eu disse – a avó de Leona afirmou

— Essa vampira por uma acaso seria ruiva?

— Sim, ela é ruiva – Hugo afirmou. E na mesma hora Edward rosnou.

— Victória! Ela é minha, vocês ouviram? Minha! Não precisamos da ajuda de vocês para pegá-la.

— Você tem certeza disso frio? – Leona perguntou em um tom muito estranho.

— Edward não faça isso – Dr. Cullen suplicou ao filho, o que foi muito estranho. – Por favor você não sabe o que está pedindo.

— Carlisle fique de fora disso.

— Isso Carlisle, fique de fora. Isso é o que você quer Edward – ele assentiu -  Então assim será, vocês não terão ajuda deles sobre este assunto.  – isso foi um decreto? Sim foi um. Foi estranho e assustador, pois soou muito como um comando alfa, só que parecia bem mais permanente.

— Merda! – todos olharam assustados para Carlisle, pois nunca havíamos o visto dessa maneira, transtornado. Que merda está acontecendo aqui?

— O que acabou de acontecer? – Esme perguntou com a voz assustada.

— Quando algum ser recusa a ajuda dos Nardus, perante seu rei, no caso rainha, ela pode aceitar esse pedido como uma afronta e decretar que seu povo não interfira em nada. E isso não pode ser mudado, nunca mais. – Leona deu uma risadinha.

— Carlisle, acho que você tem que ensinar muito para seus filhos ainda. Vamos embora agora, estou muito cansada. – ela aproximou-se de Seth e Sophia e a pegou no colo.

Por um momento a sala mudou de atmosfera e ternura preencheu os olhares. A cena era linda de se ver. Mãe e filha se abraçando pela primeira vez consciente de suas posições uma na vida da outra. O abraço era tão forte e tão cheio de amor. Era a cena mais linda que eu já tinha visto.

— Agora... – Leona disse quando elas se afastaram um pouco – Vou levar a minha filha para casa.  – lágrimas rolavam pelos olhos de ambas. Vamos.

Antes que ela pudesse ir eu a parei.

— Nós precisamos conversar.

— Sim, nós precisamos, mas não agora.

— Eu sei que você quer ir para casa com sua filha, mas por favor, nós precisamos conversar. Agora! – eu não poderia deixar que ela se fosse antes que respondesse algumas perguntas sobre essa confusão toda. Sentir ela vacilar e reforcei. – Por favor!

— Tudo bem. Responderei algumas das suas dúvidas. Pode perguntar.

— Não. Aqui não! Eu quero falar com você a sós.

— Jake...

— Por favor Leona. Você nos deve isso. – seu olhar caiu um pouco e tristeza passou por seus olhos.

— Você está certo. – ela passou Sophia para o colo de Dastan. –  Eu volto logo, podem saindo. Vamos Jake. – ela encaminhou-se para o quarto dela. Ao chegar no quarto ela ficou de costas para mim enquanto eu fechava a porta.