Porto Seguro - 1ª Temporada escrita por Allie Próvier


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

CAPÍTULO NATALINO, MENINAS! ~haha
Leiam as Notas Finais, please!



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Last Christmas – Taylor Swift

Eu corria pela cozinha em cima dos meus saltos, terminando de fazer os últimos pratos da ceia. Era dia 24, véspera de Natal, e eu estava afoita!

Nessie, Alice e Rose estavam na sala, rindo e ouvindo músicas de Natal, enquanto eu terminava de cozinhar. Sorri ao ouvir Alice e Nessie cantarolando Last Christmas, seguido de suas risadas. Logo Rose veio até a cozinha agarrada em sua taça de vinho. Ela sorria à toa.

– O cheiro está bom! O peru já está pronto? – ela perguntou, se encostando na bancada.

– Está quase pronto! Estou apenas deixando dourar mais um pouco! – falei.

– Tem certeza de que não quer ajuda? – Rose perguntou pela décima segunda vez naquele dia.

Apenas ri, enquanto tirava os dois panetones que havia comprado das caixas e os arrumava sobre bandejas enfeitadas. Rose se sentou na cadeira alta da bancada e ficou me observando.

Em certo momento, quando terminei de preparar tudo (só faltava esperar o peru ficar pronto), eu parei e a olhei. Rose sorriu levemente para mim, mas vi que tinha algo errado... Novamente.

– Rose... O que foi? – perguntei, pegando em sua mão.

Minha amiga suspirou, balançando a cabeça.

– A mesma coisa de sempre, não se preocupe.

– É para eu me preocupar sim! Não faça essa cara, por favor.

– É meio impossível, Bell. Eu sempre lembro, sabe? Todo Natal... – ela disse, suspirando.

Senti um aperto em meu coração ao vê-la daquela maneira. Aí vocês me perguntam: não era para Rose passar o Natal com a família dela?

Ela até passaria... Se tivesse uma. Rose perdeu sua mãe quando tinha apenas 8 anos de idade, e passou a ser criada por seu pai. Mas ele era alcóolatra, e maltratava Rosalie. Quando ela fez 18 anos, saiu de casa e nunca mais voltou. Hoje Rose tem 25 anos, dois anos mais velha do que eu, e é formada em Arquitetura. Apenas quando alcançou a maior idade ela descobriu que sua mãe havia aberto uma poupança para guardar dinheiro para a faculdade de Rose. Por isso ela não pensou duas vezes antes de sair de casa. Há dois anos ela descobriu que seu pai havia morrido devido à bebida, mas ela nunca procurou saber dele e ele nunca foi atrás dela. Por isso em todo Natal ela fica cabisbaixa... Ela lembra de quando a mãe dela era viva e a enchia de mimos nessa data, enquanto seu pai passava a noite fora e não dava a mínima para as duas.

Suspirei, enquanto Rose bebia seu vinho com o olhar perdido na parede. Logo ela pareceu despertar e sorriu para mim, ficando de pé.

– Nada de tristeza, vai! Deixa esse peru dourando e vamos para a sala cantar! – ela disse, pegando minha mão e me arrastando até a sala.

Ri de Rose e vi Alice e Nessie sentadas no tapete da sala, ao lado da árvore de natal. Só então percebi que todas nós estávamos vestindo vermelho.

Sou muito lesada mesmo!

– Nunca vi tanto vermelho na minha vida! – falei, fazendo as meninas rirem.

– Vermelho é a cor do Natal, Bell! – Nessie disse, pulando à minha frente.

Sorri e a peguei no colo, enchendo seu rostinho de beijos. Ouvimos a campainha ser tocada e Rose foi cantarolando até a porta para atender. Antes de abrir a porta olhou pelo olho-mágico e virou-se para nós rapidamente, com os olhos arregalados.

– O que foi? Quem é? – Alice perguntou curiosa.

Rose olhou para mim e sorriu abertamente. Passou a mão pelo vestido, arrumou o cabelo e abriu a porta.

Quem será que... NÃO. NÃO, NÃO, NÃO, NÃO, NÃO, NÃO!

– FELIZ NATAL, FAMÍLIA! – Emmett gritou, já entrando no apartamento.

Virei-me de costas para a porta, enquanto Nessie pulava do meu colo para correr até eles.

Sim, eles. Não era somente Emmett que havia vindo fazer uma visita.

EDWARD! – Nessie gritou, se jogando nos braços do príncipe.

– Que Natal abençoado! – Alice disse, rindo da minha cara.

Bufei, sentindo vontade de me jogar no chão.

POR QUE VOCÊ FAZ ISSO, MUNDO? É SÉRIO, POR QUE VOCÊ FAZ ISSO COMIGO? CARAMBA, EU FUI UMA BOA MENINA! SEMPRE FUI! QUE VONTADE DE SAIR XINGANDO TODO MUNDO E TODOS E...

– FELIZ NATAL, BELLA! – Emmett gritou, me pegando no colo e me rodando pela sala.

Quase passei mal com o susto. Retribuí ao seu abraço e, quando ele me colocou de volta no chão, voltei a respirar. Logo ele foi cumprimentar Alice e eu vi Nessie puxando Edward pela mão até mim.

Inferno. Eu vou matar esse homem. EU ESTAVA FELIZ EM FICAR 11 DIAS SEM VÊ-LO! SERIA ÓTIMO, MAIS DO QUE ÓTIMO! SERIA MARAVILHOSO!

– Bell, ele trouxe presente pra você! – Nessie disse toda feliz.

Forcei um sorriso para Edward, que sorriu para mim. Mas não foi o sorriso de verdade, foi o sorriso cínico e debochado mesmo, que queria dizer: “Eu sei que você me odeia, e que não queria me ver por nada nesse mundo, ainda mais no Natal. Mas eu sou do mal e invadi a sua casa, MUAHAHAHAHAHAHAHA”.

Edward estendeu uma sacola de presente grande para mim, e eu a peguei a contragosto. Nessie já estava sentada no chão, abrindo o presente que ele havia trago para ela. Rose também estava com um presente em mãos, assim como Alice. Emmett havia entregado o de Alice e Rose, e Edward o meu e de Nessie.

Sentei no sofá, ao lado de Alice, enquanto abria o meu presente. O que ele havia comprado pra mim? Um arco de chifres de alce? Era bem a cara dele, dar presentes assim. Abri a embalagem já prevendo o pior, uma catástrofe, ou um palhaço saindo da caixa pulando em minha direção e berrando algo assustador, tipo aqueles de desenho, quando me deparo com o mais improvável...

Como... Como ele sabia...?

– Nessie me disse naquele dia que você colecionava globos de neve. Ela me disse os que você já tinha, então escolhi esses dois. – Edward disse, provavelmente prevendo minha reação.

Senti todos os olhares sobre mim, e Last Christmas ainda tocando ao fundo. Engoli em seco, com as mãos trêmulas. Por que eu estou assim? Peguei o globo de neve de O Pequeno Príncipe e o observei encantada. O sacudi de leve e sorri levemente ao ver que os floquinhos não eram brancos, e sim meio brilhantes. Era como olhar o céu de noite...


Globo de Neve (O Pequeno Príncipe)




O deixei sobre o meu colo e peguei o outro que havia na caixa, e senti meu coração dar um salto. Tive vontade de rir, sério mesmo.




Olhei para Edward, com uma cara de “Isso é sério?”. Edward riu, coçando a nuca. Eu já possuía um globo de neve de Nova York, um de Tokyo e um de Paris... Aí Edward me vem com um de Chicago.


MENSAGENS SUBLINARES OU É COISA DA MINHA CABEÇA?!

Globo de neve (Chicago)

Sacudi o globo de neve e sorri ao ver os floquinhos brancos em todo o globo, sobre os pequenos prédios que havia nele. Sacudi a cabeça e, pela minha visão periférica, vi Rose com um sorriso de orelha em orelha olhando para mim.

Ela realmente devia estar adorando isso.

Guardei meus presentes de volta na caixa e olhei para Edward. Bateu uma tensão e eu me perguntei: COMO VOU AGRADECER?

Fiquei de pé e Edward me olhava estranho. Não me perguntem como era esse “olhar estranho”. Edward por si só é estranho pra cacete, não sei identificar suas expressões muito bem.

– Obrigada, Edward. – murmurei, dando um abraço rápido nele.

Todos riram enquanto eu me desgrudava dele em menos de 2 segundos e pegava meus presentes para colocar sobre a lareira. Todo mundo começou a conversar, e eu falei para Edward e Emmett pegarem vinho para eles na cozinha e ficarem a vontade. Enquanto eu arrumava meus outros globos de neve sobre a lareira para encaixar os novos, Emmett voltava da cozinha e começava a conversar com as meninas. Nessie estava no chão correndo atrás de seu presente: um cachorrinho elétrico. Era bem bonito, e parecia de verdade. Era como um filhote de labrador, cor de creme, e tinha o pelo liso. Ele também latia e corria. Não tão rápido, mas corria, e eu realmente fiquei assustada com aquela tecnologia toda.

Sou da época em que as pessoas brincavam com cachorros de verdade, desculpa aí, Mundo. Parece que Emmett que havia escolhido os presentes de Alice e Rose e Edward escolhera os meus e o de Nessie. Alice ganhara um tablet (um tablet) todo cor-de-rosa e com capa dourada, coisa que ela vinha me pedindo há um tempo.

Obrigada, Emmett. Pouparei meu dinheiro!

E Rose havia ganhado uma bolsa vermelha e linda de morrer que eu juro que teria que vender meus órgãos para comprar uma daquela. Emmett querendo agradar? CLARO QUE NÃO, IMAGINA!

Me distraí arrumando os globos de neve quando senti uma presença ao meu lado. Edward.

– Gostou dos presentes? – ele perguntou.

Olhei para ele e sorri levemente, assentindo e voltando a organizar meus tesouros. Eu amava globos de neve. Desde pequena eu ficava encantada com aquelas coisinhas redondas e tão simples, mas tão lindas.

– Nessie parece ter gostado do presente dela. – Edward disse risonho, enquanto observava a minha pequena correndo pela sala dando risada do cachorrinho.

Sorri com a cena, colocando as mãos na cintura e observando a organização dos globos sobre a lareira. Edward também olhou e sorriu.

– São bem bonitos. – ele disse.

– Muito. – falei, admirando todos eles.

Logo lembrei de que havia comprado um presente para Edward também, e subitamente me senti envergonhada. Aproveitei que todos na sala estavam distraídos (Emmett estava contando piadas pervertidas para Alice e Rose, mereço) e fui até a árvore de natal, pegando o embrulho azul.

Voltei até Edward, que me olhava curioso. Lhe ofereci o presente e ele arqueou as sobrancelhas, parecendo surpreso.

– Para mim?

– Sim.

Edward deixou sua taça de vinho sobre a lareira e pegou o presente, se sentando em uma poltrona próxima para abri-lo. Fiquei onde estava ansiosa. Na hora de comprar seu presente, admito que demorei um pouco mais para escolher... Eu sabia que Edward também era um colecionador. Em seu escritório, sobre a estante no canto da sala, havia várias canecas. De todos os tipos: com bandeiras de países, personagens de desenhos, super-heróis, etc. Eu sabia o quanto ele gostava daquilo, e que dava muito valor a elas também.

Eu lembro de uma coleção de canecas que ele comprou pela internet que custou 800 dólares. E quando elas chegaram lá na empresa, Edward me mandou desmarcar as duas reuniões que ele teria naquela tarde para poder arrumá-las na estante.

Edward Cullen era tão louco quanto eu. Mas eu era uma boa menina... Ele não.

Edward finalmente conseguiu se livrar de toda a embalagem que guardava o presente e, quando o abriu, sorriu abertamente. Era como um garotinho de 5 anos ganhando a sua primeira bicicleta... Não era uma visão ruim. Mesmo.

Edward olhou para mim, tentando falar, mas gaguejando. Eu havia comprado uma coleção de canecas bem diferentes das que ele possuía, e eram divertidas.


Coleção de canecas


– Obrigada, Isabella! – Edward disse, se levantando e vindo até mim.

E ele me abraçou. É.

Esse abraço está durando 3 segundos e JÁ ESTÁ BOM, JÁ PODE ME SOLTAR!

Edward pareceu ler minha mente e me soltou. Ninguém na sala pareceu perceber nosso momento, e se percebeu, fingiram que não estavam vendo nada. Nessie apareceu ao nosso lado de repente, afoita enquanto abraçava seu cãozinho. Edward ajeitou seu presente na caixa novamente e o deixou sobre a poltrona. Logo se agachou na frente de Nessie, ainda sorrindo.

– Gostou do presente, princesa? – ele perguntou.

Nessie assentiu, com um sorriso enorme.

– O nome dele vai ser Edward, mas vou chama-lo de Eddie! – ela disse, fazendo-me rir.

– Um é ruim, dois é demais para a minha sanidade. – falei, fazendo Nessie e Edward rirem.

Os deixei lá e fui até a cozinha para dar uma olhada no peru. No meio do caminho Edward apareceu ao meu lado enquanto Nessie paparicava seu novo brinquedo.

– É tão ruim assim ter dois Edward’s na sua vida, senhorita Swan? – ele perguntou, dando aquele sorriso cínico.

Acabou a magia do natal. Estou irritada com ele novamente.

Revirei os olhos e me encostei na bancada, cruzando os braços.

– Como achou meu apartamento? – perguntei.

Edward deu um gole em seu vinho e deu de ombros.

– Tenho uma ficha de todos os meus funcionários, Swan. Sei até o seu tipo sanguíneo, e o nome dos seus pais. Sei até quando a senhorita vai ao ginecologista.

FACA. CADÊ A FACA. DEIXA EU ACABAR COM ESSA DESGRAÇA LOGO, POR FAVOR!

Bufei, dando-lhe as costas. Edward riu alto, sentando na cadeira alta da bancada.

– Está um cheiro meio estranho... Está sentindo? – ele perguntou de repente.

Fechei a geladeira após ter achado a outra garrafa de vinho e já ia perguntar que cheiro era aquele que ele estava sentindo quando eu mesma o senti.

Era o cheiro da desgraça. Do meu mundo indo por água a baixo. Da fome que todos nós íamos sentir...

Era o vago e indescritível cheiro do meu peru sendo queimado.

– AI MEU DEUS, NÃO PODE SER! – gritei, jogando a garrafa de vinha sobre Edward e correndo até o fogão.

Peguei um pano de prato e abri o forno, e a fumaça cinzenta e forte veio toda em meu rosto. Me afastei rapidamente do fogão, tossindo e quase chorando.

POR QUE TANTA COISA RUIM ASSIM NO MESMO DIA, HEIN? CHEGA DE VIVER, CANSEI!

Edward veio para perto de mim, abanando o ar ao seu redor. Pegou o pano de prato das minhas mãos e retirou a bandeja com o peru do forno, colocando-o sobre a pia. Rose, Nessie, Alice e Emmett estavam na porta da cozinha, observando a tudo de olhos arregalados.

– ÊÊÊ! Vem, Nessie! Nosso jantar vai ser panetone com Coca-Cola! – Alice disse, rindo.

Suspirei, me sentindo derrotada. Outra vez... Outro natal sem peru porque, novamente, eu o queimei.

– É... Nada de peru nesse natal novamente, Bell. Mas olhe pelo lado bom! Ainda temos... – Rose dizia, indo até a geladeira e retirando de lá a bandeja de rabanadas. - ... RABANADAS!

Emmett roubou uma rabanada da bandeja, suspirando enquanto a comia. Rose riu e começou a pegar as coisas, com a ajuda de Emmett (que menino prestativo...), para arrumar a mesa.

Coloquei as mãos no rosto, me sentindo uma imprestável. Eu não era capaz de fazer um peru de natal decente para as minhas irmãs!

– Ei, não fica assim. Você fez tantas outras coisas... – Edward disse, provavelmente tentando me consolar.

O que nunca funcionaria, é claro. Ainda mais o consolo vindo dele. Desista, Sr. Cullen.

– Você não entende. – murmurei. – Esse é o quarto ano que eu dou um jeito de acabar com o peru. No ano passado ele voou pela janela.

Edward riu. Lancei um olhar mortífero, e ele prendeu o riso, bebendo um pouco de seu vinho.

Logo Rose terminou de pôr a mesa e fomos todos para lá. Coloquei as mãos na cintura, observando o local vazio em que o peru ficaria. Haviam vários outros pratos, como o pão-de-mel, bolos, torto salgada, torta doce... Mas faltava o peru, é claro. Rose notou o meu olhar e pegou uma das bandejas de panetone e colocou no espaço vazio, batendo palmas em seguida.

– Prontinho! Agora podemos comer? – ela perguntou.

Suspirei, assentindo. Rose, Alice e Emmett voaram na mesa, e eu sorri. Nessie ria do desespero deles, enquanto Alice cortava um pedaço do pão-de-mel para dar a ela. Olhei para a cozinha e vi o peru queimado sobre a pia. Senti raiva de mim mesma.

– Quer saber? Nós vamos comer peru esse ano! – falei.

Rose virou para mim, arqueando uma sobrancelha.

– E onde você pretende achar um peru de natal na véspera de natal, moça? – ela perguntou.

Dei de ombros.

– Eu vou achar. Nem que eu tenha que rodar o país atrás de um! – falei, deixando todos na sala e indo em direção ao quarto para trocar de roupa.

Também não sou louca a ponto de sair atrás de um peru

de natal no EUA de vestido e salto alto!


Logo eu terminei de me arrumar com minhas roupas quentinhas e voltei à sala, vendo todos se empanturrando com algo. Emmett voltou a contar piadas para as meninas, dessa vez até Nessie estava no meio e eu realmente esperava que ele não estivesse contando uma de suas piadinhas pervertidas. Procurei por Edward com os olhos e o vi parado ao lado da porta, me observando.



– Está pronta? – ele perguntou. – Vou com você.


– Não precisa. – murmurei, sentindo meu rosto esquentar.

Boa hora para corar, Isabella. Ótima hora. Aproveita e chora nos braços dele também.

Eu estou nojenta hoje, me batam.

Edward deu de ombros, dando um sorriso torto. E era o sorriso de verdade.

– Não estou muito a fim de ficar aqui para ouvir as piadinhas de Emmett. – Edward justificou.

Suspirei, concordando. Vai que alguém tenta me assaltar ou um urso aparece e tenta me devorar? Ok, estamos em Nova York, mas há um tempo apareceu um lobo dentro de uma loja de conveniência. Vai saber... Para alguma coisa Edward Cullen tem que prestar, além de ficar me irritando todos os dias da minha vida.

– Gente, eu estou indo! – falei.

Nessie fez biquinho e correu até mim, abraçando minhas pernas.

– Bell, não precisa! Não ficamos tristes porque você acabou com o prato principal, o que todos nós esperávamos!

Nossa, Nessie... Muito obrigada. Mesmo. Aliás, tenho que me lembrar de não deixar você perto de Rose quando ela tentar me “consolar” como você acabou de fazer.

Suspirei, sorrindo levemente. Me agachei até ficar na altura de Nessie e dei um beijinho em sua testa.

– A irmã vai voltar logo, ok? E vou trazer um peru de natal gigante!

– Bella, são quatro horas da tarde e é véspera de natal! Aonde você pensa que vai encontrar um peru, mulher? – Rose perguntou.

– Em algum lugar deve ter, oras! – falei, ficando de pé e colocando as mãos na cintura.

– Ok, digamos então que você consiga encontrar... Mas vai levar tempo até ele ficar pronto! – Rose disse.

– O natal é oficialmente amanhã. Há tempo suficiente. – justifiquei.

– Mas... – Alice já ia começar a tentar me convencer a ficar novamente quando Emmett a interrompeu.

– Meninas, a Bella quer fazer isso por vocês. E pela cara dela, não adianta tentar impedir. – ele disse.

Sorri para Emmett, em agradecimento. Ele sorriu de volta. Rose e Alice suspiraram, derrotadas. Nessie puxou a barra da minha blusa.

– Toma cuidado então, Bell. – ela murmurou.

É nesses momentos que eu tenho vontade de ficar apertando Nessie como se ela fosse um ursinho de pelúcia! Tem coisa mais fofa? Não, não tem! Sorri, abraçando-a apertado e a enchendo de beijos. Logo peguei minha bolsa e me despedi de todos, saindo do apartamento com Edward.

Fomos em silêncio para o elevador, e logo estávamos no estacionamento. Decidimos ir no meu carro porque eu queria ir dirigindo e não me sentiria a vontade no Volvo chique dele. Prefiro meu New Beatle bonitinho, vermelhinho e delicado.

Entramos no carro e eu coloquei a chave na ignição. Liguei o carro e dei a ré, indo em direção à saída do estacionamento do prédio. Assim que paramos no primeiro sinal vermelho, Edward virou para mim.

– Para onde vamos agora? – ele perguntou.

Engoli em seco. Boa pergunta, Sr. Cullen. Ótima pergunta.

Agora arrume uma ÓTIMA resposta, Isabella.

– Há um mercado aqui perto. Se não acharmos lá, vamos às lojas de conveniência. Há várias. – falei.

Pronto, problema resolvido...

Por enquanto.


Depois de rodar, praticamente, Nova York inteira eu e Edward conseguimos encontrar o último peru de natal de todo o Estados Unidos.



PALMAS PARA MIM! HAHA.


Fomos ao mercado primeiro, e lá não tinha. Depois fomos rodando... E rodando... E rodando pelas lojas de conveniência que achávamos pelo caminho, e por alguns outros mercados e, finalmente, encontramos um peru de Natal. Não era muito grande, mas tinha uma carninha e ficaria comestível, com certeza.

Edward carregava o peru em seus braços, enquanto voltávamos para o carro. Eu não conseguia tirar o sorriso do rosto, era impossível, AHHHHH!!!

Edward guardou minha preciosa ave no porta-malas e logo estávamos no quentinho do interior do carro novamente. Olhei o relógio de pulso e vi que já eram onze da noite...

Sim, estávamos rodando a cidade há... Oito horas...

Suspirei. Liguei o carro e saí do estacionamento do supermercado, pegando o caminho da pista. Demoraríamos um pouco para chegar em casa, já que as ruas estavam congeladas, nevava e havia um engarrafamento na avenida principal, justo a que me levaria até em casa. Resolvi entrar em outras ruas, pegando uns atalhos onde estava mais deserto.

– Isabella, não corra! – Edward disse, se agarrando ao banco.

– Não estou correndo. – falei.

– Mas as ruas estão congeladas! Quer nos matar? – ele disse, parecendo irritado.

Quer ficar irritado dentro do meu carro? Está pedindo para morrer.

– Se isso foi fazer você ficar quieto talvez seja uma boa ideia. – reclamei baixinho.

Edward ouviu o que eu disse e pareceu não gostar. Merda.

– Às vezes você parece perder a noção de quem eu sou, srta. Swan. – ele disse entredentes.

– Ah, acredite, é meio difícil de esquecer! – falei num tom de voz alto.

– POR QUE EU SOU TÃO IRRITANTE? É ISSO? – ele gritou nervoso.

Senti meu sangue ferver. Tirei os olhos da estrada e olhei para ele, irritada.

– EXATAMENTE, SR. CULLEN!

– NÃO GRITE COMIGO, GAROTA!

– NÃO GRITE VOCÊ COMIGO, SEU IDIOTA!

– QUEM VOCÊ PENSA QUE...

Senti meu corpo ir para frente de repente com força, e minha cabeça bateu no vidro do carro. Arfei, sentindo todo o meu corpo doer.

– Merda! – ouvi Edward dizer. - Isabella, acorde! – ele disse, me sacudindo.

– Estou acordada. – rosnei, irritada com ele balançando meu corpo inteiro.

Tentei me ajeitar no banco e minha cabeça rodou.

– Tudo o que você tinha que fazer era olhar para a estrada! – Edward reclamou.

– Eu conseguiria se você não fosse tão irritante!

– Eu não seria tão irritante se você não fosse tão cabeça-dura e fizesse as coisas direito! – ele disse, praticamente gritando.

Me calei antes que o xingasse de todos os nomes inimagináveis. Desviei o olhar do seu e saí do carro, mesmo sentindo minha cabeça rodar. Ainda nevava, mas não muito. Olhei melhor ao redor e vi que estávamos em uma rua vazia. Não havia casas. Onde estávamos afinal? Existe um lugar vazio assim em Nova York? Ouvi Edward bater a porta do carro e me chamar. O ignorei e fui até a frente do meu New Beatle recém-comprado... E recém-destruído. Gemi de desgosto e tristeza, olhando para o céu.

Por que diabos aquela bosta de poste estava ali?

– Isabella, não me ignore quando eu estiver falando com você! – Edward reclamou.

Bufei.

– EDWARD, DÁ UM DESCANSO, POR FAVOR! – gritei, minha voz fazendo eco pelo lugar.

Edward fechou os olhos, respirando fundo, parecendo querer se controlar. O deixei ali e fui avaliar melhor o estava do capô do carro. Não estava tão ruim, ainda tinha salvação, mas não ia ser barato... E o pior é que o carro além de ter batido no porte, atolou na neve. Legal. Muito divertido, esse meu natal. E tudo por causa de quem? EDWARD CULLEN!

Se Edward não tivesse aparecido lá em casa, eu não teria ficado distraída e o peru não teria queimado. Se ele não tivesse aparecido lá em casa, eu estaria no conforto do meu apartamento, com a minha melhor amiga e minhas irmãs comendo um maravilhoso peru de natal, e não estaria rodando NY atrás do bendito com o meu irritante chefe. Meu carro não teria batido num poste miserável e nem estaria atolado na neve, e eu não estaria no frio, debaixo da neve, COM EDWARD CULLEN!

– AAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!! – gritei, revoltada, atraindo o olhar assustado de Edward Cullen. – VOCÊ NÃO TEM NOÇÃO DO QUANTO EU TE ODEIO, CULLEN!

– AH, AGORA A CULPA É MINHA?!

– SEMPRE! A CULPA É SEMPRE SUA, PARA TUDO O QUE ACONTECE DE RUIM NA MINHA VIDA!

Edward ficou calado, me encarando impassível. Eu respirava pesadamente, as mãos em punhos. Segundos depois, Edward... Simplesmente... Sorriu.

– Ok, Isabella. – ele disse, com aquele sorriso ridículo na cara.

Eu vou arrancar esse sorriso daí na base da porrada e... E o idiota sentou no capô do meu carro, na parte “não destruída”. Ainda tinha o sorriso torto e ridículo no rosto, enquanto eu me controlava para não voar em seu pescoço.

– Temos que chamar o reboque. – falei, tirando meu celular do bolso.

Bufei ao ver que meu celular não pegava sinal ali. Avisei a Edward e ele olhou o dele. Sua operadora era diferente da minha, e tinha sinal. Logo ele ligou para o reboque e avisaram que viriam, mas que demorariam um pouco porque havia muita neve nas ruas.

– Ótimo, enquanto isso nós ficamos aqui congelando. Já está escuro, Edward! Que droga! – reclamei me jogando no chão de neve ao lado do carro.

Dane-se se eu pegasse uma pneumonia. O Mundo não poderia estar sendo pior comigo, mesmo.

– Sai daí, Isabella. Você vai congelar. – ouvi Edward dizer, de repente parecendo estar preocupado.

– Não importa. – murmurei, abraçando meus joelhos e me encolhendo dentro de meu casaco.

Make it Rain – Colbie Caillat

Segundos depois ouvi Edward suspirar e descer do capô, vindo até mim. Ele se agachou à minha frente, como quando ia falar com Nessie, e pôs uma mão no topo da minha cabeça e levantando meu rosto.

– Sua testa está sangrando. – ele murmurou.

Arregalei meus olhos.

– COMO? AONDE? – gritei, levando minhas mãos até minha cabeça.

Edward as retirou de lá, e senti um calafrio percorrer minha espinha ao sentir o quanto suas mãos estavam quentes. As minhas pareciam congelar...

– Venha, vamos ficar dentro do carro antes que você pegue uma hipotermia. – Edward disse, pegando em minhas mãos e me ajudando a levantar.

Senti um vento gelado passar por nós e me abracei. Edward abriu a porta do carro e me colocou no banco de trás, já que havia mais espaço. Me encolhi lá, respirando com mais facilidade já que dentro do carro estava muito quentinho. Edward sentou ao meu lado do banco de trás, ao meu lado, e bateu a porta. Do lado de fora não estava tão escuro, já que havia outros postes na rua que iluminavam tudo. Edward juntou suas mãos, assoprando as mesmas e as esfregando com força uma na outra para aquecê-las. Fiz o mesmo com as minhas e surtiu efeito.

– O frio te deixa ainda mais branca, Isabella. – Edward disse, me observando.

Revirei os olhos, colocando os pés sobre o banco e abraçando meus joelhos novamente. Edward voltou a tocar meu rosto com a porta dos dedos, próximo a onde estava machucado. Com certeza porque eu bati com a cara no vidro do carro.

– Há alguma maleta de primeiros-socorros aqui, ou algo do tipo? – ele perguntou.

– Está sangrando?

– Não muito. Já parou de sangrar, mas é bom dar um jeito e limpar.

Assenti. Peguei minha bolsa e de lá retirei meu nécessaire. Eu o levava para todo lugar, já que eu era um imã para problemas e tombos. Havia algodão, um remedinho que cicatrizava e limpava e band-aid. Entreguei tudo a

Edward e deixei por conta dele.

Encostei minha cabeça no banco, enquanto Edward cuidava do ferimento. Eu me senti um pouco tensa... De certa forma, aquele era um momento íntimo. Íntimo demais. Eu e Edward dentro de um carro, no banco de trás, no escuro, no frio, com a neve caindo lá fora. Edward basicamente cuidando de mim. E ele poderia fazer o que quisesse comigo, porque aquele era um lugar deserto...

O QUE EU ESTOU PENSANDO? SAIAM DAQUI, PENSAMENTOS LASCIVOS! AHHHH!

– O que foi? – ele perguntou de repente.

Só então percebi que estava fazendo careta devido aos meus pensamentos pervertidos.

– Nada. – respondi baixinho. – Terminou?

– Sim. – Edward disse, colocando por fim o band-aid.

Suspirei, guardando o nécessaire na bolsa novamente. Edward me observava profundamente, e eu senti vontade de sair daquele carro e sair correndo para longe dele, na neve.

Por que tinha que ser assim? Quero dizer... Edward era atencioso quando queria. Era fofo, divertido, simpático... Mas quando queria. Ou simplesmente dava a louca em sua mente perversa e calculista, e ele resolvia ser “outra pessoa”. Mas eu vou ser sincera: o sorriso, aquele de verdade, fica lindo em seu rosto. E ele devia usá-lo mais vezes. E devia também parar de gritar e de me tratar como uma escrava insignificante, para variar.

Mas parecia que aquele Edward turrão, mal-humorado e irritante não desgrudaria dele nunca. Por mais que ele estivesse feliz num momento, no outro ele já ficava sério e preso em seus pensamentos. Aí ficava todo irritadinho. É difícil de entende-lo, realmente. E eu também me pergunto o que aconteceu a ele no passado...

Não me chamem de fofoqueira, mas uma vez Carlisle e Esme, seus pais, foram à empresa conversar com Edward. Em certo momento eu tive que ir à sala dele para levar alguns documentos, e fiquei escutando o que conversavam na porta. Ouvi Esme dizer a Edward que ele não podia se agarrar ao passado para sempre, e tinha que continuar a vida dele. Que ele não devia se culpar por nada que havia acontecido...

A vontade de perguntar o que havia acontecido era grande, mas a probabilidade de ser demitida por querer se meter na vida do chefe, ou de levar uma bronca dele, era ainda maior.

Querendo a todo custo fugir de seu olhar, me joguei sobre o banco da frente para ligar o rádio. Uma música ajudaria a relaxar...


Shake Up Christmas – Train


AHHHHH! COMO EU AMO ESSA MÚSICA!

Eu me joguei no banco de trás novamente, sorrindo comigo mesma. Acho que aquela era uma das melhores músicas de natal do mundo!

Shake it up, shake up the happiness, wake it up, wake up the happiness…– Edward cantarolou.

Eu sorri levemente.

– C'mon y'all, it's christmas time! – cantarolei.

Eu e Edward rimos e ele voltou a cantar, dessa vez soltando a voz:

Shake it up, shake up the happiness, wake it up, wake up the happiness!

Ho ho ho, ho ho ho, it's christmas time! – cantei fazendo Edward rir alto.

– De secretária à Papai Noel! – ele disse, fazendo-me rir também.

Logo o silêncio caiu sobre nós dois, mas dessa vez era um silêncio confortável. A música ainda tocava no rádio, e eu aproximei meu rosto da janela para observar a neve caindo lá fora.

– Me desculpe, Isabella.

O quê? Calma aí, eu ouvi direito? Edward Cullen está pedindo desculpas para a mera mortal aqui?

Olhei para aquele ser ao meu lado, surpresa. Edward deu de ombros, dando um suspiro e desviando o olhar do meu.

– Não posso evitar ser assim. Eu... Eu tenho meus motivos. – ele justificou.

SE QUISER ME CONTAR OS MOTIVOS EU ESTOU AQUI PARA O QUE DER E VIER, ADORO FOFOCA.

– E que motivos são esses? – perguntei baixinho.

Edward olhou para mim. Prendi a respiração, sentindo-me envergonhada. Ele apenas balançou a cabeça e se ajeitou no banco.

É... Ele não iria contar.

– É uma coisa pessoal. – ele disse.

Apenas assenti e voltei a olhar a rua lá fora. Edward ficou em silêncio. E não sei por quê tive vontade de falar...

– Perder meus pais foi difícil. Eu tinha apenas dezenove anos e, de repente, tive duas crianças para cuidar. – murmurei.

– Foi muito difícil criá-las? – Edward perguntou com a voz suave.

– No início, sim. Eu já conhecia Rosalie, então ela me ajudou. Cuidava de Alice e Nessie para eu não precisar trancar a faculdade de Literatura.

– E a parte financeira... Foi difícil também? Quero dizer, ter que sustentar você e duas crianças não deve ter sido muito fácil.

Sorri levemente e virei meu corpo para sua direção. Fiquei com os pés em cima do banco e abracei meus joelhos. Encostei minhas costas na janela do carro e olhei para Edward, vendo que ele estava do mesmo jeito.

– Meus pais deixaram um dinheiro para mim. Tenho uma boa quantia guardada, então consigo criar as meninas com tranquilidade.

Edward sorriu, parecendo sereno de repente. Suas modificações de humor às vezes me assustavam...

– Vocês parecem ser bem unidas. – Edward disse baixinho. – E a Nessie...

Edward não terminou de falar, apenas sorriu todo bobo. Ri e revirei os olhos.

– Ainda não entendo essa sua fascinação por ela! – falei.

Edward deu de ombros, e suspirou.

– Um dia você irá entender.

Opa, opa, opa... Será que essa fascinação dele pra Nessie tem a ver com esse passado do qual ele não quer me falar? E esse “Um dia você irá entender” quer dizer o que? Que ele irá me contar sobre o passado dele?

Vamos saber disso tudo e um pouco mais sobre os segredos de Edward Cullen no próximo quadro de “CONVERSANDO PACIFICAMENTE COM EDWARD CULLEN”!

(...)

Eu e Edward mudávamos o assunto da conversa várias vezes. Uma coisa levava à outra, e até que estava sendo divertido. Edward era realmente uma pessoa boa, quando queria. Olhei o celular e vi que já eram duas da madrugada. Suspirei, encostando meu rosto no vidro gelado da janela. Parecia estar ficando cada vez mais frio, e eu não parava de pensar no quanto gostaria de estar no meu apartamento, com as minhas meninas, em frente à lareira comendo pão-de-mel.

– O peru deve ter virado uma pedra de gelo lá atrás. – Edward disse, fazendo-me sorrir.

– Aliás, já passou da meia-noite. Já estamos no dia vinte e cinco. – falei.

Edward sorriu torto.

– Feliz natal, srta. Swan. – ele disse.

– Feliz natal, Cullen.

Nós nos olhamos por mais alguns segundos e ao mesmo tempo fomos em direção um do outro para nos abraçarmos. Era quentinho estar nos braços de Edward, mas logo me separei. Essa conversa toda, esse clima pacífico, não podia interferir de modo algum nos meus sentimentos. Nunca.

– Você não devia ter ido passar o natal com a sua família? – perguntei.

– Lá em casa todos comemoram o natal no dia vinte e cinco, todos os anos. Minha mãe acorda cedo para preparar as refeições do dia inteiro. Aí alguns amigos dos meus pais vão para lá, passam o dia elogiando minha mãe... Por isso eu e Emmett resolvemos visitar vocês no dia vinte e quatro. – Edward respondeu, com o olhar na rua lá fora.

– Por quê? – perguntei, curiosa.

A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR: POR QUE EDWARD CULLEN FOI ME VISITAR EM MINHA HUMILDE RESIDÊNCIA?

– Por que o quê? – ele desconversou.

– Por que você e Emmett foram nos visitar? – repeti a pergunta.

– Emmett ficou interessado em Rose... Por isso resolvi levá-lo até onde ela estaria. – Edward disse.

Não sei por que, mas senti que era uma desculpa esfarrapada.

– Só por isso? E como você sabia que Rose estaria lá em casa? – perguntei suspeita.

– Porque vocês são amigas.

– Mas não teria como saber que ela estaria lá.

– Mas...

– Vai que ela estaria na casa da família e...

– Isabella, eu fui por que queria. Ok? – Edward disse, com a expressão séria.

Nossa, tudo bem então.

Assenti, resolvendo deixar o assunto de lado. Edward riu de mim e, de repente, uma luz amarelada de farol atingiu meus olhos e iluminou todo o interior do carro. Olhamos para a rua e vimos que era o reboque.

– FINALMENTE! – gritei, pulando para fora do carro com um pouco de dificuldade devido às pernas doloridas.

Edward também me acompanhou e explicamos o que havia acontecido aos caras. Eles analisaram meu carro e resolveram levá-lo para um mecânico. Gemi de desgosto. Com certeza meu carro passaria o ano-novo na oficina...


Era três horas da manhã quando chegamos ao apartamento. Edward tinha o peru nos braços, e passou todo o caminho reclamando que o peru estava congelando seu tórax e que ele iria morrer de hipotermia. Apenas o ignorei e o deixei sendo meu escravo por uma noite. Ou madrugada. Ah, sei lá.



Peguei as chaves do apartamento em minha bolsa e abri a porta. Na sala, as luzes estavam apagadas, e o cômodo apenas era iluminado levemente pelas luzes coloridas da árvore de natal. Sorri ao ver Nessie agarrada ao cachorrinho que Edward lhe dera, deitada no tapete felpudo em frente à lareira acesa, com um cobertor lhe cobrindo. Rose e Emmett estavam esparramados no sofá, um sobre o outro, e Emmett segurava uma garrafa vazia de vinho contra o peito. Tranquei a porta do apartamento novamente e larguei as chaves e a bolsa sobre a mesa, procurando por Alice com os olhos.


– Opa, vocês conseguiram! – ouvi Alice sussurrar.

Ela estava encostada no batente da porta da cozinha, bebendo refrigerante e comendo bolo, enquanto nos observava sorrindo.

Sorri abertamente para ela, animada, assim como Edward.

– Edward, coloque o peru sobre a bancada da cozinha, por favor. - pedi.

Edward se foi e Alice veio até mim com um sorrisinho malandro nos lábios.

– Nossa, você já domou a fera? – ela perguntou, fazendo-me revirar os olhos.

– Mais tarde eu conto como foi nossa “aventura”. - cochichei.

– Louca e selvagem? – Alice perguntou.

Ri, mas não tão alto para não acordar Nessie, Rose e Emmett.

– Se você considera um acidente de carro e horas de espera no frio congelante uma aventura louca e selvagem... – murmurei. Alice arregalou os olhos. – Depois eu explico.

Alice me acompanhou até a cozinha para me ajudar a preparar o peru. Mesmo cansada, eu não conseguiria dormir. Edward resolveu ficar e nos ajudar. Incrivelmente, concluí que o poderoso chefão tinha uma mão boa para cozinhar. Assim que terminamos de temperar o peru, o colocamos no forno e Alice resolveu ir dormir. Deu boa-noite e se foi.

Edward me ajudou a levar Nessie para seu quarto, para ela dormir confortavelmente. Ele a carregou no colo e a pôs na cama. Dei um beijinho na testa do meu anjo e voltamos para a cozinha. Peguei duas taças e uma garrafa de vinho que havia na geladeira. Sentei no chão da cozinha mesmo, encostada com as costas na bancada. Edward sentou ao meu lado e eu enchi nossas taças, deixando a garrafa de lado.

– Um brinde ao natal mais frio e... Divertido que eu já tive. – Edward disse, levantando sua taça.

– Um brinde ao natal mais frio, perturbador e divertido que minha humilde pessoa também já teve. – falei, também levantando minha taça.

Nós nos olhamos e sorrimos cúmplices, dando um gole em nosso vinho ao mesmo tempo.

Um brinde ao lado pacífico de Edward Cullen, também.



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Notas finais do capítulo

Parapapapapapraprapapa...
GOSTARAM? Achei esse capítulo mais fofinho e tranquilo (em partes). No natal todo mundo fia bonzinho!
Bom, meninas, eu criei um blog. Falarei sobre várias coisas lá, tudo do "mundo das meninas", mas também postarei... TANANANANNN...
PRÉVIAS DOS CAPÍTULOS!!! o/ haha
Eu sempre posto de três em três dias, mas sempre termino o capítulo no segundo dia! Ontem mesmo eu quase o postei aqui mais cedo, mas resolvi postar apenas a prévia lá no blog! Bom, eu acabei de postar o capítulo, mas deem uma olhada para ver como a prévia ficou e, se puderem, olhem os outros posts também e comentem!
Eu posto coisas todos os dias, e se vocês quiserem, podem me pedir matérias! :D Algo sobre algum cantor ou banda que vocês gostem, ou sobre algum livro, etc.!
Mas sempre vou postar prévias e avisos, então fiquem de olho!
LINK DO BLOG: http://essa-vida-de-garota.blogspot.com.br/
Para quem tem TWITTER, me sigam: @mrs_anemore. Assim podemos conversar e até posso dar alguns spoilers para vocês! ~ opa.
ENFIM, ESPERO QUE TENHA GOSTADO! MANDEM REVIEWS, RECOMENDAÇÕES E TUDO MAIS O/
E tenho (outro) pedido para fazer! Eu vi que várias meninas que favoritaram a fic não comentam, poxa! Aproveitem que o Natal está chegando e me deem esse presente! haha o/
Beeeeeeeeeeijos meus amores! Até o próximo!