Porto Seguro - 1ª Temporada escrita por Allie Próvier


Capítulo 30
EPÍLOGO


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente: 1000 "obrigadas" à todos os 646 reviews, 226 leitores, 91 favoritos e 11 recomendações. De verdade, eu amo vocês! ♥
Último capítulo da 1ª Temporada...
Despedidas (por enquanto) lá em baixo!
Espero que gostem, tá gigante! hauahuahuhau.
P.S: 2ª Temporada já foi postada... E o link está nas Notas Finais!



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Epílogo

4 meses depois...

   Pessoas, gritos, risos, euforia, falta de ar, eu vou desmaiar!

- Bella, você está bem? – Edward perguntou preocupado, institivamente colocando uma mão sobre a minha barriga avantajada. – Está sentindo algo?

- Está tudo bem, amor. – murmurei. – É só que aqui tem tanta gente...

   Edward olhou ao redor, vendo a sala vazia, e me olhou sorrindo.

- Está vendo fantasmas, querida?

   Revirei os olhos.

- Só de ver todo aquele alvoroço lá em baixo, eu já fico nervosa. – falei.

   Edward olhou para onde eu apontava: a multidão enlouquecida de pessoas que ocupava todo Madison Square Garden. Como eu estava grávida, - e éramos a família de Alice – reservaram um lugar especial para que víssemos o show sem sermos incomodados, e sem precisar ficar no tumulto. Era como uma “sala”, bem no alto do local, com uma enorme janela de vidro que dava uma vista privilegiada para o palco. De onde estávamos dava para ver tudo, cada canto do imenso local, e todo o palco. Os portões já haviam sido abertos, e o local estava lotado, e só esperávamos por Alice. Como eu não andava me sentindo muito bem, afinal já que estou com nove meses, Rose foi ver como Alice estava no camarim no meu lugar.

- Chegamos, família! – Emmett disse, entrando na sala de mãos dadas com Mel e Nessie.

   As duas sorriram para mim, vindo rapidamente em minha direção e se sentando ao meu lado no sofá moderno que havia ali.

- Como o bebê está?! – Nessie perguntou.

- Ele chutou de novo? – Mel perguntou afoita, com os olhinhos brilhantes.

- Ele já vai nascer?

- Está com algum desejo?

- Assim vocês vão deixar a mamãe nervosa! – Edward disse, tirando as meninas delicadamente de cima de mim.

   Ri da animação delas, e elas coraram levemente, murmurando um pedido de desculpas.

- O bebê está bem, ele não chutou, espero que ele não resolva nascer agora durante o show e... Edward, eu quero comer chocolate. – pedi desejosa.

   Céus, eu precisava de chocolate. Agora.

- Aonde eu vou arrumar chocolate agora? – perguntou confuso.

- Não sei, deve vender por aqui. – falei dando de ombros.

- Mas... – Edward já ia arrumar outra desculpa, quando Emmett o pegou pelos ombros.

- Cara, não contrarie uma grávida, vamos arrumar um chocolate. – Emmett disse, levando Edward para fora da sala.

   Sorri e olhei para as meninas. Nessie chamou Mel para ver o restante da sala, que era enorme e havia um monte de coisa. Mel, antes de seguir Nessie, virou para mim com um rostinho preocupado.

- Mamãe, o papai disse que a senhora está precisando de cuidados, então se sentir alguma coisa, fala para mim, tá? – ela disse com sua vozinha doce e enrolada. – Eu grito beeeeeem alto para o papai vir correndo!

   Céus, como essa garota é linda! Sorri abertamente, dando um beijinho estalado em sua bochecha gordinha, e assenti. Mel sorriu tímida, e foi até Nessie, que olhava animada um enorme aquário com peixes coloridos que havia ali. Sorri com a visão das duas. Elas estavam a cada dia, mais unidas. Como verdadeiras irmãs. E Mel... Ela havia me chamado de mamãe há alguns meses. Foi uma coisa tão natural, tão espontânea, que eu só percebi como ela havia me chamado um tempinho depois, quando vi seu rostinho muito vermelho. Ela ficou envergonhada, me pediu desculpas. Disse que se eu não quisesse que ela me chamasse daquele jeito, era para eu desculpá-la.

   Sorri com a lembrança. Mel era um anjo, e eu a amava. Não como a filha do meu namorado, mas como se fosse minha filha também. Como se houvesse saído de mim. Eu a amava da mesma maneira que eu amava Alice e Nessie. Como se as duas não fossem minhas irmãs mais novas, mas minhas filhas. Minhas bebês.

   A partir do dia que Mel me chamou de “mamãe”, ela não parou mais. Edward quando viu e ouviu, quase teve um troço. Lembro que ele ficou realmente surpreso, mas gostou. Disse que éramos uma família agora e...

   AH MERDA, EU JÁ ESTOU CHORANDO!

   Isabella controle-se, mulher! Seja macho!

   Respirei fundo, limpando a lágrima que caiu pelo canto dos olhos. Eu ando tão chorosa ultimamente, misericórdia. Passei delicadamente minhas mãos sobre a minha barriga redonda, e sorri.

   Meu garotinho. Meu Anthony.

   Todo mundo estava desconfiado de que seria um menino, e Edward rezava todas as noites para que fosse realmente um garoto. E aí que começou as brigas...

   “EU QUERO QUE O NOME DELE SEJA ALICIO!” – Alice dizia.

   “ALICE SEU TALENTO ESTÁ EM ESCREVER MÚSICA, NÃO EM CRIAR NOMES! O NOME SERÁ RONALDO!” – Rose dizia toda feliz.

   “O MENINO VAI SOFRER BULLYING! TEM QUE SER EMM... ALGUM NOME COM EMM NO INÍCIO!” – Emmett falava, batendo no próprio peito e tudo.

   “Vai ser Anthony.” – Edward dizia sério, encerrando as discussões.

   Anthony era seu nome do meio, e ele cismou que nosso filho tinha que se chamar assim. Mas “Anthony Swan Cullen” é muito sem sal para mim, então entramos em um acordo: nosso bebê terá dois nomes, um escolhido por ele, e outro escolhido por mim.

   Então, o nome será: “Austin Anthony Swan Cullen”.

   Rosalie me chamou de pobre e falou que preferia Ronaldo. Falei para ela pegar o Ronaldo e enfiar no...

- Amor, aqui o chocolate! – Edward disse, entrando na sala. – Foi o melhor que eu achei.

   Sorri, dando um selinho em seus lábios e abrindo a embalagem do chocolate desesperada. Emmett surgiu segundos depois, todo sorridente.

- Jasper disse que o show já vai começar! – ele disse animado. – Faltam só alguns minutos!

   Assentimos. Eu estou tão ansiosa! Alice estava super nervosa pela manhã, e eu e Rose conseguimos acalmá-la, mas quem está nervosa agora sou eu! Alice se empenhou tanto... E agora estava finalmente realizando seu sonho!

   Sorri com a lembrança de seu rostinho feliz ao chegarmos ao Madison. Ela estava radiante. A decoração do palco estava linda, tudo a cara dela. E ela disse que teria uma “surpresa” dedicada a todos nós...

   Ela não me disse que surpresa era essa nem quando eu ameacei dar sumiço no suéter de coruja dela.

   Fiquei conversando amenidades com Edward e Emmett, e logo uma Rose afoita entrou na sala.

- AI PORRA, VAI COMEÇAR! – ela gritou. Logo ela percebeu os olhinhos arregalados de Nessie e Mel, e sorriu timidamente. – Desculpinha, amores.

   Todos nós fomos nos ajeitar no enorme sofá que havia em frente à janela de vidro. Na verdade, a janela era tão grande que ocupava um lado a outro da parede, do teto ao chão. Era praticamente a parede inteira.

   Vimos as luzes começarem o ziguezague no palco, e a multidão lá em baixo gritou. Edward segurou em minha mão a apertando levemente. Sorri ao constatar que ele também estava nervoso...

   Logo um som instrumental começou a tocar, e eu o identifiquei como o da música “Run This Town”. Alice havia me mostrado a música apenas há alguns dias. Assim como me mostrou “Safe”, e me disse ser dedicada à Jasper. Os dois ainda estavam naquele clima tenso, mas Alice não chorava mais. Na verdade, acho que isso é graças a Stephen...

   Ele tem feito Alice bem feliz. E só a lerda da Alice que não percebia os olhares ternos que ele lançava a ela. E não era “terno” no sentido de “melhores amigos forever” como Alice pensava. Longe disso.

   Logo Alice apareceu no palco, no alto da escadaria do cenário. O cenário era todo delicado, mas moderno. As luzes em tons roxos pareceram ficar ainda mais fortes no palco, e uma “névoa” ocupou todo o espaço ao redor de seus pés. O ritmo da música começou a ficar mais ritmado, uma luz mais clara iluminou ao redor de Alice, possibilitando agora vermos o seu rosto. Ela sorriu para a multidão, e começou a música.

Run This Town

Segure-se porque eu estou me soltando

Eu vou laçar seu coração como em um rodeio

Eu vou te dar algo até que você queira mais

Porque tudo que eu vejo é uma porta aberta

E eu vejo onde ela está me levando

Toda essa energia ficou presa por muito tempo

É poderosa, poderosa

Você entende onde estou querendo chegar

Eu estou pronta pra tudo isso

Se eu não sou uma estrela, você está cego

.

Eu tenho anéis em meus dedos

E glitter no meu cabelo

Eu comprei uma passagem só de ida

E a recém cheguei aqui

Eu vou percorrer essa cidade

Percorrer essa cidade

Eu vou percorrer essa cidade

Percorrer essa cidade

Eu estou usando salto alto

E estou chutando portas

E beijar seus pés não é o pra quê o meu batom serve

Eu vou percorrer essa cidade

Percorrer essa cidade

Eu vou percorrer essa cidade

Percorrer essa cidade hoje à noite

.

Eu estou subindo alto, mas ainda não há redes

Você gosta de me ver pulando um pouco

Bem todo dia é como uma roleta russa

Eu vou jogar, jogar, jogar sem arrependimentos

Porque eu estou cansada de ser a segunda melhor

Cansada de fazer isso

Cansada de hipócritas

Torcida como alcaçuz

Eu estou esmagando-os com o meu punho

Silenciando sua ignorância

Você teve sua chance, agora é a minha

.

Eu tenho anéis em meus dedos

E glitter no meu cabelo

Eu comprei uma passagem só de ida

E a recém cheguei aqui

Eu vou percorrer essa cidade

Percorrer essa cidade

Eu vou percorrer essa cidade

Percorrer essa cidade

Eu estou usando salto alto

E estou chutando portas

E beijar seus pés não é o pra quê o meu batom serve

Eu vou percorrer essa cidade

Percorrer essa cidade

Eu vou percorrer essa cidade

Percorrer essa cidade

.

Hoje à noite, nada ficará em meu caminho

Não existem mais obstáculos

Em um minuto eu vou estar a caminho

Do momento que eu estive esperando

.

Eu tenho anéis em meus dedos

E glitter no meu cabelo

Eu comprei uma passagem só de ida e a recém cheguei aqui

Eu vou percorrer essa cidade

Percorrer essa cidade

Eu vou percorrer essa cidade essa cidade hoje à noite

.

Eu tenho anéis em meus dedos

E glitter no meu cabelo

Eu comprei uma passagem só de ida e a recém cheguei aqui

Eu vou percorrer essa cidade

Percorrer essa cidade

Eu vou percorrer essa cidade

Percorrer essa cidade

Eu estou usando salto alto

E estou chutando portas

E beijar seus pés não é o pra quê o meu batom serve

Eu vou percorrer essa cidade

Percorrer essa cidade

Eu vou percorrer essa cidade

Percorrer essa cidade

Eu vou percorrer, eu vou percorrer, eu vou percorrer

Percorrer essa cidade

.

Eu vou percorrer, eu vou percorrer, eu vou percorrer

Percorrer essa cidade hoje à noite

Percorrer essa cidade, percorrer essa cidade hoje à noite

Eu vou percorrer essa cidade, percorrer essa cidade

(Hoje à noite, hoje à noite, hoje à noite...)

   Alice sorria animada enquanto cantava, os dançarinos contratados dançavam espalhados pelo palco, e ela vez ou outra os acompanhava animadamente. Senti as lágrimas virem aos meus olhos, e o orgulho me consumindo.

- GOSTOSA! – Rose gritou de repente, e todos riram. – Porra Bella, olha como essa garota está linda! – Rose dizia, chorando.

   Rose estava com uma coisa que a fazia meter palavrão em tudo o que ela dizia. Geralmente isso acontecia quando ela estava feliz demais, agitada.

   Não falei nada, apenas assenti rindo, com os olhos vidrados em Alice. Ao fim da música, ela parou em frente à multidão, a respiração levemente arfante e um sorriso enorme no rosto. Todos lá em baixo estavam eufóricos, e através do enorme telão que havia atrás do palco que transmitia o show, pude ver o zoom que deram em seu rosto radiante. Havia lágrimas em seus olhos, e eles brilhavam.

   Mordi o lábio inferior, controlando a vontade de chorar.

   Alice Swan era o meu maior orgulho.

(...)

   O show já estava quase no fim, quando deram uma pausa. Duraria apenas 1 minuto, e esse era o tempo que Alice tinha para trocar de roupa rapidamente, enquanto a banda tocava brevemente. Eu estava eufórica. Um piano branco havia sido colocado no palco, lá no alto das escadas, e logo Alice apareceu. Uma luz lilás, clara, iluminou todo o piano, e Alice sentou-se a ele.

- Ai caramba, é agora! – Rose disse ao meu lado, mais para si mesma.

- A música... A música do...? – deixei a pergunta no ar, e Rose assentiu freneticamente.

   Ai caramba. A música do Jasper, e que dava nome ao álbum!

Safe


Você fica tentando entrar na minha cabeça

Enquanto eu continuo tentando perder as palavras que você disse

Você não vê que eu estou pendurado por um fio

Para a minha vida, o que eu sei

Sim, eu estou perdendo o controle e

.

Oh, não

As minhas paredes vão ruir

Tão perto

É mais do que posso suportar

Eu estou tão cansada de virar e correr

Quando o amor simplesmente não é seguro

.

Você não é seguro

.

Sou forte o suficiente

Eu sempre disse a mim mesmo

Eu nunca quis precisar de alguém

Mas eu já caí daquela colina

Então, eu estou baixando a minha guarda

Aqui está a sua chance no meu coração e

.

Tudo o que você quer, mas é tudo que você precisa

Nem sempre são finais felizes

Mas é tudo que está no meio

Levou tanto tempo, tanto tempo para finalmente ver

Que o seu amor vale o risco

Oh, não

As minhas paredes vão ruir

.

Você não é seguro

Mas tudo bem

   Alice dedilhava as notas no piano, e sua voz suave rapidamente me relaxou. Alice parecia uma princesa naquele vestido...

   Já no fim da música, ela pegou o microfone e desceu as escadas enquanto cantava, caminhando lentamente até a frente do palco. As pessoas tinham os olhos vidrados nela, e cantavam junto.

   Edward apertou minha mão com força, e eu olhei para ele. Arregalei os olhos.

- OMG! Você está chorando?! – perguntei surpresa.

- Você também está! – ele revidou.

   Ri dos seus olhos marejados e de seu nariz levemente rosado. Ouvi alguém fungar ao meu lado, e quando olhei vi Rose aos prantos e Emmett a abraçando, chorando também.

   AI NÃO, EU TENHO QUE RIR!

   “Mas você também está chorando, sua idiota! Quem é você para rir?!”

   Consciência, eu já disse que não quero papo com você!

   Olhei para Nessie e Mel, e elas olhavam Alice vidradas. Não choravam, mas pareciam quase encantadas. Nessie sorria levemente, os olhinhos brilhantes. Parei de rir dos outros, e voltei a olhar para Alice.

   Não devo estar muito diferente de Nessie e Alice, agora. Apesar da música ser triste, Alice não demonstrava estar assim. Ela sorriu feliz, ao fim da música.

   Forte como ela era. Forte como ela sempre foi.

(...)

   O barulho da garrafa de champanhe sendo aberto foi ouvido, e todos nós gritamos entusiasmados.

- Um brinde à nossa princesinha do pop! – Emmett disse, levantando sua taça.

   Todos nós rimos.

- “Princesinha do pop” não, Emm! Por favor! – Alice pediu entre risos. – OMG! Foi tão incrível, eu ainda não estou acreditando!

   Emmett ia gritar mais alguma coisa, animado, quando Stephen apareceu.

   Com um buquê de rosas.

   E um sorriso de matar.

- Ai porra, me segura. – Rose sussurrou, segurando fortemente em minha mão. – Ele mexe com as minhas estruturas.

   Prendi o riso, olhando para Rose.

- Rose, se controle, Emmett está do seu lado. – sussurrei de volta.

- Eu o peguei olhando para a bunda da mulher da limpeza de palco, ai dele se reclamar de mim!

   Ri, e voltamos a olhar para Stephen, que agora entregava o buquê à Alice.

- Para a dama mais bonita da noite. – ele disse.

   Alice corou, rindo, e pegou o buquê. O abraçou fortemente, agradecendo, e ficou olhando toda boba para as flores.

- Eu vou pegar essas flores e enfiar nos cornos dele. – ouvi Edward resmungar ao meu lado.

   Revirei os olhos.

- Edward, se controle. – pedi.

- Olha os olhos dele e cima dela! – ele disse baixinho. – Parece um cão esfomeado secando o frango de padaria!

- Está comparando a minha irmã a um frango? – perguntei crispando os olhos, de brincadeira.

   Edward bufou levemente.

- Você entendeu. – resmungou. 

   Sorri do seu ciúme e deu um beijinho em seu rosto, e ele me abraçou, suspirando e beijando o topo da minha cabeça. De repente, eu senti uma pontada forte. Meu corpo convulsionou levemente, e Edward me olhou preocupado.

- O que foi? – perguntou.

- Nada. – murmurei, respirando fundo.

   Minha respiração foi interrompida por outra pontada, ainda mais forte que a anterior, e eu dei um gritinho. Todos os olhares viraram para mim.

- AI PORRA, VAI NASCER! – Rose gritou puxando os cabelos. – AI MEU DEUS, ALGUÉM CHAMA UMA AMBULÂNCIA! AI PORRA, SOCORRO! BELLA, RESPIRA! RESPIRA! FICA CALMA, OK?! VOCÊ PRECISA RESPIRAR!

- QUEM PRECISA RESPIRAR É VOCÊ! – gritei de volta.

   Rose começou a hiper ventilar, e Emmett foi ao seu socorro, abanando seu rosto. Mas nem nessa situação o palhaço parava de rir!

   Abracei minha barriga, sentindo as dores aumentarem, e Edward me pegou no colo, saindo da sala em que estávamos. Rose ainda gritava coisas incoerentes, e Alice parecia tentar acalmar Nessie e Mel.

   Fechei os olhos fortemente, mordendo o lábio inferior.

   Meu deus, eu não posso perder o meu filho, de jeito nenhum!

- Fica calmo, bebê. – murmurei, acariciando minha barriga. – Você já vai sair daí, calma.

   Edward gritava algo com Stephen e Emmett, e logo percebi que estávamos em um carro. As pontadas ficavam cada vez mais fortes, e eu senti algo molhado entre minhas pernas.

- E-Edward! – gaguejei. – Eu estou molhada!

   Edward arregalou os olhos.

- Amor, agora não é hora de você ficar excitada! – ele disse.

   Demorei alguns segundos para raciocinar o que ele disse, e logo entendi. Dei um tapa forte em seu braço, e ele gemeu de dor.

- SEU IDIOTA, A BOLSA ESTOUROU! – gritei desesperada.

   Ele fez uma carinha surpresa.

- EMMETT, ACELERA ISSO! – ele gritou.

   Só então percebi que Emmett dirigia, e só estávamos eu e Edward no banco de trás, e Emmett e Stephen no da frente.

   As dores ficaram um pouco mais fracas. UM POUCO!

   Respirei fundo, tentando acalmar meu coração, e Edward me olhava com os olhos arregalados de preocupação, e suas mãos apertavam as minhas.

- Você vai ficar bem, ok? – ele disse. – Eu estou aqui com você, eu vou estar lá ao seu lado, e nosso bebê logo vai chegar!

- Ai de você se não ficar ao meu lado. – falei entredentes, apertando sua mão com minhas unhas.

   Edward riu, assentindo freneticamente. Seu rosto abaixou, ficando colado ao meu, e ele me beijou. Senti a descarga elétrica em meu corpo quando seus lábios tocaram os meus como sempre acontecia. Sorri contra seus lábios, e Edward acariciou minha barriga. Nessa mesma hora senti outra pontada forte embaixo do ventre, e gritei. Edward me olhou assustado, e eu segurei minha barriga, berrando.

- CHEGA DE FILHOS! – gritei. – ENTENDEU? CHEGA!

   Ouvi a risada alta de Emmett no banco da frente.

- Nada de time de futebol como você queria, amigão! – Emmett zoou.

- TIME DE FUTEBOL?! – gritei. – SÓ SE FOR DAQUELES BONEQUINHOS!

   Emmett e Stephen riram, e eu arfei, tentando acalmar a respiração. Edward começou a acariciar minha barriga e rosto, mas a dor não cessava de jeito nenhum!

   MERDA, ESSE HOSPITAL É AONDE AFINAL?! NO ALASCA?!

- Chegamos! – Stephen disse, já pulando do carro.

   Graças!

   Edward saiu do carro antes de mim, para me ajudar a descer, e Stephen foi chamando ajuda no hospital. Logo dois enfermeiros apareceram com uma maca, e Edward ajudou eu me firmar no chão, mas assim que dei um passo, senti uma dor absurda e arfei, vendo apenas a escuridão.

POV Edward

   O tic-tac do relógio já estava me dando nos nervos.

   Bufei, passando as mãos no rosto. Senti um toque delicado em meu ombro, e vi que era minha mãe.

- Acalme-se querido. – ela disse, sorrindo levemente. – Não se preocupe, Bella e Anthony ficarão bem.

   Suspirei.

- Ela desmaiou de dor, mãe. Como eu não vou me preocupar? – murmurei.

- Se tem uma coisa que minha irmã é, é forte. – Alice disso, sentada na outra cadeira ao meu lado.

    Sorri para ela. Alice estava agarrada em um pequeno pote de sorvete, e mesmo já tendo 20 anos, ela ainda parecia uma menininha de 15 com aquela roupa, e aquela carinha. Ela tentava transparecer calma, mas estava bem claro que estava nervosa. Dei um beijo em sua testa e ela sorriu. Rose e Emmett apareceram ambos com a expressão cansada. Eles haviam ido até uma lanchonete que havia ao lado do hospital para comprar café para todos nós. Meu pai havia vindo com a minha mãe, mas voltou para a casa deles com Nessie e Mel, que já desmaiavam de sono. Assim que tudo se acalmasse, e víssemos minha garota e meu filho, minha mãe voltaria para casa para ficar com eles. Eu buscaria as meninas amanhã, e as traria para ver o novo membro da família.

   Sorri. Um bebê... Meu e de Bella. Eu me sentia em êxtase! Durante todos esses meses eu não parava de pensar em como poderia ser...

   Provavelmente teria os olhos verdes, já que eu e Bella temos olhos dessa cor. Mas puxaria os meus cabelos acobreados, meio ruivos, ou os cabelos escuros de Bella? Minha mãe disse que também era provável que ele fosse loiro, já que eu era loiro quando bebê. Eu havia puxado ao meu pai. Mas contanto que fui crescendo, fui adquirindo o tom meio acobreado, como as da minha mãe.

  Céus, eu preciso vê-lo. Preciso pegar meu filho. Eu queria ter entrado com ela na sala de cirurgia, como eu havia dito que faria, mas os médicos não deixaram. Bufei. Eu não simpatizei muito com o médico de Bella.

   Alec Volturi. Novo demais e muita cara de pegador. Eles teriam que fazer uma cesariana, e só em pensar que ele tocaria no corpo da minha mulher...

   Nunca pensei que pensaria isso um dia, mas se fosse para escolher quem estaria cuidando de Bella e do meu filho agora, eu escolheria aquele Jacob Black. Ao menos ele tratava Bella com respeito, e com certeza não a ficaria apalpando.

   E foi só eu pensar no demônio, que ele apareceu. Alice havia me dito que ligara para Jacob, e ele estava a caminho. Todos nós o cumprimentamos, e ele me olhou parecendo agoniado.

- Alguma notícia? – perguntou.

- Nenhuma. – falei.

   Ele suspirou e se sentou em uma cadeira ao lado de Alice. Os dois logo engajaram em uma conversa sobre como havia sido o show, e os outros também começaram a conversar entre si. Mas a preocupação era nítida.

   Minutos se passaram, e eu apenas encarava a parede branca. Logo um pigarro foi ouvido, e eu vi uma enfermeira parada à nossa frente.

- Quem é... Edward Cullen? – ela perguntou após olhar algo na prancheta que segurava.

   Rapidamente eu fiquei de pé, e ela sorriu simpática.

- É o marido de Isabella, certo? – perguntou. Assenti. – Bom, a cirurgia foi feita com sucesso. Sem complicações. O bebê já está na incubadora, e está saudável. Gostaria de ver Isabella?

   Eu não conseguia dizer nada, apenas balançava a cabeça em concordância. A enfermeira disse aos outros que, dali a alguns minutos, eles poderiam ir também. Todos sorriam eufóricos.

   Segui a enfermeira meio desligado do que acontecia ao meu redor. Logo chegamos ao quarto onde Bella estava, e eu a vi deitada na cama de olhos fechados.

- Eu trarei o bebê daqui a alguns minutos. – a enfermeira sussurrou para mim.

   Assenti e ela se retirou. Suspirei, indo até Bella. Eu me sentei na cadeira que havia ao lado da cama e peguei em sua mão, dando um beijo na mesma. Vi um leve sorriso surgir em seu rosto, e sorri. Ela abriu os olhos, me olhando.

- Eu o vi antes de você. – ela murmurou, parecendo estar fraca.

   Sorri ainda mais.

- E com ele é? – perguntei, me levantando e me sentando ao seu lado na cama.

- Lindo. – ela murmurou. – Você saberia como ele é se tivesse ficado ao meu lado. – ela praticamente rosnou, mudando drasticamente de expressão, e fincando as unhas curtas na minha mão.

   Ri, aproximando nossos rostos, e beijei sua testa, acariciando seu rosto. Ela suspirou.

- Me desculpe, amor. Eu tentei vir, mas o médico não deixou. Aliás, não quero que você dê muito papo a ele, ok?

   Ela me olhou sem entender.

- Mas ele trouxe o nosso filho ao mundo, Edward. – ela disse inocente. – Por que toda essa hostilidade?

- Porque ele não é confiável. – falei.

   Ela crispou os olhos, e abriu a boca para falar mais alguma coisa, quando o médico apareceu.

   Senti meus músculos se retesarem instantaneamente, e crispei os olhos. Ele sorria abertamente para a minha mulher, e só então pareceu notar a minha presença.

- Ah, senhor Cullen. Eu não sabia que já estava aqui... – ele disse, sorrindo meio sem graça.

- É, eu vim ver a minha mulher. – falei, dando ênfase no “minha”.

   Ouvi Bella bufar, e a olhei. Ela revirou os olhos, mas parecia achar a situação divertida.

- Como se sente, Isabella? – o tal Alec perguntou se aproximando da cama para examinar Bella.

   Voltei a me sentar na cadeira, atento aos seus movimentos.

   Bella sorriu, educada.  

- Um pouco fraca, mas bem. – ela respondeu.

- Logo essa fraqueza passa. – ele disse. – Mas você terá que ficar três meses sem fazer esforço, e também não pode se estressar, ok?

   Bella assentiu.

- Bom, logo Sue trará o garotão. – ele falou. – Ele é muito bonito, Bella. Teve a quem puxar.

   OPA, OPA, OPA!

   Fiquei de pé num átimo, ficando bem à vista dele, e o doutorzinho engoliu em seco.

- Sim, minha esposa é linda. Aliás, daqui a quanto tempo poderemos transar? – perguntei na cara-de-pau.

   É bom ele saber que ela é minha, sou eu quem toco e eu que tenho livre acesso, enquanto ele apenas ficará olhando.

   Bella corou fortemente, arregalando os olhos, e Alec sorriu sem graça.

- EDWARD! – Bella gritou, me dando um tapa no braço.

- O que foi, amor? Temos que saber disso, certo? Você sabe que eu não aguento ficar tanto tempo sem te tocar, e sei que com você também é assim. – falei galante, dando meu sorriso torto.

   Bella desviou o olhar do meu, suspirando.

- Er... Eu recomendo 40 dias de resguardo, devido aos pontos da cirurgia. – Alec disse.

   Assenti sorridente, e logo a porta do quarto foi aberta. Senti meu mundo parar no momento em que vi o embrulhinho azul nos braços da enfermeira. Ela se aproximou, sorrindo, e pôs o meu filho em meu colo. Eu me sentia extremamente abobalhado...

   Vi quando Alec saiu do quarto, mas a enfermeira Sue permaneceu a certa distância, nos dando privacidade. Eu me sentei ao lado de Bella novamente. Ambos olhando sorridentes para o nosso filho.

- Ele é gordinho. – ela disse, fazendo um biquinho adorável. – E é loirinho, como você era quando bebê.

- E os olhos são verdes? – perguntei com a voz embargada.

   Eu sentia meus olhos arderem ao ver aquele serzinho tão pequeno em meus braços... Parecia que iria querer a qualquer momento, mas ao mesmo tempo, parecia ser tão forte!

   Antes de Bella responder sobre seus olhos, nosso filho os abriu. Eram grandes, e verdes. Brilhavam em minha direção, e eu senti um arrepio percorrer minha espinha.

- Oi filhão. – murmurei, aproximando meu dedo de sua bochecha para acaricia-la.

   Ele agarrou meu dedo, apertando-o entre seus dedinhos pequenos e gordinhos. Bella acariciava levemente o topo de sua cabeça, sorrindo.

- Ele é tão lindo. – ela murmurou. – Puxou a você.

   Ri, balançando minhas sobrancelhas.

- Vai ficar gostoso igual ao pai. – falei.

   Bella riu, balançando a cabeça.

- Tão convencido! – falou risonha. – Mas ele será como eu: culto, inteligente e apaixonante.

   Arregalei os olhos, fingindo uma expressão assustada.

- Amor, se ele puxar a você, todos irão fugir dele!

   Bella fechou a cara para mim, e eu não aguentei e ri.

- Ai que engraçado, Edward. Nossa você devia ser comediante, sério. – falou séria, mas logo não aguentou e riu também.

   Nosso filhão começou a gemer baixinho, e o olhamos preocupados. A enfermeira se aproximou, sorrindo.

- Está na hora do mamar. – ela disse.

   Bella arqueou a sobrancelha, e mordeu o lábio inferior. Parecia ansiosa. Sue pegou Anthony no colo e o pôs no de Bella. Ela o pegou, de início um pouco desajeitada, mas logo o firmou bem em seus braços. E eu nunca pensei que a veria tão linda quanto naquele momento. Sue foi lhe explicando todo o procedimento, e ela sorria, assentindo. Logo ela pôs seu seio para fora da camisola do hospital, e antes mesmo de ela o coloca-lo à mercê de Anthony, o mesmo o agarrou e começou a mamar. Nós três rimos, e Bella fez uma caretinha de dor, mas logo sua expressão foi ficando tranquila. Sue logo foi ajeitar um pequeno berço que havia no canto do quarto, e eu suspirei vendo minhas duas vidas.

- Anthony. – murmurei, acariciando sua bochecha rósea enquanto ele mamava.

- Austin. – Bella falou, sorrindo. – Para mim ele é Austin.

   Revirei os olhos, sorrindo.

- Cada um irá chama-lo de um jeito, então? – perguntei.

   Ela assentiu, dando de ombros. Antes de ela voltar a olhar Anthony, eu quebrei a distância entre nós e a beijei. Senti sua língua entrar em contato com a minha, e se nosso filho e a enfermeira não estivessem ali, eu a teria feito minha mais uma vez ali mesmo, na cama do hospital. Nós nos separamos um tempo depois, e depositei selinhos em seus lábios. Bella sorriu, com as bochechas coradas, e olhou para baixo. Anthony já largava seu seio, e Bella o vestiu novamente. Sue se aproximou, estendeu os braços para pegar Anthony, e Bella o entregou. Sue o levou até o berço e o colocou cuidadosamente lá. Anthony não era tão pequeno... Ele parecia ter nascido com uns 3 quilos e mais um pouco. Ela gordinho, e forte. Completamente saudável. Fui ate o berço e vi que ele já fechava os olhos e dormia. Sue sorriu.

- Parabéns a vocês, ele foi considerado o bebê mais bonito do berçário! – ela disse.

   Eu e Bella rimos, agradecendo. Sue saiu do quarto, dizendo que falaria para os outros virem ao nosso encontro.

   Sentei ao lado da minha menina novamente e, antes de eu e Bella falarmos qualquer coisa, a gangue invadiu o quarto. Mas entraram em silêncio, provavelmente a enfermeira havia dito que Anthony dormia...

- Cadê o meu sobrinho-irmão? – Alice perguntou com os olhos brilhantes.

   Sorri e fiquei de pé, indo até o berço. Ouvi seus passos atrás de mim, e logo todos rodeavam o berço, babando em meu filho.

- Acertou em cheio hein, Ed! – Emmett disse, dando tapas em minhas costas. – O menino nasceu bonito!

   Revirei os olhos, mas ri.

- Ele é tão gordinho! – Alice disse quase se jogando dentro do berço. – Ai caramba, que vontade de apertar, e morder, e jogar para o alto, e...

- Edward, toma cuidado com a Alice que ela é uma psicopata! – ouvi Bella falar, e todos nós rimos.

- Oh querido, ele é perfeito! – Esme disse, me olhando com os olhos cheios d’água. – E ele tem os seus lábios e o seu nariz, Bella!

   Bella sorriu toda boba, e Esme foi até ela para abraça-la.

- Awn Toninho, eu vou roubar você para mim! – Rose disse, colocando as mãos no peito.

- Toninho? – eu, Alice e Emmett perguntamos, juntos.

- Sim... – Rose disse, sem tirar os olhos de Anthony. – É o apelido que eu criei para ele.

- Mas “Toninho” parece nome de cavalo. – Alice disse fazendo careta.

- Toninho é um apelido lindo. – Rose disse.

   Emmett riu, beijando o rosto de Rose. Ela sorriu para ele. Eles eram bem reservados, não se agarravam na frente dos outros nem nada assim, mas era nítido que eles se gostavam. Dava para ver lá nos olhares deles.

- Vocês... – ouvi Jacob começar a perguntar, e o olhamos. – Vocês deixariam eu ser o pediatra dele?

   Bella sorriu abertamente, e Jacob sorriu e me olhou. Incrivelmente eu não sentia mais vontade de quebrar a cara dele como antes. Talvez porque eu tenha plena certeza de que Bella é minha agora, e as coisas parecem mais claras... Jacob realmente nunca tentou nada mais sério com ela. Na verdade, ele apenas parecia se preocupar demais com ela. Como um amigo.

   Olhei para Bella, e nossos olhares de encontravam. Sorrimos juntos.

- É óbvio que você irá ser o médico dele, assim como já é de Mel e Nessie! – Bella disse.

   Jacob sorriu.

   Esme e Rose começaram a tagarelar sobre comprar roupas para o bebê, e Emmett e Alice discutiam sobre de quem o sobrinho deles gostaria mais, e Jacob os interrompia, dizendo que Anthony gostaria mais dele porque Emmett e Alice eram espevitados demais. Todos sorriam o tempo inteiro.

   Mas nada daquilo importava. Eu estava completo agora. Tinha uma mulher linda, filhos perfeitos, uma família perfeita...

   Tem como ser melhor?

(...)

   Dois dias depois Bella recebeu alta no hospital, assim como Anthony.

   Ela o tinha em seu colo, enquanto eu empurrava a cadeira de rodas em que ela estava sentada até o nosso carro. Em seu pescoço estava o colar que eu havia lhe comprado na Tiffany & CO. Era tão delicado quanto ela.

- Eu não estou inválida. – ela resmungou novamente.

- Amor, você não pode fazer esforço, esqueceu? – perguntei.

   Ela bufou, e eu apenas ri. Bella era tão teimosa!

   O dia estava lindo, sem uma novem no céu. Uma brisa fresca passava por nós, e eu nunca me senti tão bem. Sorri ao ver Rose, Alice, Nessie e Mel ao lado do nosso carro, já no estacionamento. Ao lado do nosso carro estava o de Rose. Elas sorriram abertamente ao nos ver, e Nessie correu até nós, assim como Mel.

- Ele parece maior! – Nessie disse, olhando admirada para Anthony no colo de Bella. – E mais gordo também!

   Ela e Mel deram uma gargalhada gostosa. Mel ficou na pontinha dos pés e deu um beijinho na bochecha gordinha de Anthony, e eu sorri com a cena.

- Mamãe, ele é bonito igual a você! – Mel sussurrou para Bella, que sorriu boba.

- É? E o papai? – ela perguntou risonha.

- Papai não, o papai é feio! – falou.

   As duas riram juntas, e eu peguei Mel no colo e a levantei no alto, fazendo-a dar um gritinho.

- O papai é feio? Que historia é essa?!

- Não, não! O senhor é lindão! – Mel disse, sacudindo as perninhas.

   Eu ri mais e dei um beijo estalado em sua bochecha. Nessie ria com a cena, e eu me agachei, ficando na sua altura e dando um beijo estalado em sua bochecha também.

- Ai, eu me sinto até uma intrusa nesse momento família. – ouvimos Rose dizer.

   Eu e Bella reviramos os olhos.

- Intrusa? Você é mais do que da família, Rose! – Bella falou carinhosamente.

   Os olhos de Rose encheram de lágrimas, e Alice revirou os olhos.

- Ai céus, Rose de TPM é uma coisa! – Alice falou rindo. – Gente, vamos logo que eu quero mostrar as roupinhas novas que eu comprei para o meu lindão! – ela falou, apertando de leve a bochecha de Tony.

   Assentimos e eu ajudei Bella e levantar da cadeira. Ela crispou os olhos para mim, devido a todo o meu zelo, mas eu ignorei seu olhar e dei um beijinho em seus lábios. Ela sorriu. Dois funcionários do hospital vieram para recolher a cadeira, mas enquanto íamos até o carro, um deles parou Alice. Ele devia ter por volta de uns 20 anos também, e sorria abobalhado para ela. Fiquei atento à conversa.

- ... e eu fui ao seu show dias atrás! Sou um grande fã seu, Alice! – ele dizia.

   Alice sorriu abertamente, feliz.

- Obrigada! – ela agradeceu.

   Ele rapidamente retirou uma caneta do bolso de sua blusa branca e, nos bolsos da calça, achou um papel.

- Estou com sorte, hoje! – falou rindo. – Pode me dar um autógrafo?

   Alice concordou radiante, e autografou o pedaço de papel. Ele agradeceu, abraçando-a, e correu de volta para o hospital. Alice veio até nós sorrindo toda boba, e eu crispei os olhos.

- Você tem que tomar cuidado com esses caras por aí, Alice. – falei.

   Bella riu, e Alice revirou os olhos.

- Edward, ele era um fã meu! – falou.

- Ok, mas não saia abraçando qualquer um assim, mãos de homens são bem escorregadias, e você sabe aonde elas vão parar. – falei sério.

   Alice riu alto, balançando a cabeça.

- Ok “papai”! – falou, entrando no carro de Rose.

   Sorri para ela, e ajeitei Nessie e Mel no banco de trás. Bella ainda ria de mim, e eu a ajudei a colocar Anthony na cadeirinha de trás. Logo entrou no passageiro, ao meu lado. Liguei o rádio, e começou a tocar uma música que eu não conhecia. Bella deu um gritinho e aumentou o rádio, sorridente.

Neon Lights – Natasha Bedingfield

- Ai, eu amo essa música! – falou.

  Ri de seu entusiasmo, e Bella começou a cantar a música. Pelo vidro retrovisor vi que Nessie e Mel conversavam algo sobre desenhos, e Anthony dormia tranquilo. Suspirei.

   Eram perfeitos. Todos eles.

   Nunca eu iria imaginar que um dia estaria aqui, em meu carro, com três crianças lindas no banco traseiro e a minha secretária que me odiava ao meu lado, cantando e jogando cabelo para todo lado...

- Love has no expiration date, my heart will always beat for you...* - Bella cantarolou me olhando.

   Sorri, colocando uma mão em sua perna. Ela riu e quebrou a distância entre nós, me beijando. Como estávamos parados em um sinal vermelho, correspondi ao beijo. Nós nos separamos logo que ouvimos uma buzina, e vi que o sinal havia aberto.

   Bella ainda sorria, e eu não pude evitar sorrir também.

   Nada era como eu imaginava a um ano atrás. Era tudo cinza... Escuro. Vazio. Mas parecia tudo se encaixar quando eu chegava ao escritório e via aquela carinha emburrada todos os dias. Era Bella. Sempre foi ela. E sempre será.

   Sorri com o rumo que a minha vida estava tomando. Tudo corria bem, e só tinha a melhorar. Eu sabia que iria ter brigas e muitos gritos de Bella direcionados para mim, mas eu também sabia que nada ruim duraria muito tempo em nossas vidas.

   Isabella era pura, e tornava tudo “colorido” em minha vida. Ok, isso soou gay demais, mas era a verdade. Não só Bella, mas Mel, Nessie, Alice, Anthony, Rose, Emmett... Todos eles contribuíam para que a minha vida e a de todos nunca ficasse na mesmice. Seria sempre aquela emoção de acordar todos os dias e pensar: “O que eles irão aprontar hoje?”.

   Nunca seria nada igual. Mas isso não era ruim. Longe disso.

   Era perfeito.

- EDWARD, VOCÊ QUER NOS MATAR?! – Bella gritou e eu freei bruscamente, antes de bater na traseira do carro da frente.

   Logo ela rapidamente virou para trás, assustada, e quando viu que Anthony ainda dormia suspirou aliviada. Nessie e Mel tinham os olhinhos arregalados, e Bella as acalmou e se desculpou pelo grito. Logo ela crispou os olhos para mim, e tudo o que eu fiz foi rir.

- Está rindo? – ela perguntou estupefata.

   Mordi o lábio inferior, tentando conter o riso. Antes de ela perceber, eu a beijei e voltei a me encostar ao meu banco, colocando o carro em movimento novamente.

- O que você tem? – ela perguntou estranhando. – Você está muito sorridente...

   Eu a olhei pelo canto dos olhos, sorrindo torto.

- Eu tenho quatro motivos maravilhosos para sorrir, por que não ficaria feliz? – perguntei.

   Ela arqueou as sobrancelhas, e sorriu. Sua mão tocou a minha, e eu senti, naquele momento, que ali era o meu lugar.

   Ao seu lado.

   Mesmo que, eu sei, eu ficarei surdo um dia devido aos seus gritos.

   E ok, eu sei... Bella é uma tremendo louca. Mas dizem que os loucos são os melhores, certo?

Respire

Aceite

O amor não tem data de validade

Meu coração vai sempre bater por você

A uma taxa constante

Vai durar mais que tudo

Que você acha que já está definido

E ele segue sempre em frente

Segue sempre em frente

.

Convulsivo como

Luzes de néon

Você pode sentir meu amor?

Alto e claro

Te puxa para perto

Você pode sentir meu amor?


 


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Notas finais do capítulo

27 páginas de despedida, lol!
Bom, não acho que preciso me despedir, já que... EU JÁ POSTEI A 2ª TEMPORADA! HAHAHAH Mas antes que vocês corram para lá, peço que leiam as Notas Finais até o fim! :3
É que eu realmente gostaria de agradecer à todas vocês! Realmente, de verdade, sem dúvida alguma, foi perfeito para mim escrever Porto Seguro! Antes de eu postá-la, a história se chamava "Candles", estava parada no meu pc há mais de 1 ano, seria um Drama, e teria NO MÁXIMO 20 capítulos. E olha no que se tornou...
Bom, se tornou algo realmente bem melhor do que eu planejava no início. E graças à vocês. ♥
De verdade, eu amei escrever cada capítulo, mesmo que tivesse dias em que eu estava sem inspiração nenhuma. No fim, eu sentia aquele sentimento de "dever cumprido", e esse sentimento é ainda maior agora. É sempre estranho finalizar uma fic, mas é ótimo também! Se bem que ainda temos a 2ª temporada, hahah! Então nada de drama, né?
Bom, eu gostaria de agradecer principalmente à todas as meninas que participam do grupo no facebook também! Vocês não tem noção do quanto eu fico feliz, e de quão grande é o meu sorriso, quando vocês comentam algo lá, mandam algum recado pedindo por capítulos, fazendo perguntas... Eu me sinto tão bem, de verdade! E nunca, NUNCA será um incômodo para mim dar atenção à vocês, responder 1000 perguntas, etc.! Obrigada mesmo!
Enfim, é isso! ahuahuahhau.
Bora finalizar uma etapa de Porto Seguro? Vamos começar a NOVA ETAPA da história, junto com a Bella, o Edward, a Rose, o Emmett, a Alice, o Stephen (suspiros), a Nessie, a Mel e agora, o Anthony. Ou Austin. Ou Toninho, como vocês preferirem! hahahah
COMENTEM GENTE! Digam o que acharam, por favor! Até quem não comentava antes, por favor, diz um "oi!" agora!
AAAAAAAAAAAH, EU AMO VOCÊS! HAHAHAHAH ♥
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LINK DA 2ª TEMPORADA: http://fanfiction.com.br/historia/345889/Porto_Seguro_-_2_Temporada/