Capítulo 03

FATO 1: Terei que passar 3 dias em Chicago com o bebê de Rose Mary. Vulgo: meu chefe, Edward Cullen.

FATO 2: Rosalie Hale é, definitivamente, um anjo enviado especialmente para mim.

Fato 3: ALICE QUER ME DEIXAR LOUCA.

Flashback

Eu terminava de arrumar minha mala para a viagem, já que ela seria na manhã seguinte. Eu estava numa pilha de nervos! Edward já havia me ligado umas 6 vezes, perguntando de coisas do trabalho. Meu Deus, ele quem passaria umas 2 horas em reunião com o Sr. Campbell! Por que era eu quem tinha que ver tudo, resolver tudo, GRAVAR tudo?! Cara, eu vou morrer.

– Bella.- ouvi Alice chamar.

Ela estava parada na porta do meu quarto, parecendo pedir permissão para entrar com o olhar.

Estranhei.

– Entre, Alice. - falei, voltando a colocar alguns dos meus cremes dentro da mala.

Alice entrou no quarto e sentou-se ao lado da minha mala, na cama. Ficou quieta por alguns segundos, olhando para todos os cantos do quarto.

Suspirei. Me fazer companhia enquanto eu arrumava as coisas para a viagem é que ela não queria!

– Vai, pode dizer. O que você quer?- perguntei, cruzando os braços e sorrindo levemente.

Alice começou a estalar uns dedos nos outros, em claro sinal de nervosismo. Ela evitava olhar para mim.

– Bem, é que... Bom, me chamaram para cantar em um barzinho. Vão até me pagar e tudo mais... - ela disse, diminuindo o tom de voz a cada palavra dita.

Suspirei. Empurrei a mala um pouco para o lado e me sentei ao lado dela.

– Alice, o que eu disse sobre esses barzinhos? Não é lugar para você. Por que você não canta em algum baile da escola, não sei... - falei, segurando uma de suas mãos.

Alice me olhou, com a expressão irritada.

– Bella, eu já tenho dezenove anos!- ela disse.

Revirei os olhos.

– Não quer dizer nada, Alice. Vai saber o que vão oferecer para você beber, ou até mesmo o tipo de gente que frequenta o lugar!

– A Jéssica sempre vai lá, junto com o Mike, a Ângela... Por favor, Bella! - Alice fez aquela carinha de cãozinho abandonado que me desarmava completamente.

– Quando será isso?- perguntei, já pensando em permitir que ela fosse.

– Ah, er... Quanto a isso... - ai, lá vem.- Será amanhã à noite.

– AMANHÃ A NOITE, MARY ALICE? JUSTAMENTE NO DIA EM QUE EU NÃO PODEREI CUIDAR DE VOCÊ? - gritei automaticamente.

Alice revirou os olhos, soltando a minha mão e ficando de pé.

– Bella, pelo amor de Deus! Eu e Nessie não ficaremos com a Rose? Então pronto! - ela disse, como se tudo já estivesse resolvido.

– Vocês ficarão com a Rose sim, mas amanhã ela tem um compromisso à noite. Não poderá te buscar e...

Alice me interrompeu revoltada.

– BELLA, EU TENHO PERNAS. NÃO PRECISO QUE A IRMÃZINHA OU A TITIA VÁ ME BUSCAR! - ela gritou.

Então era isso que ela pensava? Justo quando eu fazia de tudo para protegê-la?!

Me irritei, também ficando de pé.

– PRECISA SIM, ALICE! VOCÊ AINDA É UMA CRIANÇA, ENTÃO PARE DE FICAR CHEIA DE ATITUDE ASSIM!

– AH, ME POUPE, BELLA!- gritou e saiu do meu quarto, batendo a porta.

Minha respiração estava irregular. Saí do quarto, indo atrás dela até seu quarto. Assim que cheguei lá, abri a porta do quarto de supetão.

– Olha aqui, mas um showzinho assim, e nem na esquina você irá, entendeu? - eu disse, olhando fundo nos olhos dela.

Alice me encarou, desafiante.

– Você não é minha mãe.

– Mas eu sou sua IRMÃ MAIS VELHA! Sou EU que pago suas roupas, sou EU que pago sua comida, que pago TUDO seu! Fui eu que tive que cuidar de você e sua irmã e deixar tudo o que eu queria para trás! - falei, sentindo as lágrimas vindo aos meus olhos.

Alice continuou me encarando, séria. Respirei fundo.

– Quer saber? Vai! Pode ir para esse barzinho, para qualquer lugar que você queira ir! Mas se você for eu ficarei sabendo. E saiba que assim que eu ficar sabendo, seu castigo será arquitetado. Quer fazer show, quer fazer uma tatuagem, quer botar um piercing, encher a cara?! Faça, bote, caia bêbada! Mas quando eu voltar, seu castigo estará te esperando. - falei, saindo de seu quarto em seguida.

No corredor, parada segurando o Pepe, estava Nessie. Ela me olhava com os olhinhos arregalados.

– O que aconteceu, Bells?- ela perguntou, com sua voz fininha.

– Nada, meu amor. Nada. Quer ajudar a irmã a arrumar a mala?- perguntei, forçando um pequeno sorriso. Ainda estava nervosa com a discussão.

Nessie sorriu abertamente, assentindo. Peguei em sua mãozinha pequena e fomos até meu quarto. Só Nessie me acalmaria numa hora dessas.

Fim do Flashback

Respirei fundo. Só de me lembrar das coisas que Alice me disse, eu sentia meu coração se contrair.

– Está tudo bem?- ouvi perguntarem.

Segundos depois notei que era Edward. Estávamos sentados lado a lado no avião rumo à Chicago. Ele estava com o rosto virado para mim, com a expressão séria. Novidade!

– Estou bem. - falei, virando o rosto. Segundos depois, ele voltou a falar.

– Algum problema com a Nessie? - ele perguntou. Engoli em seco.

Eu falava, ou não? Geralmente, eu só desabafava com Rosalie.

– Não, é com... Com Alice. - falei.

Pelo canto dos olhos, vi que Edward ainda me observava, parecendo esperar eu continuar a falar.

Ele queria mesmo me ouvir?

– É que Alice sempre sonhou em ser cantora, e ela realmente tem vocação. E a chamaram para se apresentar em um barzinho. - falei.

– E isso é bom, não é? Algum produtor musical pode acha-la nessa apresentação, não sei. - Edward disse.

Suspirei.

– É que essa apresentação será amanhã à noite, e eu não costumo deixar a Alice assim, sabe? Eu sempre a levo, e busco. Fora que esse barzinho aonde ela vai não é muito confiável.

– Ah, então o problema é as pessoas que frequentam o local?

– Isso, fora o que podem oferecer a ela, não sei. Já a alertei sobre essas coisas, sobre drogas, bebidas, e afins. Mas eu tenho medo. - falei.

Edward ficou em silêncio, e logo suspirou.

– Adolescentes são mesmo difíceis de lidar. Quando colocam uma coisa na cabeça, acabou. - Edward disse, num suspiro.

Ri com suas palavras, assim como ele.

– Mas não se preocupe, ela vai saber se cuidar. Foi criada por você, então com certeza é ajuizada.

QUÊ? QUEM É ESSA ALMA CARIDOSA QUE SE APOSSOU DO CORPO DE EDWARD?

– Obrigada. - falei, sentindo meu rosto esquentar.

Ah, por favor. Ficar corada agora não!

Logo entramos no assunto trabalho. Edward logo pareceu ficar bem cansado. Era evidente pelas olheiras que pareciam ficar cada vez mais pesadas debaixo de seus olhos.

Mas nem isso apagava sua beleza. Incrível.

Chegamos a Chicago de madrugada. Deviam ser umas 2 ou 3 horas da manhã. Nem sei como consegui sair do avião, eu devia estar no modo Automático.

Pegamos um táxi na saída do aeroporto e fomos para o hotel em que ficaríamos hospedados. Era um hotel de luxo. Sorri internamente ao lembrar das fotos do hotel em que vi na internet. Tudo lindo, novo, confortável... Eu não via a hora de chegar lá e ficar em um quartinho lindo só para mim, e dormir bastante.

– COMO ASSIM HÁ APENAS UM QUARTO?- Edward gritava com o recepcionista.

Eu apenas observava a tudo, completamente desperta agora.

– Senhor Cullen, infelizmente a garota com quem o senhor fez a reserva é nova aqui. Como o senhor disse que viria com uma acompanhante, no caso sua secretária, ela deve ter pensando que apenas um quarto seria utilizado. - o recepcionista (que atendia pelo nome de Jack) disse, claramente assustado com Edward.

O calmo e centrado Sr. Cullen respirou fundo diversas vezes, com a mão no rosto. Eu e o recepcionista dividíamos os olhares entre nós mesmo e Edward, que depois de algum tempo levantou o rosto. E me olhou de cima a baixo.

– O q-que foi?- perguntei, gaguejando igual a uma idiota.

Edward parecia me analisar inteira, na maior cara-de-pau. Gente sem vergonha na cara é fogo, vou te dizer.

Logo ele parou com a análise e virou-se para o recepcionista, que nos observava curioso.

– Quer saber? Vai essa mesmo. Não há mais nenhuma suíte disponível?- Edward perguntou. O rapaz negou. - Ok então.

Eu não estava entendendo nada. Efeito do sono. Eu com sono era a mesma coisa que estar bêbada de vodka + drogada.

O que está acontecendo? Quem são vocês? Que lugar é esse? Isso na minha cabeça é cabelo? Ai, que legal!

Fui praticamente empurrada até o elevador, onde dei uma leve cochilada em pé mesmo. Só havia um suíte, em que eu e Edward teríamos que dividir. Provavelmente haveria apenas uma cama...

Ótimo. Minha vida é maravilhosa. O que a menina que fez minhas reservas estava ouvindo, afinal? Eu deixei bem claro que era para O SENHOR CULLEN E SUA SECRETÁRIA.

Não disse nada equivalente a “SENHOR CULLEN E SUA AMANTE”. O que essa gente de hoje em dia tem na cabeça, meu Deus?

– Finalmente. - Edward murmurou, quando chegamos ao 27º andar.

Eu puxava minha mala como se ela fosse um encosto. Troço pesado, PQP.

Edward abriu a porta do quarto, logo vindo até mim e me ajudando com a mala. Sonolenta, adentrei o cômodo e quase enfartei.

Isso era uma suíte de casal ou uma suíte de núpcias? Cara, que cama gigante era aquela? E para quê aqueles cobertores de seda vermelhos? E para quê essas luzes parcialmente apagadas? E POR QUE TEM UM BALDINHO COM UMA GARRAFA DE CHAMPAGNE E GELOS NA CABECEIRA DA CAMA?

Mundo, eu estou de mal com você.

– Nossa, eles erraram feio mesmo. - Edward disse, parecendo tão surpreso quanto eu. - O que você disse para a mulher quando telefonou, afinal?

– Que precisávamos de DUAS suítes, porque DUAS pessoas COMPLETAMENTE profissionais uma com a outras viriam passar três dias aqui. Não disse nada que a fizesse entender que era uma suíte de núpcias, para um casal recém-casado que veio passar uma temporada. - falei, cruzando os braços.

Por que tudo de ruim tem que acontecer assim? De uma vez só?

– Bom, só temos isso. - Edward disse, suspirando. - Quer tomar um banho primeiro?- ele perguntou.

E ele estava... Corado? OMG.

Engoli em seco, assentindo. Fui até a minha mala, e peguei minha toalha e minhas roupas.

DROGA!

Eu pensei que ficaria em um quarto só para mim, por isso eu trouxe os pijamas mais confortáveis que eu tinha. Confortável = short minúsculo e blusa de alças fina.

Fiquei no banho por uns 15 minutos, pensando. Lavei meus cabelos com meu shampoo de tutti-frutti (de criança mesmo, algo contra?) e fiquei arquitetando meu plano.

E meu plano era... Ter uma síncope.

Quem dormiria na cama? Edward? Eu? NÓS DOIS?!