Capítulo 19

– Promete que cuida dela, Eddie? Ela é meio boba, mas ela te ama.

Cassetete hein, Nessie. Eu estava tão fraca que não conseguia nem ao menos abrir os olhos, não podia nem me defender, e com surpresa pude ouvir Edward rir e falar a última coisa que eu imaginava que ele diria...

– Eu também a amo, e cuidarei dela. Eu prometo.

Involuntariamente sorri.

Mundo... Você está sendo bonzinho comigo?

Eu estava... Estranha.

Quero dizer, eu estava diferente. Estava feliz demais, animada demais. Eu também não conseguia parar de sorrir, e até eu mesma estava me estranhando. Motivo? Nem eu sei.

OK, EU SEI E VOCÊS TAMBÉM SABEM! HAHA.

Depois de ouvir Edward se declarando – indiretamente – para mim há duas semanas, eu andava meio que nas nuvens. Era estranho o modo como eu o via agora... Ele parecia tão mais bonito, sexy, fofo, carinhoso e...

– Bella! – Edward chamou, balançando uma mão em frente ao meu rosto.

Pisquei, despertando da minha viagem pelo mundo da imaginação com Edward Cullen.

Edward sorriu para mim, colocando algumas folhas sobre a minha mesa.

– Preciso que você ligue para o Sr. Walker para marcar uma reunião. Precisamos fazer os últimos ajustes sobre o comercial dele. – ele disse, sorrindo torto.

Desviei o olhar de seu sorriso e assenti. Edward sorriu mais e me deu um selinho rápido, indo para a sua sala em seguida.

Ri comigo mesma, levando a ponta dos dedos aos lábios. Suspirei, me sentindo corar.

Céus, Edward estava virando minha vida de cabeça para baixo!

À noite Edward foi para o meu apartamento. Era Quinta-feira, mesmo assim ele resolveu dormir lá.

Sim, ele resolveu ir dormir lá e eu não tinha nem direito de escolha.

Edward estava na sala vendo filme com Nessie enquanto Rose lavava a louça da janta e eu as secava. Rose narrava animadamente o almoço que tivera com Emmett. Nos últimos dias eles estavam se encontrando muito, e Rose estava radiante. Pelo o que Edward me disse, Emmett não ficava atrás no quesito animação.

Eu ria das loucuras de Rose quando, do nada, ela sorri toda fofa e pergunta:

– E você e Edward? Como estão depois daquilo?

Rose se referia ao episódio no quarto, em que ele disse aquelas palavrinhas para Nessie. Eu suspirei, dando de ombros, mas com um sorriso bobo assim que lembrei de suas palavras.

– Não falei com ele sobre isso ainda. – falei.

– Por que não?!

– Quer que eu fale o quê? “Edward, eu ouvi você falando para a Nessie que me amava, e aí é verdade ou mentira”? – perguntei, fazendo Rose rir.

– Bella, já passou da hora de ter mais romance na relação de vocês! E eu não falo só de sexo. – ela disse.

Senti meu rosto esquentar, e Rose revirou os olhos.

– Céus, você ainda fica corada. – ela murmurou. – Edward é tão carinhoso com você, e sinceramente, ele sempre parece querer “mais”.

– M-M-Mais como? – gaguejei.

Rose gargalhou de mim, e eu gemi de desgosto, me sentando à bancada e apoiando o rosto nas mãos.

– “Mais” naquele sentido que você está pensando e... Como eu posso dizer... Sempre que ele te abraça, ele parece estar dando tudo de si no ato. Já você... Bem...

– Eu o quê? Desembucha. – pedi emburrada.

Rose suspirou.

– Você parece uma boneca, sabe? Edward praticamente tem que pegar seus braços e pôr ao redor dele para você abraça-lo.

Fiz careta. Balancei a cabeça negativamente e Rose assentiu.

– Claro que não! – reclamei. – Eu abraço com vontade!

– Você parece uma adolescente de quinze anos dando um abraço no cara que gosta. Ao mesmo tempo em que quer abraçar, quer sair correndo envergonhada. Você se prende muito, tem que se soltar mais! – Rose disse, me balançando levemente pelos ombros.

– Mas não é que eu não queira, eu quero! – expliquei. – Mas é que Edward é tão intenso às vezes, e eu não sei... Eu... – comecei a gaguejar, e Rose suspirou, colocando as mãos na cintura.

– Bella, admita logo. – ela disse.

– Admitir o quê?

– Que o ama. – falou.

Fiquei olhando para ela por longos segundos, sem saber o que falar. Rose revirou os olhos.

– E para de me olhar com essa cara de mosca morta! – falou, voltando a me sacudir pelos ombros. – Você o ama, se deixa levar!

– Não! – falei alto até demais. Engoli em seco, e Rose me soltou, me olhando com curiosidade. – Você sabe que eu não...

– Bella, esquece essa coisa na sua cabeça que diz que você irá se machucar! Eu não entendo essa sua mania!

Suspirei.

– Eu não consigo controlar, Rose. Sempre acho que algo ruim irá acontecer.

Rose sorriu levemente, acariciando meu cabelo.

– Tente esquecer isso. Dê mais atenção ao Edward, seja mais carinhosa com ele. Ele merece isso. – ela disse.

Sorri e assenti. De certa forma, ela estava certa. Eu tinha que ser mais receptiva a Edward, já estávamos namorando há mais de um mês e...

E hoje Edward vai dormir... Comigo.

Ah, merda.

Edward olhou para mim, em seguida para o edredom em minhas mãos e logo para o sofá. Arqueou uma sobrancelha para mim, cruzando os braços.

– Sério que você vai me pôr para dormir no sofá? – ele perguntou, cheio de deboche.

– Não fica de deboche não. Vai, deita aí e dorme. – falei, jogando o edredom no sofá e dando as costas para Edward.

Eu me senti ser puxada pelo braço, e meu corpo foi de encontro ao seu peito largo. Engoli em seco, sentindo os braços de Edward se fechando ao meu redor.

– Está com medo de eu tentar fazer algo? – ele perguntou, e pude senti-lo sorrir.

Revirei os olhos.

– É claro que não! Eu só... – eu falava, mas fui interrompida por ele.

Edward passeava com seus lábios pelo meu pescoço, fazendo eu me arrepiar. Tentei afastá-lo, mas era impossível. Ele era bem mais forte do que eu. Edward levou seus lábios de encontro aos meus, e eu gemi. Logo sua língua pediu passagem e eu logo a dei, rodeando seu pescoço com meus braços. Edward pressionou suas mãos em minhas costas, e logo me pegou no colo, de modo que eu rodeasse sua cintura com minhas pernas.

Beijar Edward era uma coisa... Indescritível. Parecia que todo o meu corpo ficava “anestesiado”, ou algo assim. Eu não sentia nada além dele.

Pude senti-lo andar em alguma direção, e logo meu corpo foi posto sobre algo macio. Minha cama.

Edward separou seus lábios dos meus, arfante. Suas bochechas estavam levemente coradas, e ele pareceria quase gracioso se não fosse por aquele olhar. Senti o ar faltar ao vê-lo me olhar daquela maneira, como um felino prestes a agarrar sua presa.

I Can't Live Without Your Love – Dan Torres

Seus dedos passearam delicadamente sobre minha bochecha, e Edward sorriu levemente, encostando sua testa na minha.

– Me desculpe, eu me animei demais e... – ele começou, e eu logo tratei de calá-lo.

– Continue. – sussurrei.

Edward me olhou por alguns segundos nos olhos, e eu acariciei seu rosto.

– Termine o que começou. – pedi.

Ele sorriu e logo voltou a me beijar. Suas mãos passeavam por todo o meu corpo, me deixando ainda mais quente. Logo estávamos nus em meio às cobertas, e Edward se pôs entre as minhas pernas. Seus olhos encontraram com os meus, e eu senti ainda mais necessidade de ser inteiramente dele.

– Você é linda. – ele disse, encostando seus lábios nos meus, ao mesmo tempo em que me preenchia completamente.

Arfei, arranhando suas costas. Edward gemeu e eu ri. Logo os movimentos de vai e vem começaram, e tudo o que podia ser ouvido no quarto eram nossos gemidos. Edward dividia sua atenção entre meus lábios, pescoço e seios, e eu me sentia cada vez mais necessitada dele. Logo seus movimentos se tornaram mais ritmados, e eu senti que estava quase lá. Edward encostou sua testa na minha e seu olhar se encontrou com o meu.

E logo a explosão aconteceu.

Arqueei meu corpo, sentindo cada parte do meu corpo relaxar, e Edward cobriu meus lábios com os seus ao mesmo tempo em que eu sentia seu líquido me invadir. Ele me beijou delicadamente, terminando com selinhos, e eu o abracei.

Edward saiu de dentro de mim minutos depois, e eu logo senti sua falta. Ele se deitou ao meu lado, puxando meu corpo de encontro ao seu. Eu me aconcheguei em seu peito, sentindo seus lábios no topo da minha cabeça.

– Eu te amo, Bella. – ele sussurrou.

Senti meu coração dar um pulo e o ar faltar. Levantei o rosto para olhá-lo, e ele me observava com um pequeno sorriso nos lábios.

O que eu faço agora? O que eu faço?! O que eu falo?! AI MEU DEUS, O QUE EU FALO AGORA? EU NÃO SEI! EU ME DECLARO TAMBÉM?! MAS EU NÃO TENHO CERTEZA DE NADA, EU NÃO SEI!

– Bella, você está bem?

EU NÃO SEI, EU NÃO SEI O QUE FAZER, EU...

Eu me remexi, suspirando. Havia algo úmido sobre a minha testa, e eu levei minha mãe até o local ao mesmo tempo em que abria os olhos. Constatei ser um pano, e olhei ao redor. Eu estava no meu quarto, deitada no meio da cama bagunçada e vestida com uma camisola. Mas como... O que...

Rose entrou no quarto, com uma bandeja de café-da-manhã em meus. Suspirou ao me ver e veio até mim. Colocou a bandeja sobre a mesa de cabeceira e me encarou séria.

– O que aconteceu? – perguntei com a voz fraca.

Rose revirou os olhos.

– A foda foi tão boa que você desmaiou. – falou.

Arregalei os olhos.

– Rose!

Ela riu, e eu senti meu rosto esquentar.

– Sério, você tinha que ganhar um prêmio de... De... Ah, sei lá! Você tinha que ganhar um prêmio por ser você! – ela disse rindo.

Sorri.

– Obrigada. – agradeci.

Rose negou algo com a cabeça.

– Não, não foi um elogio. – disse. Murchei. – O que aconteceu para você desmaiar, mulher? Ele falou algo muito quente ou foi na hora do tchan e...

Céus, cadê o controle remoto da Rose para eu fazê-la ficar muda?

– Ele disse que me amava. – falei rapidamente, interrompendo-a.

Rose arqueou as sobrancelhas, parecendo não ter entendido.

– Eu não sabia o que fazer! Eu fiquei meio em pânico e meu coração estava batendo muito depressa, e foi tão perfeito e ele se declarou e eu não sabia o que fazer! – falei tudo rapidamente, começando a ficar nervosa novamente.

Rose rapidamente pegou o suco que havia na bandeja e me deu. Bebi todo o conteúdo do copo rapidamente, logo me sentindo mais calma.

– Bella, você é um ser único. Sério. – Rose murmurou, me olhando estupefata.

Suspirei.

– Onde ele está? – perguntei, sentindo uma dor incômoda no peito.

– Ele foi trabalhar mais cedo, pediu para eu cuidar de você. Ele disse que você não precisa ir hoje. – Rose falou.

Bufei.

– Ele parecia chateado? – perguntei.

Rose mordeu o lábio inferior, assentindo. Rapidamente me levantei da cama, sob os protestos da minha amiga, e corri para o banheiro. Tomei um banho rápido e corri para o closet, pegando as primeiras peças de roupa que eu via. Rose veio atrás de mim.

– Ele não deve estar chateado com você, Bella! Só deve ter entranhado você ter desmaiado na hora em que ele se declarou! – ela disse.

– Eu sou uma idiota! Por que eu não disse que o amava também? Fiquei com cara de pamonha enquanto ele claramente esperava uma resposta boa vinda de mim! – falei, me vestindo rapidamente. – É claro que ele ficou chateado! Com certeza percebeu a minha indecisão!

– Seria pior se você tivesse dito “Obrigado”. – Rose disse.

Suspirei.

– Eu preciso ir consertar as coisas. Você trabalha hoje? – perguntei.

– Não, já terminei de decorar aquela casa. Estou de férias por um tempo agora. – falei, se jogando no puf que havia no canto do closet.

– Pode cuidar da Nessie hoje? Alice quase não para mais em casa, já que está nas fases finais da criação do álbum e...

– Calma! – Rose disse, rindo do meu desespero. – Eu cuido dela sim. Daqui a pouco a levo para a escola, vai tranquila.

Sorri em agradecimento e calcei minhas botas. Eu peguei minha bolsa e dei um beijo no rosto de Rose, saindo praticamente correndo de casa logo em seguida. Não sei se o Mundo realmente resolveu andar bonzinho comigo ultimamente, mas o trânsito estava ótimo, então rapidamente cheguei à empresa.

Eu tinha que consertar essa situação! Eu chegaria à sala de Edward, daria um beijo de cinema naquela boca que vive com biquinho e diria “EU TE AMO, ME JOGA NA MESA”! Isso!

Ri dos meus próprios pensamentos e praticamente voei até o elevador. Assim que cheguei ao andar do escritório de Edward, andei a passos apressados até a minha mesa e deixei minha bolsa sobre ela. Eu já me preparava para ir até a sala de Edward quando ouço sua porta ser aberta. Virei e o vi.

Edward me olhou surpreso.

– O que faz aqui? – perguntou.

– Vim trabalhar. – falei, sorrindo levemente.

Edward parecia nervoso com algo, mas ignorei isso.

– Eu preciso falar com você. – falei.

– Agora não é uma boa hora.

O quê?

Olhei para ele sem entender o porquê de toda aquela frieza comigo. Eu havia me entregado a ele na noite passada... É assim que ele me trata agora? Eu já ia questioná-lo sobre isso quando, de dentro de sua sala, sai uma mulher bonita e muito bem vestida.

Kate.

Senti uma dor incômoda no peito eu vê-la saindo, uma das mãos na orelha e olhando para o chão, parecendo estar à procura de algo.

– Edward querido, eu acho que perdi um dos meus brincos em algum lugar. – ela dizia.

Olhei para ele, e o clima de repente se tornou tenso demais. Edward parecia não saber o que fazer.

– Deve ter caído no seu carro. – ele disse a ela.

– Não, não... Eu tenho certeza que cheguei com ele na orelha! – ela disse, e só então pareceu perceber a minha presença.

Kate me olhou de cima a baixo, me avaliando completamente, e deu um sorrisinho falso.

– E você é...? – ela perguntou.

Engoli em seco.

– Isabella, secretária do Sr. Cullen. – respondi seca.

Ela sabia quem eu era. Por vezes ela veio aqui, ficou trancada por minutos com Edward e depois saiu sorridente. Era óbvio o que eles faziam naquela sala, e eu tentava a todo custo afastar as imagens formadas pela minha mente.

E ali estava ela. Saindo da sala dele novamente, com toda a sua pose e beleza. Logo depois de eu ter me entregado a ele... Como ele pode?

– Kate, eu acho que está na hora de você ir. – Edward disse, sem tirar os olhos de mim.

Desviei o olhar do seu e Kate sorriu para ele abertamente. Deu um beijo no canto de seus lábios e acenou rapidamente para mim, indo em direção ao elevador.

Assim que as portas do elevador se fecharam, o silêncio permaneceu.

– Bella... – ele começou.

Mordi o lábio inferior, tentando controlar as lágrimas que vieram aos meus olhos.

– Como você pôde? – perguntei com a voz embargada.

Edward veio até mim, envolvendo meu rosto em suas mãos.

– Não aconteceu nada, eu juro! – ele disse.

Ri sem humor, me afastando dele. Edward parecia ainda mais nervoso, e passou a mão pelos cabelos.

– Eu pedi para Rose mandar você ficar em casa, por que você...

– Para quê?! Para você ter mais tempo para foder com as vadias no seu escritório?! – praticamente gritei, sentindo vontade de estapeá-lo.

Edward arregalou levemente os olhos, mas de surpreso sua expressão mudou para irritada.

– É isso que você pensa de mim, então?! – perguntou. Sua voz fazendo eco por todo o escritório. – Até que não é uma má ideia, considerando o fato de que a minha namorada me trata como se eu fosse um nada!

Aquilo chegou até mim como um soco. Como ele podia dizer aquilo?! Eu o amava!

– Eu me declaro para você e você desmaia, Isabella! De emoção eu sei que não foi! Ou foi fingimento?! Você fingiu o desmaio para não precisar dizer na minha cara que não sente nada por mim?! – Edward perguntava, e

a essa altura eu já chorava.

– Você não sabe de nada! – falei. – Eu vim aqui justamente para...

Edward me interrompeu raivoso, parecendo nem ter escutado o que eu disse.

– VOCÊ TEM MAIS CONSIDERAÇÃO POR AQUELE IDIOTA DO BLACK DO QUE POR MIM! – gritou.

Arfei, sentindo meu peito doer. Então era isso que ele achava? Edward realmente não me conhecia. Limpei meu rosto das lágrimas, sem forças para continuar aquela discussão. Edward parecia querer que eu falasse algo, mas eu permaneci em silêncio. Segundos depois o telefone tocou, parecendo nos trazer à realidade.

Rapidamente atendi. Era Jane, a recepcionista da empresa. Logo desliguei o telefone e me virei para Edward, mas sem encará-lo nos olhos.

– O Sr. Walker já chegou. – falei.

Eu me sentei à mesa, começando a separar o que eu teria que levar para a reunião. Ouvi Edward bufar e entrar em sua sala. Minutos depois saiu com as pastas na mão. O segui em silêncio até a sala de reuniões do terceiro andar.

A reunião foi o contrário do que imaginei. O Sr. Walker estava irritado e não estava muito satisfeito com o andamento do comercial. Edward teria que fazer outra reunião com os responsáveis pela seleção de atores, já que o Sr. Walker cismou com todos os escolhidos. Ao fim da reunião, todos saíram da sala parecendo irritados também. Edward sentou em sua cadeira ao fim da mesa, massageando suas têmporas. Controlei minha vontade de ir até lá e ajuda-lo a relaxar.

Eu acabaria o matando.

– A próxima reunião será daqui a vinte minutos. – falei antes de sair da sala.

O dia passou praticamente se arrastando. Eu e Edward nos ignorávamos completamente, apenas nos dirigíamos à palavra quando era muito necessário. No fim do expediente, eu arrumei minhas coisas e me preparava para sair sem falar com ele, quando ele me chamou.

Parei onde estava a caminho do elevador. Virei para trás e o vi à porta de sua sala, me olhando parecendo querer dizer algo.

– Eu quero conversar com você. – ele disse.

Assenti e lhe dei as costas novamente, voltando a andar em direção ao elevador. Edward me chamou novamente. Bufei.

– Amanhã, depois do trabalho. – ele disse.

Assenti e apressei o passo, me enfiando dentro do elevador antes que ele me chamasse novamente.

Contei para Rose o que aconteceu. Sua reação foi:

– Eu vou socar você e Edward porque vocês são dois idiotas.

Sim, ela é muito carinhosa.

Suspirei completamente desanimada. Mal dormi de noite, pensando na minha discussão com Edward. De certa forma, eu sabia que ele não havia... Tido relações com Kate. Mas então, o que ela fazia lá? Nossa discussão havia sido meio sem sentido, e idiota, mas suas palavras me machucaram.

Por que ele pensa que eu dou mais importância à Jacob do que a ele?

Ok, durante todo esse tempo eu não fui o melhor exemplo de namorada apaixonada. Eu estava em dúvida com meus próprios sentimentos, ainda estou um pouco... Mas sei que tudo isso é receio de me machucar no final. Eu o amo. Sei disso. Mas eu também não sabia que Edward dava tanto valor a isso.

Ele não parece ser o tipo de cara que gosta de declarações, romantismo e mais esse monte de coisinha apaixonada. Como eu poderia saber? Edward nunca demonstrou esse lado para mim! Sempre foi o sério, centrado, irritado e, às vezes, calmo e doce.

Eu não sabia que ele necessitava ouvir um “Eu te amo” da minha parte.

Vesti um terninho preto e peguei minha bolsa. Rose tomava café-da-manhã, e novamente cuidaria de Nessie para mim. Alice já havia ido para a gravadora, e eu me perguntei qual foi a última vez que eu vi essa garota em casa. Esse álbum estava tomando todo o tempo dela, mas eu sabia que valeria a pena. Era o sonho dela, afinal. Ela estava em êxtase, apenas de triste por causa de Jasper.

Comi uma fatia de bolo rapidamente e fui para a empresa. Assim que cheguei, já senti vontade de voltar para casa. Os funcionários me cumprimentavam no caminho até o escritório de Edward, e eu estava zero animação.

Assim que saí do elevador, uma parte de mim esperava ver Edward encostado à minha mesa, com os braços cruzados. Aí ele me daria seu sorriso torto e me puxaria para me beijar.

Mas nada disso aconteceu. Aquele escritório parecia mais vazio do que nunca.

Joguei minha bolsa sobre a mesa e me sentei. Edward saiu de sua sala e me olhou.

– Depois venha à minha sala. Preciso saber dos compromissos de hoje. – disse frio, entrando na sala novamente.

Suspirei e fiz o que ele mandou. Falei tudo o que ele tinha que fazer e me retirei. O restante do dia foi baseado em acompanha-lo a reuniões, buscar café, corrigir documentos e mais aquelas coisas de sempre.

– Isabella, eu preciso que busque Henrie no veterinário. – ele disse, quando já estava quase na hora do fim do meu serviço.

Henrie, aliás, era o cachorro dele. Sim, ele botou nome de gente no cachorro.

– Mas já são cinco e meia. Daqui a pouco eu irei embora. – falei.

– Eu mandei você ir buscar o meu cachorro, então você irá buscar o meu cachorro. É difícil entender isso? – ele perguntou grosso.

O observei por alguns segundos, e seu olhar duro se foi se desmanchando aos poucos. Ele abriu a boca para falar algo, mas eu o interrompi. Eu assenti séria, e saí de sua sala.

Da recepção da clínica veterinária eu podia ver Henrie saltitando pela parede de vidro. Logo um dos funcionários o soltou e Henrie correu em minha direção, pulando sobre meu colo. Ri e afaguei suas orelhas. O prendi em sua coleira e fui para a rua com ele.

Henrie era um vira-lata. Lembro até hoje de quando Edward o achou... Ele vivia em frente à empresa, super magrinho e com fome. Às vezes eu e os outros funcionários levávamos algo para ele comer, e ele sempre ficava sentado debaixo da árvore ao lado do portão. Até que um dia Edward chegou à empresa e mandou que recolhessem o cão. Eu logo me desesperei, pensei que Edward fosse manda-lo para a carrocinha ou algo assim, mas me surpreendi quando ele disse que era para levarem o cão para a casa dele, que ele cuidaria.

Depois de um tempo Edward mandou que eu buscasse Lucky, seu outro cão também vira-lata, e Henrie no veterinário. E eu juro que quase chorei ao ver Henrie... Ele estava mais gordinho, e todo limpinho e cheiroso. E ao contrário do que eu imaginei me reconheceu logo de cara, assim como Lucky que era outra fofura.

Eu já andava em direção à empresa novamente, para deixar Henrie com o motorista de Edward como eu sempre fazia, quando meu celular. Era Edward.

– Alô.

– Aonde você está? – ele perguntou.

– Em frente àquela cafeteria que há ao lado da clínica. – respondi.

– Ok, me espere aí. – falou, desligando em seguida.

Bufei. Guardei o celular na bolsa e me sentei a uma das mesas da cafeteria. Henrie pôs as patas dianteiras sobre o meu colo, com a língua para fora da boca, e sua típica expressão bobalhona. Sorri e acariciei o topo de sua cabeça.

– Está tão cheiroso! – falei risonha, e ele abriu ainda mais a boca, sacudindo a cabeça, parecendo rir.

Logo ouvi uma buzina e ao olhar para a rua vi Edward estacionando na calçada à minha frente. Ele logo desceu do carro, e Henrie correu até ele. Edward sorriu abertamente para o cão, abrindo a porta traseira do carro. Henrie logo entendeu o recado e entrou no carro, sentando todo bonitinho no banco.

Sorri e pendurei minha bolsa no ombro.

– Até mais. – falei já me preparando para ir embora.

Edward me puxou pelo braço, me olhando com uma expressão confusa.

– Eu disse que iríamos conversar, não disse? – falou.

Sem me dar chance de responder ele abriu a porta do passageiro e me pôs sentada lá. Bufei. Logo ele deu a volta no carro e entrou, colocando o carro em movimento rapidamente.

– Para onde nós vamos? – perguntei, estranhando o caminho que ele fazia.

– Para a minha casa.

Sem palavras para descrever o tamanho do amor e gratidão que eu sinto por você, Mundo. Continue assim.

E aprenda, de uma vez por todas, que eu preciso de ajuda e não de mais complicações.

Assinado: Isabella Swan, sua futura assassina.