Porto Seguro - 1ª Temporada escrita por Allie Próvier


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Nova fanfic, meninas :D
Espero que gostem!



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Capítulo 01


POV BELLA

Estiquei meus braços, sentindo-os estalar. Eu realmente precisava de umas férias. Olhei para a tela do computador novamente, verificando se os gráficos que Edward me pediu estavam bons.

Quando terminei de verifica-los, os mandei para o e-mail dele. Edward era o “Poderoso Chefão”, e eu era sua “vassala”.

Francamente, Edward Cullen era terrível. Por dentro, quero dizer. Porque por fora... Ele era o homem mais bonito que eu já havia visto na minha vida. Ele liberava masculinidade por todos os poros, com seu 1,85 de altura, sua pele branca, seus olhos verdes-azulado, aqueles cabelos lisos e revoltados, num tom de cobre, aquela barba bem aparada e aquele sorriso – ah! O sorriso... – torto que fazia todas as mulheres ficarem literalmente de quatro por ele. Edward Cullen era O Homem.

Pena que fosse tão mesquinho, nojento, prepotente, convencido, debochado e irritante! Principalmente comigo. Ele parecia sentir um imenso prazer em me irritar. E como era meu chefe, fazia isso com frequência.

Ainda me lembro de quando vim fazer a entrevista de emprego...

Eu tinha acabado de me formar em Literatura, em Harvard (sempre fui uma ótima aluna) quando vim tentar a sorte na Cullen Publicity’s.

Cheguei aqui com as pernas trêmulas, devido ao frio que fazia no dia.

Mentira. Era de medo e ansiedade mesmo. Ouvi algumas outras meninas comentarem ao meu lado que o administrador da empresa, um tal de Edwin-alguma-coisa, era super sério e difícil de lidar. Eu já não sabia onde me enfiar. Já tinha preenchido a ficha que me deram para poder fazer a entrevista, e faltavam apenas 3 meninas até chegar a minha vez. Fora um cara que também ia fazer a entrevista e não parava de me encarar. Sério, cara. Qual o problema dessa gente?

Parece que nunca viu mulher, eu hein. Tinha um monte ali, loiras esculturais, aliás, e por que ele ficava me encarando? Eu ficava revoltada com homem assim.

Permaneci tentando me esquentar dentro do meu sobretudo, - eu era uma idiota, tinha sentado bem debaixo do ar-condicionado – quando me chamaram.

– Isabella Swan.- uma ruivinha de cabelos curtos e repicados falou, com a maior cara de sono.

Levantei num pulo e fui até ela. A garota – que cujo nome era Mia, pelo o que eu vi em seu crachá – me olhou e suspirou. A menina parecia ter preguiça até de falar, meu Deus...

– Terceira porta à esquerda. - ela disse. Assenti e segui sua instrução, caminhando até o corredor.

Uma corrente de ar frio passou por mim, fazendo meu corpo inteiro se arrepiar. Por que tudo nesse lugar era frio?

Parei na porta em que ficava a sala do “Poderoso chefão” e dei duas batidinhas.

– Entre!- uma voz disse de dentro da sala. Mas não era uma simples voz.

NÃÃÃOOO!

Era aquela voz máscula, forte e sensual, que te fazia querer sair correndo, mas ao mesmo tempo, desejar o dono dela.

“Por favor, que não seja um velho. Por favor, que não seja um velho...”- eu gritava por dentro, em súplica aos céus.

Abri a porta e entrei na sala olhando para o chão. Fechei a porta atrás de mim e, vagarosamente levantei a cabeça.

Ok. Eu devia estar igual a uma retardada agora. Que homem era esse?

– Isabella Swan? - ele perguntou todo prepotente. Não gostei.

– Sim. - respondi, me recompondo.

– Sente-se, por favor. - ele disse, apontando para uma cadeira na frente de sua grande mesa.

Sentei, enquanto ele lia um papel em silêncio. Provavelmente era o meu currículo.

– É um bom currículo. Foi uma aluna bem dedicada, pelo o que eu li aqui. - ele disse, ainda lendo algo no papel.

– Sim, sempre fui considerada a mais inteligente no colégio. - falei, me sentindo um pouco orgulhosa.

– Interessante. - ele disse, agora deixando o papel de lado.

Permaneci quieta, esperando por mais perguntas. Que não vieram. O homem apenas me observou atentamente, desde o rosto até a cintura, que era o máximo que ele conseguia ver devido à mesa que estava na minha frente.

Senti meu rosto queimar, com certeza estava corando.

– Está contratada, Isabella. - ele disse, de supetão. Arregalei os olhos.

Como é que é, filhinho? Repete, por favor.

– O-o quê...? Como assim?- perguntei confusa. - Não irá fazer perguntas?

– Não, o que eu li em seu currículo já é o suficiente. Está contratada, e começará amanhã como minha secretária.

Ai meu Deus, o que era isso? Ele lia o meu currículo, fazia UMA pergunta e já me contratava? Como assim?

Acho que era bem óbvio o que eu estava pensando, ou ele era um vampiro que lia mentes, pois me olhou por alguns segundos antes de dizer:

– Olha só, Isabella, estou te contratando rápido assim porque você foi a mais eficiente que apareceu até agora. A única que ao menos parece inteligente. Mas se você não quiser o emprego, tudo bem, pode ir embora. - ele falou, sério.

Eu tentava falar, mas as palavras não saiam. Rápido assim? Fácil assim? Eu pensei que ele diria a famosa frase “Te ligaremos se for preciso” ou algo do tipo!

– E então? Quer ou não ser minha secretária pessoal?- ele perguntou. E com muito esforço, consegui pôr para fora a minha resposta.

– Sim, eu quero... - saiu num sussurro, mas saiu.


Foi a partir desse dia que o meu inferno começou.


Como se não bastasse ter que ficar fazendo metade do trabalho dele, eu ainda tinha que aturar suas provocações (como no Dia dos Namorados. Ele sabia que eu era solteira e mesmo assim ficou fazendo piadinhas do tipo “Já ligou para o seu namorado? Ah, é. Esqueci que você não tem ninguém”), pegar seu café-da-manhã na Starbucks, levar seu cachorro no veterinário e ficar ligando para as suas ficantes para marcar encontros.

Edward Cullen era a reencarnação do capeta.

– ISABELLA!- gritaram. Pulei da cadeira, ficando de pé na hora. - Estou te gritando há horas! Está drogada? - o meu tão simpático chefe perguntou.

Engoli o xingamento que eu ia lhe lançar, e forcei um sorriso. Ele sabia que era falso. Ele sabia que eu o odiava.

– Fale, Sr. Cullen. - eu disse, com meu doce sorrisinho.

– Vim avisar que os gráficos ficaram bons e que é para você ligar para a Kate e manda-la ir ao meu apartamento hoje às 21:00.- ele disse.

Assenti e me sentei em minha cadeira novamente, com as pernas bambas devido ao susto. Quando peguei no telefone, o chamei. Edward já estava voltando para sua sala.

– Sr. Cullen!

– O que é?

– Ontem não era Tanya?- perguntei confusa.

Ontem à tarde ele me pediu para ligar para uma tal de Tanya e mandar ela ir no apartamento dele. Hoje já era Kate?

– Ontem era Tanya, hoje é Kate e amanhã vai ser você demitida se continuar intrometida assim. Anda, faça o que eu mandei. - ele disse, e entrou em sua sala.

Ok, querido chefe. Farei o que você, delicadamente, pediu para que eu fizesse.

Edwanimal.


 

Às 19:30 eu arrumava as minhas coisas para ir embora.

Verifiquei se estava tudo certinho em minha bolsa, desliguei o computador e já ia embora quando Edward saiu de sua sala, com sua maleta na mão. Ele me olhou, com uma sobrancelha arqueada, e me deu as costas, indo em direção ao elevador.

Revirei os olhos e lhe mandei língua sem ele ver. Como eu o odiava!

Me dirigi até o elevador também, e me manti em uma distância razoável dele. Quando o elevador chegou, entramos e ficamos cada um em um canto, olhando para nossos reflexos no espelho.

– O que você fez no cabelo?- ele perguntou de repente.

– Nada. - respondi. Edward às vezes dava um de maluco assim e me vinha com essas perguntas do nada.

– Ele está maior. - ele disse, me olhando através do espelho da porta. Revirei os olhos.

– Cabelos crescem, sabia? - respondi. Logo ficamos em silêncio novamente.

– E sua irmã? Como está?- ele perguntou, depois de alguns segundos.

Porra, esse elevador não se mexia não? Anda elevador! Quero chegar no estacionamento sem cabelos brancos, de preferência.

– Qual das duas?

– A mais nova.

– Nessie está bem. - respondi, amarga.

Eu não suportava quando ele perguntava dela. Motivo? Ok, ciúmes. Um dia, eu e ela estávamos no shopping e esbarramos em Edward. Desde esse dia, Nessie diz que Edward parece um dos príncipes da Disney e diz que ele é muito legal e blá, blá, blá. E ele vive perguntando sobre ela.

– Que bom. Ela é uma boa menina. - ele disse. Assenti, fugindo do olhar que ele me lançava através do espelho.

FINALMENTE o elevador chegou ao térreo e cada um foi para um canto, pegar seu carro.

Entrei em meu New Beetle vermelhinho e recém-comprado e fui em direção ao meu apartamento.

Assim que cheguei lá, fui recebido por dois bracinhos miúdos agarrando as minhas pernas. Sorri, largando minha bolsa no chão e pegando minha pequena Nessie no colo.

– Maninha!- ela disse, rodeando meu pescoço com seus bracinhos. Dei um beijo estalado em sua bochecha a apertando contra mim. - Você chegou cedo hoje!

– Claro que sim! Eu não prometi fazer um bolo de chocolate bem gostoso para você?!

– Ebaaaa! - Nessie pulou do meu colo e saiu correndo pelo apartamento, chamando por Alice, nossa outra irmã.

Peguei minha bolsa do chão e, quando fui até o sofá, vi a foto que estava em cima da estante...

Eu, Alice, nossa mãe, Renée, e nosso pai, Charlie. Nessie era apenas um embrulhinho rosa nos braços da nossa mãe. Era a foto de seu nascimento. Lembro até hoje do sorriso que minha mãe não conseguia tirar do rosto. Muito menos eu e Alice, que estávamos eufóricas por ter ganhado uma irmãzinha.

E três anos depois... Mamãe e papai se foram. Estavam voltando para casa de noite, haviam ido jantar juntos, e um caminhão bateu de frente com o carro deles. Eu estava em casa cuidando de Alice e de Nessie. Estava em meu segundo ano da faculdade, e trabalhava como secretária de uma grande amiga minha: Rosalie.

A vida delas ficou nas minhas costas a partir daquele dia, e eu tinha apenas 19 anos. Minhas duas irmãs mais novas, Nessie com 3 anos e Alice com 15. Rosalie ainda insistiu para que fôssemos morar com ela, mas eu recusei. Não queria lhe causar mais problemas. Meus pais deixaram a casa e todo seu dinheiro para nós três, mas como eu já era maior de idade administrei tudo. Vendi a casa e comprei um apartamento grande, espaçoso e confortável a duas quadras de distância até o Central Park. Moramos em Nova Iorque. Agora eu já tenho 23 anos, Alice tem 19 e Nessie tem 7.

– Finalmente você chegou! Eu já estava considerando a ideia de ir fazer nosso jantar, mas como acabaria resultando num incêndio, resolvi ter paciência e esperar pela minha linda irmã. - ouvi Alice dizer.

Virei-me para trás e a vi. Alice veio até mim, me dando um caloroso abraço. Nessie vinha logo atrás, agarrada em Pepe, seu macaquinho de pelúcia.

– E então, o que querem jantar hoje?- perguntei depois de me separar de Alice.

– Bolo de chocolate!- Nessie gritou, jogando os bracinhos para o alto e se jogando no sofá.

– Você vai ficar cheia de verminhos desse jeito, baixinha!- Alice disse, indo até Nessie e fazendo cosquinhas em sua barriga.

Eu ria enquanto as observava. Minhas duas irmãs. Minhas duas vidas. E eu as amava tanto...


 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Bora pro próximo!