Alvorada escrita por Katy Clearwater


Capítulo 13
Capitulo treze: Chegada




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/29649/chapter/13

Capitulo treze: Chegada

 

     Eu sabia que os Volturi estavam vindo, mas a minha preocupação com isso não era maior que o meu desejo de ficar aqui deitada com Jake nesse chão puro, nessa casa sem nenhum móvel para sempre.

    Jake me tinha deitada sobre seu corpo e ele alisava minhas costas começando da nuca e indo até o contorno do quadril, tudo bem delicadamente como se ele saboreasse o momento de me tocar.

- Bells nós precisamos voltar para La Push. – ele falou sem vontade nenhuma de se mover dali.

   Eu me aproveitei de sua falta de vontade e me ergui para beijá-lo. Eu não ia me cansar de beijá-lo nunca! E não pretendia deixar de beijá-lo pelo resto da minha vida! Jake dessa vez correspondeu meu beijo, mas conteve meus braços carinhosamente me fazendo levantar junto com ele para nos vestirmos. Eu fiz beicinho e ele riu enquanto abotoava a calça e veio me beijar.

- Amor nós vamos ter todo tempo do mundo para ficar nos beijando o resto da vida depois que resolvermos essas “pendências”. – ele enfatizou pendências e eu fiz uma careta o abraçando, ainda nua, e beijando seu queixo.

- Não tinha planos de ficar só te beijando o resto da vida, mas enfim... – me abaixei e peguei minha calça que estava ao seu lado dando um sorriso malicioso ao me afastar dele.

   Senti falta de provocar o Jake, ele reagia muito expressivamente as minhas provocações e eu achava a maior graça. Ele deu um risinho rouco e se virou para me encarar, agora eu já estava de calça, mas ainda sem blusa.

- Poderia parar de me provocar? – ele pediu me olhando possessivamente.

- Sim. – respondi balançando os cabelos e quadril enquanto mordia o lábio inferior.

- Bells se vista antes que eu... – ele não completou a frase e saiu da casa abotoando a camisa me deixando sozinha para eu terminar de me vestir.

   Terminei de me arrumar e passei os dedos no emaranhado que era meu cabelo, mas não deu muito certo. A frase: “debaixo dos nós dos seus cabelos” nunca fez tanto sentido para mim. Quando sai de casa ajeitando os cabelos Jake riu e tirou minhas mãos do meu cabelo.

- Você fica linda de qualquer forma. – ele depositou um beijo no meu pescoço e meu corpo tremeu. – além do mais vou voltar correndo para La Push com você, acha que seu cabelo vai ficar melhor que isso? – ele riu e eu fiz uma careta.

   Jake me pôs no colo e correu numa velocidade fenomenal nós chegamos a La Push na metade do tempo em que Leah fez no caminho inverso. Nós fomos diretamente para casa de Jake e todos os lobos já estavam lá em suas formas humanas ainda. Seth abriu um sorriso largo quando me viu nos braços de Jake, Leah fez bico e revirou os olhos, mas não deixou o recinto quando eu cheguei que era o que ela fazia habitualmente.

- Até agora nada dos Cullens. – Leah falou com Jake balançando um pequeno celular em sua mão.

- Eles já deviam ter ligado. – Jake falou preocupado pondo-me no chão.

- Algo errado? – não consegui evitar meu tom de histeria. Todas as preocupações voltaram a me aplacar da pior forma possível.

- Calma Bells! Vai dar tudo certo. – Jake me abraçou e tentou me acalmar, mas meu coração agora já havia adquirido um aperto insuportável e constante.

   Leah não parecia tão calma quanto Jake e isso fez minha espinha se arrepiar. Ela estava tensa enquanto todos os outros estavam relaxados sentados a varanda da casa de Jake como se estivessem esperando uma visita desinteressante. Assim que Jake me soltou, e se dirigiu até Sam, Leah me olhou de cima em baixo me encarando com um olhar de quem quer falar, mas não acha que deve.

- Garota, você passou muito tempo com os vermes não foi? – Leah perguntou indiferente, mas ainda me encarando com o mesmo olhar.

- Sim. – me limitei a essa resposta e ela ainda mantinha o olhar fixo em mim.

    O Seth ficou parado igual a um babaca entre nós duas sem entender nada. Eu mesma fiquei alguns minutos sem entender nada! Num surto de preocupação entendi o olhar e a pergunta de Leah. Ela queria saber se os Cullens saberiam se defender. E essa duvida partindo dela só me atormentou ainda mais.

   Leah não fez mais perguntas e eu não me arrisquei a iniciar uma conversa. Já eram 22hs e todos já tinham perdido a paciência e estavam tensos em antecipação.

- Chega! – berrei assim que virou 22h01min. – Eu vou ligar!

  Pensei que alguém fosse se opor, mas a troca de olhares preocupados só me fez perceber que eu estava tomando a atitude que todos queriam tomar. Leah me ofereceu o celular e eu o peguei o mais rápido que pude antes que ela mudasse de idéia. Disquei o n° de Alice rapidamente e a cada toque eu ficava mais tensa. Alice era o tipo de pessoa que atendia ao telefone no 1° toque, ainda mais se ela não soubesse quem era! Era o 8° toque e nada! Meu coração saindo pela boca...

- Alô. – Alice respondeu numa voz arrastada e eu percebi que ela estava assustada.

- Alice o que está havendo? – perguntei nervosa e todo bando se juntou ao meu redor para ouvir a ligação.

- Não é uma boa hora. Ligue mais tarde, por favor. – Alice estava apavorada e eu percebia, mas as palavras dela tentavam soar com a maior indiferença possível.

- Alice... – falei o mais alto que pude e ela chegou a arquitetar a resposta, mas foi interrompida antes de começar.

- Deixe-me falar com ela. – pediu singelamente a voz feminina do outro lado da linha.

    Meu corpo gelou e todos os lobos se aproximaram mais de mim como se pudessem entrar pelo telefone e ir parar dentro da casa dos Cullens. Eu não sei como podia estar suando frio em meio a tanto calor, mas estava. Os segundos de silêncio na ligação foram como dias para mim.

- Olá Bella. Como vai? – a voz angelical não me era familiar, porém também não era desconhecida. Por mais que eu quisesse nunca esqueceria essa voz... Jane.

- Vou bem, obrigada. Posso falar com Alice? – usei o tom mais casual que pude, mas minhas pernas tremiam e declaravam meu nervosismo.

- Creio que não no momento. Ela está ocupada agora. – ouvi um grito estridente de dor no fundo da ligação e meu coração perdeu uma batida ao ter certeza que era a voz de Alice. – Querida nossa viagem foi muita longa. Seria muito delicado de sua parte vir nos honrar com a sua presença. Acha que poderia? – ela perguntou angelical novamente.

     Eu sabia que todos haviam ouvido a pergunta e encarei seus rostos como quem faz uma pergunta em silêncio. Todos balançaram a cabeça negativamente incluindo Leah e eu vi que não haveria forma de escapar daquele cerco de lobos.

- Creio que não. – respondi com a voz arrastada reprimindo o choro.

- Bem... Isso é uma pena. – mais um gemido alto de dor ecoou ao fundo da ligação e as lágrimas começaram a rolar dos meus olhos incontrolavelmente.

- Deixe-os em paz! – berrei ao telefone e isso colocou todo bando em prontidão de se transformar.

- Não posso querida. Não até acertarmos nossas contas. Você sabe demais sobre nós e já sabemos que largou o pobre Edward para se enroscar nos braços desse animal fedido como a boa vadia que você é. – ela respondeu com um tom brando como de quem faz uma piada indiferente.

- O que querem? – perguntei aos prantos e senti a mão de Jake apoiar a minha cintura nem me dei conta que estava desabando até ele me segurar.

- Venha até aqui e saberá. – ela sorriu e eu chorei ainda mais.

- Bella não venha... – a frase de Alice foi cortada por um gemido de dor e a ligação encerrada.

      Eu desabei no chão afastando Jake de mim. Ele não se opôs a minha vontade e se sentou no chão ao meu lado me envolvendo num abraço apertado. Eu ainda estava cercada por lobos em prontidão e o clima tenso e quente não diminuía meu suor frio e o tremor na espinha.

- Vão matá-los! – foi tudo que pude sussurrar em meio às lágrimas.

- Não meu amor! Não vamos deixar. – Jake me apertou um pouco mais e beijou o topo da minha cabeça que estava enterrada em seu ombro.

   Por baixo do muro que construí com meu cabelo pude ver Sam trocando olhares preocupados com os outros lobos. Leah se moveu irritada deixando o cerco e se dirigiu para floresta.

- Leah volte aqui já. – Sam gritou e ela se voltou para encará-lo com um olhar enfurecido.

- Não! Você não manda em mim! – ela esbravejou e se voltou em direção à floresta.

- Mas eu mando! Volte aqui! – Jake falou sem levantar ou levantar o tom de voz apenas impondo uma autoridade na voz que eu nunca o vi usar.

      Leah olhou desolada para Jake e voltou a se juntar a todos com uma cara para lá de feia.

- Esse não é o plano Leah, se formos podemos piorar a situação. – Sam tentou argumentar e se houvesse alguma forma de matar com o olhar ele teria caído morto com o olhar que Leah lhe lançou.

- Já estamos fora dos planos! Os parasitas italianos não deviam chegar à casa dos Cullens! Deviam nos encontrar na floresta e nós iríamos cercá-los essa era a droga do plano, mas eles estão lá e nós estamos aqui iguais umas vacas de presépio olhando a desgraça alheia! – Leah berrou todas as palavras e os rapazes encolheram os ombros com vergonha.

- Concordo com a Lee. – disse Seth timidamente esperando a represaria.

- Desde quando gostamos de vampiros? – perguntou Paul incrédulo com a discussão que estavam tendo.

- Paul os Cullens sempre honraram o nosso trato e foram nossos amigos quando precisamos. – Sam argumentou irritado e Paul revirou os olhos.

- Não me refiro aos Cullens e sim aos sanguessugas estrangeiros! Devíamos ir logo lá e chutar a bunda deles para fora da casa dos Cullens! Eu concordo com a Leah, o plano já era mesmo vamos partir para ação. – Leah e Paul bateram os punhos no ar e Sam suspirou derrotado.

- Vamos nos separar então; um grupo vai para casa dos Cullens e o outro cerca La Push. Eu vou para... – Jake interrompeu Sam ainda comigo nos braços.

- Eu vou liderar o grupo que vai para os Cullens e você fica em La Push. – Jake sentiu todo peso do olhar de reprovação que eu e Sam lhe lançamos e me suspendeu do chão com calma me soltando apenas quando teve certeza que eu ficaria de pé.

- Jake eu sou mais experiente. – Sam tentou argumentar.

- E eu sou maior e mais forte. Portanto o grupo que vai para os Cullens será: eu, Paul, Leah, Embry e Jared. Os demais ficam com você. – cada um que teve o nome chamado por Jake ganhou um brilho no olhar que poderia ser comparado a cobiça.

- Mas Jake... – tentei falar, mas Jake me silenciou com um beijo quente e rápido.

- Eu vou ficar bem! Agora entre. O Collin vai ficar e tomar conta de você. – Jake me conduziu até a entrada da casa e Collin me seguiu com uma cara desapontada.

- Mas e Charlie, Billy? – perguntei pela 1° vez me lembrando deles em dias.

- Estão lá em casa com a minha mãe. Eu vou tomar conta deles! – Seth se antecipou a responder animado em tomar conta dos mais velhos e não ao contrário.

- Bells entre e vai ficar tudo bem. – Jake encostou seu lábio em minha testa e a postura tensa que ele assumiu em segundos percorreu o corpo de todos os lobos do local.

      Eu fui à última a perceber que algo se movia na entrada da floresta. Só os vi quando já estavam na entrada da floresta. Jake e Sam tomaram uma posição defensiva à frente do bando e Leah e Paul uma posição mais defensiva e ameaçadora ainda ao lado deles cada beta protegendo seu alfa respectivamente.

      Minha estadia breve em Volterra havia marcado minha vida e mesmo tendo os visto uma única vez sabia exatamente de que vampiros tratavam-se quando se aproximaram mais um pouco. Demetri, Felix e Heidi estavam acompanhados de mais cinco vampiros todos com o típico manto preto.

- Que lindo! A humana tem cães! – debochou Heidi franzindo o nariz para Leah que rosnou para ela.

- Cão que ladra não morde. – advertiu Demetri.

    Jake deu a Sam o sorriso mais diabólico que já o havia visto dar. Leah respondeu o olhar à altura e todos eles deram um meio sorriso debochado.

- Acho que não vamos mesmo nos separar. – Jake falou em meio a um sorriso para Sam.

- Ainda bem que não latimos assim podemos morder. – Leah falou em alto e bom tom antes que todos os lobos trocassem um olhar de diversão e todos, sem exceção, explodirem de roupa e tudo em suas formas animais.

     Os vampiros assumiram uma posição curvada de ataque e foram correspondidos pelo rugido de, por volta, vinte lobos pelo que pude contar.

     Leah e Heidi trocaram um rosnado cruel e a batalha agora já não era mais eminente e sim real! Lobos e vampiros estavam prontos ao ataque bem diante dos meus olhos enquanto eu impotente e fraca humana que era estava prostrada e apavorada assistindo aos que podiam ser os últimos momentos da vida do homem que eu amo.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!