Eu, Fora De Controle escrita por Lionardo Fonseca Paiva


Capítulo 12
Capítulo 1 - Última Parte




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Ultima Parte

Estava perto de acabar o semestre, e antes que isso acontecesse os professores entraram em greve alegando baixos salários. Assim permaneceu um bom tempo. Nesse ínterim passei a vê-la raríssimas vezes e quando tinha essa oportunidade, você estava com o Alex.

Sentia uma necessidade física de vê-la... e isso atormentava minha mente durante as vinte e quatro horas do dia.

No sábado, depois de duas semanas sem vê-la, fui à sua casa. Você não estava e quem atendeu à porta foi sua irmã. Quis ir embora mas ela insistiu para que eu ficasse.

— Você é que é o Dêner? A Raquel fala muito em você.

— Bem ou mal? — perguntei eufórico.

— Bem, lógico. Ela diz que você é o melhor amigo dela.

“Realmente. Amigo”.

— Que bom! — falei — Mas onde a Raquel foi? Demora?

— Ela não me disse aonde ia. Mas quando sai no fim de semana é namorado a vista. Inclusive ela me disse que está namorando um rapaz que é amigo seu. Bom né?

“Bom?”

Ela começou a falar de você, dela e de todo mundo, mas creio que nem me lembro do que era, pois frustrado por não ter te achado e já pensando que deveria tentar ligar e pedir para sairmos juntos.

Mas, onde você estaria?

Sua irmã tinha um corpo escultural, era mais alta, morena, porém não era tão bonita quanto você. Ela falava muito e parecia ser bastante extrovertida.

— Entra ai... vai ficar ai na porta igual um pedinte! — Falou ela tentando fazer graça.

Saí de sua casa um pouco frustrado. Fui andando de volta para casa. Cheguei num ponto que devia me afastar de você para tentar não sentir mais aquela dor no peito que me perseguia fazia quase 6 meses. Aquela situação era ridícula pois não entendia porque me acovardava diante de você.

Como eu queria dizer tudo que sentia, Raquel... Mas tinha medo de que nossa amizade morresse em poucas palavras. Você era minha luz... uma meiga e envolvente luz que me fascinava e ao mesmo tempo me assustava. A verdade é que eu não sabia o que fazer. Nunca sentira isso antes. Não sabia por que estava protelando este enorme desejo.

Tentava me conter e cheguei a pensar em voltar à sua casa para esperá-la e revelar meus sentimentos mas ao mesmo tempo fui invadido por uma onda de insegurança... A verdade, a grande verdade, é que o coração ama e não conhece certos mistérios. Nosso coração é cego para os obstáculos. Ele quer... ele ama... e pronto! Talvez, um dia, os corações entendam melhor os segredos da vida. Milhares de anos de evolução não conseguiu preparar o ser humano para o amor.

Ameacei voltar em direção à sua casa. Estava próximo ainda.

— O que tenho a perder? Já estou perdendo a sanidade e o amor próprio. — disse eu em voz alta para mim mesmo.

Virei-me e fui caminhando até sua casa e no portão vi você e o Alex se beijando. Parecia que estavam se despedindo. Logo, ele entrou em seu carro e saiu. Você entrou na casa. Caminhei mais para perto e fiquei próximo a entrada.

“Digo ou não digo?”

“Entro ou não entro?”

Eu queria lhe dizer, tirar isso de mim, desabafar. Mas não suportaria ver, nesta fase, nosso relacionamento ir para o espaço. Talvez o “eu te amo” não caísse no vazio, mas como poderia ter essa certeza?

Nossa amizade não era um sentimento primitivo, inútil, tolo...

Creio que o melhor era mesmo gritar ao vento:

“Obrigado por você existir!”

Somente.

Saí em passos rápidos.

Saulo gostava de uma confusão. Seu assunto era vingança e me aconselhava e deixá-lo fazer a coisa. Várias vezes ele disse que se eu não concordasse com a briga com os irmãos de Patricia, ele faria o serviço sozinho, pois estava ansioso, porém eu não queria fazer nada. Aquilo não era mais um problema ou preocupação e não me afetava em nada. Eu apenas pensava em você. Nesse momento você estava distante e somente isto me incomodava. Quando você se distanciou, tudo perdeu seu valor. Eu juro que nem eu mesmo me entendia.

Um dia Patrícia apareceu no escritório dizendo que precisava falar comigo.

— Vá embora! Estou trabalhando! — disse, tentando esconder o espanto. Ela estava magra, havia cortado a longa cabeleira que tinha. Continuava bonita.

— Deixe-me falar com você, Dêner! Por favor!

Levantei-me, segurei Patrícia pelo braço e a arrastei até o outro lado da rua.

— Olhe aqui, sua bruxa, você nunca mais apareça aqui, está me ouvindo? Eu já estou tendo problemas no meu serviço. Diga logo o que você quer e suma!

Ela fez uma expressão de espanto. Seu rosto ficou vermlho e as lágrimas britaram de imediato em seus olhos. Ela abaixou os olhos e puxou seu braço. Achei que ia embora quando levantou a cabeça e me encarou dizendo com a voz embargada:

— Queria vê-lo, Dêner. Você desapareceu. Fiquei preocupada. Há muito tempo que quero vir aqui, mas estava sem coragem. Estou envergonhada por ter mentido para você. Claro que não tinha gravidez nenhuma mas aquilo falei no susto. Não esperava que você ia me deixar. Estava tão feliz com você. — Fez uma pausa e depois disse com a voz quase desaparecendo. — Eu não tenho nada haver com o que meus irmãos fizeram. Eu os odeio. Você sabe disto. Eles sempre atrapalharam minha vida e meus relacionamentos.

— Você fala como se fosse a vítima! Vamos, vá embora! — falei com raiva.

— Dêner... Acredite, eu o amo! Achei que nunca ia te ver mas resolvi vir aqui. Eu amo você Dêner.

— Por isso mandou os cavalos de seus irmãos me darem uma surra? Olha, você não ama nem você mesma. A única coisa que pretende é casar com algum trouxa e mais nada.

— Não... não é verdade! Eu não mandei meus irmãos fazerem nada. Eles nunca fazem nada que eu peço. Não falei nada para eles. São uns ignorantes.

— Suma daqui... Não me procure nunca mais. Não quero vê-la mais, está me entendendo? Nunca mais! Vocês todos têm sorte de eu não ter ido à polícia! Mas não pense que tudo vai ficar como está, não! Tudo que tem ida tem volta!

Afastei-me, deixando-a na calçada em prantos.

Comecei a pensar... Você, Raquel jamais choraria por homem algum. Você era forte! Não era como a Patrícia que tem que recorrer a métodos sujos para conseguir o que quer.

Passou meia hora e Patricia já tinha desaparecido. Quando fui confirmar vi você entrando no laboratório. Entrou rápida mas era impossível não te reconhecer pois sua imagem era toda envolvida por uma aura de luz. Não sei se era somente meus olhos que via aquilo e fazia parte de minha obsessão mas sua silhueta iluminava a paisagem.

Era a primeira vez que a via depois das aulas encerraram. Quinze minutos depois, você e Alex saíram de lá aos abraços. Fiquei fazendo meu trabalho e olhando para vocês, até que o Alex me chamou. Levantei-me, depressa, e Mohamed segurou no meu ombro.

— Você não trabalha mais, rapaz? — disse — Saiu de sua mesa e agora quer sair de novo?

Não o tinha visto ali.

— O Alex está me chamando. Eu só vou lá ver o que ele quer e volto para terminar esse cadastro.

Antes que ele dissesse algo, saí apressado. Só a oportunidade de chegar perto de você e abraça-la, depois de tanto tempo, já valia perder o emprego.

Aproximei-me e cumprimentei você com um beijo no rosto.

— Oi, Dêner! Shirley me contou que você esteve em casa. Por que não voltou?

— Estava sem tempo. E você, por que não veio me visitar aqui? Estava com saudades.

— Você vai sentir mais saudades ainda! — disse Alex.

— Deixa eu falar! — falou você para o Alex e voltou-se para mim  em seguida: — Olha Dêner, sei que está trabalhando, mas pedi para o Alex chamá-lo para lhe dar uma grande notícia... Você se lembra quando eu lhe dizia que queria ganhar uma bolsa de estudos em São Paulo?

Me assustei... Não podia ser verdade! Não, não pode ser!

— ... Ganhei a bolsa, vou para aquela cidade fantástica... sair deste curral...

Não! É mentira! Deus! Isto é um pesadelo.

— Viajo no próximo fim de semana... nem vou precisar terminar o semestre todo, vou poder concluir lá...

O que ela esta dizendo? Eu quero acordar... eu estou dormindo! Não estou ouvindo isto.

— Serão cinco anos e seis meses...

Não...

— cinco para o curso que pretendo...

Você falava, falava...

— Garota de sorte, não, Dêner! — Sorriu Alex.

Não era verdade! O canalha ainda concordava. Você não podia me abandonar agora. Comecei a sentir um vazio imenso invadindo meu corpo. Um verdadeiro buraco no meu estomago e me segurei para não vomitar.

— Você não diz nada, Dêner!

— O que eu poderia dizer, Raquel? Eu fico triste em saber que vou perder uma amiga...

— Que é isso, Dêner! Vou te escrever e contar todas as novidades. Estarei em São Paulo só seis anos. Serão os melhores anos da minha vida, eu sei. São Paulo é um luxo. Estou cheia de expectativas de quanto de conhecimento e cultura vou conseguir lá.  — Riu — Vou conquistar aquela cidade. Torça por mim. — Pôs a mão no meu peito e disse — Vai me ver lá. O Alex disse que irá uma vez por mês. Numa dessas vai com ele.

— Você não vai ficar largada lá não. — falou Alex que parecia vibrar com você — Estarei lá para demarcar território todo mês.

— Conta para o Dêner a outra novidade. — disse você.

— Tem uma gravadora que quer fazer uns testes comigo em São Paulo. Quem sabe não é uma chance pintando aí e vamos todos morar lá.

Você sorriu e beijou-o.

— Vou torcer por você! — falou feliz com a idéia — Vamos, Dêner, não fique com essa cara. Está triste!

— Estou triste também por outro motivo, Raquel — menti — Patrícia veio me procurar e isso não me agradou.

— Isso não é motivo para ficar triste. — retrucou Alex

— Eu preciso ir agora, gente. Quero me despedir de todo mundo, mas quero ver você antes de ir Dêner.

— Que dia e que horas você vai partir, Raquel? — perguntei.

— Ainda não sei. Mas eu te aviso antes de ir.

Saiu apressada. Olhei para Alex com desprezo e caminhei para o escritório. Um colega de trabalho me viu e falou:

— Cara, você vai perder seu emprego. O turco não está nada contente com você.

— Eu quero que ele vá para o inferno!

Logo Mohamed viria conversar comigo.

Meu estômago parecia que estava um verdadeiro carnaval. Minha cabeça estava explodindo. Latejava. Tudo me atormentava. Saber que a distância ia nos separar, saber que todo esse amor que senti seria transformado em cinzas e numa enorme frustração. Nada valera a pena... Todo aquele amor, todo aquele carinho, todo afeto... nada valera... só valeu meu sofrimento em saber que, na minha covardia, não pude nem lhe dizer o que sentia. Talvez não fosse covardia. Porque eu me paralisava diante de você? Foram vários meses de convivência... meses que fizeram com que esse amor ampliasse ainda mais. Durante todo esse tempo você fora meu caminho, você estava nos meus ideais, nos meus desejos. Tudo que eu fazia era em função de você, senão não existia ânimo. Mas, de que adiantou? Adiantou terminar com uma enorme e agonizante frustação de que nada valera? Adiantou terminar naquele sofrimento que me dominava?

Tive vontade de chorar com ódio de mim mesmo. Senti uma lágrima descendo suavemente pelo meu rosto. Era nisso que tudo estava se resumindo: numa lágrima!

Suportar a idéia de vê-la somente depois de seis anos me parecia impossível. Mais difícil era me conformar em saber que, quando você voltasse, não seria mais a mesma. Nunca mais a minha Raquel ia retornar.

Sim, realmente nada valera! Amar você não adiantou nada, mesmo que eu dissesse tudo agora! Só adiantou preencher minha vida, durante todo esse tempo, com a esperança de receber de você apenas um último olhar.

Olhava para frente e somente via meu dia-a-dia envolto em sombras!

Era um fim de semana negro. O céu se escureceu como se adivinhasse o que se passava aqui em baixo. O sol já havia desaparecido e desde então caíam, a todo momento, leves pingos d’água.

Tomei a difícil decisão de contar a você todos meus sentimentos. Expor meu coração integralmente. Não esperava que você dissesse nada. Apenas queria aliviar minha alma. Queria que você fosse embora sabendo que eu a amava. Dali para frente nossas correspondências não seria entre amigos. Talvez nem houvesse correspondência nenhuma ou haveria cartas de amor.

Quando pensei em ir à sua casa, antes que você partisse, os pingos começaram a se transformar em chuva de verdade. Durval havia saído com o carro e tive que esperar o temporal passar. Ouvia a forte ação da chuva no telhado e nos vidros. Parecia que o vento forçava a água a agir com mais violência. Comecei a andar de um lado para outro, nervoso. A ansiedade de te ver pela última vez me dominava por completo.

Fui para o quarto e comecei a ler um livro. Não conseguia nem virar a primeira página. Estava envolvido por você em todo tipo de pensamento.

Não! Eu não ia deixá-la ir embora sem lhe dizer o que sentia. Tinha que ser aquele dia e na sua casa, pois fora dali estava sempre com o Alex. Usar o telefone não me deixaria ver sua reação e isto me deixaria frustrado.

Falar com você era necessário. Não era por ninguém ou pela esperança de que você ficasse na cidade ou comigo, diante de tal revelação. Era por mim. Não podia permanecer com isto somente para mim. Provocava-me dor.

Com um salto, levantei-me da cama e corri em direção à porta. Abri-a e um vento forte invadiu a casa. Saí e senti a precipitação da água no meu corpo. Estava fria. Iria até sua casa sem carro.

Comecei a correr com todas minhas forças. Um vento frio e incessante soprava pelos céus e foi criando uma enxurrada que aumentava em cada esquina.

E eu corria...

As pessoas me viam, pensando, talvez, que eu era louco ou algum fugitivo correndo na chuva.

Os grandes pingos d’água chocavam-se no meu rosto como se fossem pedras atiradas contra mim.

Num instante cheguei a tropeçar, desequilibrei-me e caí. Sem olhar para os lados, levantei-me e continuei correndo.

Sim, era obsessão. Fixação.

A chuva se transformou num temporal alucinante e o vento começou a querer me arrastar junto com a enxurrada. Era uma chuva intensa e continua. Não me lembrava de ter visto tanta agua na rua. A inundação d´água começou a cobrir as calçadas com força.

 Não via mais nem para onde estava indo. A ação da chuva estava muito forte. Escorreguei várias vezes mas não podia parar. Logo você iria partir e não iria desperdiçar aquele momento de coragem em fazer o que já tinha que ter sido feito. Entrei num bar e fiquei tentando esperar a chuva parar, mas o céu estava carregado. Quase negro. Não iria parar.

— Você esta bem? — O rapaz do bar perguntou.

— Posso usar seu telefone? — Falei.

Ele me chamou para próximo do balcão e me entregou o aparelho. Enquanto discava, imaginava se a chuva iria atrapalhar sua viagem. Afinal, que veiculo iria sair com um temporal daqueles?

Uma voz feminina atendeu. Shirley.

— Alô!

— Queria falar com Raquel! — disse

— Quem quer falar?

— Hum ... diga que é o Dêner!

— Oi Dêner! É você? Olha eu não creio que ela possa atender mas vou avisar. Espere um instante.

Por que você não iria atender?

Passaram alguns minutos, Shirley voltou ao telefone.

— Dêner! Olha, sinto muito. Bem que ela quer atender mas o meu tio está com pressa. Ela está saindo agora mas disse que vai deixar um bilhete para te entregar.

— Que tio? Saindo para onde?

— Meu tio vai levá-la de carro até a capital e de lá ela vai de avião. Ele não quer deixá-la conversar contigo. Esta com pressa. Olha, tenho que desligar agora porque eles já estão de saída e eu quero ir me despedir deles. Depois você passa aqui para pegar o bilhete.

Desligou.

Não sei o que me deu na cabeça. Às vezes o homem, único animal racional do planeta, deixa de raciocinar e começa a agir por instinto.

Joguei o fone em cima do balcão, sem ao menos devolvê-lo á base e sai correndo, sentindo todo impacto da forte chuva que encobria toda cidade.

“Como poderiam viajar num temporal desses?“

O vento forte não me deixava correr, nem andar, e comecei a me arrastar, encostando-me nas paredes das casas, segurando onde podia. Que vento! Era a natureza contra mim, não querendo que eu chegasse até você.

Um grande relâmpago cortou o céu e em seguida veio um ensurdecedor barulho de um trovão. Senti medo.

Sua casa não estava longe. Só faltava um pouco. Talvez o carro passasse por mim e eu pudesse gritar “eu te amo”.

Meu semblante estava tomado por um profundo pesar, e lágrimas de tristeza se misturavam com a água da chuva e rolavam por minha face.

Estava escurecendo rápido, e a noite já trazia a dor da saudade, pois a esperança de vê-la já desvanecia.

Outro relâmpago...

Comecei a correr novamente.

Cheguei a uma praça de onde avistava sua casa. Não vi carro nenhum. Já devia ter partido...

Um silêncio de morte se abateu sobre mim, enquanto meus pensamentos voavam pelo espaço tentando imaginar se tudo aquilo realmente acontecera. Fiquei parado, inerte. Não me atrevia a mover um passo, mesmo porque meus pés não obedeceriam. Enquanto estivesse ali, olhando para sua casa, sentiria sua presença, mesmo sabendo que você já estava longe.

Você partiu, e agora?

Iria viver agora apenas levado por uma sutil esperança de que você ainda voltaria. Esperança que me acompanharia, talvez, por toda a minha vida.

— Jamais a esquecerei, Raquel — falei alto — Você continuará presente aqui no santuário da minha memória.

A ação da chuva não deixava nem meus ouvidos escutarem a frase. As nuvens negras de tempestade se preparavam para uma assustadora guerra de trovões e relâmpagos, mas tudo aquilo não era nada comparado à agonia que se apoderou do meu ser!


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