Entre Quatro Paredes escrita por Charlie


Capítulo 7
Nos gestos sinceros.


Notas iniciais do capítulo

Olá! Eu volteeei!
Eu sei que todos os meus leitores vão pular pra one ao invés de ler isso, mas eu vou escrever... Quem quiser, leia. Quem não quiser, tudo bem. Mas eu preciso me justificar pra vocês!
Pode parecer a maior idiotice o que eu vou dizer, mas vocês não sabem como estão as coisas...
1-Não faz nem um mês que estou na escola nova. Está tudo bem, graças a Deus, mas ainda é tudo novo pra mim. EM, prova à tarde, gente nova, estou desde o início das aulas longe da minha melhor amiga de 11 anos...
2- Meu avô fez exame de próstata e ele tinha chance de estar com câncer. Eu fiquei muito nervosa, chorei muito, rezei mais do que nunca. o resultado só saiu nessa semana e, graças a Deus, ele não corre risco, ms ele ainda tem todos os problemas de saúde, sem contar a minha avó paterna, que está dando um trabalhão.
3- Comecei o curso de inglês semana passada, também está barra.
4- Eu tenho uma vida, acreditem! E problemas pessoais! E, querendo ou não, eles interferem na minha criatividade!
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Olha, eu sei que tenho decepcionado e posso ter soado rude aí em cima, mas eu estou em, praticamente, uma nova vida. Perdão, eu vou me esforçar mais. :)
Boa leitura :)



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Rose & Scorpius

Eu tinha feito maior merda que uma garota de dezessete anos pode fazer: eu engravidei. De alguém que nem era meu namorado.

Era uma terça-feira fria em Hogwarts e eu desejei poder voltar pra casa, pro Natal, pro abraço da minha avó e pra minha família sorridente que não sabia de nada e ainda pensava que eu era a menininha perfeitinha filha de Ron Weasley e Mione Granger. Quer dizer, nem Nique fez uma besteira dessa! Nem mesmo Molly ou Roxanne, elas sabiam que tinham que se previnir!

Estava tão perdida nos pensamentos que trombei com alguém que vinha correndo na direção oposta. Não sei por que, mas coloquei a mão na barriga assim que caí, puro reflexo. Meu Merlin, tem uma criança dentro de mim! E o pai dela nem sabe!

-Rose, não te vi! – Alvo me deu a mão e me ajudou a levantar – Desculpa, você tá bem?

-Tô, ótima. – falei rápido e franziu o cenho.

-Você está pálida. E atrasada pra uma aula! Que bicho te mordeu? – sem pensar, abracei-o e senti algumas lágrimas caírem. Maldito loiro, maldito teste de gravidez... Maldita eu! – Rose, o que aconteceu? Meu Merlin, vem aqui comigo.

Ele me arrastou até o jardim e me convenceu a sentar ali n grama. Eu ainda chorava, mas logo engoli os resquícios de lágrimas e suspirei. Olhei para o meu primo e ele misturava receio e curiosidade ao me olhar. Eu sabia o quanto ele queria saber quem ou o quê tinha me feito desabar, mas sabia que era pra poder dar um soco em quem fez isso ou me consolar, dizer que estava tudo bem. Alvo era um amigo maravilhoso. Mas ele não podia mudar essa situação. E eu nem queria matar esse ser dentro  de mim.

-Posso perguntar?

-Você sabe que eu e Scorpius estávamos, bem...

-Dormindo juntos – ele completou – É, eu sei, Rose. Ele te chutou?! Eu mato ele! – Alvo falava sério e isso me assustou. Estávamos falando sobre o seu melhor amigo, e ele se dispunha a dar um surra nele (ou tentar) por mim.

-Não, não... – ver aquilo realmente me fez vacilar. Se ele soubesse que eu estava grávida, as coisas poderiam piorar – Não é coisa grande, Al. Deixa pra lá, eu preciso falar com ele antes.  

-Tem certeza?

-Sim.

-Então, nesse caso, vá até o Hagrid, ele está lá hoje. Minerva pediu pra que ele fosse ajudar, já que “está adiantado nas matérias graças a Srta.Weasley” – ele disse, imitando a diretora e eu soltei um risinho fraco.

Levantei sem problemas, mas a cada movimento surgia a imagem que eu já havia visto nos documentários trouxas, de um feto crescendo dentro de mim. Ele não era como os da TV, pois existia há menos de um mês, é claro. Mas passava pela minha cabeça tudo. Cada dedinho, os olhinhos, o que ele devia sentir quando eu levantava, quando abraçava Alvo, que um dia seria padrinho dele (independente da reação de Scorpius), quando eu corria em direção ao chalé e ao loiro que eu via de longe.

Era por esse sentimento que eu estava mais corajosa do que imaginava. Não me importava o que ele diria, se iria assumir o filho ou não, eu queria tê-lo em meus braços e eu teria. Mas a cada passo rápido que eu dava, o chão parecia mais mole, mais difícil. Eu não queria ser mãe solteira do garoto que eu gosto. Sim, eu gosto de Scorpius, eu o amo.

Eu tive ciúmes dele meses antes de começarmos com isso, eu gosto do jeito que ele sorri de lado e com ele é diferente! Cada beijo, cada toque, cada vez que a sua voz chega ao meu ouvido... É diferente, é inexplicável. Eu o quero pra mim, só pra mim. Ele não fica mais medindo as garotas o meu lado, é verdade. E não dorme com mais ninguém, só comigo. Mas eu não sei se é recíproco ou ele só está curtindo.

Cheguei ao chalé e Hagrid me viu antes dele, que estava de costas.

-Ro! – só Hagrid me chamava assim... – O que faz aqui?! Não deveria estar em aula?!

-Sim, Hagrid... – sorri pra ele e vi Scorp se aproximar por trás, sorrindo. – Eu preciso falar com Scorpius, é muito urgente.

-Claro que pode! – ele disse rindo e se afastou, ainda falando – Como se eu fosse contar à diretora que a melhor aluna está fora da aula! Como se fosse afetar suas notas!

Ele chegou perto de mim, olhou pra trás e viu que Hagrid tinha entrado na floresta. Tomou minha cintura pelos braços fortes e cansados de trabalhar e me deu um beijo. Eu retribuí, feliz pelo seu bom humor, feliz por ser ele. E tentando negar que ele poderia fazer uma cara de assombro e gritar que o filho não era dele. Não, ele não faria isso... Não é esse garoto que me tem nos braços.

-O que está fazendo aqui, ruiva? – ele perguntou, ainda me segurando e tirando uma das mãos pra ajeitar meu cabelo.

-Precisamos conversar – meu tom saiu mais sério do que planejei e ele fez a mesma expressão que Alvo.

-Okay, vamos entrar.

Em momento nenhum ele tirou sua mão da minha. Andamos até a cabana com as mãos dadas e nos sentamos na poltrona assim, eu no assento e ele no braço, ainda me segurando.

-O que foi, Rose?

-Scorpius, é coisa séria mesmo...

-Eu sei, o seu tom já me diz isso – ele estava tremendo e eu fiquei tentando adivinhar porque – Me diz o que é, por favor.

-Scorp... Posso fazer uma pergunta antes?

-Claro, pode! – ele estava apressado, como se tudo fosse desmoronar em um minuto. Até que poderia ser.

-Você... Nós... Como está?

-Você quer ter uma DR?! – ele fez uma cara confusa e eu dei um riso abafado pela sua expressão.

-Não... Só quero saber. Como estamos?

-Bem, Rose – ele falava sorrindo e me olhando nos olhos – Melhor do que nunca.

E foi ali, naquele gesto tão sincero, naquelas palavras tão simples e tão impactantes pra mim quanto um “Eu te amo”, que eu resolvi soltar a bomba. Mas só porque ele me dava confiança, porque ele exalava “Pode contar comigo” e eu poderia até dizer que ele estava prestes a dizer que eu era dele e ele era meu.

Eu sorri em resposta e senti mais uma lágrima caindo pelo meu rosto. Coloquei a mão que estava solta no ventre, num gesto impensado e ele arregalou os olhos e sua boca era um misto de total espanto e, eu esperava, um meio sorriso.

-Nós vamos ser pais. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
xx