Alice estava tão cansada e nem percebera, que dormiu em um minuto.

Aquele lugar era realmente mágico. Os sonhos de Alice no país das maravilhas não existiam mais, claro, mas no lugar vinham outros e naquela noite ela viu o chapeleiro chegando em sua casa, acompanhado pela lebre de março e pela mallymkun, o dormidongo.

– Todos sabem! – disse a lebre de março, com aquele jeito agitado e rindo.

– Eu nunca aceitarei isso chapeleiro! – agora disse a mallymkun.

– Ninguém aqui faz ideia do que vocês estão falando. – disse o chapeleiro.

– Hahaha – riu a lebre de março. – todos sabem. – disse em tom sombrio.

– Cale a boca! – disse o chapeleiro e os dois começaram a rir.

– Seus bobões. – a mallymkun riu também.

Eles entraram para dormir. Alice viu o chapeleleiro deitado em sua cama, ainda acordado. Ele estava pensando em Alice e, por algum motivo, Alice sentiu isso e acordou em um pulo.

É só um sonho, pensou ela. Que bobagem, nada mais é um sonho.

Mas, novamente, o cansaço não deixou ela pensar e logo caiu de volta no sono.

O sol iluminava o que podia na meia abertura da janela. Alice acordou, algumas borboletas circulando em seu quarto. Ela vestiu um vestido que estava no guarda-roupa, azul, era igual o que ela chegara lá, mas esse era novo. Desceu as escadas e deu de encontro com a Rainha branca.

– Dormiu bem minha querida? – perguntou a Rainha.

Seu tom delicado de falar fazia com que Alice se sentisse mais relaxada.

– Sim, aquela cama é perfeita.

– Venha, vamos tomar café da manhã. – A Rainha a conduziu até uma sala enorme, e, acredite ou não, aquela sala era somente para cafés da manhã.

Alice sentou-se e serviu-se. Aquele café da manhã estava muito tentador para quem matara um jaguadarte no dia anterior, ela comeu até ficar realmente cheia e a Rainha não se importou.

Aliás, Alice e a Rainha branca eram bem parecidas. Na verdade, elas se sentiam mais a vontade quando estavam juntas. Isso as deixava felizes, podiam se divertir juntas sem se importar com nada.

– Tem alguém esperando você. – disse a Rainha.

Ela levou Alice até a sala que ela havia tirado a medida da cabeça para o chapéu cupcake. Quando ela chegou lá, soltou um sorriso bobo. A Rainha percebeu e saiu para deixá-los a sós.