Eu Juro Que Odeio Ele escrita por Mazu


Capítulo 14
Uma Longa Noite


Notas iniciais do capítulo

Quem adivinhou que eu ia falar desculpas, pois é! Você acertou!!

Mas é sério, eu sei que passei mais de um mês sem postar, mas foi por falta de tempo. Acreditam que ainda não estou de férias? Pois é. Espero que vocês me entendam.

Quero agradecer a todos os 76 leitores por estarem acompanhando. Aos 24 que favoritaram e aos que mandam reviews. Alias, 99 reviews. ESTOU MUITO FELIZ!****--**** MT OBRIGADA!

Esse capítulo ficou grande e tipo, ele não tem nem metade do que eu queria colocar, mas já tava em tempo. Então eu coloco o resto no próximo. Blz?

Espero que gostem! Bjs!



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Capítulo 14 - Uma Longa Noite


O céu pareceu fechar pela segunda vez naquele dia. Como resposta a um rosno furioso, uma nuvem escureceu parte do céu. O rosto de Rony Weasley estava vermelho de fúria e seus punhos estavam fechados ao lado do seu corpo, o que intimidava qualquer um. Seus olhos azuis haviam escurecidos e seus dentes rangiam de raiva.


– Bem que eu reconheci esse carro me seguindo hoje de manhã! - Rony resmungou para si mesmo, mas em voz alta.


– Pai... Pai, por favor...! Não é o que você está pensando! - Rose argumentou saindo do carro e se encaminhando até onde o pai dava voltas pela grama do jardim.



– Não é o que eu estou pensando??!!! - Ele repetiu incrédulo. - Rose, você estava se agarrando com um Malfoy! - Ele voltou a rosnar.



Ele olhou por um momento para os olhos de Rose, totalmente perplexo.



– Um Malfoy! Não, não posso acreditar nisso! - Ele voltou a resmungar consigo mesmo, novamente andando nervoso pelo jardim.



– Pai! Por favor, pai! Me escuta! - Ela pediu se colocando na frente dele, segurando seus ombros largos.



Os gestos de Rose vacilavam, ela não conseguia pensar direito. A adrenalina tinha tomado seu corpo, e seus olhos respondiam. Começavam a lacrimejar e a respiração da ruiva falhava, como se ela tivesse corrido uma maratona.



– Eu... eu - Ela tentou, mas seus pensamentos estavam mal organizados e ela não conseguia formular uma boa resposta.



– Estou esperando sua justificativa sem nexo, Rose. - Rony retrucou irônico para depois se distanciar dela.



Ele coçou a cabeça e fechou os olhos tentando se certificar se era tudo verdade ou apenas um pesadelo. O ruivo olhava para seus pés como se quisesse explodi-los.



– Me sinto traído. - Ele murmurou as palavras como se elas o cortassem ao meio.



E Rose sentiu seu corpo pesar. E uma lágrima escapou pelo seu olho direito. O que ela mais odiava era sentir que seu pai não se orgulhava dela. E agora ela se sentia um nada para ele.



– Senhor Weasley... - Scorpius tentou, saindo do carro e se encaminhando até os dois ruivos.



– Cale a boca, seu filho de doninha! - Rony exclamou com a raiva voltando a fluir pelo seu rosto. - E vá embora daqui!



Rony apontou para o lado, como se expulsasse Scorpius, mas o loiro não se moveu.



– Escute, Senhor Weasley! - Scorpius pediu. - Você precisa se acalmar... - Ele tentou, mas o homem ruivo o impediu.



– Quem você pensa que é para mandar eu me acalmar? Han? - Rony cuspiu as palavras, totalmente enfurecido.



– Eu sou o namorado da sua filha. - Scorpius respondeu impaciente com a grosseria do homem.



Rony se enfureceu com a ousadia do loiro e investiu contra ele. Teria o agarrado pela gola se Rose não se metesse em sua frente e o segurasse pelos ombros com toda sua força. A ruiva não era muito forte, mas foi capaz de parar o pai.



– Pai... não faça isso, por favor! - Ela tentou, mas sua voz falhava.



– Saia daqui! - Rony gritou as palavras por cima do ombro da filha. - Saia daqui e nunca mais encoste um dedo na minha filha, seu loiro oxigenado!



– Scorpius, é melhor você ir... - Rose disse olhando para o loiro por cima do ombro com um olhar piedoso e cansativo no rosto.



– Rose eu não vou te deixar aqui sozinha. - Scorpius respondeu com calma, mas com certeza no que dizia.



Rose fechou os olhos desejando que aquilo fosse um sonho, que aquilo fosse mentira ou até mesmo que Scorpius apenas contribuísse. Rony olhou para a filha.



– Rose! Entre em casa, agora! - Rony exclamou. - Você precisa ouvir algumas palavras... – Ele falou e a ruiva pôde sentir o desprezo em sua voz.



– Certo, pai! - Rose confirmou com um aceno. - Mas, por favor, se acalme! – Ela pediu com a voz calma e baixa em uma tentativa inútil de amenizar a situação.



– Só se esse filhote de doninha for embora e nunca mais voltar! - Rony voltou a gritar e fuzilar o loiro com o olhar.



Rose suspirou fundo, como ela desejava que aquilo não estivesse acontecendo.



– Não, pai! – Rose interviu tentando fazer seu pai olhar em seus olhos. – Não grite assim com ele.



– Não grite com ele, Rose? Não grite? – Rony repetiu totalmente fora de si.



Ele fazia gestos exasperados tentando se desvencilhar da filha, que ainda o segurava pelos ombros. Com toda essa movimentação revoltada do ruivo, ele acabou atingindo a filha no braço que recuou com o susto e teria caído se Scorpius não a tivesse segurado. Os olhos de Rose estavam arregalados e assustados, enquanto que Scorpius tentava evitar olhar para qualquer um dos dois ruivos, já tinha se metido demais.



Rony apenas parou de se mover e olhou nos olhos da filha enquanto tentava transmitir um pedido de desculpa silencioso.



– Me tira daqui, Scorpius! – Rose murmurou de modo que ninguém ouviu. - Me tira daqui, Scorpius! – Ela repetiu, desta vez mais alto, mas sua voz ainda tremia.



– Não, Rose, você não vai sair daqui! - Rony exclamou. - De onde já se viu sair com um Malfoy? – A fúria voltava a dominar os olhos dele.



– E qual é o problema de um Malfoy? – Rose perguntou chegando ao ponto que mais a indignava.



– Qual o problema? O problema é que ele é filho daquela doninha! – Rony retrucou arfando. - Já te falei isso antes.



– E dai? Ele não é o pai dele e eu não tenho nada contra os dois. – Rose exclamou começando a se irritar, mas conseguindo manter a voz calma. - Você que tem!



Scorpius a ajudou a se levantar e ela se colocou entre seu pai e o loiro. O rosto da ruiva expressava incredulidade, seus olhos estavam sem o normal brilho e seus lábios estavam secos enquanto seus dentes tremiam de raiva.



– Então você está do lado deles? Você não é uma Weasley, Rose? – Rony perguntou com a voz carregada.



Rose sentiu uma pontada. Como seu pai ousava dizer que ela não era uma Weasley?



– É lógico que eu sou uma Weasley, por isso eu não tenho nada contra eles. – Rose argumentou fria e totalmente incrédula do comportamento do pai.



– Ah é? E quanto tempo mais você ia me esconder isso? Você por acaso gosta dessa doninha júnior? – O ruivo retrucou fazendo uma cara de nojo para o loiro.



– Gosto, pai! Eu o amo! – Rose gritou de volta calmamente fazendo que seu pai ouvisse claramente suas palavras.



Scorpius recuou dois passos e olhou indignado para a ruiva com admiração e paixão. Ela gostava dele e isso era a única coisa que ele precisava ouvir por hora.



Ela continuava a olhar com raiva para o pai, tentando não encarar Scorpius e ignorar o acontecido. Já Rony não aguentou mais, se enfureceu ao máximo e tentou investir contra o casal, mas um grito o impediu.



– RONY WEASLEY! – Uma voz feminina gritou assim que a porta de entrada da casa dos Weasley se escancarou. - O que está havendo aqui?



Hermione perguntou saindo pela porta da frente da casa dos Weasley. Ela vestia roupas simples de ficar em casa, enquanto que seu cabelo castanho estava preso em um rabo de cavalo frouxo.



Sua expressão indicava que ela estava curiosa e confusa e o mais estranho de tudo era o taco de beisebol que ela se armava.



– Mãe.... – Rose implorou, mas sua voz estava fraca novamente.



– Hermione, vá para dentro, não se meta nessa história! – Rony mandou, mas sua mulher nem ao menos se moveu.



– O que está acontecendo? – Hermione perguntou novamente andando até onde Rony ainda estava parado.



– Nossa filha estava se agarrando com um Malfoy. – Rony explicou estressado com as perguntas incessantes de Hermione.



Os olhos dela brilharam e um pequeno sorriso malicioso surgiu no seu rosto.



– Eu não acredito! Minha filha desencalhou! - Hermione exclamou animada batendo palmas.



– Mãe, por favor! - Rose pediu totalmente corada enquanto passava a mão pelo rosto envergonhada.



Scorpius tentava reprimir o riso, com pouco sucesso. Já Rony não parecia nem um pouco feliz. Ele se virou para a mulher com a cara fechada.



– Como pode ficar animada com isso? Como consegue considerar ela nossa filha? Ela é apenas uma traidora. - Rony falou sem pensar, mas pareceu se arrepender no mesmo instante.



Aquelas simples palavras tinham doído tanto em Rose, que ela estava sem expressão.



Ela se pôs reta e olhou para seu pai que agora a encarava arrependido. Mas Rose não sabia se ficava com raiva ou se chorava, mesmo que relutantes lágrimas insistissem em cair pelo seu rosto cheio de sardas.



Scorpius continuava ao lado de Rose, já sério, tentando passar toda sua força para a ruiva pelas mãos sobre os ombros dela. Hermione nada falou, as palavras de Rony tinham sido muito fortes, ela não fazia ideia de como amenizar a situação.



O silêncio se instalou até Rose se virar para Scorpius.



– Vamos embora daqui! – Ela falou para o loiro e se afastou deles, contornando Scorpius e entrando no carro.



O loiro fez o mesmo sem dizer nada.



– Rose, não ouse ir embora! – Rony gritou antes que a ruiva entrasse no carro.



Ela apenas olhou para ele com o rosto carregado de raiva.



– Sou apenas uma traidora, não vou fazer a diferença! - Ela cortou voltando a se virar para o carro.



– ROSE!



Outra voz feminina conhecida gritou, mas agora vinha de um carro que encostava depressa. Era o carro de James e dele Lily saiu correndo em busca de saber o que acontecia.



– O que aconteceu, Rose? – Ela perguntou para a ruiva, que ainda estava na porta do carro, com uma perna dentro e a outra fora.



Lily olhava em volta em busca de explicações visuais, mas apenas encontrou Hermione olhando com a cara fechada para Rony e batendo o taco na outra mão. Hugo saiu do carro também e foi até onde Lily estava.



– O que aconteceu? - O ruivo perguntou percebendo o ar pesado, mas confuso.



– Pede para o James seguir, aqui não fico mais! – Rose disse e apenas olhou uma última vez para o pai, tentando demostrar o quanto errado ele estava apenas com um olhar.



– Certo! – Lily respondeu e voltou a entrar no carro.



Hugo ficou mais uns instantes encarando os pais até seu pai olhar para ele.



– Fique aqui. - Rony mandou com a voz tensa.



Hugo apenas negou com a cabeça e voltou a entrar no carro de James. Antes disso, Rose já tinha entrado no carro e fechado a porta do carro com força. Assim que Scorpius entrou, ele ligou o carro e partiu. James o seguia de perto.



Rose não aguentando mais toda a pressão, chorou até sua garganta dizer chega. Seus olhos coçavam e seu nariz fungava. Scorpius pedia para ela se acalmar e toda vez que ele tentava parar o carro para ajudá-la, ela resmungava para ele continuar, para ele ir para qualquer lugar longe dali.



O celular de Scorpius vibrou e o loiro viu uma mensagem de James dizendo para todos irem para a casa dos Potter. Rose nada disse, então Scorpius apenas seguiu o curso até a casa de James, Lily e Albus.



– Rose, por favor, se acalme! - Scorpius pediu olhando para a ruiva pelo canto do olho.



As lágrimas desciam ardentes pelo rosto de Rose e cada vez que tentava se controlar ela se lembrava das palavras do pai e sentia cada vez mais ódio de si mesma por ter brigado com ele.



Ela não queria aquilo, afinal nem sequer tinha pensado em Scorpius como namorado, quanto mais em como seu pai reagiria. Foi uma surpresa atrás da outra.



A ruiva também chorava como uma desculpa para não falar com o loiro. Ela não queria nem olhar nos olhos dele e deixar a oportunidade dele começar com as perguntas. Ela tinha se declarado para ele do jeito que ela menos esperava: na frente de seu pai.



A ruiva mais se dirigia ao pai, mas mesmo assim, ela tinha gritado com força e vontade, sem deixar a voz nem sequer descansar. Como ela, que estava tão confusa de seus sentimentos, pôde gritar com tanta certeza que ama Scorpius? Como sabia daquilo se sua mente não a deixava processar os fatos e chegar a uma conclusão?



Parecia que algo dentro dela tinha uma opinião própria, sentimentos diferentes e ideias controversas. Como ela podia defender o garoto que ela sempre odiou por causa da rivalidade das famílias? Ela estava pulando o muro e se abrindo totalmente para inimigos e amigos a enfrentarem.



Ela estava prestes a desmoronar e não tinha uma nova Rose para substituir. Só tinha a mesma Rose de sempre: uma fortaleza empenetrante. Ela que sempre foi fiel e companheira tinha jogado tudo para o alto por causa de um simples garoto?



Talvez fosse mais que isso. Talvez fosse todo um exército de pressões ameaçando cair sobre a cabeça da ruiva, que não tinha para onde fugir, nem onde se proteger e sua única saída era enfrentar todo aquele marasmo.



Seu corpo já não mais pesava e seus olhos estavam totalmente sem foco, enquanto que as lágrimas continuavam a descer pelo seu rosto pálido.



– Rose, chegamos! - Scorpius informou e saiu do carro.



Ele deu a volta rapidamente, mas não precisava, Rose não se moveu. Scorpius abriu a porta e a chamou calmamente. Ela o olhou. Os dois tons de azuis diferentes se encaravam. Scorpius analisou os belíssimos olhos dela.



Os azuis vividos da ruiva transmitiam um precipício de sentimentos. Eles não estavam brilhantes como quando ele a beijou no ano novo. Nem sequer estavam apagados como quando ela se sentiu sozinha. Daquela vez eles transmitiam um azul profundo, como se seus olhos estivessem sentindo tudo o que ela sentia.



– Rô, vem! - Scorpius chamou e a ajudou a se levantar e sair do carro.



Ela saiu do carro apoiada em Scorpius. Ela tentou parar de chorar, pois não queria que Lily ou qualquer um dos outros vissem, mas as lágrimas eram insistentes.



Do que em vez de ajudar Rose a chegar na porta de entrada, Scorpius a abraçou. Rose contribuiu, se apoiando nele. Ele tentou manter ela entre seus braços, tentou fazê-la se sentir segura, mas o loiro não estava nada bem. Ele sentia culpa.



Aquilo não teria acontecido se ele não tivesse a beijado.



– Scorp... - Ela falou. Sua voz tremia e estava rouca.



Scorpius negou com a cabeça e pediu silêncio, a interrompendo. Ele se afastou dela e olhou em seus olhos novamente.



– Não se preocupe, tudo vai dar certo! Seu pai apenas estava nervoso. - Scorpius falou calmamente tentando reconfortá-la.



Ele a segurou de lado e a levou até a porta da casa dos Potter, enquanto que ela apenas caminhava com a cabeça afundada no peito dele.



James chegou com o carro e estacionou. Lily e Hugo saíram e correram até a casa. A ruiva passou na frente e abriu a porta para o casal entrar. Já na sala de estar, Rose se sentou numa poltrona.



– O que aconteceu com você, Rose? - Lily perguntou vendo Rose esconder o rosto em um travesseiro.



– Eu estou bem, não se preocupem. - Rose falou, mas sua voz chorosa dizia o contrário.



– Rose, você só precisa se acalmar e esquecer o que aconteceu por um tempo. - Scorpius disse e ela o olhou com raiva.



– Você acha o que? - Ela perguntou irritada. - Que um dia eu vou esquecer que meu pai me odeia, que meu pai não me considera mais filha dele?



– Como é? Papai falou isso? - Hugo perguntou indignado.



– Sim... - Scorpius respondeu Hugo. - Desculpe, Rose! - Se desculpou com Rose arrependido do que disse.



– Eu só... só não consigo acreditar na sorte que eu tenho. - Rose comentou.



Sua voz já estava voltando ao normal, mas seu nariz e seus olhos estavam vermelhos e sua respiração ainda estava falha. Ela olhava para o chão de madeira, tentando não encarar nenhum dos amigos.



– Por favor, parem de olhar para mim! - Rose exclamou estressada. - Não sou uma pobre coitada!



Lily estava ajoelhada ao lado da poltrona onde Rose estava sentada e a olhava piedosamente para ela. James estava em pé perto da porta ao lado de Hugo, enquanto que Scorpius estava sentado na mesinha de centro de frente para Rose.



– Rose, estamos tentando te ajudar! - James argumentou um pouco nervoso.



Rose ia gritar, mas pareceu mudar de ideia e respirou fundo se acalmando.



– Eu sei, eu sei. Só que não estão conseguindo deste jeito. - Ela falou apontando a sua volta.



Hugo se sentou no sofá do outro lado da mesinha de centro e Lily se sentou no braço da poltrona de Rose. Um silêncio se fez por um tempo. Rose voltou a colocar o travesseiro em frente a sua cara enquanto que Scorpius e Hugo olhavam para baixo sem ter o que falar e Lily acariciava os cabelos da prima.



– Rô... - Lily tentou falar alguma coisa, mas Rose a interrompeu.



– Eu só não consigo acreditar que isso aconteceu. - Ela falou retirando o travesseiro de frente de seu rosto.



Sua voz estava abafada. Scorpius a olhou, mas sem levantar o rosto.



– É minha culpa! Me desculpe! - Ele falou olhando para os olhos de Rose.



– Não, Scorpius, não é. Eu que tenho que me desculpar por descontar em você. Só aconteceu, sabe... - Rose disse e engoliu em seco.



– Eu não deveria ter te beijado, eu deveria ter te deixado e ido embora, mas não. - Scorpius argumentou nervoso enquanto gesticulava.



– Scorp! - Rose o chamou, fazendo ele parar de falar. - Você não podia saber que ele nos veria.



– Pera, ele pegou vocês no fraga? - James perguntou não conseguindo reprimir o riso.



Rose corou e Scorpius e Lily riram junto com o moreno. Hugo olhou indignado para os três.



– James! - Hugo repreendeu.



James recuperou o ar aos poucos e ficou serio.



– Desculpa, mas seria uma coisa boa de se presenciar antes de morrer. Queria ter visto a cara dele. - James se explicou e desta vez os cinco riram.



– Estava hilária. - Scorpius comentou ainda rindo.



– Scorpius! - Rose repreendeu entre risos.



– Que foi? É a verdade! - Ele argumentou e voltou a rir.



Os cinco aos poucos foram se recuperando dos risos e o ar começou a ficar pesado. Aos poucos cada um lembrava do que tinha acontecido e se tocavam de que não deveriam estar rindo. Rose percebeu e queria que alguém matasse aquele silêncio de uma vez.



– Eu preciso ir para a Toca, mas se quiser eu fico mais um pouco, Rose. - James falou sincero.



– Não, não precisa. Eu vou ficar bem, eu juro! - Rose respondeu rapidamente com firmeza.



James sorriu para a ruiva e ela sorriu de volta. Não era um sorriso muito feliz, mas foi o suficiente para James saber que ela ia ficar bem.



– Então, eu vou indo. - James disse e foi até a prima, dando um beijo no topo da cabeça da ruiva e se retirou.



Alguns minutos depois, os quatro que estavam na sala puderam ouvir o motor do carro de James roncar e depois se distanciar até que mais nada pudesse ser ouvido. Rose e Scorpius se encaravam. Ela sabia que ele queria conversar, mas ela não, porém era preciso.



– Anh, Lily? - Rose chamou calmamente.



Antes que ela pudesse responder, Rose olhou para Lily com um pedido silencioso.



– Ah, sim, certo. Hugo, pode vir comigo lá em cima? - Lily pediu se levantando.



– Mas Lily isso não pode ser outra ho... - Hugo estranhou com as sobrancelhas erguidas.



– Agora! - Lily exclamou e ele assentiu.

Lily subiu as escadas e Hugo a seguiu ainda um pouco confuso.



– Então, quer conversar? - Scorpius perguntou, um pouco sem jeito.



– Acho que precisamos. - Ela afirmou e ele assentiu.



– É verdade que você me ama? - Scorpius perguntou com um sorriso no canto do rosto.



Rose riu nervosa da pergunta e deu de ombros.



– Não sei, acho que sim. - Ela respondeu e corou.



Seu rosto quase estava da mesma cor de seus cabelos. Ela mexia nervosamente nos cabelos e ele riu dela.



– Você acha? - Ele perguntou brincando.



– Scorpius, por favor... - Ela falou rindo.



Ele riu e se aproximou dela se sentando no braço da poltrona. Eles voltaram a se encarar.



– Eu te amo, Rose! - Ele falou e ela corou novamente.



Ele acariciou o rosto dela, tirando uma mecha de frente dos olhos azuis. Rose não aguentou mais e o beijou. Ela queria sentir aqueles lábios novamente.



O toque do lábios gelados fez a ruiva estremecer, mas ela conseguia sentir o cheiro forte do perfume do loiro, que a embriagava. Seus narizes roçavam enquanto que Scorpius conduzia o beijo, em movimentos simples e calmos. Ele segurava o pescoço dela com uma mão, apoiando a cabeça dela.



Rose ocupava suas mãos nas costas do loiro, já que ela estava em um nível menor da poltrona. Mesmo com a posição desconfortável, ambos não tinham a intenção de se separarem.



Scorpius acariciava os macios cabelos da ruiva e conseguia sentir o cheiro da pele dela. Não era de Rosas como tinha sentido na festa de ano-novo. Era um cheiro mais simples, não era um perfume, era o cheiro dela. Ele não saberia assimilar ele a nada mais além dela.



E só sentir aquele cheiro, Scorpius sentia algo a mais em seu peito e seu coração pulsava mais rápido. Rose não estava para trás, o loiro parecia acabar com todo o ar dela enquanto que os lábios ressecados dele se encaixavam perfeitamente nos dela.



Ele pediu passagem para a língua e Rose permitiu. O loiro aprofundou o beijo e Rose permitiu espaço para que ele se sentasse na poltrona. Em um movimento rápido ele a pegou e a colocou no colo.



Eles se separaram, mas suas testas continuaram coladas. Rose o beijou novamente, mas agora apenas rápidos selinhos. Ambos sorriam em meio aos pequenos beijos.



– Me desculpe, Scorpius, por ser uma tonta. - Ela sussurrou calmamente.



– Me desculpe por ser insistente, mas eu ganhei! - Ele falou em um tom maroto para depois rir. Rose o acompanhou.



– Não sabia que era uma competição. - Ela argumentou e os dois continuaram rindo até um silêncio, agora confortável, se instalar entre os dois.



– Você vai se acertar com o seu pai, não se preocupe! - Scorpius disse tentando reconfortar a ruiva.



– Não sei, ele é um pouco cabeça dura. - Rose comentou tristonha enquanto encostava a cabeça no peito do loiro.



– Mas vai deixar de ser depois que sua mãe tacar o taco de beisebol nela. - Scorpius brincou e os dois riram.



– Você não leva nada a sério mesmo, né? - Ela perguntou enquanto brincava com a mão do loiro.



Ele negou com a cabeça.

– Então, vamos nos arrumar? - Lily perguntou animada entrando na sala.



Scorpius olhou para Lily e ergueu as sobrancelhas confuso. Rose apenas virou a cabeça para encarar a prima e bufou.



– Eu não vou para a festa! Não estou com cabeça para isso. - Rose falou com uma voz cansativa.



Scorpius a abraçou tentando reconfortá-la. Lily assentiu, entendia que Rose não fosse para a festa e se arrependeu por ter tocado nesse assunto em um momento tão pesado.



– Eu tenho que ligar para a Alice. - Lily concluiu indo até o telefone fixo da casa.



– Para quê? - Rose perguntou rapidamente.



– Para ela não se arrumar para a festa. - Lily respondeu enquanto discava o número da casa dos Longbottom.



– Não, Lily, não! - Rose exclamou e com um movimento rápido pegou o telefone da mão de Lily e recolocou no gancho. - Eu estou bem. Isso não é motivo para vocês não irem para a festa!



– Mas Rose... - Lily tentou argumentar olhando penosamente para a prima.



– Não! É sério, Lily, estou bem! - Rose afirmou assentindo.



– Tem certeza? - Lily perguntou relutante.



– Sim! - Rose assentiu.



Lily deu um sorriso satisfeito e abraçou a prima.



– Obrigada! - Lily agradeceu se afastando para encarar a prima. - Promete pra mim que vai ficar bem? - Ele perguntou meio hesitante.



– Sim! - Rose afirmou assentindo. - Agora vá se arrumar! - Rose falou dispensando a prima que subiu as escadas correndo animada.



No topo da escada, ela se virou para o casal.



– Eu vi os dois abraçados, em? - Lily comentou com um sorriso malicioso no rosto e piscou.



Rose corou, mas riu. Scorpius apenas negou a cabeça, rindo.



– Você também. - Rose mandou se virando para o loiro que agora estava jogado na poltrona observando a ruiva.



– Nem gaste saliva! - Scorpius recomendou. - Não vou a essa festa sem você! - Ele disse enquanto os dois se encaravam.



– Não venha com essa! - Rose disse incrédula colocando as mãos na cintura. - Você adora festas!



– É, mas eu também não estou com cabeça para isso. - Ele falou imitando a voz da ruiva, que riu. - E outra, não vou te deixar sozinha em uma sexta á noite. - Ele garantiu, se levantando e indo até a garota.



– Por quê? Tem medo da concorrência? - Rose brincou enquanto também se aproximava do loiro.



Ela riu e se encaixou nos braços de Scorpius que entrelaçaram a cintura da ruiva. As mãos de Rose percorreram o pescoço dele até abraçá-lo. Ambos possuíam sorrisos bobos e um pouco maliciosos.



– Que concorrência? - Scorpius perguntou fingindo procurar alguma coisa pela sala.



– Não sei, quem sabe alguns amigos meus... - Ela continuou dando de ombros.



Ele deu uma risada gostosa.



– Como se eu fosse deixar algum garoto, que não seja da sua família, se aproximar - Ele afirmou em um tom superior e empinou o nariz o que fez a ruiva rir.



Um silêncio se fez até que Rose voltou a falar.



– Já me enjoei! - Rose afirmou.



– Eu também! - Scorpius acrescentou rapidamente e os dois se separaram rindo.



– Então o que pretende fazer nessa sexta-feira à noite? - Rose perguntou enquanto se jogava no sofá ao lado do loiro.



– Não sei! - Ele disse dando de ombros, mas parecendo meio pensativo. - Que tal assistir um filme, comer pipoca e alguns doces e...



– Está querendo me engordar, Scorpius Malfoy? - Rose perguntou autoritária e o loiro riu.



– Não, claro que não! Apenas te deixar bêbada para depois rolar... sabe como é, né? - Ele respondeu com cara de safado.



Rose bateu no ombro dele, mas continuou rindo ao seu lado. Scorpius pôs um braço sob o pescoço da ruiva enquanto que ela brincava com a outra mão dele.



– Onde vamos ficar enquanto a galera vai a festa? - Scorpius perguntou.



– Aqui, não? - Ela perguntou confusa.



– Não acha estranho a gente estar na casa de uma pessoa enquanto ela está fora? -Ele questionou com uma sobrancelha erguida. - E se os pais do Albus nos virem?



– Não. Eu praticamente moro aqui! - Rose falou dando de ombros. - E Ginny está na Toca e Harry está viajando.



– E essas criaturas ficam só? - Scorpius perguntou rindo.



– Acredite! São mais independentes do que sei lá o quê... - Rose respondeu rindo juntamente.



– Então a gente fica acordado até os outros chegarem. - Scorpius sugeriu e Rose assentiu dando de ombros.



– Mas fazendo o quê? - Ela perguntou.



– Tem uma coisa que a gente pode fazer... - Ele sugeriu com um sorriso malicioso.



– NÃO, Scorpius! - Ela reclamou rindo e tacou uma almofada na cara dele. - Seu tarado.



Ele riu e exclamou um “Estou brincando”, mas uma outra almofada abafou sua fala.



– Então é assim? Pois agora é guerra! - Ele anunciou antes de tacar uma almofada na ruiva que esquivou e saiu correndo pela sala dando língua.



Os dois ficaram brincando por mais um tempo, até Hugo entrar na sala inocentemente e levar uma almofada nas fuças. “Roseee!”, ele gritou antes de encarar mortalmente a irmã, que apenas riu e se jogou atrás do “forte de sofás”.



Hugo passou a mão pelos cabelos e gritou por Lily.



– Calma, to indo! - Ela gritou enquanto descia as escadas colocando o brinco as pressas.



Ela se deparou com um Hugo mal-humorado, uma Rose risonha atrás do sofá e um Scorpius contornando silenciosamente o sofá pelo o outro lado. O loiro se aproximou da ruiva e a atacou com as duas almofadas que tinha em mão. Rose se assustou e caiu no chão levando Scorpius junto.



– O que diabos eles estão fazendo? - Lily perguntou aterrorizada. - E James ainda nem chegou, Hugo! - Ela mandou um olhar estreito para o namorado.



– Pensava que sim. - Ele disse dando de ombros.



Lily bufou e se encaminhou até o sofá, para falar com o casal. Encontrou eles se beijando.



– Por favor, tem cinco quartos lá em cima! - Lily falou marota antes de rir.


Scorpius apenas pegou a almofada e a jogou na ruiva que se esquivou e deu tchau antes de seguir junto de Hugo até o carro de James, que buzinava do outro lado da rua.


O casal se separou e Scorpius ajudou Rose a se levantar.



– Vamos jogar banco imobiliário! - Ela sugeriu animada antes de sair saltitando em rumo a sala de jogos do lado.



– Eu prefiro Strip poker! - Ele falou com um sorriso malicioso enquanto a seguia.



– Cala a boca, Scorpius! - Ela mandou e ele jogou a cabeça para trás rindo.




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Notas finais do capítulo

Sei que é cara de pau minha pedir, mas por favor! Comentem, eu fico muito feliz com os reviews. (:

Quem quiser recomendar, eu aceito também, hehehehe ;)

QUEM ACHOU O SCORPIUS UM SAFADINHO?
AHUE!

Eu peço desculpas novamente e nessas férias (de 2 miseras semanas) eu com certeza aparecerei novamente.

gente, outra coisa, eu acho que "Eu Juro Que Odeio Ele" não vai ter mais que 20 capítulos. Eu fiz tipo uma analise, mas talvez surjam mais ideias. Então é isso, BEIJOS SUAS LINDAS QUE EU AMOO!