Pov da Melany

Algumas horas depois do nascimento de Katherine começaram as ligações. Meu pai se encarregou de contar ao resto da família e Seth por informar a Sue e aos lobos. Minha mãe me ajudou com as partes práticas.

Depois de ficar um tempo no colo do atrapalhado John, Kath, apelido dado pelo mesmo, dormia tranquila no colo da avó.

_ Pronto, daqui a pouco seus irmãos estão aqui. Disse meu pai entrando no quarto. Seth veio logo atrás.

_ Minha mãe e Charlie também. Os lobos não vão demorar. Informou.

Segundo meu pai, eu ainda devia permanecer deitada por mais um tempo. Queria saber até quando.

_ Ótimo! Mas já que voltou posso saber quanto tempo vou ter que ficar aqui? Perguntei me referindo a cama.

_ Já ia tocar no assunto. Bom, pra começar nada de fazer muito esforço nos próximos dias. Geralmente o puerpério ou resguardo é de quarenta dias, mas como é meio vampira isso reduz para metade. Respondeu.

Fiz uma careta de desgosto. Vinte dias? Tudo isso? Agora mesmo eu já me sentia perfeitamente bem.

_ E ainda tem mais, sem namoro durante esse período. Continuou meu pai.

Se não fosse pela notícia trágica que ele tinha acabado de me dar, eu teria rido. Mesmo depois de tudo meu pai não conseguia tratar de assuntos como sexo comigo.

Olhei rapidamente para Seth, ele parecia mais conformado do que eu. Para não me machucar ele aceitava qualquer coisa. John, que estava sentado na poltrona ao canto começou a rir.

_ Que pena, Melany. Não vai poder brincar de chapeuzinho com o Lobo Mau aí por um bom tempo. Falou.

Mesmo estressada acabei rindo. John era muito idiota. Peguei um travesseiro e joguei nele.

_ Engraçadinho! Acho que está passando tempo de mais com Jared e Emmett. Pronunciei.

John jogou o travesseiro de volta e continuou rindo.

_ Idiota. Resmunguei.

_ Vamos mudar de assunto? Sugeriu meu pai.

Como eu disse antes, ele evitava aceitar o fato de que sua princesinha não era nem mais um pouco inocente.

_ Agora é minha vez. Disse estendendo os braços para Kath.

Minha mãe a passou para ele, que começou a niná-la pelo quarto.

Depois alguns minutos a casa estava cheia e ,como sempre acontecia quando os Cullens e os lobos se juntavam, uma bagunça. Katherine tinha trocado de mãos novamente, dessa vez era Sue que a segurava.

_ Ela é tão linda! E muito parecida com você, meu filho. Disse emocionada.

_ Sim, mas tem muito da mãe também. Emendou Charlie.

_ Quem diria... Nunca imaginei ser tia tão cedo. Comentou Leah.

_ Nem eu. Intrometeu-se John.

_ Tecnicamente você já é tio a muito tempo, John. Meu tio para ser mais precisa. Falei.

_ Ah é. Respondeu.

Revirei os olhos.

Quando Sue, Charlie, Leah e John saíram, foi a vez de minha família entrar. Renesmee entrou junto com Claire. Kath agora estava no colo do pai.

_ Cadê minha priminha? Indagou Renesmee olhando ao redor.

_ Está bem aqui. Disse Seth se aproximando das duas e abaixando um pouco.

As meninas ficaram na pontinha dos pés olhando curiosas para o pequeno embrulho rosa na mão de Seth.

_ Podemos brincar com ela? Perguntou Claire.

_ Por enquanto não, ela é muito pequenininha. Mas se ela crescer rápido como a Nessie, não vai demorar muito. Quem respondeu foi meu pai.

Minhas sobrinhas fizeram carinha de decepção, mas logo se animaram de novo.

_ Tomara que ela cresça logo! Disse Renesmee.

_ Sim! Tomara! Concordou Claire animada.

_ Ai que coisinha mais fofa! Exclamou Alice.

_ É monstrinha, você e o cachorro fizeram direitinho a lição de casa. Essa fala só poderia ser de Emmett, como sempre.

Ele espiava junto com Alice por cima das meninas.

_ Emmett! Repreendi.

_ O que? Perguntou dando de ombros.

_ Esquece. Falei por fim me limitando a sorrir e balançar a cabeça.

_ Bem vinda a família, Katherine. Disse Jasper.

_ Tem muito dos dois, mas me lembra bastante você quando chegou lá em casa. Comentou Edward.

_ Ela é mesmo linda, Melany. Disse Bella.

Enquanto meus irmãos admiravam Katherine no colo de Seth, que estava todo bobo com nossa filha, reparei que Rosálie era a única que não havia se manifestando.

Minha irmã loira observava a cena parecendo um tanto distante. Eu sabia o quanto era difícil para ela, seu maior sonho era ser mãe e no entanto ela nunca poderia realizá-lo.

_ Rose? Chamei.

_ Sim? Perguntou voltando sua atenção para mim.

_ Porque não segura a Kath? Ofereci.

Rosálie me encarou surpresa.

_ Sério?

_ Claro! Respondi sorrindo.

Ela retribuiu ao sorriso. Seth foi até Rose.

_ Kath, essa é sua titia Rosálie. Disse passando Katherine para Rose.

_ Você é muito fofa! Exclamou ninando minha filha.

Sorri com a cena. Era mesmo uma pena que Rosálie não pudesse ser mãe, ela sem dúvidas seria uma excelente.

_ Obrigada. Sussurrou somente para mim.

Respondi lhe soprando um beijo.

Mais algum tempo com minha família e depois foi a vez dos lobos.

_ Trabalhou bem hein, cara? Sua filha é mesmo uma gracinha! Disse Quil.

_ Nunca pensei que o caçulinha do bando seria o primeiro a formar uma família. Comentou Paul.

_ E que família! Parabéns moleque! Falou Jacob.

_ Gente, não se esqueçam que metade dos méritos é da Barbie. E então, mamãe? Como se sente? Perguntou Sam.

_ Obrigada, Sam, por ser o único a se lembrar desses pequenos detalhes. Me sinto ótima! Respondi.

_ Ai, Barbie! Sua bebê é coisa mais linda! Disse Kim.

_ Sim, uma graça! Parece uma boneca! Concordou Rachel.

_ Você deve estar muito feliz por ter posto esse pequeno anjinho no mundo! Falou Emily.

_ Não imagina o quanto. Respondi sorridente.

_ É... e deve ter gostado mais ainda de fazê-la, não é? Indagou Jared malicioso.

_ Não imagina o quanto. Disse Paul repetindo minha frase anterior e fazendo uma imitação ruim da minha voz.

Os meninos começaram a rir. Encarei a dupla de palhaços com o semblante sério, mas acabei rindo também.

_ Vocês são terríveis! Exclamei balançando a cabeça.

_ Na verdade, somos apenas bem-humorados. Corrigiu Collin.

_ E sinceros. Emendou Brady.

_ Ah... com certeza! Concordei irônica.

_ Pessoal, está tudo muito bom, mas eu tenho que ver mais de perto. Esse bebê é muito lindo para ser filha do Seth. Perturbou Embry se aproximando mais de mim.

Quando minha família saiu para a entrada dos lobos, Rosálie me devolveu Katherine.

_ Não é que parece mesmo... Começou Embry, mas se interrompeu no meio da frase.

Minha filha, que mesmo com toda essa confusão e essa troca de braços permaneceu dormindo, acordou. Seus olhinhos azuis encontraram os de Embry. O lobo a minha frente parecia hipnotizado. Levei um segundo para reconhecer o significado disso. Todos no quarto pareceram chegar a mesma conclusão que eu.

_ Com a minha filha não! Gritou Seth começando a tremer.

Embry despertou do transe e recuou alguns passos.

_ Seth, calma. Pediu Jacob se colocando a frente dele.

Em menos de um minuto todo mundo estava no quarto.

_ O que está acontecendo aqui? Perguntou meu pai.

_ Embry teve imprinting com Katherine. Respondeu Sam.

_ Teve o que? Questionou Charlie sem entender.

_ É coisa de lobo. Explicou Jacob.

_ Ih... Mais uma que mal nasceu e já foi parar nas patas de um cachorro. Obviamente essa frase veio de Emmett.

_ Eu vou arrancar sua cabeça! Fique longe dela! Berrou Seth dando um passo na direção de Embry.

Os meninos se colocaram entre os dois.

_ Sabe que não posso fazer isso! Rebateu Embry.

Achei que era hora de me meter.

_ Seth, pare. Não adianta, você sabe que isso não é algo que se possa controlar. Apesar de não me agradar nem um pouco a ideia, temos que aceitar. Pronunciei.

Estava sendo sincera. Mesmo não gostando nem um pouco eu sabia que não havia nada que pudesse ser feito. Seth me olhava incrédulo.

_ Eu sei exatamente como se sente. Disse Edward solidário colocando a mão no ombro dele e olhando sugestivamente para Jacob.

_ É meu povo... A história se repete. Comentou John.

Enquanto o drama era resolvido, Kath acabou dormindo novamente. Seth a levou para o quarto dela. Embry ficou a sós comigo.

_ Valeu pelo apoio, Barbie. Devo começar a te chamar de sogrinha? Teve a cara de pau de dizer.

_ Definitivamente não! Respondi o fazendo rir.

Mesmo contra vontade o acompanhei. No fundo eu sabia que não seria tão ruim assim.

Quando todos foram embora eu já estava morrendo de sono. A última coisa que me lembro é de Seth deitando ao meu lado e sussurrando um “Eu te amo” em meu ouvido.

***

Tinha se passado quase um mês desde o nascimento de Katherine. Seu desenvolvimento se mostrou um pouco mais lento que o de Renesmee, mas bem acelerado se comparado a um humano normal. Ela aparentava estar com quatro meses de idade.

Depois de muitos pedidos meus e conversas com Edward, Seth finalmente parecia conformado com a história do imprinting. Mesmo odiando a ideia ele pelos menos estava se “comportando”. Eu tinha em mente que isso era somente o começo. O problema seria mesmo quando Kath estivesse crescida.

Á algumas semanas enviei uma carta a Marcus. A resposta não demorou a chegar e ele praticamente surtou com a notícia de que tinha ganhado uma bisneta.

Eu poderia dizer que minha vida estava perfeita se não fosse pelo fato de Seth estar agindo como quando começamos a namorar. Graças as instruções de meu pai, ele se mantinha afastado e quando via que as coisas estavam indo longe de mais se afastava. Não importava a quanto eu dissesse que estava tudo bem, ele sempre repetia a mesma coisa “ Não, Mel. Não quero te machucar.” Isso estava me enlouquecendo! Mas eu resolveria esse assunto, ele que me aguarde.

Nesse exato momento eu estava arrumando Kath. Tinha prometido a Sue que a levaria para visitá-la hoje. Seth estava trabalhando e eu pretendia estar de volta antes dele chegar.

_ Vem, meu amorzinho. Vamos visitar a vovó Sue. Falei enquanto seguia com Katherine para garagem.

Minha amada Ferrari, tinha sido aposentada. No lugar dela eu agora usava um Jeep Compass prata. Era uma carro mais adequado para uma mãe de família, mas mesmo assim minha Ferrari continuava na garagem. Não pretendia me desfazer dela tão cedo.

Era um dia tipicamente nublado em Forks. Assim que bati a porta da casa do Chefe Swan, fui recebida por uma Sue sorridente.

_ Kath! Como está crescida! Como vai, Melany? Disse me abraçando.

Entreguei Katherine a ela.

_ E você, coisa linda da vovó, como está? Perguntou brincando com a neta.

Fiquei o observando as duas. Sue adorava Katherine, ainda mais por ser sua primeira neta... Era um amor só.

_ Vamos para cozinha, Melany. Fiz sua torta preferida.

A tarde passou rápida ao lado de Sue. Antes de eu vim embora Charlie chegou e se juntou a nós brincando um pouco com Katherine, ele a tratava como uma neta. Acabei chegando depois de Seth.

_ Boa noite. Falei entrando em casa.

_ Boa noite, meu amor. Onde estava? Perguntou enquanto me beijava e em seguida pegava Kath.

_ Fui visitar Sue. Respondi.

_ E como minha mãe está?

_ Está ótima. E a cada dia mais coruja com a neta.

Seth riu.

_ Vou colocá-la para dormir. Falei me referindo a Katherine que aparentava sono desde que saiu da casa da avó.

_ Não, deixe que eu vou. Fiquei o dia todo longe da minha bonequinha, estou morrendo de saudades. Respondeu.

_ Tudo bem. Assenti.

Seth era um pai maravilhoso. Ele amava passar um tempo com ela.

Acabei tendo uma ideia. Enquanto ele cuidava de nossa filha, eu prepararia uma pequena surpresa para ele.

Tomei um banho e escolhi uma roupa que eu sabia que ela não ia resistir. Depois de pronta fiquei deitada o esperando.

Roupa da Melany: http://www.polyvore.com/sem_t%C3%ADtulo_76/set?id=103105586

Não demorou muito e ele adentrou o quarto.

_ Ela estava mesmo cansada, nem demorou a dormir. Comentou.

_ O dia foi longo hoje. Falei.

Nesse momento ele me olhou. Tive a satisfação de vê-lo arregalar os olhos em surpresa.

_ O que... O que faz vestida assim? Indagou gaguejando.

Reprimi um sorriso.

_ Me preparando para dormir. Respondi o mais inocente possível.

_ Está meio frio para essa roupa, não acha? Voltou a perguntar.

_ Se estivesse tão frio assim, não precisaria tirar a camisa. Provoquei.

Poderia estar frio do lado de fora, mas ali a temperatura me parecia bem alta.

Seth não respondeu a provocação, apenas engoliu em seco e veio para o meu lado. Me aproximei dele. A cada centímetro que eu avançava, ele se afastava mais.

_ Se continuar assim vai cair da cama. Brinquei.

_ E se você continuar assim, eu cair será o menor estrago da noite. Respondeu.

_ Isso é uma promessa? Perguntei rolando na cama e ficando por cima dele.

_ Mel, é melhor parar. Seu pai disse que... Começou, mas eu o interrompi.

_ Eu sei o que ele disse, mas eu estou bem e quero você. Falei descendo aos mãos por seu peito.

Sorri ao vê-lo se arrepiar.

_ Vai me negar isso? Sussurrei em seu ouvido.

Ele inverteu nossas posições, agora era eu que estava em baixo.

_ Eu não negaria nada a você. Respondeu olhando em meus olhos.

_ Já que é assim... Não verá problemas em satisfazer isso. Disse o beijando.

Em questão de minutos, os poucos panos que eu vestia estavam espalhados pelo chão e pela cama. Agora sim eu poderia dizer que minha vida estava perfeita.