A Little Piece Of Heaven escrita por MissTemplenton


Capítulo 71
Seja bem vinda Katherine!


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, meus amores!
Primeiramente queria pedir desculpas pelo atraso e segundo pelo capítulo, que está enorme. Mesmo assim espero que gostem!
Gostaria de agradecer especialmente a Thaynara Braga e Amy Black pelas lindas recomendações, ADOREI! *---*
Valeu mesmo gatinhas! ;D
Agradecimentos a Máh Black, Fran, Thaynara Braga, Dimítria Styles Volturi, Alli Reporter, raylla matias, Larissa Toledo, Thattinha e Danubia Henicka.
Dedicado a Thaynara Braga e Amy Black!



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Pov da Melany

Passaram alguns meses. De maneira geral estava tudo bem, nossas preocupações agora eram outras. Ao que tudo indicava logo minha família teria que se mudar. Apesar de estar tudo resolvido com relação a Charlie, eles não podiam recomeçar a vida por aqui. Não quando a grande maioria das pessoas se recordavam dos Cullen perfeitamente. Eu evitava pensar nisso, não queria me afastar deles, mas sabia que certo ou tarde iria acontecer.

Eu não queria que eles fossem, mas também não poderia pedir que ficassem. Meu pai estava sem fazer o que mais gostava, exercer sua profissão. Por conta disso sua atenção estava voltada completamente para mim, sua única paciente. Quanto a meus irmãos, não podiam reiniciar o ensino médio ou qualquer outra coisa que quisessem fazer. Nessie era única a não ser prejudicada. Seu crescimento tinha desacelerado, mas nada que pudesse deixá-la exposta aos humanos constantemente.

Mesmo assim o princiapal foco agora era minha gravidez. Eu aparentava estar no sétimo mês. Minha barriga já estava enorme e segundo meu pai, não faltava muito para meu bebê nascer. Nessa última fase, meus hormônios estavam a flor da pele e os desejos eram ainda mais frequentes.

Seth além de super protetor estava super ansioso. Quando não estava trabalhando ou resolvendo coisas da alcateia, estava grudado a mim corujando nosso filho que ainda nem tinha nascido.

Minhas irmãs, minha mãe e Sue viviam praticamente na minha casa. Elas me enchiam de mimos e cuidados. Sue assim que voltou da viagem com Charlie veio para reserva e ficou aliviada ao saber que tinha ocorrido tudo bem. Ainda tinha Marcus, que mesmo a distância estava por dentro de todos os acontecimentos. Nos comunicávamos direto.

Hoje era mais um dia em que eu tinha companhia em casa enquanto Seth trabalhava. Nesse exato momento estávamos reunidas na cozinha. Rosálie, Alice, Sue, Bella e minha mãe. Renesmee também veio só que Bella a deixou na casa de Emily brincando com Claire. As meninas conversavam enquanto eu esperava ansiosa minha mãe terminar de fazer o pudim de leite, meu desejo do dia.

— Ah Mel, eu e Alice pensamos em uma decoração linda para o quarto do bebê. Disse Rose chamando minha atenção para conversa.

— Sim! Como ainda não sabemos o sexo, fazemos algo neutro. Completou a fadinha.

Pensei bem na proposta. Ainda não tinha decorado o segundo quarto da casa justamente por isso, não sabíamos se seria menina ou menino. Nas várias ultrassom que tinha feito com meu pai, em nenhuma delas o bebê nos permitiu ver qual o sexo. Ele ou ela sempre estava de pernas cruzadas ou então de costas. Alice poderia até ver se Seth não tivesse envolvido.

— Tudo bem, já está mais do que na hora de cuidarmos disso. Falei.

Alice deu gritinho.

— Ai Mel, vai ficar perfeito! Você vai ver! Exclamou animada.

— Sei que vai, Alice. Com você a frente, qualquer coisa fica perfeita. Respondi.

Ela retribuiu com um sorriso luminoso.

— Bom... Podíamos fazer algo parecido com o seu quarto logo quando chegou. Ficou incrível! Você não deve se lembrar, porque nos mudamos quando tinha seis anos.

Assenti. Eu me lembrava vagamente.

— Querida, o pudim está pronto! Avisou minha mãe.

Minha boca encheu de água, mas antes que eu pudesse comemorar ela continuou.

— Agora só falta deixar um tempinho na geladeira.

Minha alegria se foi no mesmo instante.

— Já que vai ser assim, vamos precisar do papai e dos meninos. Continuou Rose o assunto do quarto.

— Os meninos? Perguntou Bella confusa.

— Sim, foram eles que construíram o primeiro quarto da Melany. Respondeu Alice.

— Nem imagino como fizeram, mas ficou impressionante. Comentou minha mãe.

— Com as minhas orientações não tinha como ser diferente. Disse a fadinha.

— Está bem, super organizadora! O que acha de começarmos? Indagou Rose.

— Acho ótimo! Respondeu Alice levantando e indo saltitante para sala.

Logo em seguida foram Bella, Rose e Sue.

— Você não vem, Melany? Perguntou Sue antes de seguir as meninas.

— Não saio daqui sem o meu pudim. Respondi a fazendo rir.

Minha mãe ficou comigo. Eu contava os segundos enquanto esperava. Depois do que me pareceu uma eternidade, o bendito pudim de leite ficou pronto.

— Aqui, querida. Disse minha mãe colocando um prato a minha frente com um enorme pedaço.

— Você é a melhor mãe do mundo! Exclamei.

Minha mãe riu.

— É melhor irmos para sala, alguém tem que frear a Alice. Falou.

— Tem razão. Concordei.

Quando chegamos a sala o assunto ainda era o quarto. Sentei ao lado de Bella. Eu comia mais do que falava. Alice, como sempre, tinha vindo preparada trazendo algumas revistas. Aprovei a maioria das suas escolhas, as meninas também. Sue e Bella acharam algumas coisas exageradas, mas Alice as convenceu com o argumento que nunca errou a mão em nada e isso todas tivemos que concordar. Suas produções eram definidas em uma palavra: Perfeitas.

Conversamos mais a respeito. Elas foram embora antes de Seth chegar. Ficou combinado que no dia seguinte começaríamos a reforma.

Tomei banho, peguei mais pudim e fiquei na sala assistindo Supernatural esperando Seth chegar.

Eu estava assistindo o final da oitava temporada. O último episódio chegou ao fim com a cena da queda dos anjos. Primeiro veio a emoção, porque foi demais! Segundo veio a ansiedade pelos próximos episódios e por último a raiva.

— Ah não! Como acaba numa parte dessas?! Questionei indignada para a televisão.

Com essa resolvi dormir. Foi muita maldade.

Depois de arrumar a cozinha e escovar os dentes, deitei ainda pensando na série. Sem dúvidas foi muita sacanagem.

***

Acordei com um leve roçar de lábios em minha bochecha. Abri os olhos e encontrei Seth. Seu cabelo estava molhado, sinal de que tinha acabado de sair do banho.

— Desculpe, não queria te acordar. Sussurrou.

— Tudo bem. Respondi.

Seth alisou meu rosto e me puxou para seus braços.

— Na verdade eu ia te esperar, só Supernatural acabou com meus planos. Falei.

— Como assim? Perguntou confuso.

— Me estressei assistindo. A temporada acabou em uma cena fantástica, só que agora vou ter que esperar para assistir a próxima. Expliquei.

Seth riu.

— Não ria, eu fiquei muito chateada.

— Ok então... Vamos mudar de assunto, o que fez hoje?

— Comecei a discutir com a meninas sobre a decoração do quarto do bebê.

— Por meninas você quer dizer; Alice, Rose, Bella e nossas mães?

— Exatamente! Como ainda não sabemos o sexo, vamos fazer algo neutro. Alice me mostrou umas coisas hoje e eu adorei.

— Espero que sobre algo para eu fazer.

— Não se preocupe, você, meu pai e meus irmãos vão ter muito trabalho no que depender de Alice.

— Posso imaginar.

Ficamos um tempo em silêncio, até que algo me ocorreu.

— Ainda temos algo muito importante para decidir. Falei.

— O quê? Indagou curioso.

— O nome. Respondi.

Apesar do pouco tempo que faltava ainda não tínhamos parado para discutir isso.

— Você começa. Falou.

— Bom... se for menino, eu andei pensando em... Harry. Comecei.

Seth me encarou.

— E o nome do meio podia ser William, em homenagem aos nossos pais. Completei.

Seth me olhou emocionado.

— É perfeito. Obrigado.

Sorri em resposta.

— E se for menina? Perguntou.

— Eu gosto de Katherine. Respondi.

— É um bonito nome. Está decidido, se for menina irá se chamar Katherine. Disse por fim.

Sorri. Eu não via a hora do bebê nascer.

Conversamos mais pouco. Eu já estava ficando com sono novamente então não demorei a dormir. Além do mais, ao que tudo indicava, amanhã seria um dia cheio.

***

Como eu tinha previsto, os preparativos do dia começaram cedo. Muito cedo. Minha família toda veio para minha casa. Seth tirou o dia de folga, para participar. Depois de uma breve consulta com meu pai, ele foi se juntar a meus irmãos e meu marido. Eles estavam recebendo as ordem de Alice sobre o que deveriam fazer.

Quanto a mim e as meninas, ela arrastou para o shopping. Mais uma vez Nessie ficou na casa de Emily. Iria começar a maratona de compras. Fomos para Olympia, mas antes pegamos Sue. Ela queria estar presente. Quando chegamos ao shopping, Alice começou a nos arrastar por diversas lojas.

Entre uma loja e outra me batia uma pequena saudade, meus saltos. Foi o primeiro item do meu vestuário a ser vetado pelo doutor Cullen. Eu sentia tanta falta de usá-los...

— Mel, o que acha desse aqui? Perguntou Rose interrompendo meus pensamentos.

Prestei atenção ao que ela me mostrava, era um kit de berço.

— Achei lindo! Pode levar. Respondi.

Rose sorriu e em seguida foi falar com Alice. Sue sentou-se a meu lado no sofá de espera da loja.

— Estou surpresa por Seth não ter vindo. Comentou.

— Ele ficou em casa com meu pai e meus irmãos, cuidando da parte mais pesada. Se bem que com Alice no comando acho que todas as partes são pesadas. Falei a fazendo rir.

— É... essa baixinha tem uma energia e tanto. Disse Sue enquanto observava Alice passar como um pequeno furacão, levando tudo que via pela frente.

Tive que rir. Minha irmã fadinha sempre seria uma força irreprimível da natureza.

Essa era a nossa décima quarta loja. Eu já não aguentava mais nada. Fizemos um pequeno intervalo no MC Donalds, mas não durou nem uma hora. Entrei e segui direto para parte de espera, Sue veio comigo, ela também estava cansada. Bella, mesmo sendo vampira, não demorou a se juntar a nós. Sua aversão por compras não tinha mudado com a transformação.

— Se Alice entrar em mais uma loja, eu juro que a arrasto pelos cabelos. Disse Bella sentando entre mim e Sue.

Para a graça do Senhor aquela tinha sido a última. Estávamos carregadas de sacolas. Rose, minha mãe, Alice e Bella levavam a grande maioria.

— Você vai ver, querida. Vai ficar lindo. Disse minha mãe enquanto seguíamos para o estacionamento.

— Tenho certeza que sim. Falei.

Quando chegamos em La Push já estava praticamente escurecendo, ou seja, passamos o dia todo no shopping. Sue resolveu vir conosco, ela queria ver o desfecho de tanta produção.

Assim que passei pela porta foi recebida por Seth com abraço apertado. Segundo ele, estava morrendo de saudades. Ele e os meninos já tinham acabado o quarto, fiquei impressionada com o resultado. Eles tinha seguido a risca as instruções de Alice e tinha ficado simplesmente lindo. Apesar de muito cansada, obriguei-me a participar da arrumação. Os meninos descarregaram os carros e começaram a arrumar os móveis. Depois que tudo estava no seu devido lugar, foi a vez de Alice e Rose entrarem em ação. Quando terminaram tudo, não tinha outra palavra a não ser: Incrível!

— Então Mel, o que acha? Perguntou Rose.

— É um fato, eu tenho as melhores irmãs do universo! Exclamei a fazendo rir.

— Ah maninha! Fico feliz que tenha gostado. Meu sobrinho ou sobrinha já vai vim ao mundo cheio de estilo! Disse Alice saltitando e batendo palminhas.

— É... E consumista também. Não sei para que um bebê precisa de um closet. Contestou Bella.

— Nem comece, Bella. O quarto está divino! Bem ao estilo Cullen. Respondeu a fadinha.

— Ou ao estilo Alice. Rebateu Bella.

Alice mostrou a língua. Ri com a cena.

— Eu ainda acho um pouco exagerado, mas realmente está muito bonito. Disse Sue.

— Bom meninas, o importante é que Melany aprovou. Agora vamos ver se o papai vai fazer o mesmo. Falou minha mãe alisando minha barriga.

Sorri com o pensamento. Conhecendo Seth como eu conheço, ele iria ter a mesma reação da mãe.

Dito e certo. Chamamos os meninos para ver a mais nova obra prima de Alice e aconteceu exatamente o que eu esperava. Caras em choque e falas sobre como Alice era incrível e exagerada.

Minha família não demorou muito a ir embora. Já estava tarde e Bella ainda tinha que buscar Nessie na casa de Emily. Sue disse que antes de voltar para Forks, passaria para fazer uma visita a Leah e John. Depois que a casa ficou vazia, fui direto tomar banho e deitar. O dia tinha sido divertido, mas muito cansativo. Não demorou e Seth se juntou a mim.

— Bem que me avisou, aquela baixinha é fogo! Acabou comigo hoje. Disse enquanto deitava.

Tive que rir.

—Alice sempre Alice. Também sofri, ela me arrastou por lojas e mais lojas. O importante é valeu a pena. Respondi.

— Sou obrigado a admitir, ela realmente sabe o que faz.

— Esse é o estilo Cullen, baby. Brinquei lhe dando um selinho.

— Morri de saudades de vocês. Falou alisando minha barriga.

O bebê chutou. Pronto, agora eu não iria dormir tão cedo.

— Está vendo? Ele também sentiu minha falta. Disse Seth.

Revirei os olhos, mas acabei sorrindo. Seth começou a conversar com minha barriga e a resposta eram chutes e mais chutes. Levou um bom tempo até o bebê se acalmar e eu finalmente poder dormir.

Eu estava super ansiosa para ter meu filho em meus braços.

 

 

***

 

Algumas semanas depois eu estava mais radiante do que nunca. Eu já tinha chegado ao nono mês e o bebê podia nascer a qualquer momento. Esse simples fato me deixava super feliz, já Seth estava agitado. Ao menor chute ou movimento que o bebê fizesse ele pirava e queria ligar para o meu pai achando que estava na hora. Era simplesmente hilário.

E ainda, como se não bastasse a paranoia de Seth, eu praticamente não ficava só um minuto. Tinha sempre alguém comigo, minha família ou até mesmo alguns dos lobos. Eles me tratavam como se eu fosse uma donzela indefesa, só que haviam dois pequenos detalhes: eu não era nem um pouco indefesa e muito menos donzela. Apesar de achar um exagero eu não reclamava, até porque eu sabia que não iria adiantar.

Hoje era sexta feira. Seth estava trabalhando e minha babá do dia era John. O convenci a me levar para dar uma volta na praia. Apesar de não achar uma boa ideia ele acabou cedendo.

— Sinceramente, Melany. Com a barriga enorme desse jeito a última coisa que devia fazer é ficar andando por aí. Dizia John.

Revirei os olhos. Ele estava falando desde que saímos de casa.

— Você não devia estar dando aula hoje? Perguntei.

— Deveria, mas teve apenas reunião. Por isso fui liberado mais cedo e vim cuidar de você, ingrata. Respondeu.

Suspirei e me sentei na areia. Fazia um dia razoavelmente quente em La Push e eu queria aproveitar. John sentou-se ao meu lado.

Ficamos em silêncio por um tempo. Ouvir o som do mar era uma terapia incrível. A praia estava vazia por ser um dia de semana.

— Então, como está se sentindo com a ideia de ser mãe? Perguntou John quebrando o silêncio.

— Me sinto ótima. Não tem como descrever a sensação de ter uma vida se formando dentro de você... é simplesmente mágico. Me sinto completa, como nunca estive. Respondi com sinceridade.

— É... você vai ser uma mãe e tanto. Quem diria, eu aqui com você grávida... E pensar que algum tempo atrás eu jurava estar apaixonado por você. Disse rindo.

— Pois é, não imagino onde estava com a cabeça. Falei.

— E nem eu. Respondeu me fazendo rir.

Estava tudo as mil maravilhas. Eu estava rindo com as besteiras de John, quando senti um líquido descer por minhas pernas.

— John? Chamei.

— O que foi? Ele perguntou virando para me olhar.

— Acho que o bebê vai nascer, a bolsa estourou. Anunciei.

— O quê?! Perguntou levantando em um pulo.

Enquanto John tinha um ataque, senti uma pontada na barriga. Não era nada que eu já tivesse sentido em todos esses meses.

— Justo na minha vez?! Ai meu Deus! O que eu faço? O que faço? Falava John desesperado andando de um lado pro outro a minha frente.

Se eu não estivesse em trabalho de parto e sentido dor, teria rido.

— John! Gritei para que se acalmasse.

— O que foi? Perguntou dando um tempo na histeria.

— Me leva para casa agora. Falei.

— É claro. Disse me pegando no colo.

Apesar da praia estar vazia, não podíamos nos arriscar a ser vistos. John cortou caminho pela floresta e em questão de poucos minutos estávamos em casa. Fui o caminho todo gritando de dor, as contrações estavam cada vez mais fortes.

— Pronto. Disse John enquanto me colocava na cama.

— Ai! Gemi ao mais uma rodada de dor.

— E agora? Ele perguntou desesperado.

— Liga para meu pai. Depressa. Respondi.

John saiu do quarto e voltou alguns segundos depois, ele estava com o celular na mão.

— Acabei de falar com Carlisle, ele está vindo o mais rápido possível. Disse vindo para o meu lado.

— Eu não sei se vai dar tempo, está doendo muito. Sussurrei me contorcendo na cama.

— Pelo amor de Deus, Melany! Não faz isso comigo! Respira fundo, você vai conseguir. Falou tentando me acalmar.

De certa forma a cena era cômica, John parecia mais desesperado do que eu. Acho que se não fosse vampiro, certamente desmaiaria. Gritei novamente, estava com muita dor.

— Ai Jesus! O que eu faço?! Respira, Melany, respira! Falou desesperado.

Ouvi o som da fechadura sendo aberta. Suspirei aliviada, meu pai finalmente tinha chegado. Mas para minha surpresa era outra pessoa.

— Graças a Deus! Agradeceu John, mas logo percebeu o engano.

— O que está acontecendo aqui? Perguntou Seth aparecendo na porta do quarto.

Estranhei, ele não devia estar em casa tão cedo.

— Ainda bem que chegou! Eu levei Melany para dar uma volta na praia, só que então ela entrou em trabalho de parto. Já liguei para Carlisle, mas não sei se ele vai chegar a tempo. Explicou John.

Seth que até então parecia paralisado, correu até mim.

— Calma, meu amor. Vai ficar tudo bem, eu estou aqui. Disse segurando a minhã mão.

— O que faz em casa tão cedo? Perguntou John.

— Eu estava com um sensação estranha, como se algo estivesse acontecendo. Sam me liberou e eu voltei. Pelo visto eu estava certo. Respondeu voltando a me fitar.

— Ai! Gemi chamando a atenção deles.

Tanto Seth como John, pareciam apavorados.

— Eu quero meu pai. Choraminguei me retorcendo na cama.

— E se Carlisle não chegar a tempo? Indagou John.

— Vamos ter que fazer isso. Respondeu Seth.

— Está doido? Não podemos fazer isso! Quer dizer... Eu nem sei o que fazer! Exclamou John.

— Nem eu, mas vamos ter que dar um jeito. Finalizou Seth.

— Vamos esperar mais um pouco. Sugeriu John.

— Tudo bem, mas só um pouco. Se ele não chegar, começamos. Respondeu meu marido me lançando o olhar angustiado.

Os segundos iam passando e a dor só aumentava. Eu queria que meu pai chegasse logo.

— Não dá mais pra adiar John, ela está sentido muita dor. Falou Seth passando a mão por minha testa molhada de suor.

— Ai meu Deus! Por onde começamos? Perguntou John.

— Eu não sei! Você tem séculos de existência, nunca viu um parto na vida? Questionou Seth incrédulo.

— Eu não! Sou um vampiro! Ver mulheres se esvaindo em sangue não é uma cena muito segura. Rebateu John.

Eu não estava crendo nisso! Nem assim eles conseguiam se entender?

— Meninos, não briguem! Gritei.

Antes que eles pudessem responder ouvi a porta ser aberta novamente, mas dessa vez pela pessoa que eu mais precisava no momento.

— Minha princesinha! Exclamou pai assim que chegou ao quarto.

— Carlisle! Disse Seth e John ao mesmo tempo. A expressão dos dois era de puro alívio.

— Papai... está doendo. Falei sentindo outra contração.

— Calma minha princesinha, eu estou aqui. Disse vindo para o meu lado.

Não demorou muito e minha mãe apareceu a porta.

— Ah minha filha. Disse entrando.

— Mamãe! Exclamei emocionada.

Eu nunca esperei vê-la assistindo meu parto. Achei que a questão do sangue fosse atrapalhar. Como se pudesse ler pensamentos minha mãe veio para o meu lado e alisou meu cabelo.

— Nada me faria perder este momento, querida. Falou.

Antes que pudesse responder, uma nova rodada de dor.

— Ai! Gritei.

— Não falta muito. John pode sair se quiser. Disse meu pai.

— Não, Carlisle. Eu vou ficar aqui. Respondeu.

Todos o olharam, mas não disseram nada.

— Tudo bem, Melany, vamos começar. Meu neto quer vir ao mundo. Disse meu pai.

Então foi tudo muito rápido. Seth e minha mãe seguravam cada um, uma mão minha. John apenas observava tudo no canto. Se fosse humano certamente estaria roxo de tanto nervosismo. Meu pai como o bom profissional que era preparou tudo em poucos minutos, só faltava eu fazer a minha parte.

— Muito bem, minha princesinha. Eu sei que doí, mas quero que empurre. Orientou.

Respirei fundo. Fiz como ele me pediu. Não aconteceu nada, a não ser mais dor.

— Com mais força. Pediu meu pai.

Respirei fundo de novo. Me lembrei do quanto amava o meu filho e do quanto tinha esperado para ele nascer. Empurrei novamente, mas dessa vez um choro preencheu o quarto.

— Parabéns, minha princesinha! É uma menina linda! Tão linda quanto você! Exclamou meu pai emocionado.

A única coisa em que eu conseguia pensar era no choro da minha bebê.

— Obrigado, Melany! Muito obrigado, meu amor, por me dar o melhor presente do mundo. Disse Seth beijando meu rosto. Percebi que ele também chorava.

— Parabéns, querida. Você foi maravilhosa! Falou minha mãe.

Sorri para ela. Mas tudo que eu queria no momento era ver e pegar minha filha.

— Eu quero vê-la. Falei.

Meu pai enrolou minha pequena bebê em pequeno lençol branco. O lençol ficou imediatamente sujo de sangue, mas não me importei.

Quando ele a passou para meus braços, foi como se eu estivesse segurando uma parte de mim. Não existia nada mais forte do que o amor de mãe, e agora eu podia sentir isso.

Olhei bem para ela. O bebê em meu colo tinha o cabelo escuro. A pele era do mesmo tom que a minha, no entanto vários traços em seu rostinho me lembrava Seth. Agora o impressionante eram os olhos, idênticos aos meus.

— Ela é perfeita. Parecida com você e comigo. Disse Seth olhando em encantado para nossa filha.

— Veja, Carlisle. Ganhamos mais uma neta linda. Exclamou minha mãe. Eu tinha certeza de que se ela pudesse estaria chorando.

— E o qual o nome dessa bonequinha? Perguntou meu pai.

— Katherine. Respondi.

— Katherine Cullen Clearwater. Completou Seth beijando minha testa e a de nossa filha.

John que até agora permanecia colado a parede se aproximou.

— É... linda mesmo. Disse espiando por cima do ombro de minha mãe.

— Sabe John, por um momento pensei que mesmo indo contra as leis da natureza você realmente teria um ataque. Brinquei.

John me olhou de cara feia.

— Muito engraçado. Resmungou.

Sorri. Ele retribuiu, mas depois dirigiu o olhar a Seth.

— Estou muito feliz por Carlisle ter chegado a tempo. De jeito nenhum eu conseguiria fazer isso. Confidenciou.

— Pra ser sincero, nem eu. Respondeu meu marido.

— Essa foi por pouco! Exclamou John rindo e batendo no ombro de Seth.

Seth o acompanhou e quando dei por mim os dois estavam se abraçando como velhos amigos. Eu observava a cena em choque. Quando perceberam o que estava acontecendo, John e Seth se separaram rapidamente.

— Amigos? Propôs John estendendo a mão.

— Amigos. Respondeu Seth.

— Mas isso não quer dizer que eu vou para de te chamar de cachorro. Começou John.

— E nem eu de te chamar de sanguessuga. Rebateu Seth.

Pensei que fossem começar a discutir, mas ao invés disso começaram a rir novamente. Não aguentei e acabei rindo também, eu não acredito que precisou acontecer tanta coisa para esse dois se entenderem.

Voltei minha atenção para minha filha. Katherine me encarava seus lindos olhinhos azuis, sorri para ela. Eu não conseguia descrever o quanto me sentia completa.

— Posso? Perguntou Seth estendendo os braços para Katherine.

— Claro. Respondi a passando para ele.

— Oi, meu amorzinho. Eu sou seu papai. Dizia Seth enquanto ninava nossa filha.

Era fácil de ver. Katherine já o tinha em suas mãozinhas. Seth seria o pai mais babão do mundo. Encostei minha cabeça no travesseiro e fiquei observando os dois.

No dia em que aceitei ir a festa na fogueira com Jacob e Bella, nunca pensei que as consequências daquela noite fossem ser tão inacreditáveis! Encontrei o homem da minha vida e que me deu uma filha linda. Ali, observando Seth e Katherine juntos, eu tinha certeza de que eu não poderia ser mais feliz.


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Notas finais do capítulo

Comentem!
Beijos