Renata embora já tivesse passado umas horas, não conseguia nem discutir e acatou o pedido de Valeria. Renata esta no quarto e começa a lembrar dos momentos felizes que passou com a sua vó, ela então pega a caixa, abre e retira o envelope, quando alguém bate na porta e a abre.

-Posso entrar?

Re: Você? Já entrou vô.

Vô: Vejo que já esta com o envelope da sua vó!

Re: Como você sabe?

Vô: Antes de saber da existência da sua mãe, da sua existência, sua vó me contou tudo. Eu ate tentei que ela deixasse essa historia dos seus pais de lado, que cuidava de você.

Re: Mas ela sabia que eu não iria aceitar.

Vô: Exatamente e alem disto você sabe onde eu moro e sua vó não queria que vivesse neste lugar comigo, alem do mais morando lá você não teria como estudar e o maior sonho dela é ver você formada...

Re: É eu sei disto. Mas então me diga quem é minha mãe? E meu pai?

Vô: infelizmente não posso te dizer eu só tive a oportunidade de te conhecer. Então siga as instruções que ela te deu e vá para o colégio.

Re: Eu não tenho onde ficar lá

Vô: Ela guardou isso aqui e pediu para te entregar. – ele lhe entrega uma bolsa – aqui tem uma quantia suficiente pra você alugar um apartamento por uns dois meses e ainda conseguir se alimentar, depois disto se ainda não conseguir suas respostas é você mesma que terá que se sustentar. Sei que você não quer ir, ela me disse, sei também que você não gosta de mim e nem sei o motivo, mas me ouça ao menos uma vez, faça isso por ela e logo depois você vera que ela sempre teve razão.

Re: Eu irei fazer por que não faço promessas em vão como certas pessoas.

Vô: Como assim?

Re: Você sabe muito bem do que eu estou falando e já que você disse o que tinha pra falar e sabe que não gosto de você, por favor, retire-se a gente ainda vai ter um tempo pra conversar, mas não agora.

Vô: Tudo bem vou sair, porque me garantiu que iremos tentar nos entender, mas antes eu... Posso te dar um abraço?

Re: Eu acho melhor não.

Vô: Por favor, você é a minha única neta.

Re: Tudo bem, mas não se acostume.

Ele então da um abraço em sua neta, aproveitando ainda da o ultimo primeiro beijo em seu rosto, ultimo porque não sabe quando ela ira permitir isso novamente, ele então começa a chorar e sai do quarto. Renata ainda não demonstra nenhum sentimento e começa rapidamente a fazer as malas, colocando roupas em uma mochila e em outra seu material escolar Juntamente com seu material de trabalho. Renata se despede de cada cômodo e passa no quarto da vó pega uma foto dela,guarda dentro da caixa e depois na mochila.”

Marcela: Nossa...

Gil: Mãae.

Marcela: Ok continua Re.

Renata: Então eu peguei minhas coisas e sai correndo o corpo dela já não estava mais lá e nem quis perguntar pra onde o levaram me despedi de Valeria e quando ia saindo meu vô me gritou e me desejou boa sorte. Eu não estava sendo insensível, eu tentava mostrar que sou forte, mas ao mesmo tempo pode parecer ridículo isso só que eu estava com raiva, estava sendo egoísta, não podia, não queria acreditar que ela tinha ido, que tinha me deixado e no fim de tudo essa tentativa de mostrar que sou forte só fez com que eu não tivesse a chance de despedir da minha verdadeira Mãe. Eu podia ter pegado um taxi, mas não estava a fim de ficar ouvindo alguém tentar conversar comigo, fui para rodoviária esperar o ônibus, foi ai que a ficha caiu. Eu estava sentada sozinha, minha vó não estava por perto, estava indo em direção a um lugar desconhecido. E acabei fazendo coisas que não devia enquanto esperava o ônibus.

Marcela: Eu realmente sinto muito.

Gil: Eu também e pode contar sempre comigo Re.

Re: Obrigada, vocês são muito legais.

Marcela: Se sua vó te deu o dinheiro por que você estava dormindo na rua?

Re: Então eu só percebi que peguei o ônibus errado quando ele chegou ao ultimo ponto, ai vi que tinha lido a carta errada, fui obrigada a descer. Antes mostrei o endereço ao motorista e perguntei se estava muito longe. Ele disse que eu iria andar bastante, então resolvi esperar pra ver se passava outro ônibus ou algum taxi. Fiquei esperando muito tempo e cada minuto que passava o movimento na rua ia diminuindo. Já eram 02h35min da manhã e mais uns minutos não teria uma alma viva na rua, resolvi então ir andando e me informando. Só que em um destes pedidos de ajuda ... – Renata volta a imaginar a cena –

“Re: Olá boa noite, vocês sabem como chegar a esse endereço.

Moço: Sim.

Moça: Sim, nós sabemos.

Então a mulher bem vestida tira uma arma da bolsa.

Moço: Anda menina passa toda a grana que você tiver.

Moça: Anda, anda depressa, antes que alguém apareça e eu seja obrigada a fazer o que você não quer.

Re: Calma, esta aqui toma.”.

Re: Eles ouviram uma sirene e se assustaram e saíram correndo levando meu dinheiro, só que no fim era apenas uma ambulância.

Gil: Nossa que barra.

Marcela: Barra mesmo.

Re: Eu disse que estava cheia de problemas.

Marcela: E tudo isso foi nesta quarta?

Re: Sim.

Marcela: então você esta dormindo na rua há dois dias?

Re: Não exatamente.

Gil: Como assim?

Re: Assim que fui assaltada eu comecei a querer voltar, primeiro a morte da pessoa que eu mais amo, depois levam quase meu dinheiro todo, eu estava em estado de pânico e logo depois o estado de pânico passou, mas veio à raiva é como eu ainda estou. Então eu invadi uma casa e dei sorte porque não tinha ninguém em casa e dormi lá das 3 horas da manha ate às 11 horas, depois disto sai rápido, pois alguém podia aparecer.

Gil: Você é louca!

Marcela: Aham ta bom meu filho, olha quem fala. Você só apareceu aqui no quadrante na sexta onde ficou na quinta?

Re: Bom assim que sai de lá peguei o caminho para chegar aqui e com o passar do tempo percebi que realmente estava longe, então parei em um quiosque na praia pra descansar e resolvi ver o que tinha sobrado do dinheiro, não tinha muita coisa então tomei uma água de coco e comi um salgado, pois estava faminta e peguei um taxi. No caminho percebi que se eu gastasse o resto do dinheiro não teria pra poder comer, mas se eu não pagasse o taxi eu teria pra poder comer na quinta a noite e na sexta , mas eu não podia sair sem pagar.Cheguei aqui era uma hora da tarde e tinha que pagar o taxista enrolei antes de sair para pensar no que fazer, me lembrei de uma correntinha que em um dia de natal acordei com ela no pescoço e minha vó também não sabia como aquilo aconteceu ou sabia e não queria me falar. Mas e se fosse da minha mãe eu não podia fazer aquilo por que ela poderia servir pra algo, só que ela também veio com uma pulseira então tirei a pulseira do braço e dei ao taxista ele não queria aceitar. Disse a ele que podia confiar que aquilo era ouro e que pagava 10 vezes mais do que tinha dado. Quando desci do carro vi que aqui era um lugar simpático, mas eu não estava pronta pra ir a escola estava cansada, então comecei a andar, encontrei a umas duas quadras daqui um clube esperei todos saírem entrei tomei um banho sai comi algo em um barzinho que tinha em frente e voltei pra lá e dormi. Acordei com dois caras gritando no meu ouvido, quando me dei conta sai correndo antes que chamassem a policia e vi que já estava atrasada.Vi o Misturama aberto entrei e perguntei se podia deixar minha mochila lá que hoje a tarde sem falta eu pegava.O dono muito simpático deixou.