Quarta, Quinta, Sexta-feira, sábado, domingo, passam-se os dias e nada de sinais de melhora da Renata. Lia esta cada vez mais marrenta, agora não tinha seu instrumento onde desabafava. Gil cada vez mais triste e sério. Orelha continuava com suas brincadeiras de mau gosto, Fatinha e Bruno já se engajavam mesmo no relacionamento, Guilherme passava o dia inteiro com Jú e  quando não estavam juntos, cada um passava consolando os amigos Lia e Dinho, respectivamente.

Raquel em casa continuava a agir naturalmente, para ela nada estava acontecendo. Lorenzo evitava-se de encontrar com a médica, continuava morando com Marcela, apesar de que agora passavam mais horas no hospital. Paulina agredia verbalmente Raquel, afinal já sabia toda a verdade. Até que o dia da indagação de Lia chegou.

Lia: Vó, eu sei que você não vai com a cara da Raquel, mas ultimamente você vem demonstrando isso muito mais do que antes.

Paulina: Desculpa te falar guria, mas esta mulher não presta.

Lia: Agora conta uma novidade. – sentando-se ao lado da avó – Mas é serio,  o que mais ela aprontou?

Lorenzo chegava, trazendo Tatá da escola. Ele escuta a pergunta da filha e decide contar logo.

Lorenzo: Oi filha.

Lia: Oi pai.

Lorenzo: Desculpa, mas eu ouvi a conversa.

Lia: Tudo bem.

Lorenzo: Acho que está na hora de contar a verdade.

Tatá: Que verdade?

Lorenzo: A Raquel está?

Lia: Não aquela lá, desde ontem que não aparece em casa.

Tatá: Ela ta trabalhando, não fala assim.

Lia: Esquece ô pirralha. Ainda bem que temos a vovó. Tá mais conta logo.

Lorenzo: Tatá senta lá vai.

Lorenzo e dona Paulina se olham nervosos, sem saber a reação das meninas. O médico então começa a contar tudo exatamente da maneira como Raquel lhe contou. Os olhos das meninas estavam apreensivos e já se notava lagrimas prestes a escorrer.

Lia:  A RENATA, MINHA IRMÃ? – gritava com raiva.

Tatá: Não pode ser – chorava.

Lorenzo: Meninas acalmem-se.

Lia: COMO VOCÊ QUER QUE NOS ACALMEMOS? A RENATA, ESTÁ PRATICAMENTE VEGETANDO EM UMA CAMA DE HOSPITAL E DESCOBRIMOS SÓ AGORA QUE ELA É NOSSA IRMÃ? QUANDO ELA ESTA ENTRE A VIDA E A MORTE?

Tatá ao ouvir as palavras fortes, da irmã não se contém e o escândalo é ainda maior. Só então Lia percebe o que havia falado na presença da criança, ela se abaixa e abraça a menina. As duas agora choram, Lia está furiosa com a médica. Lorenzo e dona Paulina abraçam as meninas.

Lorenzo: Vai ficar tudo bem.

Tatá: E a Renata?

Lorenzo: Eu vou salvar ela.

Tatá: Promete?

Lorenzo: Não confia em mim? Tatá pensei que gostasse de ter uma nova irmã.

Tatá: Mas eu gosto e eu amei a Renata.

Lorenzo: Então porque ainda chora?

Tatá: Por saber que quem esta deitada, dormindo nada mais é do que minha irmã e por tudo que a mamãe fez com ela.

Dizendo isso e beijando a testa da criança, Lia levanta-se rapidamente ela está tomada pelo ódio e precisa tirar isso de si.

Lia: A RAQUEL NÃO PODIA TER FEITO ISSO.

Lorenzo: Lia, Liaa onde você vai?

Lia saía correndo para casa de Jú.