Dusk (Sombrio) escrita por MayaAbud


Capítulo 48
Às vezes tudo o que se pode fazer é esperar


Notas iniciais do capítulo

“Se você precisar de mim
Só me diga e eu vou estar lá
Porque eu fui feito para você
Sim, eu fui feito para conduzir todos os seus sentimentos
Porque eu não vou deixá-los saber
Eu não vou deixar você ir, querida
Eu não me importo o que o seu passado é
Eu não preciso de nenhuma resposta
Basta ter fé em mim”
~Safe With Me, Sam Smith



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A casa estava vazia, percebi. O carro de Renesmee não estava. Entrei já discando o número e no mesmo momento ouvi o motor rugindo na estrada de nossa casa. Só tive tempo de buscar um saco de Doritos no armário e elas estavam de volta, saindo do carro com sacolas.

_Sábado de garotas?_ conjecturei à porta da frente vendo a trupe de mulheres bonitas saindo do carro. Meus amigos com certeza partilhariam de meus ciúmes. Não gostava de imaginar o frisson que Leah, Jennifer, Hannah e Renesmee causavam juntas num passeio pela cidade.

_Esse olhar é de ciúmes?_ indagou Leah passando por mim com algumas sacolas, cheiro de comidas variadas enchendo o ambiente.

_Pelo amor de Deus, eu estou enorme!_ Renesmee entrou, parecia de mau humor. _Quem olharia para mim?!_ ela tirava as botas com alguma dificuldade para um hibrida o casaco já longe.

_O cara da sorveteria. E o do estacionamento_ ditou Hannah.

_Alguns caras têm fetiches por grávidas. E por ruivas_ Jennifer não escondeu o divertimento.

Fechei a porta enquanto elas se espalhavam pela casa e contive um rosnado. Leah gargalhou, zombando de minha expressão.

_Mais coisas para o bebê?_ ergui as pernas de Nessie, depositando seus pés em minha perna, ela gemeu baixinho quando os apertei sob minhas mãos.

_Para mim_ murmurou infeliz. _Ganhei um número aqui_ gesticulou para os seios, uma linha surgindo entre os olhos.

_Mesmo?_ um sorriso incontinente se espalhando em meu rosto enquanto eu me inclinava entre seu corpo e o encosto do sofá, a fim de capturar seus lábios.

Leah fez um som gutural e se levantou do sofá a nossa frente.

_Jacob, seu pervertido!

_Você está linda! É linda, de qualquer forma e tamanho_ beijei seu rosto, minha mão livre afagando cada linha de seu corpo ao meu alcance, Nessie fez um muxoxo antes que meus lábios cobrissem os seus.

_Que grávida, na face da terra, ganha dois quilos e continua parecendo uma modelo aos sete meses?_ reclamou Leah da cozinha, as outras duas riram.

_Tecnicamente, estou entrando no quinto mês.

_Diga isso ao seu bebê sem nome_ Leah surgiu com um prato de macarrão para Renesmee, que sorriu encantadoramente em agradecimento.

*

A casa estava cheia. A noite estava quase seca, então fizemos uma fogueira no quintal e pusemos cadeiras de praia fora, um verdadeiro churrasco em família. Renesmee estava muito tensa o tempo todo e mantê-la calma e feliz o máximo de tempo era o que eu mais queria; não fazia sentido deixá-la ansiosa enquanto os Cullen não voltassem e nos trouxessem notícias concretas. Eles não vinham dizendo nada, além de que estavam bem, quando ligavam algumas vezes por semana.

Abstraí-me da conversa de Charlie, Billy e Paul sobre o próximo campeonato, meus olhos buscando Renesmee. Ela estava estirada numa cadeira de praia, com Rachel, Leah e Sue em volta dela, uma espiga de milho assado nas mãos. Ela parecia contente, sorria como não a tinha visto fazer nos últimos dias. Eu não sabia se era estresse ou o avanço da gravidez, mas ela havia se queixado de cansaço e tonturas nas últimas duas semanas; não que ela tivesse dito algo para mim, tentando não me preocupar, no entanto ter Leah com ela sempre era realmente vantajoso.

Caminhei até ela e sentei junto de seus pés me inclinando com cautela e recostando sobre o ventre redondo, houve um leve ondular, as mulheres perto se levantaram discretamente, a fim de nos deixar sozinhos.

_Esse é o quê? O quinto?_ ergui a cabeça e apontei. Seus olhos se arregalaram um pouco por trás da espiga nua em sua boca.

_Acho que comi um pouco mais que isso_ ela sorriu deslumbrantemente ao adicionar aquela à pilha de oito espigas ao lado da cadeira.

Sorrimos com cumplicidade um para o outro.

_Você está bem?_ me acomodei de forma que Nessie deitasse em meu ombro.

_Um pouco... Apavorada_ Senti minha testa enrugar, mas Renesmee sorriu. _Elas estavam contando os detalhes que ninguém conta sobre parto natural.

_Desculpe por isso_ murmurei sem saber o que dizer.

_Não. Tudo bem. Prefiro mesmo saber com que vou lidar.

Beijei sua testa antes de beijar seus lábios.

Não demorou até que Renesmee estava desacordada na cadeira, a cobri com um cobertor. Depois disso aos poucos a família começaram a partir. Leah ficou, mas logo partiu quando combinamos a ronda, eu a renderia as 3 da manhã para que ela pudesse descansar. Eu pretendia estar de volta antes que Nessie abrisse os olhos, Seth devia estar na floresta as 7.

Não deu muito certo. Às sete da manhã enquanto eu corria de volta para casa pude ouvir o piano ecoando. Havia uma toalha no trinco da porta, sorri automaticamente com o cuidado dela. Entrei me enxugando parcialmente. A cena que vi depois certamente entrava na lista de coisas para se ver na vida: minha mulher de calcinha e sutiã, o robe preto, aberto, deixando a mostra nosso filho dentro dela, caía por trás e arrastava no chão enquanto ela dedilhava com maestria ao piano; os cachos de bronze brilhantes caindo pelas costas, a chuva na vidraça tornando a cena quase poética, eu gostaria de poder pintá-la... Talvez eu tentasse um dia.

_Bom dia!_ disse-me com um sorriso por cima da música.

Como desde que a vi pela primeira vez, caminhei em sua direção sem pensar, atraído. Sentei ao seu lado e beijei seu pescoço, cheirando a pele e o cabelo deixando que o aroma de todas as coisas boas do mundo preenchesse meus pulmões.

_Desculpe deixá-la sozinha. Contava com encontra-la dormindo_ falei quando ela tocou a última nota.

_Tudo bem. Eu teria dormido mais, mas... _tocou a barriga. _Ele estava agitado. Não melhorou depois do café da manhã, provavelmente porque não consegui comer muito. No entanto, nosso garoto parece relaxar com piano.

_Isso é bom, já temos como fazê-lo dormir_ sorri afagando a proeminência.

_Você deve aprender, então, não sei se posso amamentá-lo e tocar ao mesmo tempo_ ela sorriu animada.

_Você pode me ensinar_ beijei sua boca um momento. _Mas você não faz ideia de quantas coisas eu já vi Rachel fazer com Sarah no colo.

Renesmee riu.

_Vamos descobrir em breve_ ela cruzou os braços sobre o tronco. Seus olhos faiscaram com uma nova emoção, então murmurou: _Sonhei com ele, Jake. Se parece com você, tão lindo!_ ela tocou meu rosto, beijei sua palma e segurei sua mão ali fitando seus olhos através das imagens oníricas.

O bebê de cabelo negro e pele havana se agitou em minha mente, ciciando contente, os olhinhos escuros miravam em minha direção. Depois a cena mudou, havia uma sensação genuína (quase eufórica) de paz e felicidade. O menino que reconheci instintivamente gargalhava às costas do lobo ferrugem; havia tanto amor, que senti meus olhos prurirem pelas lágrimas.

As imagens se interromperam e Renesmee me beijou, a abracei forte tomado de emoção pelas sensações impostas, embora imediatamente eu as tenha desejado como se partissem de mim.

_Já sei qual nome dar a ele.

_Mesmo?_ indaguei curioso.

_Anthony Willian. Anthony Willian Black. Como meu pai e o seu.

_Eu gosto, me parece ótimo_ sorri segurando seu rosto, trazendo-o para junto do meu. _Então eu escolho o próximo?

_Próximo!?_ Nessie bufou um riso, espantada.

_É claro, podemos ter ao menos três nesta década, e é provável que precisemos dar um jeito de não ter mais... Então em 12 ou 15 anos podemos tentar novamente. E depois de novo_ ela riu me fazendo rir também.

_Certo, deixe-me lidar com este e então veremos_ eu a beijei brevemente e ajoelhei no chão.

_Temos consulta hoje, certo, Anthony?_ beijei a barriga nua.

Renesmee assentiu, Leah chegando neste exato momento.

*

Pude perceber o esforço de Nessie em não demonstrar dor, mas seu corpo todo se contraiu.

_Desculpe, querida_ murmurou o doutor. O olhei ansioso, mas ele não ergueu os olhos. _É normal, quanto mais o bebê cresce, mas desconfortável fica os exames internos, acaba sendo um pouco doloroso.

Puxei uma grande quantidade de ar, angustiado pela aflição de Renesmee afaguei sua mão e beijei o rosto.

_Trinta semanas. Ele avançou 4 meses em dois. O ritmo é estável, estimo que em um mês e meio, mais ou menos, Nessie dará a luz_ especulou Carlisle.

_E está tudo bem?_ Nessie e eu perguntamos em uníssono.

_Perfeitamente_ Carlisle sorriu.

_Renesmee tem se sentido mais cansada e tido tonturas_ ela me olhou com surpresa.

_Mesmo sendo forte, o corpo tem se esforçado para mudar e comportar o bebê, podemos considerar como dentro das normas. Sobre as tonturas, é outra coisa que acontece nessa fase, o sangue do corpo é direcionado a irrigar o útero, vocês podem imaginar o que acontece com os outros órgãos quando funcionam com menos sangue, não é? E como Renesmee não tem caçado...

Aquiesci.

_Todos os sinais estão muito bem.

Carlisle mediu e pesou Renesmee, fazendo anotações na agenda preta. Em seguida nos deixou sozinhos para que Nessie se vestisse.

_Leah falou sobre as tonturas?_ pude ouvir o ressentimento na voz dela, se sentia traída.

_Ela não tem muita escolha, você sabe_ senti imediatamente a necessidade de defender minha amiga. Renesmee pareceu ponderar por um momento enquanto se vestia, mas a ruguinha continuou entre suas sobrancelhas.

Assim que abri a porta ouvi as vozes, meu coração deu um solavanco e a respiração de Nessie acelerou quando percebeu o mesmo que eu. Tenho certeza que minha mão na dela foi a única coisa que a impediu de correr.

A sala aparecia aconchegantemente mais cheia do que estivera nas últimas semanas. Os Cullen estavam de volta.

_Pai_ a voz soou emocionada enquanto Nessie abraçava Edward.

Por alguns minutos tudo o que houve foi comemoração, arrulhos e carinho dedicados a minha mulher e meu filho, todos surpresos com a aparência dela.

Renesmee estava apoiada no pai, encolhida, seus pés sobre minhas pernas. Bella do outro lado do marido. A Loura agarrada ao grandão, Alice e Jasper sentados entre Carlisle e Esme. Leah, também estava presente, sentada no braço do sofá, ao meu lado, não exatamente confortável, mas muito mais a vontade do que jamais imaginei que ela pudesse ficar perto de vampiros.

_Porque não disseram que viriam?_ Nessie indagou ansiosa.

_Não havíamos decidido voltar até o fim da tarde de ontem_ respondeu Alice.

_Acharam Nahuel? Vocês não deram noticias.

Houve dois segundos agourentos de silêncio, foi o bastante para Renesmee se inquietar. Ela se sentou a fim de olhar o pai.

_Não o encontramos_ respondeu Edward com desgosto.

Minha cabeça deu um loop, mas então Renesmee ficou nervosa, eu podia sentir a agitação vinda dela.

_Nessie_ alcancei uma de suas mãos e a fiz me olhar. Nesse momento uma onda de calma invadiu a sala, sua respiração normalizou e eu precisei conter um bocejo.

_Nós não o encontramos, achamos que não o alcançamos_ começou Alice. _É difícil rastreá-lo às cegas.

_Johan?_ Nessie tentou.

_Eu o vi, com os Volturi. Visões distintas, numa ele fugia de algo e noutra ele estava diante de Aro. Mas é muito difícil, Nahuel, apaga minhas visões..._ Alice franziu o rosto miúdo, infeliz.

_E Aro está tendo cuidado_ assinalou Jasper.

_Se Johan está com os Volturi significa que ele é um aliado ou que Nahuel fez a denúncia?_ Nessie murmurou, parecendo falar consigo mesma.

_Ele fez a denúncia. Johan não está lá de boa vontade_ explicou Edward com cautela.

_E agora?_ Indaguei depois de um minuto de silêncio funesto.

Observei Renesmee, apesar da calma imposta por Jasper ela parecia um vulcão a ponto de romper, queimando sob a superfície.

_Temos de esperar algum sinal, a decisão não deve demorar_ Alice murmurou devagar, os olhos distantes como se estivesse vendo coisas na parede atrás de nós, provavelmente estava, seja lá como se funciona isso.

_Vamos ter de lutar_ Emmett disse com tanto cautela quanto um enxame de abelhas. Lancei-lhe um olhar mortal, mas ele nem ao menos viu, os olhos em sua vampira.

_Não se pode explicar? Podemos ir lá e..._ eu quase havia me esquecido de Leah.

_É mais complicado que isso, Leah. Há mais que verificar uma denúncia aí, Nahuel_ quase sorri com a forma como Edward pronunciou o nome. Aposto que agora ele estava bem feliz que Renesmee amasse a mim. _ deu a eles a desculpa que esperavam há muito tempo.

Nessie se moveu, olhando o pai com um entendimento que me passava despercebido. O que eu havia perdido?

Edward nos lembrou da luta com os recém-criados, explicando em seguida o que aconteceu longe dali no período que antecedeu aquele dia, as coisas que ele viu na mente da vampira que Esme tentou adotar, mas que os Italianos não permitiram, justamente por ela ser um fio solto naquele novelo. A menina havia deliberadamente deixado Edward saber que os Volturi manipularam os acontecimentos.

_Ela não sabia muito. Entendeu ali, prestes a morrer_ Edward falou com consternação. _Mas o fato é que os Volturi sabiam sobre os recém-criados, não a quantidade exata, mas sabiam que eles estavam sendo criados para lutar conosco, e contavam que fossemos extinguidos.

_Por quê?_ atirei.

_Somos um clã grande e potencialmente poderoso. Ele esteve fascinado pelo dom de Alice, interessado no meu e intrigado com Bella, quando ainda era humana, mas se não pudesse ter acesso a nenhum, era preferível que todos estivessem mortos a ter um clã páreo a eles.

Era tudo uma disputa de poder, então...

_Exatamente!_ afirmou Edward.

Renesmee parecia doente, o rosa cálido em suas bochechas e lábios parecia pálido, afaguei se joelho, preocupado, imaginando o que eu poderia fazer para deixa-la tranquila.

_Mas vocês estão interessados em governar o mundo dos vampiros?_ eu sabia a resposta.

_Claro que não!

Carlisle diria alguma coisa, mas nesse momento Nessie se inclinou para frente, por menos de um segundo pensei que ela estivesse enjoada, mas então ela pendeu para o lado, em minha direção. Os olhos estavam fora de foco e o rosto tão branco quanto qualquer vampiro.

_Ness_ Edward e eu falamos ao mesmo tempo, eu a apoiando e ele puxando os cabelos dela para trás.

_Jazz, pare_ pediu Edward.

Quando ela sucumbiu, totalmente inconsciente (tudo acontecendo rapidamente), meu primeiro instinto foi tomá-la no colo. Carlisle levantou no mesmo segundo.

_Ela comeu hoje?_ indagou com urgência indicando que eu o seguisse pelo pequeno corredor sob a escada que levava a sala onde estivemos minutos antes.

_Não_ respondi angustiado lembrando que ela disse que não conseguiu comer. A coloquei na maca. Edward, Bella e Leah atrás de mim.

Permaneci ao seu lado, aflito sem conseguir me afastar. A mão dela parecia fria para mim, o que me causou horror. Senti meu lábio inferior tremer com o desespero em minha garganta, eu o mordi me controlando.

_A calmaria de Jasper causou uma queda de pressão_ explicou Edward movendo-se, mexendo em bolsas aquosas enquanto Carlisle a examinava com as mãos e com um estetoscópio.

_Combinado à ansiedade... _Carlisle fez um muxoxo _Vai ficar tudo bem, Jacob.

O doutor adejou sobre Renesmee e num piscar de olhos ela tinha uma agulha na dobra do cotovelo, ligada a um pequeno tudo, que logo Edward ligou a um maior que saía de uma bolsa com líquido amarelo.

_É glicose, vai fazer a pressão subir_ disse-me.

Bella se aproximou verificando a filha.

_Está tudo bem com o bebê?

_Aparentemente, sim, mas vamos esperar que ela volte a si._ Carlisle falava com tranquilidade.

Dez minutos passados e a cor voltava lentamente ao rosto dela. Alívio me tomou quando Nessie franziu o cenho minimamente.

_Como o truque com canudo e maçã_ disse Edward ao acaso. Eu o olhei, curioso.

_Leah se pergunta como agulhas podem perfurar a pele de Renesmee_ me explicou.

Olhei para ela, de pé no canto, os braços cruzados de forma tensa no peito, ela apenas encolheu os ombros.

Renesmee gemeu, todos na sala deram um passo à frente, exceto eu, que já estava colado a maca, segurando sua mão que não estava num eletrodo (algo que era mais para arquivo médico que por utilidade, já que qualquer um na sala podia ouvir o coração dela).

_Hey, docinho. Como se sente?_ me inclinei, apoiando o cotovelo ao lado de seu ombro e afagando sua cabeça.

_Enjoada_ ela virou de lado, deitando o rosto em minha mão, parecendo aliviada logo em seguida. Então ela me olhou, os olhos vívidos e quentes ficando úmidos, Nessie mordeu o lábio inferior, uma covinha ficando destacada em seu rosto enquanto ela tentava não chorar.

_Não pense em nada disso, querida_ Edward avançou por meu lado direito e tocou o rosto da filha. _Nós não sabemos, mas você sabe que faremos tudo para mantê-los seguros_ Edward suspirou e me olhou com a expressão lamentosa, por tão pouco tempo que eu poderia ter imaginado.

Renesmee fez uma careta adorável e suspirou, os lábios já rosados tremendo. Parecia decidida a não chorar.

_Além disso, está chateando meu neto.

Os olhos de Nessie se arregalaram.

_Você pode ouvi-lo?_ nós olhamos para Edward que assentiu com um sorriso de lado.

_Ele não pensa exatamente, mas tem sensações e impressões. Fica sobressaltado quando você fica irritada ou triste, não é bom.

Renesmee sorriu um pouco.

_Sente alguma dor, cólica...?_ Carlisle avançou pelo outro lado, entre a parede e a maca. Renesmee negou com a cabeça.

_Porque não tem comido?

_Às vezes... Sinto meu estômago... Apertado, fico um pouco enjoada. Hoje o bebê estava muito agitado, não consegui.

Carlisle assentiu, enquanto indicava o que faria, ele ergueu a blusa de Renesmee e comprimiu o volume, pude ver quando o bebê chutou a lateral sul, ela afagou ali com uma careta.

_Está tudo bem. Mas não deve deixar de me dizer nada.

Nessie fez careta para o avô.

_Não achei que fosse importante, é normal, não é?

_Sim, a boa notícia é que logo isso vai passar, nos próximos dias ele vai começar a encaixar e seus pulmões e estômago vão receber uma folga. Não acho que o peso dele seja suficiente para pressionar, mas eventualmente vai empurrar sua bexiga.

Renesmee assentiu com aceitação. Toquei seu nariz enquanto Bella a beijava no alto da cabeça. Bella havia tomado o lugar de Edward durante a consulta.

_Posso tirar o soro?_ balançou o braço ligado ao soro _Prefiro comer alguma coisa.

*

_Se importa se eu sair por meia hora?_ Renesmee desviou de seu sanduíche de atum e me olhou apreensiva. _Preciso entrar em contato com os rapazes e verificar a oficina.

_Tudo bem_ beijei o sinal de estresse entre seus olhos. _Leah fica, certo?_ elas trocaram um olhar confidente.

_Certo_ sorri e lancei um breve olhar para Leah. Um olhar que significava que ela devia cuidar de Renesmee, ela entendia. Então beijei os lábios de Renesmee casta docemente. _Amo vocês_ uma mão afagou seu rosto e outra nosso filho.

_Amo você, também.

Quil estava na oficina. Expliquei brevemente as novas a ele.

_Não aceite mais nenhum trabalho, certo? Vamos fechar por algumas semanas.

_Tem certeza, Jake?

_Sim, precisamos cuidar da segurança da cidade e estar descansados. Nessie dará a luz logo e preciso estar com ela.

Quil aquiesceu.

_É melhor providenciar uma placa de aviso ou algo assim_ especulei.

_Sim, vou fazer isso e colocar na frente.

_Tudo bem, mais tarde nos reuniremos para rearranjar os perímetros.

Ele assentiu.

No fim da tarde, todo o bando esteve na floresta, nos reorganizamos de forma a não deixar nenhum metro das fronteiras desprotegidas, as estendemos alguns quilômetros também e incluímos as praias.

De volta a casa, pelos fundos, Renesmee estava sentada na varanda, encolhida; a cabeça sobre os braços dobrados, apoiados nos joelhos. Seus olhos brilharam úmidos, e eu gani baixinho trotando ansiosamente em sua direção.

Ela envolveu meu focinho, o nariz grande de lobo pousando com delicadeza em seu ventre. Com aqueles sentidos, eu podia ouvir o som abafado do minúsculo coração sobrepujado pelo de Nessie. Uivei baixo e longamente, tentando reconfortar sua tristeza, eu podia sentir a vibração em forma de movimento quando a criança reagiu ao som. Renesmee sorriu através da expressão tristonha.

_Me sinto tão culpada!_ exclamou deixando por fim as lágrimas caírem. _Eu devia tê-lo procurado, conversado como você fez com Anne.

Eu a acariciei como podia naquela forma, lhe dando fungadas e lambidelas, retribuídas com afagos.

_Todos dizem que eu não me preocupe, mas me sinto desesperada. Você estará em perigo e nosso bebê também _desabafou. Afastei um metro e voltei à forma humana, vestindo minha calça de moletom rapidamente e me agachando diante dela, na escada.

_Não sei muito sobre esses sanguessugas, mas não acho que eles vão arriscar a reputação facilmente. Eles virão e nós estaremos lá, você e Anthony ficarão seguros_ Ela tomou fôlego para falar, mas a interrompi: _Nós mostraremos a eles que não somos filhos da lua e eles não terão nada que fazer sobre isso.

Renesmee suspirou, não totalmente convencida, mas me rendeu. Limpei suas lágrimas com beijos.

_Não sei se gosto que você saiba sempre o que dizer para me acalmar, além de ser um deus do sexo.

Sorri ambíguo, deus do sexo... Gostei disso, no entanto balancei a cabeça me atendo a verdade:

_Não sou um deus do sexo nem sou um grande dominador das palavras. Sou apenas perfeito para você. Tudo em mim é projetado para ser exatamente o que você precisa sempre.

_Eu sei_ murmurou, as duas mãos quentes e macias em meu rosto. _Lamento muito que minha história esteja trazendo tantos problemas e perigo para sua família.

_Não... Isso não importa. Amo você, faço com prazer qualquer coisa que seja preciso_ beijei sua testa. _Agora, quero que faça algo por mim, você pode?

As sobrancelhas perfeitas se ergueram com interesse e ela aquiesceu com entusiasmo, eu sorri para a ideia recém-surgida.

_Quero que você suba e, se puder, fique ainda mais linda. Nós vamos sair, jantar em algum lugar legal e vamos pensar apenas em nós três, você, Anthony e eu.

_Quer me acompanhar no banho?_ sua voz soou tímida, ainda afetada pelo choro, mas enviou uma descarga elétrica por meu corpo.

*

Renesmee estava linda, é claro, não poderia não ficar. Mesmo grávida fazia cabeças masculinas se virarem em nossa direção e rostos femininos se contorcerem. Com uma rápida pesquisa na internet achei um bom restaurante em Seattle. E com um pequeno suborno consegui uma mesa.

Nós jantamos e dediquei todo meu tempo a fazê-la se sentir tão incrível como eu a via e tão segura e feliz como queria fazê-la.

_Sabe o que eu percebi?_ indaguei tomando sua atenção quando o garçom retirou os pratos a fim de trazer a sobremesa. _Nós nunca dançamos.

_Talvez porque não conseguíamos ficar vestidos por muito tempo, antes_ ela sorriu.

_Provavelmente_ respondi e então olhei sugestivamente para onde um saxofonista tocava e dois casais balançavam. Ela sorriu deslumbrante, meu coração inflando no peito. Ofereci a mão.

_Eu sou uma ótima dançarina.

_Eu também_ nos conduzi para a pequena pista, a abraçando orgulhoso e possessivo enquanto alguns homens a olhavam.

Balancei-nos, uma mão na sua e outra em sua cintura, me inclinei muitas vezes para tocar seus lábios. Renesmee tocava meu rosto com a mão livre, passeava por meu pescoço, nuca, voltava ao rosto. Alguns minutos e nossa bolha se romperam quando a música acabou.

Puxei a cadeira para ela, o garçom vindo em seguida com as sobremesas. A primeira colherada de petit gâteau e Nessie quicou na cadeira, os olhos perplexos. A encarei apreensivo, a espera.

_Nada_ sua voz saiu fininha.

_Nessie?_ minha voz soando muito grave.

_Acho que tive uma contração.

Urgência me dominou, mas por dois segundos inteiros não consegui reagir, então desengasguei.

_Não é muito cedo?_ olhei Renesmee mudar de posição, parecendo incomodada, mas não cor dor realmente.

_Acho que está passando_ ela respirou fundo.

_Devo ligar para Carlisle?

_Não. Eu li sobre isso, são contrações falsas.

_Contrações de Braxton_ eu também tinha lido _Tem certeza?

_É claro que não, é a primeira vez que sinto qualquer coisa assim. De qualquer maneira, acho que tenho tempo de terminar a sobremesa.

Renesmee se ajeitou na cadeira e se voltou para o doce enquanto eu buscava qualquer sinal de que ela estivesse amenizando as coisas.


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Notas finais do capítulo

Hey meninas.
Como vão?