Dusk (Sombrio) escrita por MayaAbud


Capítulo 33
Reconhecimento


Notas iniciais do capítulo

“O olhar terno deseja que
Aquele momento seja eterno.
Daí o seu cuidado, a voz que
Fala baixo, a mão que tateia,
O mover-se vagaroso
Para que o encanto da
Imagem não se quebre…”



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Não sabia dizer se alguém mais perceberia, mas eu sentia nitidamente a diferença entre a Renesmee e a Renesmee de Jacob. Em pouco menos de duas horas juntos eu já me sentia mais leve, todas as preocupações e ruminações dos dias anteriores ficando mais distantes. Era muito confortável estar com ele enquanto nos dirigia para o Canadá, mesmo no silêncio.

_Então_ Jacob puxou conversa_ Você nasceu num hotel de beira de estrada e Bella realmente morreu..._ recapitulou. Assenti e ele balançou a cabeça, rindo. Esperei até que ele explicasse, Jacob me olhou por um momento. _Se eles tivessem ficado apenas mais uma ou duas horas...

_Talvez_ encolhi os ombros. _Meu pai me ouviu de dentro de Bella e percebeu que era loucura esperar até que algo desencadeasse o parto, uma vez que eu já até tinha pensamentos lúcidos, então resolveram parar e fazer o parto, mas minha mãe não resistiu à anestesia. Ela foi teimosa e não deixou que Carlisle a apagasse e fizesse tudo rápido, ela quis me ver, temendo que não tivesse oportunidade. E alguns segundos depois que eu fui colocada em seus braços e... Mordi, seu coração parou. Ela esteve morta por alguns minutos, o restante você já sabe.

Suspirei sentindo seu hálito no ar quente do carro, que sequer tinha o aquecedor ligado: um com 40o graus e o outro variando de 42o a 46o... Percebi que sabia pouco de Jacob, ainda que as vezes sentisse o contrário, mas não foi só isso; o cheiro dele, o hálito, a visão da pele castanha com as veias... Eu estava com sede, não era como se eu fosse atacá-lo, mas eu não caçava há duas semanas e fazia parte dos planos caçar antes de ir para casa.

_Há uma lanchonete em dois quilômetros, você pode parar? _pedi.

_Com fome?_ Jacob me olhou, o carro sem vacilar um centímetro.

_Com sede.

*

_ Entre e tome alguma coisa, prometo voltar em 20 minutos_ falei descendo da caminhonete para o estacionamento com chão de brita da lanchonete, apenas outros quatro veículos jaziam, mas eu podia ouvir o som de crianças do lado de dentro, vozes e tilintar de talheres.

_Vou com você_ o fitei surpresa.

_Vou caçar_ reafirmei.

_Eu sei...

_Matar um animal e sugar seu sangue_ expliquei. Eu realmente não achei que ele houvesse entendido. Ele era tudo o que era para lutar contra vampiros, devia ser repulsivo à sua natureza me ver bebendo sangue.

_Estou curioso sobre isso, além do mais, eu já cacei para me alimentar de animais muitas vezes, não sei se sabe, mas vivi como lobo na América do Sul por quase seis anos.

_Estava mesmo pensando sobre isso, você quer saber tudo sobre mim, no entanto, pouco falou de si mesmo_ falei enquanto corríamos humanamente até o outro lado da estrada, que cruzava um parque florestal, antes da fronteira com o Canadá.

_Eu falei que contaria qualquer dia desses_ disse-me.

Jake sorria quando o olhei enquanto alcançávamos as primeiras árvores.

_Toda minha vida se você quiser_ continuou e sorri complacente, um vibrar cálido se concentrando na boca de meu estômago com a promessa implícita, no entanto:

_Shhhhhhh... Estou caçando agora_ sussurrei apressando o passo e inspirando o ar atenta.

Não encontraria um urso, já que a essa altura estavam no meio da hibernação, e com a pressa para resolver a situação entre o amigo lobo de Jacob e minha amiga humana, apresaria o que viesse primeiro. Corri na velocidade que me era natural, longe de ser humana. Só pude ouvir a corrida me acossando nos primeiros sete segundos e sorri ao olhar para trás e não ver nada além de árvores e neve. Concentrei-me na caçada dizendo-me que seria fácil encontrá-lo depois, bastava seguir seu cheiro.

Saltei sobre um carvalho centenário, a fim de uma visão mais ampla e parti saltando de árvore em árvore saboreando os odores no ar frio e nevado. Não demorou até que percebi o grande e molhado coração batendo em algum lugar no chão num ritmo contrário e complementar ao das patas pesadas e, ainda assim parecendo muito leves, em contato com a neve. Esperei segundos e logo avistei, diminuindo a corrida até parar logo adiante, um grande lobo cor ferrugem, ele andou em círculo e olhou para cima, os grandes e brilhantes olhos escuros encontraram os meus facilmente. Eu sorri e ele, inacreditavelmente, sorriu de volta: o focinho se contraiu sobre os dentes afiados e sua língua pendeu para fora, os olhos estreitando docemente. Contive uma gargalhada. E saltei mais um galho adiante e saltei para o chão, prossegui correndo.

Jacob corria tranquilamente atrás de mim, me alcançando facilmente, fazendo-me perceber que talvez eu fosse quem não o alcançasse se ele quisesse. Era bom que ele pudesse correr mais que eu, afinal eu nunca caçara em companhia de uma presa em potencial.

Então, antes mesmo de vê-los senti o cheiro vindo do leste quando o vento soprou trazendo alguns flocos de neve dos abetos em volta. Era um grupo pequeno de cervos próximo a um regato, eu podia ouvir a água correndo, os cascos pequenos e suaves na na neve e, principalmente, seus corações palpitando úmidos enquanto o sangue corria.

O surto de sede abrasou mais, irradiando da garganta à consciência e corri a toda velocidade, percebendo vagamente que era fácil ignorar Jacob e todo o seu sangue tão perto, assim como havia sido com Charlie na primeira vez que o vi, lembrei por menos que um segundo. Quase flutuando entre as árvores, percebi que estava sendo seguida; o ressonar de um rosnado se formando e irrompendo por meu peito, meus lábios recuando por sobre os dentes, expondo-os ameaçadoramente e então, não havia ninguém em meu encalço. Parei a margem das árvores, inclinando e agachando-me, concentrando no macho jovem a 32 metros, avancei para ele tendo como alvo o ponto mais quente e pulsante em seu pescoço. Meus músculos se retesaram e logo os metros que me separavam de meu alimento haviam sido aplacados.

Suguei seu sangue avidamente; um tanto apressada e aborrecida, pois os outros haviam fugido assustados com os sons jugulados do companheiro e aquele pobre animal não sanaria totalmente minha sede. Ergui-me abandonando o corpo e continuei subindo, mais e mais, consciente, agora, da corrida que não me perseguia, mas me acompanhava há cem metros.

Depois de alguns quilômetros senti o cheiro muito melhor que de um cervo, o som esconso de patas mais macias que cascos e senti-me sorrir para minha sorte tirando a jaqueta e a jogando longe. Agachei-me em posição de ataque, meus olhos esquadrinhando a floresta branca a minha volta. O puma, descansado num galho grosso dois metros acima de minha cabeça, mostrou-me os dentes com um silvo feroz. Seus músculos se tencionando sob o pelo fulvo e a longa cauda movendo-se de um lado a outro. Rosnei de volta em provocação e o leão da montanha saltou da árvore, aterrissando suavemente, os membros dianteiros flexionados, prontos para atacar. Com minha visão periférica vi uma figura avermelhada por trás das árvores mais distantes e nesse segundo o felino investiu e me derrubou. Eu ri de minha distração momentânea, suas garras eram quase macias; virei de lado sustentando-o com minhas pernas e invertendo as posições, no mesmo movimento em que me pus acima da fera mordi seu pescoço ignorando o sabor do pelo e da carne.

O sangue acabou e, embora eu pudesse beber mais, senti-me satisfeita.

Juntei minha jaqueta fui em direção à forma grande a ruiva que se afastava. Quando alcancei seu trotar tranquilo, seus olhos eram insondáveis e algo ali me constrangeu; Havia sido demais me ver caçando?! A proposito:

_Desculpe por rosnar para você_ murmurei. O lobo virou sua enorme cabeça para mim e surpreendentemente lambeu-me do braço ao coro cabeludo, passando por meu rosto. Fiquei imóvel, chocada, risonha e molhada; de neve derretida e de saliva de lobo.

Jacob curvou-se sobre as patas dianteiras e indicou suas costas com a cabeça emitindo um ganido. Fitei-o por um longo momento.

_Eu devo subir?_ perguntei insegura, ele assentiu sua enorme cabeça e ladrou o que claramente era uma risada. _Okay_ respondi devagar avaliando formas de escalá-lo sem provocar dor nem desconforto ao lobo. Habilmente posicionei-me abaixo de suas omoplatas curvando-me para me segurar no largo pescoço e colocar os joelhos bem entre sua perna dianteira e o dorso. Suspirei, arranjada sobre o lobo e ele pareceu tomar isso como um tiro de largada.

Sua velocidade era igual ou superior a de um vampiro, não tive certeza se ele poderia alcançar Edward, o vampiro mais rápido que conheço, porém tampouco duvidei disso, talvez ele não estivesse correndo tudo o que poderia. Ele era incrivelmente ágil para um corpo tão grande, voejando e pouco tocando o chão, desviando de cada árvore e pedra sem jamais vacilar ou diminuir o ritmo.

Mais rápido do que achei que seria estávamos de volta ao ponto de partida. Jake agachou-se novamente e desci. Ele afastou-se quatro metros e com uma pata e o focinho tirou suas roupas e sapatos de um buraco na raíz de uma árvore. Como ursos fazem, o lobo impulsionou as patas dianteiras erguendo-se nas traseiras e no mesmo movimento voltando a ser homem, foi tão rápido que era impossível ver o momento transitório (mesmo para olhos sobrenaturais), parte-homem-parte-lobo, se é que havia, pois a impressão é que tudo durava apenas um instante: o lobo simplesmente se abrigara dentro do homem nu diante de mim. Virei de lado lentamente, girando sobre meus calcanhares, os olhos no chão e meus cabelos formando um véu entre meus olhos e Jacob ao me dar conta da situação inapropriada; ele pareceu não se abalar: eu podia ouvi-lo manuseando suas roupas tranquilamente e o zunir do tecido em sua pele. Minhas bochechas esquentaram e um formigamento se espalhou por meu couro cabeludo.

Sentia-me muito boba ficando constrangida ao vê-lo despido, não era como se não tivéssemos...

_Vamos?­_ perguntou Jacob dando um passo longo até mim, uma mão na base de minhas costas, a outra segurava seu pulôver e sua jaqueta.

Caminhamos em silêncio lado-a-lado enquanto Jacob se vestia.

_Temos que correr_ ele rompeu o silêncio_ Ansioso como está não duvido que Embry possa chegar antes de nós.

Inicialmente achei que ele iria de carro, o que mesmo com nossa parada não o faria chegar primeiro, uma vez que ele vinha de Forks, porém se ele estava ansioso nada o impedia de correr até o Canadá e assim, sim, ele chegaria antes.

_Não sei como explicar a Hannah que... _ Olhei para Jacob_ Bem, no dia que isso aconteceu, o imprinting, Hannah ficou desassossegada por dias pensando no policial de Seattle.

_Então ela o percebeu?_ sua voz soou animada. Assenti.

Atravessamos a estrada em direção ao estacionamento.

_Não precisa se preocupar, isso vai acontecer naturalmente, ela só precisa saber o principal, o resto só cabe a Embry. Vai dar tudo certo_ Jacob sorriu abrindo a porta do carro para que eu entrasse.

Já estávamos na estrada há alguns minutos quando Jacob falou por cima da música alta que tocava no rádio:

_Você fica diferente quando caça_ ele me olhou rapidamente. _Como quando... _ sua voz morreu. Ergui a sobrancelha, mas ele não me olhava, então o fitei displicentemente, até que me olhou, sorriu e:

_Como quando faz amor_ seus lábios grossos contraíram, reprimindo um sorriso. Houve um alvoroçar de sentidos dentro de mim, meu estômago gelou, meu peito aqueceu e meu rosto ruborizou.

Minha boca se abriu e fechou e eu não pude dizer nada, não conseguia pensar nada coerente para dizer sobre aquilo, o ar saiu com um silvo por meus lábios. Jacob me olhou novamente e riu, baixo e rouco, recostando a cabeça por um momento no encosto do banco enquanto eu o fitava.

_Só quero dizer que você é você mesma, ferina, ousada, disposta a fazer o que quer... Somente nessas duas situações_ Explicou-me ele.

_Acho natural. Dois instintos básicos_ demandei um tanto acuada.

_Não acho que seja apenas instinto, embora isso ajude. Acho que você só está acostumada demais com o modo vampiro de vida_ ele desviou os olhos da estrada_ Não me entenda mal_ suas sobrancelhas se juntaram um pouco. Não sei como meu rosto parecia, mas me sentia um pouco... Ofendida? Eu não sabia dizer. Meus sentimentos pareciam tão indistintos, revoltos e irrefreáveis, perto de Jacob.

Ele continuou:

_Só quero dizer que você é racional demais! Os únicos momentos em que a vi ser espontânea, agir sem calcular cada milímetro ao redor foram: caçando, falando de sua amiga e... Fazendo amor! _sua voz era quase como se pedisse permissão.

Desviei de seu rosto, não ofendida, mas talvez desconcertada. Ele me lia com muita facilidade, porque eu realmente era alguém que se pode chamar de racional.

_Talvez eu não tenha escolhido as palavras certas_ murmurou ele, mas eu não podia ver seu rosto, fitando a estrada passar e pensando...

_Você tem razão_ murmurei depois de alguns minutos, voltando-me para Jacob, que parecia tenso atrás do volante. Ele me olhou parecendo surpreso. _Sou muito racional. Deve ter a ver com a forma com que fui criada: sempre cercada de proteção, vivendo anos em dias, longe dos olhos humanos. Minha maior emoção era abater um animal feroz ou a chegada de um carteiro_ contei.

Jacob riu, o olhei, nos fitamos um momento e eu sorri, sentindo-me tola ao olhar o rosto jovem que ostentava o olhar vivido que de alguma forma parecia muito experiente.

_O Carteiro?_ indagou-me curioso. Dei de ombros:

_Um humano que não se pode evitar sempre, ainda que se pague contas pela internet, em algum momento algum precisava ir a uma casa cheia de vampiros e uma hibrida que se escondia do mundo.

Ele me olhou com benevolência e sorriu.

_Nunca tinha contato com humanos? _perguntou.

_Sim, ia ao shopping, ao cinema algumas vezes... mais que distração, era uma forma de me dessensibilizar ao sangue humano, não era realmente necessário, mas..._ dei de ombros.

_ E quanto ao seu noivo? _perguntou ele com mais naturalidade do que eu teria imaginado. Hesitei um momento, e Jacob: _ Me refiro a emoções. _ Me deu uma olhadela.

_Não sei ao certo. Eu não esperava grandes emoções da vida. Nenhuma das emoções fortes que eu sentira havia sido minhas até que Hannah sofreu o acidente e me vi diante de enfrentar sua morte. Quero dizer, coisas que qualquer pessoa sente desde muito cedo... Eu nunca senti: perda, decepção, a primeira paixão na escola... O amor por minha família sempre estivera lá desde sempre, como uma rocha intransponível, constante. E tanta estabilidade não me deixou experimentar muito_ percebi que estava tagarelando, mas Jacob não parecia entediado nem nada parecido.

Ele diria algo, mas antes que proferisse algum som seu celular tocou no porta-copos. Ele observou por um segundo a tela.

_Embry está em Vancouver. Quer saber o que deve fazer.

_Bom, moramos perto das montanhas, mas acho melhor que cheguemos juntos, ou não? _Jacob assentiu. E então lhe indiquei um endereço para que seu amigo pudesse nos esperar e então seguíssemos.

**

Algumas horas depois de sairmos de minha casa em Seattle cortamos o centro da cidade de Vancouver e seguimos pela rodovia. Já quando a parte urbana parecia se diluir entre as árvores, subindo em direção as montanhas, um homem grande de pele cor de caramelo surgiu em nosso campo de visão, estava no acostamento. Vestia botas de caminhada, jeans e camiseta verde-escuro, carregava nos ombros uma mochila pequena e trocava o peso do corpo de um pé para o outro ansiosamente. Embora ele não tenha sorrido, seu rosto pareceu se iluminar ao ver a caminhonete de Jacob. De alguma maneiras eles se pareciam, como irmãos, ainda que Jacob fosse impressionantemente mais alto e mais forte, embora fosse difícil de acreditar que alguém pudesse ser ainda maior que o nativo-americano que caminhava para nós.

_Hey, Jake!_ a voz do homem soou amistosa e animada, o que destoava de sua expressão séria, mesmo que não fosse brava. Estacionamos e o homem, Embry, entrou no banco de trás.

_Embry, essa é Renesmee_ Jacob falou com solenidade e um sorriso. Virei no banco erguendo a mão para cumprimentá-lo.

_Muito bom finalmente conhecê-la, Renesmee_ eu não podia não sorrir para a aura que se estabeleceu no ambiente pequeno, era como a sensação de estar em casa, depois de muito tempo.

_Bom conhecer você também, Embry_ falei por fim.

**

_Como Hannah é?_ Embry indagou, ansioso, o tom de voz impetuoso para comigo; percebi Jake olhá-lo um tanto irritadiço pelo retrovisor e a mim rapidamente. Mas eu sorri sem me afetar. Jacob já havia lhe contado sobre o acidente, explicando o motivo do estranho mal-estar que abateu Embry por meses. Era muito curioso perceber como a ligação dos lobos, o imprinting, os afetava; me fazia sentir culpada por ter feito Jacob passar as últimas duas semanas longe de mim. Eu entendia esse sofrimento ao ver nos olhos de Embry sua necessidade por ver Hannah.

_Ela é... difícil!_ resfoleguei deixando meus pensamentos em segundo plano. _Quando a conheci era muito fechada, em tudo, desde as roupas escuras e frouxas que usava. _Então lhe contei sobre a morte dos pais de Hannah, nossa aproximação, sua recuperação e sua aceitação à minha família.

_Mas ela está muito depressiva..._ minha garganta se apertou. _Se recusa a fazer os exercícios periodicamente e assim não pode fazer a cirurgia na perna. Mesmo podendo usar muletas, se prostrou à cadeira de rodas. Penso que por mais que ela tenha aceitado os cuidados de minha família ela acredita estar traindo os pais.

Esperei alguns segundos por uma réplica de Embry, mas quando olhei para trás ele parecia muito distante, olhando pela janela, os olhos úmidos. Suspirei lentamente me acomodando na cadeira e desejando muito que Embry pudesse fazer com que Hannah quisesse viver. A mão grande a castanha de Jacob tocou minha perna, de forma condescendente, como quem me consola e eu pus a minha sobre a dele, lhe transmitindo gratidão.

**

Minha família já me esperava, mas eu preferi não explicar por telefone sobre meus acompanhantes, embora a essa altura Edward já nos tenha ouvido.

Jacob estacionou o carro no pátio e descemos, Embry parecia a ponto de explodir, ele parecia tremer um pouco, sua forma me parecia borrada. Minhas cicatrizes arderam um pouco com a recordação vivida da primeira vez que vira um lobo assim.

_Argh! Porque ela não adota uma criança!_ a voz de Hannah veio de algum ponto atrás na casa, da cozinha vinha o sinal mental referente a ela. Contive uma risada. Já a ouvira dizer isso antes, irritada com Rosalie, que Edward me segredara, estar muito apegada a humana frágil que a fazia lembrar de sua irmã humana, embora na época Rosalie fosse egoísta demais para se importar com a irmã menos bonita.

_Fiquem a vontade_ murmurei abrindo a porta e a mantendo aberta para que eles entrassem. Houve um breve zunir, apenas soube que era Edward dando alguma explicação aos demais.

Minha mãe surgiu vinda da cozinha e com um sorriso enorme me abraçou forte.

_Senti sua falta_ disse-me ela docemente.

_E eu a sua _ respondi enquanto ela me soltava e olhava por sobre o meu ombro.

_Jacob_ disse Bella hesitante.

_Hey, Bells!_ um único passo e ele a tirou do chão num abraço e girou, ela riu surpresa. Jacob tossiu e abanou o ar próximo a seu rosto depois de soltá-la. _Vou me acostumar? _ se referia ao cheiro de minha mãe, o rosto franzido.

_Tanto quanto eu_ Bella revirou os olhos. _Embry?

_Sou eu, Bella_ ele sorriu timidamente atrás de Jacob.

_Seja bem-vindo. Muito bom ver você_ Bella sorriu, feliz. Sorri também ao ver meu pai saindo de baixo da escada.

O abracei lhe explicando sucinta e silenciosamente o que havia acontecido, mesmo que ela já tivesse ouvido de todos os ângulos, Edward apenas me deu um sorriso tranquilizador.

_ Bom receber vocês_ disse ele aos dois lobos.

Antes de mais ouvi a cadeira de Hannah movendo-se no chão da cozinha em direção a sala, muito fluidamente para que ela guiasse sozinha. Virei-me nos braços de Edward e vi minha avó Esme atrás da cadeira de minha amiga loira.

_Hannah! Vovó!_ fui abraça-las percebendo a atmosfera na sala mudar.

Deixando os braços de Esme agachei para cumprimentar Hannah.

_Hannah, esse é Embry. Você lembra dele? Ele é policial. _demandei.

Os dois trocaram um longo olhar de reconhecimento. Se ela não lembrava do encontro deles antes do acidente, eu tinha certeza que algo nela tinha certeza que ele era um grande amigo.

Da mesma forma, eu tinha certeza que Jacob era de grande importância pra mim.


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Notas finais do capítulo

Que vergonha de vcs! =(
Mas eu ainda estou aqui!
E não vou abandonar a história, ok?
Ainda há alguém aí?