Bella POV:

As palavras do nerd não me saíram da cabeça a ponto de me fazer perder o sono. Não consegui parar de pensar na declaração que ele praticamente cuspiu em minha cara, também pusera, eu sou uma jumenta.

Maldito nerd que resolve tomar decisões e falar coisas desse tipo pra mim. Se bem que, se for pensar direito, talvez isso seja o melhor para ele, afinal eu não sei o que sinto ainda, estou confusa e perdida.

Claro que eu sinto algo por esse nerd abusado, que chegou do nada e com uma insistência sobre humana e paciência do tamanho do infinito, conseguiu se aproximar de mim. Falar que não sinto absolutamente nada por ele é uma tremenda mentira e eu estaria sendo a maior das hipócritas, mas também não posso alimentar esperanças no mesmo, não quero que ele fique com o coração mais partido do que já está.

– Isabella – minha querida mãe fez o incrível favor de berrar em meu ouvido, quase me deixando surda.

– O que foi? – perguntei irritada, coçando a orelha que ela quase deixou inutilizável.

– Estou a duas vidas te chamando aqui e você no mundo da lua – ela falou de maneira indignada e eu apenas dei de ombros, ao perceber minha reação de pouco caso a expressão de Renée suavizou e ela sentou-se ao meu lado na mesa da cozinha – Pode se abrir comigo Bella.

Franzi o cenho para ela, que nunca – ou quase nunca – me chama pelo apelido. Torci a boca, estou indecisa se devo ou não contar toda essa história para ela. Porque apesar de sermos mãe e filha, ainda assim, eu nunca fui o tipo de garota que pede concelhos amorosos para a mãe.

Charlie apareceu na cozinha apenas para pegar o seu jornal e deu um beijo singelo em Renée, carinhoso e carregado de amor. Sorri para o ato, porque apesar de sempre discutirem e serem diferentes um do outro – geralmente entrando em crise no casamento, apenas para fazer um drama – se amam de qualquer forma.

Emmett passou como um foguete por nós apenas para informar que está atrasado para buscar Rose em casa e ir para a aula. Não posso deixar de achar isso uma graça também, afinal ele gosta mesmo dela. Fico feliz por eles.

Quando meu pai e irmão saíram, Renée voltou sua atenção para mim, olhando-me diretamente nos olhos e sorriu alguma coisa nesse sorriso e na forma como ela está se empenhando de maneira sincera em me ajudar, me faz acreditar que posso confiar.

– É aquele nerd de uma figa – a frase saiu em meio a um suspiro resignado, mas não sei se demonstra todo o cansaço que sinto perante essa história.

– Você quer dizer o Edward? – ela perguntou já sabendo a resposta, apenas balancei uma das mãos confirmando – O que aconteceu?

– Ele disse que não dá mais, que está cansado de correr atrás de mim – passei a mão pelos cabelos, em um gesto nervoso – Eu entendo o lado dele, sei que o melhor é deixa-lo ir – franzi o cenho ao ouvir minhas próprias palavras.

Ficamos quietas por um tempo indeterminado, não tenho coragem de encarar minha mãe depois desse pequeno desabafo, afinal nunca fui de desabafar sobre garotos para ninguém. E mesmo que eu esteja encarando minhas próprias mãos eu posso sentir o olhar critico de Renée sobre mim.

Ela soltou um suspiro e colocou uma mexa do meu cabelo atrás de minha orelha, ergui os olhos para ela e ao invés de encontrar uma expressão repreensiva e raivosa, encontrei apenas uma expressão suave e compreensiva.

– Bella querida – ela falou suavemente, de uma maneira que eu não ouço desde quando era pequena – E você quer deixa-lo ir?

Essa pergunta realmente me pegou desprevenida. Não sei ao certo o que responder, afinal entre o querer e o dever existe uma diferença significativa. Eu sei que ele quer ter um relacionamento estável, seguro. O maior problema é que eu não sei se consigo dar isso a ele no momento, quando achava estar em um relacionamento sincero, fui traída por meu namorado e minha melhor amiga.

De qualquer maneira, é difícil voltar a confiar nas pessoas.

– Pelo tempo que você está quieta, isso significa que não. – o sorriso dela abriu ainda mais, mostrando que chegou onde queria – Não quero que você julgue todas as pessoas por erros que outros cometeram com você. Pelo o que entendi você arrumou novas amizades e então o que te impede de assumir esse novo amor?

Abri a boca para responder e a fechei no mesmo instante. Está ai uma ótima pergunta, que por algum incrível acaso, não existe resposta. Acho que a dor de ser traída é maior de quem se verdadeiramente ama, ou acha que ama, como no caso do Mike. Tania era minha melhor amiga, ser traída por ela doeu, sim, mas não era ela quem me fazia juras de amor e todo aquele blábláblá.

– Não sei – falei sinceramente e curvei os ombros, só agora percebendo o quão ereta e tensa eu estava – Realmente, não sei.

– Ele disse que te ama? – sua pergunta veio direta como uma flecha e certeira como uma bala, apenas balancei a cabeça afirmando e isso fez os olhos de Renée brilhar – Você o ama também?

Minha mãe tirou o dia para me fazer perguntas diretas e objetivas que eu não faço a menor ideia da resposta, eu não estaria tão quieta e no mundo da lua se eu soubesse de todas essas respostas. Fala sério!

Entretanto, eu sei que às vezes precisamos que um terceiro fique sabendo das histórias e que analise os fatos de fora, com os olhos mais críticos.

– Talvez – minha resposta saiu de maneira lenta e incerta, fazendo os olhos de minha mãe semicerrarem-se em minha direção.

– Pense nisso. E também pense no fato de Edward não ser igual ao Mike, que ele sempre esteve ao seu lado, desde o começo, quando ainda era um nerd – ao dizer a palavra nerd ela fez aspas com os dedos – E agora, depois que deu uma repaginada no visual.

Renée levantou-se da cadeira a minha frente e depositou um beijo em minha testa, pegou suas coisas em cima do balcão da cozinha e antes de passar pela soleira da porta virou-se para mim e sorriu.

– Não desista do amor Bella, não o deixe ir – ela piscou pra mim e saiu, mal tive tempo de virar minha cabeça para outra direção novamente e Renée voltou apressada – E você está atrasada para a aula.

– Cacete – murmurei irritada, pegando minhas coisas e deixando meu café da manhã intocado na mesa.

(...)

Ao chegar à escola, estacionei meu carro de qualquer jeito, não tenho tempo para ficar manobrando. É a última semana de aula e eu não posso ficar perdendo os últimos minutos para revisar as matérias antes das provas.

Comecei a correr pelo corredor e ao virar entre um e outro, acabei trombando com alguém. Murmurei mil palavrões, amaldiçoei até a quinta geração da família da pessoa e antes de ver quem foi o projétil de infeliz que trombou comigo, decidi levantar por mim mesma e ignorar a mão grande e masculina estendida pra mim.

– Olha aqui meu filho, você não vê quando existe uma menina atrasada correndo pelos corredores? – perguntei com a voz estridente devido ao estresse e só então percebi com quem estou falando.

– Desculpe, estou com tantas coisas na cabeça que eu nem estou prestando atenção nos detalhes ao meu redor – James falou de maneira sincera e soltou um suspiro resignado. Agora estou me sentindo mal pela maneira com a qual falei com ele.

– Tudo bem, eu entendo. A conversa com o senhor Walter deve ter sido cansativa e confusa para assimilar tudo de uma só vez – falei de maneira delicada.

– Você não imagina o quanto – ele falou torcendo a boca e balançando a cabeça de maneira afirmativa. Ficamos quietos por um tempo, sem saber o que falar e eu não sei como sair sem deixa-lo ainda pior, mas para a minha surpresa quem falou foi ele – Bella, você não gostaria de sair comigo hoje?

Arregalei os olhos surpresa, não consegui conter essa minha reação. James querendo sair comigo? Não estou conseguindo acreditar, aquele cara que antes era super descolado e metido a bad boy realmente está me chamando para sair e eu teria rido na cara dele ou até mesmo zombado dele, se eu não estivesse vendo sua suplica interna por atenção.

James continua me encarando com uma expressão ansiosa esperando minha resposta. Não quero recusar o convite para não magoá-lo, entretanto não estou muito inclinada a aceitar. Preciso de um tempo só para mim e pensar sobre tudo o que conversei com minha mãe.

Mas ver a expressão de James, tentando se manter firme e não enlouquecer perante toda essa confusão me faz querer ajuda-lo, de alguma forma.

– Tudo bem – dei de ombros, sem dar muita importância e sorri – Te encontro na lanchonete às seis.

Ele começou a falar alguma coisa, porém não escutei porque minha atenção foi toda desviada para o nerd que acaba de passar ao meu lado e ao que parece ele ouviu minha pequena e insignificante conversa com James. Conhecendo-o como inegavelmente conheço, posso afirmar que ele não está nada feliz com o que ouviu.

Era só o que me faltava!

Fala Sério! Apenas irei ajudar um amigo não é como se fosse um encontro, nem nada do tipo.

– Bella – James começou a estralar os dedos em frente ao meu rosto, me fazendo voltar a prestar atenção nele.

– Desculpe – cortei-o antes que ele pudesse começar a falar mais alguma coisa – Agora preciso ir, nos encontramos mais tarde.

(...)

As horas passaram voando, para a minha surpresa. Fizemos as últimas provas que restavam e estou confiante com a minha de álgebra. Fiquei olhando para Edward por todo o período antes de receber a prova e também no final quando nosso professor as recolheu, entretanto ele nem ao menos virou o rosto em minha direção.

Agora aqui deitada em minha cama pensando e revendo tudo o que passamos até hoje, acabo por perceber que sou muito burra em não acreditar nele. Renée está certa, de maneira inconsciente, quis afastá-lo por medo de acontecer a mesma coisa de quando namorava Mike.

O problema é que eu não havia percebido que Edward é completamente diferente de Mike. Sempre colocando os amigos em primeiro lugar e estando ao meu lado todo esse tempo.

Com um salto levantei da cama e comecei a procurar qualquer roupa que seja pelo menos um pouco apresentável. E ao arrancar minha camiseta para vestir outra reparei no horário e quase engasguei ao constatar que estou atrasada para encontrar James.

Voei para vestir minha roupa e apenas gritei qualquer coisa para minha mãe e sai em disparada com o carro. Tudo bem, tudo certo. Vou ficar apenas um pouquinho com James e inventarei alguma desculpa para poder ir atrás do nerd.

Ao chegar à lanchonete não me surpreendi ao vê-la parcialmente cheia, afinal estamos na última semana de aula e todos já estão entrando em clima de férias.

Em um canto afastado e isolado está James, mexendo em seu celular com uma expressão de desalento. Esse, com toda a certeza, não é o mesmo James de antes.

– Oi – falei envergonhada e ao ouvir minha voz ele ergueu a cabeça, com os olhos demonstrando surpresa – Desculpe, acabei pegando no sono – falei ao mesmo tempo em que sento na cadeira de frente para ele.

Isso não é necessariamente uma mentira, afinal se eu conseguisse, teria mesmo pego no sono. Mas tal de Edward Cullen não deixou.

– O importante é que está aqui – ele sorriu sincero e erguei a mão para chamar uma garçonete.

Depois de um Milk Shake de chocolate e muita conversa sobre os últimos acontecimentos James começou a se comportar mais como ele mesmo ao invés de parecer um gato acuado com medo do mundo.

Mas ele está estranhamente perto demais de mim e eu nem ao menos percebi o momento que ele começou a fazer isso. A mesa em que estamos não é lá muito grande então ele consegue deixar o rosto a centímetros do meu sem dificuldade.

Demorei muito para entender o que ele estava pretendendo e apenas compreendi quando os lábios dele encontraram os meus. Um beijo leve, na verdade está mais para um selinho demorado ao invés de ser um beijo concreto. De qualquer forma o toque dos lábios de James não me faz estremecer, não faz minhas mãos soarem e também não sinto aquele arrepio repentino na espinha, porém deliciosamente bom. Minhas pernas estão firmes, não estão bambas como ficam quando sou beijada pelo nerd.

E com um impulso involuntário do meu cérebro a imagem de Edward veio em minha mente. Sua risada contagiante e sua maneira de sempre se preocupar com a segurança dos outros. Com a minha segurança. A forma como sempre me encarou, como se estivesse disposto a mover céus e terras por mim, como se quisesse muito me entender.

Apesar de inicialmente, à primeira vista, ele parecer um nerd, pela forma como se vestia e suas atitudes logo provaram ser o contrário. Mesmo não sendo um cara marrento – o que, realmente agradeço por não ser – tem uma doçura diferente, que acaba conquistando qualquer pessoa.

A forma como me beijou pela primeira vez, a maneira como me segurou ao fazê-lo e mesmo nos momentos em que os beijos eram mais carinhosos, existia uma segurança no que estava fazendo.

Sem deixar que James aprofunde o beijo, me afastei abruptalmente, empurrando-o para longe de mim e o encarei nos olhos.

– Desculpe James – falei de maneira séria e determinada – Se esse era o seu propósito desde o início, então estávamos com ideias diferentes – resmunguei mal humorada e suspirei – Eu sou apaixonada por outra pessoa.

Ao falar isso não pude conter o sorriso que se apoderou de meus lábios. Agora percebo que admitir isso para mim mesma e falar em voz alta dá uma sensação de alívio, como se o próprio ar tivesse mudado e ficado mais respirável.

– Eu é que peço desculpas – James franziu o rosto em uma careta, arrependido – Não era essa a minha intenção, não sei o que aconteceu, na verdade acho que acabei me empolgando – ele suspirou e dá para ver o quão envergonhado está – Eu não sabia, mas aposto que está falando do Cullen, não é? – ele abriu um sorriso sincero e caloroso.

– Sim. Dele mesmo – correspondi ao seu sorriso.

Quando estava prestes a falar tchau e correr para a casa do nerd mais abusado do planeta, ouvi um barulho de carro arrancando, fazendo os pneus cantarem e ao virar para as janelas da lanchonete, meu coração falhou uma batida e logo voltou a bater muito rápido.

Aquele era o carro do Edward.

Edward POV:

Não posso acreditar no que vi, simplesmente não posso. Eu jurava que Bella iria cair na real e perceber o que sente por mim, que iria resolver se juntar a mim definitivamente ao invés de continuar mantendo aquela relação – se é que podemos chamar assim.

Quando cheguei à escola hoje, estava imenso em uma mistura de tristeza e esperança. Estava me perguntando se havia feito a escolha certa ao falar aquelas coisas para Bella, se não a pressionei demais, mas em algum momento da noite percebi que era exatamente isso que deveria ter feito e pior, deveria tê-lo feito bem antes. E mesmo sem querer meu peito estava repleto de uma esperança incontida que inevitavelmente me fez ir para a escola quase que correndo para ver se teria alguma mudança no comportamento da Swan.

Para a minha desilusão, ela estava conversando com James e ao passar por eles, os ouvi combinando de se encontrar em uma lanchonete. Nem ao menos precisei parar para ouvir qual era a lanchonete, era mais do que obvio, todos os adolescentes vão para lá. No final das contas eu passei a manhã inteira como se estivesse em qualquer outra dimensão, sem conseguir acreditar que ela iria sair com aquele cara um dia depois de eu ter falado que a amava.

Mas para mim não bastava apenas me torturar a noite inteira, a manhã inteira, acabei passando a tarde toda pensando no maldito encontro dos dois e como aquilo não bastava para mim, resolvi ir até a lanchonete verificar o que estava acontecendo com os dois.

Nada bom. Péssima ideia.

Ao chegar lá nem ao menos precisei entrar pelas janelas eu encontrei os dois sentados em um canto mais afastado, ele se aproximando do rosto de Bella e ela olhando para a parede, como se estivesse com a cabeça em outro lugar, mas para o meu desespero, ela não se afastou imediatamente quando ele encostou seus lábios aos dela. Na realidade ela demorou o que pareceram eternos segundos para ter a decência de afastá-lo.

Percebi mesmo ao longe, que ela não estava lá muito feliz com a situação, sua expressão estava séria, quase rabugenta. Porém ao falar alguma coisa, abriu um sorriso lindo, que eu nunca vi. Ela nunca sorriu pra mim daquela forma. E esse pensamento me bateu com tamanha força que eu quis entrar dentro daquela lanchonete e estraçalhar com a cara de garoto sofrido de James, entretanto me controlei o máximo que pude.

E usei toda a minha força de vontade para entrar no carro e dirigir para casa, ao invés de fazer o que estava passando por minha mente. Quando cheguei Alice ficou desesperada ao ver meu estado de transtorno e não demorou muito para Isabella aparecer em minha casa, implorando para falar comigo, porém fui irredutível e falei para Alice que não queria falar com ela.

Minha irmã ficou igual uma barata tonta indo do meu quarto até a sala, entre uma Isabella desesperada e um Edward rabugento. Coitada, nem ao menos estava entendendo nada. Por fim, a Swan decidiu ir embora, transtornada. E eu tive que explicar para Alice o que havia acontecido, desde o início.

E agora estou aqui, na escola, não sei o por que. Mas tive que vir. Algum impulso me arrastou até aqui, não sei se é para acabar me torturando mais ainda ao ver Isabella e James juntos ou se é apenas a curiosidade de ver o edital de notas, mesmo sabendo que passei em todas elas.

– Edward? – ouvi uma voz estridentemente conhecida, suspirei cansado, não estou com cabeça para aguentar Tania Denali agora – Você parece acabado.

– Obrigado – falei de maneira sarcástica soltando um risinho no final, eu definitivamente não estou com saco para aturar ela agora.

– Ao que parece a Swan não anda cuidando direito de você – a garota falou com uma voz que pinga sensualidade e estou impressionado com a capacidade da mesma de continuar querendo aprontar contra Bella depois de tudo o que aconteceu – Você precisa arrumar alguém que cuide.

Ela parou a centímetros de mim, com o rosto muito próximo sem deixar morrer o sorrisinho zombeteiro e presunçoso.

– Imagino que esse alguém a quem se refere seja você mesma – ergui uma sobrancelha de maneira interrogativa e o sorriso de Tania se alargou ainda mais.

– Fico lisonjeada por saber que você imagina que eu sou alguém que possa cuidar de você – ela aproximou ainda mais o rosto do meu e umedeceu os lábios – Podemos tentar.

Involuntariamente afastei meu rosto do dela, centímetros, mas foi o suficiente para desfazer a expressão ganhadora de Tania. Alguma coisa chamou a atenção da mesma no final do corredor e um sorriso ainda maior tomou conta de seus lábios e uma felicidade esplendida tomou conta da feição dela.

– Sua eterna Bella está vindo – ela murmurou, como se fossemos confidentes – Caso queira vingar-se dela, estou a toda disposição.

Uma oferta tentadora, tenho que admitir. Porque não fazer a Bella o mesmo que ela fez comigo? Mostrar que já estou em outra, que não me importo mais e que tudo o que passamos foram meros momentos? Sei que Tania Denali é a pessoa mais errada para que eu possa fazer isso contra Bella, afinal já existe uma mágoa ai, um buraco que ainda não cicatrizou totalmente.

Entretanto lembrar o sorriso da Swan ontem, foi como um choque elétrico doloroso pelo corpo inteiro e sem pensar duas vezes puxei Tania de maneira bruta e colei nossos lábios. Não serei carinhoso, pois essa não é a minha intenção, quero apenas fazer Isabella Swan sentir o mesmo que eu senti.

Bella POV:

Mal cheguei à escola e fui abordada por uma Alice furiosa que me encheu de impropérios me perguntando quem eu penso que sou para fazer tudo o que fiz com o irmão dela.

Levei longos e incontáveis minutos para conseguir explicar a ela o que havia realmente acontecido ontem, contar a minha parte da história e ao perceber minha cara desolada e completamente inchada de tanto chorar, com olheiras de não dormir, optou por acreditar em mim.

Alice me explicou que Edward viu meu beijo com James – o que eu já imaginava – e entendeu tudo errado. Ao que parece ele me viu sorrindo e pensou que eu estava tendo algum tipo de caso com James.

Fala Sério! Um caso com o James! Que ridículo.

Apesar de ter achado tudo ridículo e completamente insano da parte do nerd, ainda assim, não consigo ficar com raiva do mesmo, afinal fui eu quem provoquei tudo o que aconteceu. Todo esse caminho tortuoso que estamos enfrentando agora. É tudo culpa minha.

Todas as nossas escolhas na vida nos levam a algum lugar, e as minhas me trouxeram até este momento. Nunca pensei que me apaixonaria pra valer e olha eu aqui, apaixonada pelo garoto mais esquisito da escola.

– Bella? – ouvi a voz de Alice me chamar.

– Alice aquele dali é mesmo o seu irmão beijando a Tania Denali? – perguntei bestificada.

– É sim Bella – ela respondeu cabisbaixa.

Ah mais ela não vai fazer isso, não vai. Mais uma vez Tania está usando alguém que eu gosto para me atingir, o que ela não sabe é que desta vez não vai adiantar... Porque esse nerd é meu. E ninguém vai tirá-lo de mim.

Ele é o Meu Querido Nerd.