Bella POV:

Aquele nerd de uma figa ficou me perseguindo para todo o canto depois que fomos liberados da sala do diretor, mas aqueles três dias de suspenção vieram a calhar, afinal, pois acabei por conseguir despistá-lo.

Qual é. Preciso de um tempo pra mim. Dormir e relaxar de vez em quando faz bem, obrigada! Tirando que o nível de estresse que eu me encontrava não estava legal e eu provavelmente iria tratar o nerd de uma forma rude, coisa que quero evitar ao máximo.

Quando cheguei nesse maldito colégio pela manhã e o Cullen estava encostado em seu carro de uma forma completamente sensual e encarando-me fixamente, quase tive um treco! Esse garoto já é uma perdição, parado dessa forma e com esse olhar... Socorro! Chamem os bombeiros, que eu estou pegando fogo.

E para a minha completa infelicidade, acabei por pegar fogo mesmo, porém nas bochechas e ele percebeu. Mas nem sobre tortura eu falo que foi o olhar dele que me deixou de forma tão embaraçada. Porém para Edward Nerd Cullen, ainda não era o suficiente, não, claro que não. Ele ainda teve que me jogar em um armário de vassouras e me agarrar.

Ok. A parte do agarrar foi maravilhosamente boa e completamente chocante, não poderia imaginar que esse nerd abusado já tinha perdido a virgindade. Se bem que, parando para pensar, esse garoto não cumpriu nenhuma das coisas pré-estabelecidas que um nerd deve fazer e principalmente não deve fazer. Posso dizer que ele é surpreendente.

Mas, uma coisa que não sai da minha cabeça... Qual o problema desses garotos de hoje em dia? Porque em armários de vassoura? Existem quartos e eles são muito mais confortáveis, obviamente.

– Swan eu estou falando com você – Jasper falou enquanto estrala os dedos em frente ao meu rosto, pisquei várias vezes e bati em sua mão.

– Para com isso – murmurei irritada.

– Presta a atenção em mim – ele murmurou massageando a mão, fracote! – Você sabe qual a sua parte do plano?

– É claro que eu sei – joguei os braços pra cima exasperada, mas que chatice esses dois, não me deixam em paz um momento se quer – Fiquei com a pior parte.

Ótimo, agora os dois estão me olhando com expressões confusas. Não estou com paciência para ficar explicando coisas obvias para pessoas que tem preguiça de raciocinar um pouco.

– Bella, você basicamente só precisará levar a Alice até o local – o nerd falou em um tom de explicação, como se estivesse falando com uma criança de cinco anos. Bufei.

– Exatamente por isso – dou de ombros – Essa é a pior parte.

– Dei-me paciência – Jasper falou olhando para cima, como se estivesse esperando alguma luz divina – Bella, você praticamente foi expulsa para ajudar a todos nós, pensei que gostasse de todos.

– E eu gosto – afirmei e assenti com a cabeça, para dar mais ênfase ainda em minhas palavras e os dois estão me olhando se entender mais nada – Mas é que aguentar a alegria excessiva da Alice já é um pouco demais pra mim.

Os dois caíram na gargalhada. Cadê a graça que eu não estou vendo? Só podem estar de palhaçada com a minha cara, qual o problema desses dois? Eu não tenho tempo para aturar esse tipo de coisa. Estou uma pilha de nervos hoje, essa é a verdade.

Como não entramos em um consenso sobre qual grupo ajudar acabamos por espalhar todo o lixo pela quadra. Assim se alguém aparecer, não pode nos culpar por não ter ido ajudar. O plano seria bom... Se não tivéssemos que juntar toda essa lixarada novamente.

Estamos sentados na arquibancada enquanto Jasper discute algo de extrema importância, na opinião do próprio, com o nerd. Isso já está me dando nos nervos, é apenas uma surpresa para a Alice, nada de mais, não precisamos ficar bolando estratégias a torto e a direito.

Que saco.

– Você está estragando com a magia da coisa! – exclamei irritada, os dois estão sentados no degrau abaixo do meu e ergueram os olhos de maneira confusa para mim, bufei – Olha, você quer fazer uma surpresa para a Alice, mesmo eu que não sou romântica, sei que tem que ser algo espontâneo e verdadeiro.

– Mas vai ser verdadeiro – Jasper falou de forma confusa e enrugando a testa, acho que ele entendeu errado e está ofendido.

– Eu não quis dizer que está sendo falso – murmurei entredentes, irritada – Mas você não está fazendo com espontaneidade e isso acaba ficando falso e forçado.

O nerd suspirou e balançou a cabeça em negação, encarei-o por alguns minutos até perceber que um sorriso nasceu em seus lábios.

– Bella está certa – o nerd suspirou – Quando as coisas são espontâneas acabam sendo melhores – ele me olhou e piscou.

Desviei minha atenção para outro lugar, droga de nerd me deixando sem jeito novamente. Ouvi uma suave risadinha dele e bufei. Eu sei exatamente do que ele está falando, nosso primeiro beijo, foi um ato desesperado, devo admitir, porém espontâneo.

E com toda a certeza, foi o melhor beijo da minha vida. Não que eu vá admitir isso para ele, mas é claro que não.

– Tudo bem – o loiro apaixonado suspirou e massageou as têmporas – Qual é a ideia?

Abri a boca para responder, mas ouvi várias vozes vindo de uma mesma direção. Ou seja, os outros estão vindo para cá porque já terminaram seu serviço e ao que parece estão discutindo. O que não é nenhuma novidade para mim, porque sei que Tania está envolvida, pois sua voz estridente e irritante é a que mais faz eco.

– Peguem as vassouras, rápido – murmurei me colocando em pé, esfreguei as mãos na calça para tirar qualquer vestígio de poeira – E quando tudo isso acabar, despistem os outros, iremos ao supermercado. – terminei de falar já me encaminhando rapidamente até minha vassoura.

– Supermercado? – ouvi Jasper perguntar para o nerd, soltei uma risadinha.

Agora sim as coisas vão acontecer do jeito certo!

(...)

A semana passou voando e nós três brigando por causa da surpresa para a Alice, Jasper praticamente voou no meu pescoço aquele dia porque o fiz ficar rodando o mercado por horas apenas para comprar sacos e mais sacos de bexigas.

Para a nossa sorte hoje, sexta-feira, as salas de aula ficaram a nossa responsabilidade e para isso o diretor Walter mandou Alec para nosso grupo, então tivemos que lhe contar sobre o plano. Porém o mesmo adorou a ideia e resolveu nos ajudar.

Se ele não tivesse se oferecido, eu o teria forçado, de qualquer forma.

– Chega – falei ofegante amarrando mais uma, das muitas, bexigas – Não aguento mais.

– Bella, você só encheu três até agora – o nerd abusado resmungou revirando os olhos e começou a esticar uma bexiga rosa nas mãos, logo levou-a a boca e assoprou.

– Isso é o máximo que eu aguento – ergui uma sobrancelha desafiadora para ele, que apenas me mostrou o dedo do meio – Está perdendo o medo de morrer, não é nerd? – murmurei irritada e ele deu uma risadinha.

– É engraçado o jeito de vocês – Alec comentou amarrando outra bexiga, dessa vez azul. Desviei minha atenção para ele e ergui uma sobrancelha – São um casal muito engraçado.

– Não somos um casal – murmurei pegando mais uma bexiga. Estiquei-a um pouco e comecei a assopra-la, posso apostar que fico roxa toda vez que faço isso.

O silêncio caiu sobre a sala, o nerd continuou com sua expressão concentrada e eu acreditaria nisso se não fosse uma pequena ruga no meio de sua testa, denunciando que ele ouviu o que eu disse e está incomodado com isso.

Mas eu não considero que sejamos um casal. Para sermos um casal teríamos que ter algum tipo de relacionamento, não é? E nós não temos nenhum tipo de relacionamento, o que temos é apenas um lance. Que dificuldade de compreensão é essa que os homens têm?

Olhei ao redor Edward, eu e Alec estamos sentados no chão, bem no meio de uma sala de aula, com vários sacos de bexigas ao nosso redor e muitas bexigas cheias voando por toda a extensão da sala. Jasper ficou encarregado de livrar-se das ultimas cadeiras e carteiras deixando assim um espaço bem grande.

– Seu pai é bem diferente – falei olhando para Alec, ele voltou sua atenção para mim e ergueu uma sobrancelha – Ele trabalha fazendo o que?

– Meu pai é cabeleireiro – ele deu de ombros respondendo calmamente.

– Cabeleireiro – assenti concordando e assim que a informação atingiu meu cérebro de verdade arregalei os olhos – Seu pai é o que?

– Cabeleireiro, por quê? – Alec me perguntou dando um meio sorriso fofo.

– Não liga para essa reação da Isabella – o nerd murmurou um pouco irritado – Ela estranha e julga tudo o que é diferente.

Abri a boca chocada. O Cullen nem ao menos se dignou a encarar-me, apenas continuou enchendo e amarrando as bexigas, eu já deveria esperar um tratamento desse tipo por parte dele. Homens tem a péssima mania de não entender o que falamos nas entrelinhas.

Depois dizem que as mulheres são complicadas.

Tudo bem, qualquer um teria entendido mal o que eu falei antes, mas qual o motivo de me tratar dessa forma? Eu sei que ele tem razão sobre isso, mas a forma como ele falou até parece que eu saio por ai tratando todo mundo que é diferente de uma forma maldosa, como muitos já fizeram com o mesmo.

Jasper entrou na sala com um sorriso gigante no rosto e assim que se deparou com a minha expressão sua face alegre começou a ruir e o desespero tomou conta de seus olhos.

– O que aconteceu? – ele perguntou com um tom desesperado – Não me diga que a Alice descobriu, ou o diretor, estamos mortos – ele agarrou os cabelos e puxou um pouco.

– Relaxa, não foi nada disso – falei simplesmente e apoiei as duas mãos no chão levantando-me e bati na calça para sair o pó – Mas venha aqui ajudar os meninos a encher as bexigas que eu vou trocar as lâmpadas.

– Não acho uma boa ideia você trocá-las – Jasper disse arregalando os olhos e encarando-me assustado.

– Por quê? – ergui uma sobrancelha me aproximando dele.

– Você é desastrada, vai acabar quebrando alguma ou eletrocutada! – ele ergueu as mãos exaltado.

Balancei a cabeça negativamente e passei por ele ignorando seus protestos. Esses garotos só podem estar achando que eu sou alguma patricinha inútil mesmo, não é possível!

Abri a porta lentamente e coloquei minha cabeça para fora olhando para os dois lados, melhor garantir do que remediar. Sai a passos rápidos e respirei fundo. Andei até o final do corredor e entrei no armário de vassouras onde fica a escada, inevitável lembrar o grande amasso que eu e o nerd demos aqui aquele dia. Balancei minha cabeça para afastar tais lembranças.

Vai ser complicado levar essa escada até a sala, por mais que ela seja de ferro e portátil, geralmente mais leve do que as de madeiras, ainda assim são demais para os meus braços magricelas. Respirei fundo enchendo o pulmão de ar e fechei a porta do armário de vassouras, andei o mais rápido possível sempre olhando para os dois lados.

Assim como já é esperado de Isabella Swan meus braços não aguentaram o peso da escada combinado com minha fadiga por andar rápido, acabei por derrubar a maldita e ela além de cair no chão e fazer um barulho assombroso ainda esmagou meus dedos do pé.

– Inferno – murmurei irritada.

Peguei-a novamente e comecei a andar ainda mais rápido, entrei na sala parecendo um foguete e fechei a porta rapidamente. Ofegante. Os meninos desviaram as atenções para mim e todos ergueram as sobrancelhas.

– Fez cagada né? – o Jasper perguntou como se já soubesse a resposta.

– Claro que não. – fiz minha melhor cara de desentendida e sorri forçadamente.

– Sei – ele murmurou semicerrando os olhos e voltou sua atenção para as bexigas.

Suspirei aliviada. A sala tem no total nove lâmpadas por sua extensão e eu terei de me equilibrar nessa escada nove vezes em lugares diferentes para trocar essas porcarias. Ótimo. O que eu não faço por esse povo?

São nesses momentos que me pergunto por que diabos eu concordo em fazer as coisas na impulsividade, como eu fiz nesse caso. É por causa disso que entro em tantas confusões, vivo na sala do diretor e em detenção.

Bem, mãos a obra!

(...)

Quando eu disse que a pior parte tinha ficado para mim, ninguém entendeu o motivo e começaram a rir da minha cara... Mas aqui está ele: Uma Alice completamente saltitante e com uma expressão de pura felicidade no rosto, pulando ao meu redor. Estou a ponto de segurá-la pelo pescoço.

– Você toma café ou algum tipo de energético? – perguntei do nada e ela me olhou confusa – Porque pelo o que eu sei pessoas hiperativas não podem tomar nenhum desses dois.

– Não sou hiperativa Bella – ela revirou os olhos e voltou a pular.

– Não? – ergui uma sobrancelha ironicamente e ela parou de se mover no mesmo instante – Bom mesmo.

Agora estou com uma Renesmee à tira colo que não quer desgrudar de nós de jeito nenhum falando o tempo todo que iremos aprontar alguma coisa e entrar em alguma confusão e ela quer esta junto.

Cada dia que passa eu tenho cada vez mais certeza de que essa ruiva não é normal, primeiro é loucamente apaixonada pelo Jasper e até mesmo entrou em uma briga com Alice por causa dele. Depois ela simplesmente surta e vem tirar satisfações comigo por causa do Jacob. Ninguém merece. Agora ela resolveu ser nossa amiga para sempre.

Fala sério.

Estamos na quadra, lugar designado para o grupo das duas – mais o Mike idiota – limpar, logo que me viram começaram com uma falação sem fim e o palhaço do Newton se mandou. Tive que ajuda-las a limpar o resto do local com a desculpa de que o meu grupo já estava acabando e eu não aguentava mais ficar com eles.

O mais estranho de tudo foi que nenhum deles pareceu perceber a mentira descarada que eu inventei. Quando em sã consciência Isabella Swan iria fazer um negócio desses?

Começamos a ouvir berros vindos de um corredor e pela porta irromperam duas loiras completamente furiosas aos berros. Rosalie berrando a plenos pulmões algo sobre Tânia manter-se longe do que é dela e a vaca mor falando qualquer coisa sobre ninguém ter dona. Típico dela.

– Isso não vai prestar – Renesmee murmurou e soltou uma risadinha, concordei com a cabeça e revirei os olhos.

– Nada que envolve a cobra da Denali presta, lembre-se sempre disso – semicerrei os olhos tentando entender o problema.

– CALEM A BOCA – meu irmão entrou berrando na quadra com o rosto vermelho, não sei se é de raiva ou pelo esforço, pois está ofegante, então deve ter corrido bastante.

Por incrível que pareça as duas ficaram mesmo quietas, Rosalie bufou e veio marchando para nossa direção já Tania continuou com a pose de “sou superior” e respirou fundo.

Obviamente Rosalie sabe do plano do seu próprio irmão e então apenas ela compreende o real motivo da minha presença na quadra, mas é claro que a Denali me conhece e sabe que eu nunca ficaria aqui para fazer algum tipo de favor, ainda mais quando ela percebeu a ausência dos garotos do meu grupo.

– Você está aprontando o que Swan? – ela perguntou semicerrando os olhos de forma desconfiada e colocou as mãos na cintura.

– Eu aprontando? – perguntei arregalando os olhos e colocando a mão no peito como se estivesse ofendida – Claro que não.

– Quem não te conhece que te compre – ela disse e sorriu cinicamente.

Isso não é bom. Essa vaca loira desconfiando de mim não é nada bom, porque ela vai aprontar alguma coisa para me pegar com a mão na massa e vai estragar com a minha vida. Porém, não vou me preocupar com isso agora.

Continuamos a limpar tudo calmamente ainda ouvindo Rosalie bufar irritada e a cada passo eu lhe lanço olhares questionadores e a mesma apenas revira os olhos. Olhei para Emmett tentando entender alguma coisa e ele simplesmente está parado olhando para o nada.

Ninguém merece.

Meu celular vibrou no meu bolso, uma mensagem do Jasper me informando que a sala já está preparada e assim que eu estiver saindo para leva-la até lá devo lhe responder para que ele mesmo possa se preparar.

Demoramos mais uns cinco minutos até recolhermos todo o lixo do local, respirei fundo e procurei a Denali com os olhos e nada dela. Pelo menos ela foi embora.

– Terminamos, já podemos ir – Alice falou radiante indo pegar suas coisas na arquibancada. Aproximei-me dela rapidamente e toquei seu braço.

– Vamos comigo pegar as minhas? Eu deixei em uma das salas – falei calmamente e ela ergueu uma sobrancelha desconfiada – Não estou a fim de ir sozinha.

– Então vamos todos – Renesmee falou alto, de forma alegre e eu posso jurar que uma veia está querendo explodir em minha testa.

Murmurei um simples “tudo bem” e sai na frente de todos logo pegando meu celular e enviando uma mensagem para o Jasper contando sobre nossa nova situação. Ele não ligou muito para o fato, já que Emmett e Renesmee não vão fazer nada para nos prejudicar.

Andamos calmamente até a sala onde a magia acontecerá e estanquei na frente da porta, senti um corpo trombar-se contra o meu e fui lançada contra a mesma. Olhei irritada para trás e deparei-me com um Emmett sorrindo envergonhado.

– Afasta – o empurrei de forma bruta e puxei Alice pelo braço – Alice, entre e encontre o presente.

– Mas o que...? – ela não pode terminar porque abri a porta e a empurrei para dentro.

O restante de nós esperamos, assim que seu corpo sumiu diante dos nossos olhos é que deixei os outros passarem e entrei fechando a porta. Ouvi Rosalie sussurrar um “é mágico” ao meu lado e sorri orgulhosa.

A questão é que colocamos tampões nas janelas deixando a sala mais escura e troquei as lâmpadas normais por outras de neons coloridos, as milhares bexigas espalhadas pelo local deixa tudo ainda mais especial. Elas estão no ar porque conseguimos alugar duas máquinas, uma que solta fumaça e outra que solta um vento.

Assim a fumaça está espalhada pelo ambiente todo e as bexigas não ficam apenas pelo chão. Claro que está difícil para enxergar as pessoas presentes na sala, mas era essa a intenção. Era para ser difícil encontrar mesmo.

Rosalie já não está mais ao meu lado então posso andar, pisei em uma bexiga e alguém gritou no meu ouvido.

– Credo Bella, você me deu um susto – Alec apareceu ao meu lado com uma mão no peito e o rosto pálido.

– Foi você que deu aquele berro? – franzi o cenho confusa e ele assentiu, assim que abri a boca para comentar sobre isso ouvi a voz de Jasper perto de onde estamos.

– Eu sei que não sou o melhor cara do mundo, desculpe nunca ter percebido seus sentimentos por mim. Eu deveria ter me declarado para você quando percebi que não te via apenas como prima, Alice. Mas fiquei com medo de estragar tudo, fiquei com medo de acabar te afastando e eu não queria isso. Desde que começamos a ficar, eu percebi que deveria te mostrar o quanto você é importante para mim – a voz chegou meio abafada aos nossos ouvidos, porém conseguimos ouvir todas as palavras.

Alec e eu nos aproximamos mais de onde vem à voz, mas de forma calma e calculada, não queremos estragar o momento deles. Os dois estão concentrados um no outro, olhando diretamente nos olhos, Alice com a face iluminada e as bochechas marcadas por lágrimas de felicidade. Jasper com um sorriso envergonhado e apaixonado nos lábios.

Até mesmo eu que sou meio cética nesses negócios de relacionamentos e declarações estou sorrindo pela forma como os dois estão: tão puros e apaixonados.

– Não sabia como fazer isso, devo admitir maior parte disso tudo foi ideia da Isabella maluca. Porém tudo foi feito de coração para lhe dizer o quanto eu te amo. E eu preciso te perguntar uma coisa importante – Jasper falou passando o polegar delicadamente pela bochecha esquerda de Alice, limpando-lhe a face.

– Perguntar o que? – ela perguntou emocionada, com a voz embargada.

– Quer ser minha namorada? – ele ajoelhou-se segurando uma das mãos dela e a mesma soltou um soluço.

Isso já não é demais? Olhei para os lados procurando alguém para concordar comigo, mas até Alec me abandonou sozinha aqui!

– Sim! – ela exclamou alegre e puxou-o pelos braços – Não precisava nem mesmo ter perguntado, mas estou emocionada que tenha feito. Está tudo tão mágico. Poderia passar o dia inteiro aqui!

Os dois começaram a se beijar apaixonadamente e agora estou mesmo me sentindo uma intrusa então vou procurar o meu caminho e deixa-los a sós. Mas não consegui dar nem cinco passos direito e trombei com um peito de aço. Bati o nariz novamente. Vou começar a procurar algum médico especializado nessa região, porque eu já devo ter algum problema.

Ergui os olhos e me deparei com duas esmeraldas me encarando fixamente. Fechei ainda mais a expressão. Ainda não esqueci a forma como ele disse aquilo sobre mim, praticamente me incluindo no grupo de pessoas que fica tirando sarro de pessoas diferentes. Ele também não esqueceu o que eu falei, pois seus olhos demonstram a mágoa contida ali.

Porém nosso contato visual foi quebrado por um estrondo que ribombou pela sala.

– MUITO BEM, QUE PALHAÇADA É ESSA AQUI? – ouvimos o berro do diretor na direção da porta e voltei minha atenção para o nerd.

– Ninguém merece – ele murmurou e coçou a testa.

– O que vamos fazer? – murmurei perguntando para mim mesma e senti minha mão ser segurada fortemente e ergui uma sobrancelha para o nerd.

– Eu e os meninos combinamos de que se algo assim acontecesse iriamos nos camuflar no meio dos balões e da fumaça – ele falou rapidamente enquanto me puxa para algum lugar – Assim vamos sair enquanto o diretor fica nos caçando em meio à sala.

Arregalei os olhos com a inteligência dos mesmo, quero dizer, não que eles sejam burros. Mas não são do tipo que entram em várias enrascadas e precisam armar estratégias para saírem delas.

– Espera, mas e os outros? – murmurei puxando um pouco o braço dele.

– Passamos uma sms para Rosalie e ela ficou de achar o seu irmão e Alec iria procurar a irmã – ele deu de ombros não dando muita importância.

– Epa – exclamei irritada – E eu? Se ninguém conseguisse me achar eu iria para a forca sozinha?

O nerd parou abruptalmente e encarou-me seriamente nos olhos por longos segundos, me puxou pelo pescoço de forma bruta e capturou meus lábios de forma violenta. Não posso dizer que não gosto disso, mais ainda estou magoada com as palavras dele, porém nada me impede de correspondê-lo.

Nosso beijo foi perdendo a intensidade aos poucos e ele afagou minha bochecha com o polegar de forma delicada, afastou-se lentamente e me encarou nos olhos.

– Não duvide da minha capacidade de acha-la – ele murmurou e sorriu torto, esse sorriso que eu tanto odeio e tanto amo ao mesmo tempo – Vamos – e voltou a me puxar.

Arregalei os olhos, ele acabou de falar o que eu acho que falou? Desde quando o nerd tem esse poder de conseguir me deixar sem fala? Seja lá o que for... Gostei de ouvir isso.