Quando saí da sala de meu tio Rosemary estava me esperando, eu não sei bem qual foi minha reação mas ela não deixou de perguntar:

– Está tudo bem Susie?.

– Sim, por que não estaria?.- perguntei sem jeito.

– Bom, porque seu cabelo está rosa.

Peguei uma mecha e percebi que Rosemary estava certa, eu devo ter ficado nervosa com meu Bicho Papão, eu devo ter ficado com medo dele, mas não pelo que meu pai fez mas sim pelo que meus amigos iriam falar de mim. Olhei para ela e fiz um sinal para nós descermos a escada e irmos logo para nossa aula de poções, como sempre, eu perdi cinco pontos, enquanto Rosemary perdeu metade de sua nota.

Ela saiu da sala bufando e quase matando Snape por pensamento.

– Esse professor tem mente?.

– Como assim Rosemary?.- perguntou Silene confusa.

– Eu só tentei responder, assim como Hermione tentou, por que ele tira ponto da gente sem motivo?.

– Vai saber? Temos que ir jantar.- eu disse.

Quando chegamos no Salão Principal, como antes Simas não se sentava mas do meu lado, apenas poucos falavam comigo, mas acho que esses poucos eram quem eu queria por perto. Estávamos subindo para nosso Salão Comunal, quando escuto Simas resmungar alguma coisa para Dino.

– Alias como posso confiar nela? Ela pode muito bem ser parente dele.- eu o olhei séria, Dino percebeu que eu estava olhando mas não avisou a Simas, eu ainda o fitava mas ele não percebia.

Eu sabia que nenhum deles ia acreditar em mim, mas assim mesmo abaixei a cabeça e todos nós entramos em nossos dormitórios, eu dormir pensando que amanhã estaríamos livres de aulas e tudo mais.

(.....)

– Harry, não fica assim, se você quiser eu fico.- disse colocando meu braço em seus ombros.

– Você não precisa fazer isso Susie, pode ir.

– Tudo bem então, até mais tarde.

Íamos ao povoado de Hogsmeade e Harry iria ficar no castelo enquanto todos iam, Rosemary e Silene foram comigo, brincamos de tacar bola de neve na gente, fomos a Dedos de Mel e compramos doces, depois fomos ver a Casa dos Gritos com Hermione e Rony, depois fomos a Dedos de Mel de novo,eu estava louca para comprar um pirulito de amoras.

– Susie, tem um menino que não para de nos seguir.- disse Silene lambendo seu pirulito de morango e framboesa.

– O que?.- quando olhei para trás vi Chester, olhando pra mim, cutuquei Rosemary e ela sem exitar saiu correndo atrás dele.

Eu fui atrás dela deixando Silene com Hermione, estávamos já afastadas de Hogsmeade, não podíamos ir tão longe:

– Rosemary, acho melhor nós voltarmos.

– Tudo bem, DÁ PRÓXIMA VEZ A GENTE TE PEGA.- ela gritou antes de ir,eu ri e coloquei meu braço em volta de seu pescoço, eu estava com um pressentimento ruim, então pedi a Rosemary voltar a vila.

– Vai sozinha Rosemary, eu fico, estou achando que tem alguma coisa aqui.

– Do que está falando Susie?.- ela perguntou assustada.

– Apenas vá,a gente se encontrar depois, vai logo.- ela me olhou confusa e saiu correndo.

Eu fiquei parada na floresta, estava começando a ficar frio, eu fechei meus braços para me proteger do frio. Escutei um galho quebrando, me virei para trás rapidamente.

– Quem está aí? Chester?.

Não era Chester, era um cão grande e negro, o que me fez lembrar de meu patrono, ele me olhava com aqueles olhos cinzentos e grandes, o que me fez lembrar de meus olhos. Ele estava mostrando os dentes mas não estava em posição de ataque. Eu me agachei, sentei sobre a floresta escura, ele veio até mim e eu o fiz carinho, ele parecia machucado e mal tratado.

– O que ouve com você?.- ele me lambeu e eu ri.

Depois escutei outro barulho, me levantei e o cachorro fugiu, eu não entendi direito o porque ele fugiu mas assim mesmo tive que deixa-lo, mas ainda assim os barulhos não paravam, foi quando alguém coloca a mão sobre meu ombro esquerdo e eu grito de susto:

– AAAAAH.- peguei a varinha de meu bolso e me virei fazendo a pessoa largar meu ombro, apontei a varinha quase lançando Expelliarmus ,mas não era nada de mais, era apenas Chester.

– Susie? Desculpa ter te assutado.

– Santo Merlin,você adora me assustar não é?.- eu abaixei a varinha e aguardei em meu bolso, Chester riu.

Ri com o nariz e depois pensei da burrada que quase fiz:

– O que está fazendo aqui Chester?.

– Estava fugindo de você e Rosemary, acabei me perdendo.

– Viu? Isso que dá querer dar susto na gente.

– Bom, agora que estamos a sós.- quando ele disse isso meu coração começou a bater forte. O que está acontecendo comigo?.

– A sós?.- perguntei, meio sem graça, será que eu estava vermelha ou meu cabelo rosa?.

– É, sabe, sozinhos, eu queria terminar o que eu não consegui naquele dia sabe?.

– Ah sim, você queria falar alguma coisa comigo.

– Bom é que, eu não sei sabe? Rosemary é minha amiga a quase 2 anos, ela é super legal, eu gosto dela sabe? Mas ultimamente está difícil.

– Como assim Chester?.

– Eu estou gostando....- eu o interrompi.

– Meu Merlin, você está gostando de Rosemary?.- eu me levantei e me virei de costas.

– Não é isso, eu a considero apenas como amiga, eu estou gostando de outra menina, é que, eu não sou bom com meninas, muito menos com você.

– Como assim?.- me virei e o olhei, como era bom olhar para aqueles olhos verdes.

– Bom, eu estou gostando, eu...estou gostando...aí eu não consigo.- ele se sentou no chão e pôs sua cabeça entre os joelhos, me sentei de joelhos e disse:

– Chester, não precisa sentir vergonha, sou sua amiga, pode confiar em mim.- disse colocando minhas mão em seu braço.

– Esse é o problema Susie, eu gosto de você.- eu arregalei os olhos e caí para trás.

– Como é? De mim?.

– Susie, naquele dia que fui pra Sonserina, eu não tive coragem de te dizer nada porque, eu achei que você ia ficar com raiva de mim.

– Eu nunca ia ficar com raiva de você, você é meu amigo.

Nós dois nos levantamos e ficamos encarando um ao outro, eu sabia que eramos muito jovens, eu não queria de jeito nenhum magoar ninguém, não sabia ao certo se Rosemary gostava ou não de Chester:

– Eu gosto de você Susie.

– Também gosto de você, Chester.

Ele veio perto de mim, começou a me encarar, ele foi chegando cada vez mais perto do meu rosto, eu fechei os olhos, senti seu halito de menta, mas não consegui o beijar, apenas dei um beijo em sua bochecha, ele me encarou um pouco triste, mas eu estava feliz, sorri de leve e ele abriu o maior sorriso de todos.

Mas nossa troca de risos durou pouco:

– Ora, ora, Black e Motclair, como não pude perceber?.

– O que está fazendo aqui Malfoy?.- perguntou Chester, apertando minha mão.

– Apenas andando, ao contrário dos dois, que estão se amando.- ele disse com enfase fazendo seus amiguinhos rirem.

– Não tem mais o que fazer Draco?.- perguntei.

– Tenho, acabar com a diversão de vocês.

– Tenta a sorte.- eu disse o desafiando.

– Isso é ciúmes Malfoy?.- ciúmes, do que Chester estava falando?.

– Do que está falando Chester? Está maluco.- disse Draco nervoso.

– Eu sei de você.

– Você sabe o que dele Chester? Me conta.- eu disse.

– Sai daqui Susie, vai.-eu olhei Chester, ele me abraçou antes de ir, sai correndo pela floresta, pude escutar Malfoy mandando seu amiguinhos me seguirem.

Corri o mais rápido que pude, mas acabei caindo, meu braço ainda estava com os curativos da outra vez, isso fez meu braço sangrar junto com minha perna ralada, estava doendo mas não conseguia levantar, os amigos de Draco estavam vindo, foi quando o cachorro negro surgiu em sima deles, eles saíram correndo, o cão rosnava e eles morriam de medo, eu consegui me levantar e sair correndo.

Vi o povoado de Hogsmeade e avistem Rosemary e Silene, quando Silene me viu ela quase teve um ataque do coração.

– Susie, o que aconteceu?.

– Você está machucada.- disse Rosemary.

– Estamos voltando para o castelo, vamos avisar a Minerva.

(....)

Quando voltamos ao castelo me levaram a Ala Hospitalar, me fizeram alguns curativos e depois fui jantar, Draco me olhava com desprezo, não vi Chester no jantar, eu fiquei preocupadíssima, mas assim mesmo tive que agir normal. Quando íamos para nossos quartos Rony falava com Harry sobre a Dedos de Mel, e eu fui falar com meu tio, que estava na entrada falando com Minerva.

– Susie, o que aconteceu?.

– Nada de mais, eu caí enquanto estava em Hogsmeade, mas, posso falar com você?.

– Pode, claro.

– Bom, o apelido do meu pai era Almofadinhas, por que?.- eu estava com essa pergunta entalada na garganta.

– Ele era animago, você sabe o que é, ele se transformava em um cachorro, um cão enorme e negro, a única coisa que sabíamos diferencia-lo de um cachorro normal era seus olhos.

– De que cor eles eram?.

– Como os seus,cinzentos.

Eu arregalei os olhos, Lupin me olhou curioso, eu sai correndo e fui para meu dormitório, Lupin provavelmente iria me fazer perguntas. Estava cheio de gente em volta e voltando para o Grande Salão, estava me empurrando, quando voltamos para o Salão eu perguntei a Hermione:

– O que está acontecendo?.

– Sirius Black, invadiu a torre da Grifinória.

Nós todos dormimos no Salão Principal, ou melhor todos da Grifinória, o constrangedor foi ver os meninos vendo as meninas de pijama ou camisola.

Mas não era isso que me incomodava.

Mas eu achava melhor esquecer de tudo.

Era o fato de Chester gostar de mim, o segredo de Draco, o cachorro, meu tio, fiquei pensando se Rosemary gostava de Chester, pensei em Simas.

E o fato de eu ter conhecido meu pai e não saber.