-Entre aí!- Heidi disse, jogando Bella no chão e amarrando-a. Após chegarem no tal chalé, ela prendeu Annie em um quarto e deixou Bella na sala.

-Heidi, por favor... Por que está fazendo isso? Ainda há tempo...

-Atenção! Heidi Volturi, não adianta tentar fugir, você está cercada... Renda-se!- do lado de fora, a polícia comunicava-se com ela por um megafone.

-Merda! Olha o que você fez!

-Heidi!-elas ouviram uma voz masculina e Heidi a reconheceu.

-Felix?-Heidi indagou, indo até a janela, escondida.

-Heid, por favor... Me entregue Annie e Bella, por favor e eu juro que salvaremos você!- ele gritava, sem perceber sua presença na janela.

-Bella! Bella! Bella... Sempre Bella!-ela revoltou-se, atirando para o alto.-Voi você que me tirou tudo, sua idiota!-revoltada, ela partiu para cima de Bella, dando-lhe três tapas consecutivas no rosto, fazendo com que ela caísse com o rosto no chão.

-Ela é sua filha Heidi!- após recuperar-se, ainda com o rosto colado ao chão, Bella disse.-Você me disse que a ama... Prove! É agora ou nunca... Fique comigo, me mate... Mas libere Annie, por favor!- Bella implorava em meio às lágrimas. Heidi ecxitou, porém após grunir, ela foi até o quarto e voltou com Annie nos braços, que estava sem expressão alguma, com as mãos nos ouvidos e os olhos fechados.

-Venha busca-la... Devagar!-Heidi gritou após abrir a porta do chalé. A polícia permitira que Felix fosse o negociador, então aproveitando a deixa, ele aproximou-se sorrateiramente. Heidi antes de entregar Annie para ele, abraçou-a chorando.

-Eu... Eu te amo. Pode parecer que não, mas eu... Eu sou sua mãe e eu te amo. Me perdoe... Por todas as coisas que te fiz por tudo que eu te disse.-ela ajoelhou-se e afastou os cabelos dos olhos de Annie que os abriu, encarando-a.-Você é linda, e é perfeita e eu tenho muito orgulho de você, sabia? É a mocinha mais linda que já vi, a mais inteligente... É um anjinho.-dizendo tudo o que não havia dito jamais para a filha, Heidi estava extremamente emocionada, assim como Felix, Bella e Edward enquanto os policiais estudavam um jeito de atirar em Heidi sem que pegassem na menina, mas ambas estavam tão proximas que era arriscado demais.

Nesse meio tempo, Annie que apenas a encarava, tirou as mãos dos ouvidos e estendeu-as ao rosto da mãe, limpando suas lágrimas e acariciando o rosto inchado da mulher.-Te amo. Pra sempre.-com a voz infantil delicada, Annie murmurou e sorriu, fazendo com que Heidi a abraçasse. Permaneceram juntas por um tempo, porém Felix aproveitou a fraqueza de Heidi para aproximar-se mais.

-Não se mova!-Heidi disse, encarando-o, ainda abraçada com Annie. Ela não queria mais gritar. Não queria que a filha tivesse essa lembrança dela. Quando alertou Felix, ela ergueu a mão em que estava a arma e apontou para Bella, atrás de sí.

-Annie, venha comigo.-Felix, após concordar com Heidi, de um passo para trás e ajoelhou-se, chamando a menina.

-Felix.-ela sorriu. Tinha o pai biológico como um tio, graças as frequentes "visitas pessoais" dele, feitas a mãe.

-É, venha comigo. Seu pai está alí.-ele pediu, apontando para um Edward desesperado logo atrás de sí.

-Papai!-ela animou-se, mas logo ficou com uma expressão tristonha.- E ela? E a mamãe?-Annie indagou, referindo-se a Heidi e Bella. Dessa vez, Bella interviu, ao ver a reação de Edward, sem fala.

-Já vamos sair, meu amor.-ela gritou, entre as lágrimas.-Eu e ela vamos conversar mais um pouco. Logo estaremos juntas. Eu prometo.

Annie ponderou por alguns minutos, mas virou-se para Heidi, inocente.

-Vou esperar minha mamãe lá.-e após dizer isso, correu para os braços de Felix enquanto Heidi fechava a porta irada.

-Annie!-Edward pegou-a imediatamenten dos braços de Felix que relutante, a entregou.

Edward era o pai, ele sabia disso.

-Edward, olhe... Sangue!-Felix chamou a atenção dele enquanto levavam a menina para a ambulância que havia chego há pouco tempo.

-Você está bem? Está machucada?-segurando a pequena mão da menina enquanto a enfermeira e o paramédico a examinavam, ela respirou fundo.

-Não estou machucada.

-E a mamãe?-Edward indagou, com medo da resposta.

-Acho que sim. Tinha isso nela.-Annie abaixou a cabeça e apontou para a mancha vermelha em seu vestido.

-Isso aqui?-Edward disse, mostrando-a a mancha de sangue vivo que havia sujado a menina no carro.

-Sim.

-Onde?-Felix indagou.-Onde tinha isso na sua mamãe?

E sem dizer nada, Annie apontou para a coxa e para a palma das mãos, desesperando Edward mais ainda.

-Edward, eu fico com ela. Vá ver o que a policia planeja.-Felix disse e Edward concordou.

-É uma cor bonita.

-O que disse?-Felix indagou, já que não havia prestado atenção.

-Isso.-ela disse apontando para a mancha de sangue.-Vermelho. Cor bonita. Mamãe usa um batom dessa cor. É bonita.

-Nem tanto, meu anjo.-ele falou, pegando-a no colo após ter sido liberada pelos paramédicos.-Nem tanto.

[...]

-Rose.-Emmett sussurrou animado quando a esposa abriu os olhos com dificuldades, aparentemente confusa.

-Emmett?-ela indagou com a voz fraca, com uma expressão confusa e dolorida. Ainda estava pálida, mas ficaria bem.

-Sim, meu amor.-ele suspirou aliviado.-Não sabe como eu tive medo de te perder... Hoje foi o pior dia da minha vida.-ele admitiu, abaixando a cabeça e apoiando-a na cama, voltando a chorar, agora aliviado. Rosalie estendeu a mão livre de escalpes e acessos venosos e tocou-lhe os cabelos de leve.

-Foi o melhor dia de nossas vidas.-ela corrigiu-o enquanto seus olhos marejados pousavam em suas filhas que dormiam nos “bercinhos” ao lado da cama. Rosalie havia tido problemas, mas felizmente, a gestação havia atingido os nove meses, e após nascerem perfeitas, as meninas puderam sair da UTI.

-Acha que consegue segurá-las?-ele perguntou e ela concordou, ansiosa.

Rosalie desejara aquilo desde muito nova, antes de imaginar conhecer Emmett.

Além de estar com ele, aquele era seu maior sonho e ,apesar das circunstâncias,  havia se tornado realidade.

Emmett depositou Caroline sobre os seios da esposa, evitando colocar peso no local da incisão em seu estômago, acomodou Sarah na cama, com a cabecinha apoiada nos braços da mãe e ele pegou Lilian nos braços, sentando-se na cama também. Os cinco permaneceram em silêncio, paparicando as tão esperadas filhas, até que Rosalie decidiu tocar no assunto que martelara em sua cabeça o tempo todo.

-E Bella?

Emmett apenas balançou a cabeça. Não havia notícias.

[...]

No Chalé...

Após ver Annie referindo-se a Bella como mãe, Heidi teve um acesso de fúria e começou a quebrar tudo que podia dentro do chalé.

-Heidi, Heidi... Se acalme!-Bella pedia, desesperada, ainda caida no chão. Ela estava com mãos e pés amarrados e apesar do nó da mão estar frouxo, ela achava melhor não se mexer.

-Você! Você! Tudo é culpa sua!-ela gritava, doentioa, lançando agora alguns jarros e copos que havia encontrado na cozinha na direção de Bella que se quebravam próximos a ela. Sem poder mexer-se, ela apenas fechava os olhos e tentava afastar-se ao máximo, para se defender dos ataques.

-Você destruiu minha vida, sua vadia! Eu era feliz, era rica, era casada com ele, tinha minhas filhas... Você me roubou tudo! TUDO!-ela disse, sacando a arma e apontando para Bella que não calou-se.

-Não Heidi, por favor! Pense,... ainda há tempo... Pode sair daqui, pode ser feliz, recomeçar do zero!

-Feliz? Feliz, sua imbecil? Você roubou minha felicidade!-ela disse, por fim, erguendo Bella pelos braços e arrastando-a por cima de alguns framentos de vidro até o outro lado da sala.-Mas está tudo bem... Vai pagar por isso.

-Heidi... Ainda há chance...-ignorando a dor, ela esforçava-se para falar.

-Shh! Quieta! As minhas chances acabaram quando você ligou para Edward, sua idiota! Entendeu isso?-segurando com força o rosto de Bella. Ela a sacudia, machucando-a.-Não há mais volta, é o fim! Por que, Isabella? Por que se meteu nisso? Por que tinha de se envolver com Edward? A culpa é sua, agora, sofra as consequências.

-Você está mal. Não está bem... Está...

-Louca? Ah, isso eu já sabia!-enxugando as lágrimas, ela começou a gargalhar. Isso, me chame de louca! Vai conhecer a louca agora!-com força, ela largou o rosto de Bella, empurrando-a e saiu caminhando em direção a cozinha do chlé, voltando com uma caixa.-Bom, mas vamos voltar aos jogos! Tudo está muito parado... Hora de esquentar as coisas!-ela murmurou, doentia, retirando da caixa um enorme galão de gasolina.

-Heidi!-ella gritou, percebendo o que estava acontecendo.-Está louca! Pare com isso!

-Cale a boca!-ela gritou, ameaçando jogar gasolina em Bella. Quando a mesma se calou, ela começou a derramar gasolina por todo o chalé.-Já estou até imaginando a reação do Edward quando perceber o que está acontecendo... Vai ter um treco!-ela gargalhava.-Bom, deixa eu espalhar isso direito... Tenho que colocar em todos os cantos... Não se pode desperdiçar algo tão útil.-Heidi dizia sorrindo, molhando todos os cantos da casa, inclusive o canto próximo ao local onde Bella estava encostada.

-Pare com isso! Vai se matar, vai me matar, vai NOS matar! Pense nas crianças, Annie, Jane... Pense em Felix, em Edward!

-Ai Bella, como você é chata! Combina mesmo com Edward!

-Você não está normal, está doente! Precisa de tratamento. Deixe-me ajudá-la...

-Ah Bella, cale a boca e dibirta-se! é a última vez que fas isso! Vai lá, vamos cantar!

-Heidi, pare! Onde está a mulher com quem eu conversei! Vamos, pare com isso, vamos sair daqui!

-Don't call my name, don't call my name, Alejandro! I'm not your babe, I'm not your babe, Fernando! Don't wanna kiss, don't wanna touch...-inacreditavelmente, ela cantava animada enquanto condenava a si mesma e Bella a morte. Percebendo que era a hora certa, Bella começoua  lutar contra as cordas em suas mãos, atrás de seu corpo, tentando soltar-se. Por fim, a gasolina havia acabado e Heidi havia encharccado por inteiro o velho chalé.

-Heidi, por favor! Por favor...Pense no que está fazendo, pense bem.-Bella implorava, aos prantos, mas Hedi pareciua não escutar enquanto riscava um fósforo.

-Obrigada por virem, senhoras e senhores... E o show começa agora!-e dizendo isso, ela soltou o fósforo, dando inicio as chamas.

-Não!-Bella gritou, chorando. -Não...

Todas as lutas, todo o despespero. Tudo que havia passado terminaria em vão, ali e agora, no fogo.