Privileged escrita por Ludymila Leal


Capítulo 20
20. Jogos




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-Ela dormiu.- Edward disse descendo as escadas e encontrando a irmã na sala. Após uma suposta “tentativa de suicídio”, Bella havia ficado hospitalizada por uma semana e depois de ser avaliada por um psiquiatra, Edward a levara para casa, junto com Jane e Annie. A ordem médica era reconstruir a família.

-Ela merecia um descanso.- Alice comentou, bocejando. Edward sentou-se no sofá, ao lado do telefone e fechou os olhos, na esperança de que o mesmo tocasse. Alice vivia na casa de Edward e Bella agora, ajudando o irmão a cuidar da casa e das filhas, já que Bella havia virado um zumbi. Alice levantou-se da poltrona de onde estava e foi deitar-se ao lado de Edward. Ambos estavam saturados. Alice estava cuidando de todos ao mesmo tempo, por ser a mais forte e Edward agora, tentava manter-se firme.

Abraçados, os dois permaneceram assim por um tempo, até que o telefone tocou.

-Alô?- ele disse agitado.

-Alô. Boa tarde, aqui é do 13 Departamento de Polícia de N.Y.; quem fala é a Sgt. Morris. Eu gostaria de falar com o Sr. Edward Cullen.

-É ele quem está falando.

-Sr. Cullen, eu gostaria de lhe pedir que comparecesse aqui na delegacia o mais rápido possível. Recebemos fotos hoje de manhã de um morador de Jacksonville. Ele alega ter visto sua ex-esposa carregando uma menina, dentro de um supermercado. Como garantia, ele mandou fotos e estamos com elas aqui, aguardando o senhor e sua esposa para fazerem o reconhecimento da suposta criminosa.

-Estou indo imediatamente.- e desligou.

-Quem era, Edward?- Alice perguntou.

-Era da polícia... Receberam fotos hoje cedo de uma mulher com um bebê no colo em Jacksonville. Acham que é Heidi e querem que eu vá reconhecer as fotos.- ele dizia agitado, pegando as chaves do carro.

-Eu vou com você... Só me espere no carro...Vou pedir que Rose venha ficar com elas.-Alice disse, pegando o celular.

-Só peça que ela não conte nada a Bella. Não vamos alarmá-la sem ter certeza.-ele pediu, saindo de casa enquanto sua irmã concordava.

[....]

Bella abriu os olhos lentamente ao ouvir um barulho vindo do corredor. Levantou-se calma, calçou suas pantufas, passou as mãos no cabelo e foi em direção à porta do quarto.

Ao sair do quarto, notou que a porta do quarto de Jane estava aberta. Lentamente, entrou no mesmo e encontrou a filha mais velha dormindo tranqüilamente. Sentou-se na cama ao lado dela, beijou o topo da cabeça da mesma e a cobriu. Depois, levantou-se e entrou no quarto de Annie, que estava dormindo também. Quando chegou ao quarto, Bella não apenas sentou-se, mas deitou-se ao lado da pequena Annie a abraçou. Ali deitada, ela passou a refletir no caos que sua vida havia se transformado.

Ela mal trabalhava, dormia ou comia... Apenas chorava em casa, enquanto Edward estava tomando as rédeas de tudo: casa, trabalho, investigações policiais, Annie e Jane e suas atividades... Até uma tentativa imbecil de jogar-se de um penhasco em busca de “um acorda” para a vida fora identificada como tentativa de suicídio e lá estava ela como paciente psiquiátrica.  Ela havia simplesmente se desconectado da realidade. Apesar de sentir-se mal com tudo isso, ela não conseguia mudar a situação... Não quando era acometida por pensamentos terrivelmente dolorosos, tais como o que Heidi estava fazendo com Renesmee... Onde ela estava... Estaria bem?... Com fome? Frio? Suja?... Estaria viva?

Um nó formou-se na garganta de Bella de tal forma que ela não conseguiu fazer nada, além de derramar silenciosas lágrimas enquanto cantarolava a canção de ninar que Edward havia composto para Renesmee e lembra-se dos momentos felizes de sua gravidez e do primeiro ano de sua menina.

-Bella?-a voz doce de Rose a tirou de seus pensamentos.

-Rose.-ela murmurou.

-Tudo bem? Edward pediu que eu viesse. Vamos para a sala.-ela estendeu a mão e Bella a pegou, levantando-se e indo com ela ao andar de baixo. As duas conversaram um pouco e Rose convenceu Bella a dar uma volta com Akira no quarteirão. A idéia pareceu boa e Bella deu um fraco sorriso, ficando de pé, decidida a começar a mudar.

Rose disse que prepararia o almoço e cuidaria das meninas. Sem palavras pra agradecer todo o apoio, Bella abraçou-a antes de subir as escadas para se trocar. Enquanto vestia seus jeans favoritos, pode ouvir a campainha tocar.

-Já vai.-Rosalie gritou em resposta a campainha e então, abriu a porta, surpreendendo-se.

-Você!

 [...]

-Olá, eu acabei de receber um telefonema daqui. Sou o Sr. Cullen e vim reconhecer as fotos.

-O que?- o policial perguntou a Edward, confuso.

-A Sgt. Morris acaba de me ligar... Disse que receberam fotos que podem ser úteis para o caso de minha filha desaparecida.

-Não existe nenhuma Sgt. Morris aqui.- o policial disse.

-Como não? Ela me ligou quase agora!

-Senhor, sinto muito, mas provavelmente foi um trote.

-Mas... E as fotos?-Alice perguntou.

-Eu sinto muito. –o policial disse.

-Mas... Quem faria uma coisa dessas?- Edward perguntou e então Alice deu um pulo.

-Oh meu Deus...

-Não pode ser...- Edward completou a irmã, pensando na mesma coisa que ela.

-Heidi.

-Vamos, Bella e Rose estão sozinha com as meninas...

[...]

 -Bella...-a voz de Rose chamou no segundo andar e após prender os cabelos em um rabo de cavalo, ela começou a descer as escadas, mas parou ao ver Rosalie sentada no meio da mesma.

-Rose... O que está havendo?-ela indagou enquanto descia e ia até amiga. Quando aproximou-se mais, Bella prendeu a respiração, desesperada ao que via: Rosalie tinha as mãos na altura do estômago, local esse onde havia uma enorme poça de sangue.

-Não se preocupe que não é tão grave... Ela só não vai poder correr atrás de nós.-a mesma voz do estacionamento disse fria do outro lado da sala, porém Bella não virou-se de imediato.

-Eu sinto muito, Rose.-ela murmurou para a amiga que chorava em desespero. Ela estava perdendo muito sangue.

-Ela não tem nada haver com isso...-ela virou-se para o outro lado, porém permanecendo na frente de Rose, como se fosse a proteger.

Então ela travou. Renesmee.

-Vejo que está chocada com minha visita.-Heidi disse de forma irônica.

-Me dê minha filha!-Bella gritou desesperada.

-Você é bem idiota, hein! Acha que vou lhe entregar de bandeja?!- Heidi disse fria.-Apesar de ser linda, ela me deu um trabalhão. Só chorava, não comia. É bem sua filha mesmo. Mas é uma boa criança, apesar desse lado fresco.

-O que você quer para me devolver minha filha? Quanto você quer? Eu te dou tudo o que quiser, mas por favor... Não machuque a minha filha...-Bella implorava chorando, enquanto lentamente se aproximava de Heidi que apontou a arma para Rosalie, fazendo-a parar onde estava. Logo, a arma mudou seu alvo e passou a apontar para Renesmee.

-Eu não vou machucá-las... A não ser que você me provoque...-então, a expressão de alarde transformou-se em um sorriso.- Ah, Bella! Passar esses meses com Renesmee...Eu adorei. Ela chorou, dormiu, eu troquei fraldas, dei mamadeiras, brinquei com ela... Trouxe-me uma paz inigualável que eu não sentia desde que Annie nasceu. Mas eu cansei de brincar de casinha e vim buscar um peixe maior. Estaria interessada em uma troca?

-Que tipo de troca?- Bella perguntou.

[...]

-Anda Alice!- Edward gritava com a irmã que ia o mais rápido possível. Alice fez uma curva perigosa e quando chegaram à avenida principal, não acreditaram: um enorme engarrafamento.

-Não acredito! Merda!-Edward xingou enquanto saia do carro.

-O que vai fazer?

-Não posso deixar Bella sozinha...- Edward disse correndo, indo em direção a sua casa que era um pouco longe dali.

[...]

-Rose, eu prometo que tudo vai ficar bem.- Bella susurrava para a amiga que agora, estava deitada no quarto do casal. Heidi havia deixado Bella por alguns momentos, enquanto “preparava os jogos pela casa”, segundo ela mesma.

-Fim do tempo.- Heidi disse, entrando no quarto de Bella. Pegando-a pelo braço, Heidi pegou a faca de seu bolso, utilizada em Rose, segurou a palma da mão de Bella para cima e cortou-a.

-Ai!- ela gritou.

-Shhh, fica quieta... Eu preciso disso... Será um espetáculo, algo típico da Brodway. Heidi sorria enquanto o sangue de Bella brotava. Arrastou-a até a parede e com o sangue dela começou a escrever na parede.

[...]

-Edward, entre.- Alice buzinou. O engarrafamento havia se dissolvido mais rápido que o imaginado e ela conseguiu alcançar o irmão. Imediatamente ele entrou no carro.

[...]

-Entre aí...- Heidi disse, jogando Bella no banco de trás do carro.

-Não! Rose não pode ficar sozinha... E as meninas...

-Jane está dormindo... Edward também já deve estar chegando para cuidar de Renesmee, mas Annie...

-O que tem Annie? Eu quero vê-la!- Bella desesperou-se. Heidi apenas sorriu e entrou no carro, dando partida no mesmo. Só então Bella olhou para trás e surpreendeu-se: Annie estava sentada, encolhida, no chão do carro.

[...]

-Bella...- Edward gritou ao sair do carro que Alice havia estacionado na porta de sua casa. Empurrou o portão e entrou no mesmo, na esperança de ver algo, mas tudo o que viu foi seu quintal que estava exatamente como antes dele sair.

-O que é aquilo?- Alice chamou a atenção do irmão. Só então Edward viu que a porta estava entreaberta e que tinha algo impedindo que a mesma se fechasse.

Quando aproximaram-se, ficaram horrorizados ao verem a porta de perto. Havia duas letras vermelhas na porta: H V e um carrinho de bebê cor-de-rosa, coberto por um lençol. Alice aproximou-se da porta e gemeu, abalada.

 -Isso é...- Edward começou com

-Sangue!- Alice disse enquanto lágrimas jorravam.

Edward engoliu o nó que se formava na garganta e olhou para o carrinho.  Suspirando, Edward arranchou rapidamente o lençol sujo de sangue, ignorando o medo que tinha do que encontraria ali. Felizmente, tudo que encontrou foi apenas um bilhete.

“ Vamos jogar, Cullen?”

H V

-Heidi Volturi...-Edward disse com um visível ódio nos olhos.

-Vamos...- Alice disse entrando em casa correndo.Edward a seguiu, ignorando o barulho das sirenes da polícia que estavam vindo junto com eles.

-Olhe, Edward.-Alice disse surpreendendo o irmão. Edward acompanhou o olhar a irmã e deparou-se com uma foto de Jane marcada por sangue.

-Jane... Ela...- Alice disse em um suspiro amedrontado.

-É a próxima pista... O quarto de Jane, vamos!- ele disse subindo as escadas correndo, porém logo que viu a poça de sangue no meio da mesma, ficou paralisado.

-Céus! Vamos Edward!-cada vez mais chocada, Alice gritava em desespero.

 Quando chegaram a porta do quarto de Jane, empurraram-na impetuosamente e quando entraram no mesmo não encontraram a menina. O quart estava visivelmente revirado, totalmente bagunçado.

Vasculhando o quarto, Edward viu que algo estava diferente. O baú de brinquedos da filha estava fora do lugar.

Imediatamente, tirou de cima do mesmo todos os brinquedos que ficavam na tampa do mesmo e surpreendeu-se novamente. Havia um H V de sangue escrito na tampa do mesmo. Abriu-a desesperadamente e lá dentro encontrou Jane com as mãos e os pés amarrados. A filha também estava amordaçada e parecia estar dormindo.

Ao vê-la, apesar das circunstâncias, aliviou-se e abraçou-a emocionado. Alice ajoelhou-se e abraçou a sobrinha da mesma forma.

-Jane, hey querida... Jane! Acorde.- lentamente, Alice tentou acorda-la enquanto Edward desamarrava a filha. Sonolenta, a menina abriu os olhos.

-Querida o que aconteceu?

-O que?- ela perguntou enquanto lutava para abrir os olhos.

-Você estava dormindo dentro do baú de brinquedos.- Edward disse. Alice levantou-se e começou a vasculhar o quarto, procurando a próxima pista.

-Eu só me lembro de estar dormindo, ai senti um cheiro forte e tentei abrir os olhos mas não me deixaram, ai eu dormi...-ela respondeu enquanto tocava uma pequena marca de agulha em sue braço direito.

-Edward, olhe isso...-Alice chamou atenção. Edward olhou para o que a irmã tinha em mãos: um frasco grande e um pequeno de vido e um lenço que havia achado no chão, próximo ao baú.

-É Klonopin* injetável...E éter*! Edward, ela apagou Jane para invadir a casa e fazer o que quer que tenha feito.- Alice disse odiosa.

Klonopin*: é um calmante famoso, conhecido aqui no Brasil como Rivotril ou Navotrax. Pertence a uma classe farmacológica conhecida como benzodiazepinas, que possuem como principais propriedades inibição leve das funções do sistema nervoso central permitindo assim uma ação anticonvulsivante, alguma sedação, relaxamento muscular e efeito tranqüilizante. Pode ser usado na forma injetável também.

*Éter: Componete e/ou reagente químico liquido usado como medicação em casos específicos e prescrito por médicos. Muito usado também para causar desmaios em pessoas quando inalado em grande quantidade.

-Querida, quero que fique aqui com a tia Alice ok?!- ele pediu e Jane concordou.- Alice, é melhor você ficar com ela aqui... Não sabemos o que vamos encontrar mais a frente.

-Ok. Tome cuidado.- ela disse, pegando a mão da sobrinha, indo para a sala, no andar debaixo. Edward vasculhou o quarto e achou a próxima pista: uma foto onde Annie estava marcada agora.

Após ir para o quarto de Annie, Edward não encontrou nada diferente. O quarto estava bagunçado e revirado também, mas nada mais. Nem uma pista, sangue ou nada. A filha não estava ali e o medo aumentava. Onde estaria Annie? Estaria com Bella? E Renesmee?

Pronto para sair do quarto, Edward fechou a porta atrás de si, mas algo o impediu de sair do corredor: um latido.

Edward entrou novamente no quarto e então ouviu novamente o latido. Só então se deu conta de que o barulho vinha da suíte de Annie. Imediatamente abriu a porta e lá, encontrou Akira deitada dentro da banheira, brincando com um ursinho de pelúcia da filha. Feliz pela cadela estar bem, Edward acariciou a cabeça da mesma e então notou um bilhete preso na coleira da mascote.

“Ops! Não é aqui ainda... Sorte sua eu adorar animais...

Mais do que pessoas...

Procure de novo!”

-Procure de novo...- ele meditou na pista e então deduziu que deveria ir para o quarto de Renesmee.

 Edward entrou no quarto da filha caçula e esse, diferente dos outros não estava bagunçado. Estava em perfeito estado, porém o móbile do berço girava e tocava a canção de ninar.Edward decidiu sair dalí, mas logo ouviu um gemido e alguém chamando por ele.

-Bella?-Edward chamou pela esposa quando entrou em seu quarto, porém correu para a direção da cama e pegou a filha nos braços assim que a viu. Chorando desesperado, uma parte do coração de Edward descansou: Renesmee estava viva. Mas logo, ele viu Rosalie deitada no chão.

-Ah meu Deus... Rose!-ele disse desesperado, deixando Nessie na cama e ajoelhando-se.-Alice! Alice....-ele gritava furtivamente. Alice logo surgiu sem Jane, tão desesperada quanto ele e ao ver Rosalie, soltou um grito alto.-Não há tempo para dramas, ligue para q polícia, a ambulância e chame Emmett.

-N-Não... Emmett v-vai ficar m-muito nervoso...-com a voz fraca, Rosalie tentava falar, mas Edward a impedia, apoiando sua cabeça em seus braços. Rosalie estava pálida e chorando. Mal conseguia se mover.

-Foi ela, não foi? Heidi? Ela levou Bella e Annie? Ela fez isso com você!?-ele perguntou, chorando. Rose apenas concordou com a cabeça e ele tornou a chorar mais ainda.-Me desculpe, Rose, você não tem nada haver com isso. E está pagando por nós... Me perdôee.-desesperado, ele colou a testa com a de Rose que estava realmente mal.

-C-cuide... C-cuide de Emmett, Edward. S-sempre foram como irmãos... E p-por favor, tente salvar mi-minhas filhas.-com dificuldades de falar entre a dor e o choro, ela tentava.

-Não Rose! Você vai ficar bem... Sei que vai!-ele dizia sem ter muita certeza. Após dez silenciosos minutos, cheios de choro e medo, Alice voltou com os paramédicos. Rosalie foi imbobilizada e levada ao hospital. Alice acompanhou a amiga, deixando Edward sozinho em casa, sem saber o que fazer, apenas com Renesmee em seus braços.

Por alguns minutos ele permaneceu com a filha caçula nos braços, sentado na cama e admirando-a, porém a angustia o acometeu novamente: onde estaria Bella?

Edward colocou-se de pé, então viu algo que não tinha reparado antes. Outro HV de sangue e uma faca suja de sangue que prendia dois bilhetes.

“Tenho duas preciosidades suas comigo, Edward... Mas apenas uma irá continuar viva. Escolha... Sua amada esposa ou a filha doente? Seu tempo está acabando... Tem até o meio-dia.”

Sem saber o que fazer, tudo que Edward conseguiu foi chorar. Era o fim. Teria de escolher entre sua filha ou sua esposa e com certeza, não conseguiria fazer isso jamais, o que lhe tragaria as duas.

-Edward?!- Esme apareceu na porta do quarto e surpreendeu-se ao ver Renesmee nos braços de Edward.- Oh, minha querida!- ela disse pegando a neta dos braços do filho enquanto chorava emocionada.- Que bom que está bem... Jane está com Carlisle lá embaixo enquanto a polícia vasculha a casa. Chegamos assim que Alice estava saindo com Rose. Os médicos iram fazer o possível e o impossível para que...- Esme parou de alar ao deparar-se com os bilhetes novos de Heidi.-Oh céus... Edward... O que... O que vamos fazer...?

-Eu não sei mãe, eu não sei...-ele disse sendo abraçado pela mãe chorosa. Quando se afastou, estendeu os braços para pegar Renesmee de volta. Era um consolo para ele segurar sua filha. Quando Esme entregou a neta, um bilhete , anteriormente preso em seu vestido, desapecerbidamente, caiu no chão.

-Céus, mais um?!-Esme disse quando abaixou e pegou o mesmo. Ao abrir o bilhete, sorriu.- Edward, é de Bella!

“Edward, sei que parece loucura, mas precisa prestar atenção e seguir tudo a risca. Estou com Heidi e ela provavelmente planeja me matar mas consegui pegar meu celular sem que ela percebesse. Eu tentarei descobrir para onde estou indo e tentarei te ligar. Se isso não acontecer em meia-hora, peça que a polícia rastreie meu chip.

Isso não é um adeus. Seremos felizes, eu prometo.

Te amo mais do que a mim mesma.

Bella”

-Então... Há uma chance!- Esme disse sorrindo em meio as lagrimas.

[...]

-Meu amor!-Emmett estava desesperado. Havia chego ao hospital as pressas e cossegura encontrar Rosalie antes de que a mesma entrasse no centro cirúrgico.

Ela, que estava deitada na maca, estendeu a mão para ele, com certa dificuldade. Alice estava ao seu lado enquanto empurravam sua maca.

Ao vê-la, ele esforçou-se para se manter firme.

-Você vai ficar boa. Sei que vai...-ele disse, beijando a smãos geladas da esposa.

-S-são meninas...-Rose esboçou um sorriso fraco enquanto tirava a máscara de oxigênio.

-O que?!-ele sorriu em meio as lágrimas.

-Três meninas i-id-idênticas... Addison teve de fazer exames e acabou soltando.-o sorriso dela era fraco, porém sincero.

-Você acertou, disse que seriam meninas.-ele murmurou, forçando-se a sorrir.

-Vai ter um trabalhão.

-Vamos ter!-ele disse firme, beijando a testa da esposa.-Você também vai sobreviver.

-Eu te amo... –ela apenas disse, deixando claro a ele que talvez aquilo não acabasse tão bem assim. Logo, Addison fez um sinal para levarem-na para o centro cirúrgico, onde a equipe médica a aguardava. O plano seria tirar as meninas seguras enquanto reparavam os danos causados ao organismo de Rose, graças à hemorragia.

-Emmett...-Alice murmurou chamando-opara um abraço, mas ele não aproximou-se dela, preferindo socar a parede e bater a cabeça na mesma. Logo, ainda chorando desesperado, ele sentou-se no chão e Alice fez o mesmo, segurando sua mão esquerda.

-Não vamos ficar assim. Rose é forte, mais do que eu.-ela disse sincera enquanto uma lágrima escorria de seus olhos.-Ela vai ficar bem.

-Elas vão.-Emmett praticamente grunhiu.

-Sim.

-Alice! Onde está Rose?-Jasper, ou desesperado, que chegara correndo, perguntou. Ele estava desde cedo em uma complicada cirurgia e só agora ficara sabendo de tudo.

-Centro Cirurgico. Dra. Addison Montgomery e Dra. Bailey estão cuidando dela.-ela respondeu ao marido que não parou de correr, e direcionou-se ao centro cirúrgico.

[...]

http://www.youtube.com/watch?v=rzOQJh_TsvY - Ouça

Já faziam mais de 20 minutos que elas estavam na estrada e ninguém falava nada. Heidi era a única que cantarolava algumas notas da música que tocava no rádio.

-Hey Felix, aqui é Heidi. Quando pegar esse recado me retorne. Sei que vai odiar saber, mas estou com Bella e Annie. Estou indo para Cobbets Brake. Vou subir a montanha e usar um velho chalé que aluguei para a ocasião... O endereço está em cima da mesa da sala... Eu espero você lá.-Hedi desligou o celular após deixar o recado para o namorado.

Annie olhou para Bella que logo identificou o que aquilo significava. -Heidi, sua filha está com fome.- Bella disse. Heidi fingiu não escutar, cantarolando a música.-Heidi.- Bella insistiu.

-O que é?- ela perguntou,áspera.

-Annie está com fome.- Bella disse. Heidi suspirou e então entrou em uma trilha de barro na estrada. Bella não entendeu o que ela estava fazendo.

-Essa trilha nos levar ao nosso destino... No caminho tem uma lanchonete. Annie pode comer lá.-e após dizer isso, calou-se. Permaneceram na trilha por mais 15 minutos, até que Bella avistou a tal lanchonete. Era um simples lugar, provavelmente freqüentado apenas por caçadores e campistas daquela área. Heidi estacionou e então olhou para trás.

-Você fica no carro e eu a levo para comer. Se tentar fazer qualquer coisa imbecil eu juro que sumo com ela no mundo e você nunca mais verá sua mudinha adorada.-ela ameaçou Bella que concordou imediatamente. Heidi colocou os óculos escuros, pegou a bolsa de mão no porta luvas e lá, enfiou a arma um pouco apertada. Arrancou o lenço da cabeça e jogou as luvas na cara de Bella.

-Eu trago um lanchinho para você.-disse enquanto sai do carro e abria a porta de trás, para pegar Annie no colo.-Não tente gracinhas. Um movimento idiota e ela morre.-a voz dela era assustadora, o que fez Annie recuar.

-Tudo bem, eu já vou. Vá lanchar com a sua mãe Heidi.- Bella tentou acalmar a filha que olhava para ela com um olhar desesperado. Heidi trancou Bella no carro e entrou na lanchonete. Assim que constatou que Heidi não poderia nem vê-la nem ouvi-la, Bella retirou o celular do bolso e discou alguns números rapidamente.

-Anda, atende!

-Bella?-uma voz desesperada atendeu o telefone. Edward.

-Querido...

-Você está bem? Está ferida? E Annie? Onde estão? Heidi as machucou?

-Eu estou bem. Annie está bem. Foi lanchar com Heidi. Não posso demorar, liguei apenas para passar as informações: Heidi ligou para Felix e soltou para onde está me levando... Chama-se Cobbets Brake, é um chalé e é no topo de alguma montanha próxima a uma lanchonete no meio da floresta, chamada Garden Burger. É só seguir para o leste da cidade por 20km e entrar em uma trilha. Siga reto e vai encontrar.-ela dizia rápido.

-Seguir 20 km a leste, entrar na trilha e seguir toda vida, depois passar pela lanchonete e subir a montanha a procura de um chalé. Entendi a mensagem.-Edward disse anotando tudo.

-Agora preciso desligar. Eu amo você.- ela disse desligando, já que Heidi estava se aproximando do carro.

-Eu, ér... Pensei que fosse querer comer algo.- Heidi disse estranhamente delicada. Bella concordou e as duas saíram do carro, indo em direção a lanchonete.

-Eu não sabia que ela estava falando agora... Quer dizer, Annie... pensei que fosse muda.-Heidi disse baixo. Só então Bella caiu na realidade: Heidi estava comovida com a filha.

-A levamos a um fonoaudiólogo e em menos de três meses ela já estava falando algumas coisas...-Bella disse sorrindo.

-Obrigada.- Heidi disse sincera. As duas chegaram a lanchonete e sentaram-se na mesa onde Annie as esperava.

Após comerem seus respectivos sanduíches, Bella e Heidi levaram Annie para brincar na pracinha da lanchonete, após a menina insistir muito.

-Quer?- Heidi ofereceu milk-shake para Bella.

-Você realmente é estranha! Você tenta me matar, rapta minha filha, arranca meio-litro de sangue de mim e depois me oferece milk-shake?-Bella disse erguendo as sobrancelhas.

-Tem razão... Acho que foi um ato involuntário, tentando te agradecer pelo que fez com ela... Ela parece até...

-Normal?- Bella completou e Heidi concordou. - Ela é normal Heidi... O seu preconceito a fazia ser problemática para você.

-Bella... Você... Deve realmente achar que sou um monstro. Uma psicopata doente e vingativa.

-Eu sinto muito, mas isso não é verdade?

-Bella, por trás de um psicopata, sempre há outro pior... Eu nem sempre fui assim... Fria, calculista, odiosa,... Acho que devo me referir a mim mesma como uma pessoa... Incompreendida. Bella, minha história não é tão linda quanto a sua... Pais que te amam, padrasto e madrasta amáveis, melhores amigas... Eu tive uma dura infância.

“ Quando eu nasci, na Itália, meus pai ficou super feliz, porém minha mãe, a grande Sulpicia Volturi, não... Ela achou que uma filha pequena iria atrapalha-la na carreira e então deixou tudo para trás e mudou-se para sabe Deus onde, continuando com sua carreira... Eu cresci sendo criada apenas por meu pai... Quando fiz 7 anos, descobriram que eu era disléxica... Foi no mesmo dia que minha mãe havia resolvido voltar para casa... Quando a professora me levou para casa, a fim de conversar com meu pai, minha mãe estava na varanda, com um sorriso no rosto... Eu a abracei e entramos juntas. Permanecemos assim a noite toda, até que minha professora contou o motivo da visita... Ela simplesmente me largou, dizendo que era impossível que não podia ser verdade... Ela nunca teria uma filha “demente”... e então foi embora de novo.- Heidi disse suspirando.”

 [...]

-Bella me deu as coordenadas... Para onde devemos ir...- Edward disse entregando o papel dos endereços ao policial.

-Ótimo, vamos. – policial disse entrando no carro.

-Hey, Edward! Espera...-Felix disse, aparecendo na frente da casa de Edward.

-Você?-Edward disse antes de partir com tudo para cima de Felix, derrubando-o no chão.

-Edward!-Esme gritou, colocando Renesmee no colo de Carlisle e correndo para o filho junto de vários policiais que separaram os dois, mas não antes que Edward lhe acertasse um soco na boca.

-Como você tem coragem de aparecer aqui? Seu imundo! Seu idiota!-Edward gritava enquanto os policiais o seguravam. Felix permaneceu no chão, limpando a boca que escorria sangue.

-Edward, eu sei onde Heidi está... Ela me deu o endereço...

-E porque eu acreditaria em você Porque me levaria até ela?

-Porque Annie é minha filha e apesar de tudo, eu a amo.


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Notas finais do capítulo

FUERTES EMOCIONES, sqn UAHSHUAHSH
Comementem com gostcho que logo virá o penúltimo capítulo!