Privileged escrita por Ludymila Leal


Capítulo 17
17. Casamento


Notas iniciais do capítulo

O capítulo mais esperado(?) da fanfic. Finalmente, nossos lindos Edward e Bella irão se casar s2



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[...]

-Sinceramente, se eu dependesse do Jasper, eu estava ferrada! Ele bem que podia ter arrastado a Mel com ele.- bufando, Alice esforçava-se para colocar a meia-calça em Melissa, mas a menina se debatia sem pena e Alice não podia aproximar-se muito da menina, graças a enorme barriga de sete meses de gestação.

-Deixa que eu te ajudo. Venha com a titia, Melisa. Vamos ficar lindas!-Rosalie murmurou doce, acalmando a menina. Ela e Emmett já estavam casados há quase dois anos e nem sinal de gravidez para eles. Até mesmo Alice que se casara bem depois já esperava seu primeiro bebê. Ela voltou a concentrar-se em Bella e por fim, terminou de arrumá-la.

-A maquiagem está pronta, meninas!-Alice finalmente anunciou. No interior da grande casa dos Cullen, na suíte máster de Esme, estavam Bella, Alice, Rosalie, Esme e Renée junto com suas “crianças”. Edward estava terminando de se arrumar em seu antigo quarto.

Esme Aproximou-se de Bella que vestia apenas um roupão, esperando o momento certo de colocar o vestido.

- Pronta para vestir-se, querida?

-Na verdade, ainda estou um pouco em dúvida quanto a isso...- Bella confessou. Não tinha dúvidas quanto a casar-se com Edward, mas quanto a entrar no vestido, ela tinha muitas. Alice havia exagerado, para variar.

-AH, deixa de bobagens Bella! Não estresse a grávida!- Alice disse, ameaçando a jogar em Bella o sapatinho de Melissa.

-Já estamos em 20 saudáveis minutos de atraso, noiva! Edward deve estar desesperado no altar!- Esme comentou enquanto dava um dos pinceis de maquiagem de Alice para Maggie brincar.

-Deve estar achando que Bella vai fugir no Porsche de Alice!- Rose gargalhou.

-Ok, chega de pressionarem minha filha!- Renée disse.- Posso te ajudar a colocar o vestido?- ela perguntou com a voz apertada. Provavelmente queria chorar. Bella concordou e Renée foi buscar o vestido que estava pendurado na cadeira. Após retirá-lo cuidadosamente do “saco”, ajudou Bella a vesti-lo e quando terminou, não conteve as lágrimas.

-Oh, meu bebê!- ela abraçou a filha, chorando.

-Hey mãe! Eu não vou morrer.- Bella comentou, tentando disfarçar sua emoção.

-Você está linda, mamãe.- Jane disse, olhando Bella.

-Linda, mamãe.- Annie disse, sorrindo. Bella abaixou, sem pensar se amassaria o vestido ou não e abraçou as duas “filhas”.

-Parece que está na hora!- Esme disse, animada.- Vamos lá mulheres, vamos receber os convidados.- assim,  Renée, Alice, Rosalie e Esme se foram, levando Maggie e Melissa, deixando apenas Annie e Jane com Bella que logo desceu as escadas e encontrou Charlie a aguardando.

-UAU!- Charlie disse quando viu Bella aparecer.- Você está linda, Bells!

-Obrigada.- ela agradeceu, tímida.

-Pronta pra dar esse grande passo?- Charlie perguntou, nervoso, oferecendo o braço para a filha.

-E você, está pronto?- ela sorriu.

-Jamais estarei, Bells.- ele bufou.- Mas esse rapaz, o Cullen... Ele parece ter caráter... E, bem, você sabe que eu e Carlisle somos amigos há um bom tempo, então... Eu confio nele.

-Eu também confio nele, pai.

-Vamos mamãe!- Annie, que já estava do lado de fora com Jane, chamou Bella. Assim que ouviu a filha ser chamada de mãe, Charlie engoliu apertado e ajudou Bella a descer os degráis.

-Noiva.- Annie disse, olhando para Bella com um sorriso nos lábios.

-É meu bem, noiva. E isso que estou segurando se chama buquê. Repete para mim?

-Bu...- Annie tentou, porém estava com o olhar distante.

-Annie, olhando nos meus olhos... Diz Buque.-ela pediu, gentil.

-Buque.- Annie obedeceu.

-Muito bem.-Bella a elogiu, acariciando seu rostinho.

-Parece que elas realmente te obedecem. - Charlie comentou baixo.

-Elas são minhas, pai. Minhas filhas. Eu as amo e farei tudo que estiver a meu alcance por elas.

Após alguns passos, enquanto Charlie sem jeito, ajeitava a calda do vestido da filha,  Bella pode ver Edward de longe, no altar, andando de um lado para o outro. Alice estava nervosa, parada na “entrada” da congregação improvisada ao ar livre no jardim, esperando Bella. Ela estava extremamente nervosa, mas não com o casamento e sim com o fato de Melissa estar chorando, desesperadamente, pedindo colo, o que Alice não podia dar, graças à gestação.

-Fica com o Tio Jasper, teimosa.- ela disse enérgica.

-Mamãe...- Melissa chorava alto, agarrada a perna dela. Alice suspirou e com esforço pegou-a no colo. O choro de Mel imediatamente diminuiu.

-Pronta pra entrar, Bella?- Alice aproximou-se da amiga. Bella suspirou e concordou então Alice entrou na “nave” e fez sinal para Felicia começara tocar a música da entrada da noiva em um grande piano de calda posto no jardim especialmente para o casamento.

Logo as meninas entraram e chegou a vez de Bella.

http://www.youtube.com/watch?v=fCYpTtBg5PU

[...]

-Ok, então... Eu vou começar...- colocando-se de pé, Alice sorriu ao falar no microfone. Todos já haviam homenageado o casal e ela era a última. – Quando eu reparei que meu irmão e minha melhor amiga estavam apaixonados eu pensei: merda! Vou sobrar nessa história! Mas não foi assim... É por isso que Bells é minha melhor amiga. Arrancou meu irmão de mim e me deu o primo dela para substituir meu vazio emocional. - ela riu e fez todos sorrirem.- Bom, todos sabem que eu nunca fui sentimental, mas desde que me casei e engravidi, virei uma grande molenga! Esses dias enquanto eu preparava o almoço, eu olhei para uma batata e comecei a chorar! Até o minha cadela deve ri de mim!... Bom, acontece que hoje eu tenho todos os motivos do mundo para ser molenga e chorar... Em primeiro lugar porque eu estou imensamente feliz porque duas das pessoas que mais amo no mundo, por fim estão juntos e também porque eu vou ler uma carta... Uma carta muito especial.

No mês passado, ajudando minha mãe a esvaziar o quarto de Rachel eu achei um diário de minha irmã. Após me segurar para não ler nada, eu tirei a poeira e o guardei em uma estante, mas não antes de caírem quatro envelopes de dentro no diário. Eram quatro cartas... Um endereçada a mim, outra a meus pais, outra para Melissa e a última para Edward e Bella.- ela fez uma pausa, tentando conter os sinais de choro que já se mostravam.- Eu entreguei a carta de meus pais e a lemos juntos. Depois, lemos a que ela deixou para mim e guardamos a de Melissa, já que em minha carta, Rachel deixava claro que a carta de Mel só deveria ser entregue quando ela pudesse entender tudo que aconteceu verdadeiramente com a mãe... Na minha carta também continham informações valiosas sobre a carta de Edward e Bella. Adivinhem: eu tinha autorização para lê-la! Bom, agora eu vou ler a carta para vocês e então entenderam tudo...

Queridos Edward e Bella...

Serei breve porque tenho pouco tempo... literalmente.

Estou em uma das sessões de quimioterapia escondida e logo logo a médica chega, então vou aproveitar que ainda estou com a cabeça funcionando. Eu espero que quando vocês lerem essa carta, eu ainda esteja entre vocês para ver o desenrolar da história, mas infelizmente aposto que estarei bem melhor do que vocês.

Essa carta é apenas o resumo de meu pedido e sonho: vê-los juntos.

Edward, sinceramente não sei o que te fez casar com aquela mulher, mas felizmente Bella apareceu em sua vida e te acordou de sua fase drogada... E Bella, já estava na hora de escolher um partidão, não é amiga?!

Bem, eu vou finalizar a pequena carta lhes pedindo duas coisas: a primeira é que façam o casamento de vocês em nossa casa, porque na Grande Casa dps Cullen, todos nós tivemos nossos melhores momentos. Façam uma grande festa e celebrem a vida, pois eu vou estar assistindo tudo de camarote e me divertindo demais dos prováveis micos da bêbada da Alice!

O segundo pedido é que cuidem uns dos outros, que se amem e que nunca se separem ou lamentem a minha morte. Eu vou sempre estar com vocês, meus queridos.

Rosalie, Emmett, Edward, Bella, Alice, Jasper, Mãe, Pai, Melissa...

Eu sempre vou amá-los.

Rachel.

Após ler a carta em voz alta, Alice fez uma pausa e todos os presentes emocionados, bateram palmas. Ela suspirou e voltou a falar.

-Acho que, após esta carta, não há a necessidade de dizer mais alguma coisa... Não estamos “desfalcados”, já que Rachel não está viva. Ela está aqui, dentro de nós e desejando todas as coisas boas do universo, assim como eu... Eu amo vocês! Felicidades!- Alice disse e sentou-se, seguida de muitos aplausos.

AVISO!

Bom, euu sou totalmente LOUCA pelo casamento Beward escrito pela titia Steph, então eu decidi pegar as partes do livro e mudar algumas coisas, para encaixá-las no contexto Privileged .-.

Espero que gostem da minha idéia.

Encarem isso como uma "relembrada" de Amanhecer s2s2s2

[...]

Point of View: Bella

Todas as tradições foram mantidas. Fui cegada por flashes enquanto segurávamos a faca acima de um bolo. Apesar de não querer muito, eu cedi ao pedido de Edward: ele realmente queria “enfiar” um bom pedaço de bolo na minha boca, segundo a tradição. Aposto que ele se arrependeu após eu ter quase o matado engasgado com o grande pedaço de bolo que dei para ele engolir. Joguei meu buquê com uma habilidade atípica, direto nas mãos surpresas de Angela. Emmett e Jasper uivaram de rir do meu rubor enquanto Edward removeu minha liga emprestada — que eu abaixei quase até meu tornozelo — muito cuidadosamente com seus dentes. Com uma piscadela para mim, ele a jogou diretamente na mesa de meus pais. Tive de rir ao ver a cara de meu pai ao entrar em contato com algo daquele tipo e depois ver Edward desculpando-se falsamente, dizendo que havia sido sem querer.

E então, quando a música começou, Edward me puxou pros seus

braços para a costumeira primeira dança; eu fui de bom grado,

apesar do meu medo de dançar — especialmente dançar na frente de uma platéia — simplesmente feliz de tê-lo me abraçando. Ele fez todo o trabalho, e eu girei sem esforço algum sob o dossel de luzes e flashes brilhantes das câmeras.

- Aproveitando a festa, Sra. Cullen? - ele sussurrou em meu ouvido.

Eu ri.

- Isso vai levar um tempo para me acostumar.

- Nós temos um tempo. - ele me lembrou, sua voz exultante, e se

abaixou para me beijar enquanto dançávamos. Câmeras disparavam calorosamente.

A música mudou, e Charlie cutucou o ombro de Edward.

Não foi nem um pouco fácil dançar com Charlie. Ele não era nem um pouco melhor do que eu nisso, então nos movíamos seguramente de um lado pro outro num pequeno quadrado. Edward e Esme giravam a nossa volta como Fred Astaire e Ginger Rogers.

- Vou sentir sua falta, Bella. Já estou solitário. Sei que não moramos mais juntos, mas acostumei com você sendo minha filha não-casada que dormia lá as vezes, usando seu antigo quarto. Fora que apesar de Sue ser uma ótima esposa, ela não cozinha muito bem, então sentirei falta de quando você passava lá em casa e salvava as refeições. O Mestre da cozinha serei eu agora. - ele riu um pouco.

- Eu me sinto péssima, deixando você comer a comida de Sue ou cozinhar por si mesmo... É praticamente um crime de negligência. Você poderia me prender.

Ele sorriu.

- Suponho que vou sobreviver à comida... A minha e a da Sue. Só me ligue quando você puder.

- Eu prometo.

Parecia que eu tinha dançado com todos. Era bom ver todos os todos os meus amigos unidos, mas o que eu realmente queria era estar com Edward acima de qualquer outra coisa. Eu estava feliz quando ele finalmente interrompeu, apenas meio minuto depois que uma nova dança havia começado.

- Ainda não é muito fã do Mike, eh? - comentei enquanto Edward me girava pra longe dele. Desde que eu compartilhe com Edward que Mike era um pouco “apaixonado” por mim, ele havia pego uma cisma com meu companheiro de trabalho.

- Não quando eu tenho ver como ele te olha. Ele tem sorte

que eu não o expulsei. Ou pior. –ele bufou,-Ele não entende que se quer sussurrar seus sonhos não realizados em relação a noiva, deveria tentar não fazer isso perto de alguém que não me contaria. Emmett o ouviu conversar com Eric.

- É, certo.

- Você já teve uma chance de olhar para si mesma?

- Hm. Não, acho que não. Por quê?

- Então eu suponho que você não percebe o quão completamente

linda e de tirar o fôlego você está essa noite. Não estou surpreso que Mike está tendo dificuldades de não olhar para você. Uma mulher casada. Eu estou desapontado que Alice não tenha feito questão de forçá-la a se olhar no espelho.

- Você é suspeito para falar, sabe.

Ele suspirou e então parou e me virou em direção à casa. Andamos de mãos dadas calmamente, subimos os degraus e fomos para o quarto antigo de Alice, com o maior espelho, e então paramos em frente ao mesmo. Edward apontou para o casal no espelho diretamente na nossa frente.

- Suspeito, eu?

Eu vi de relance o reflexo de Edward — uma perfeita duplicata de seu rosto perfeito — com uma beldade de cabelos escuros do seu lado.

Sua pele era como creme e rosas, seus olhos estavam enormes de

excitação e emoldurados com cílios grossos. A forma estreita do

brilhante vestido branco se abria sutilmente na borda quase como um copo-de-leite invertida, cortada tão habilmente que seu corpo parecia elegante e gracioso — enquanto estava parada, pelo menos.

Antes que eu pudesse piscar e fazer a beleza voltar para mim, Edward repentinamente aproximou-se de mim e beijou-me.

-Você é perfeita. Eu te amo, Sra. Cullen.- susurrou e voltou a me beijar. Permanecemos assim, em um beijo doce e cálido por alguns minutos até que senti algo como um ferro em brasas pousar-se em minha pele e eu não conseguia mais me controlar e ele também não. Lentamente, ele me empurrou para a cama e eu sentei-me na borda, permitindo que ele explorasse meu corpo com as mãos, indo em lugares jamais tocados por ele. Sem duvidas, assim como eu, ele estava curioso para descobri o que existia por trás. Após quase “anos juntos”, eu e Edward nunca havíamos dormido juntos. Eu era virgem, inexperiente, porém não haviam medos ou receios. Eu me entregaria a ele.

Inclinando-me lentamente para trás, deitei-me na cama macia e deixei que ele deitasse sobre mim. Apenas nos demos conta que estávamos fazendo a coisa certa porém na hora errada quando tentei tirar a gravata dele e chutei meus sapatos para longe. Os sapatos fizeram um baque no chão e então eu abri meus olhos assustada. Imaginei Charlie assistindo a cena.

-Êpa!- Edward sorriu e levantou-se.

-Mais tarde. Eu disse, corando. Ele buscou meus sapatos e me entregou. Enquanto eu os colocava, ele arrumou a gravata.

Eu estava me sentindo um vulcão. Adormecido por muito tempo, mas que despertara de repente. Eu desejava Edward mais que tudo, mas isso não importava — só o exterior importava nesse momento. Fazer uma boa atuação de noiva virgem e puritana para os convidados.

E Charlie.

- Meu vestido?

- Você está bem. Nem um fio de cabelo fora do lugar.

Eu respirei profundamente duas vezes.

- Certo. Vamos lá.

Ele pôs seus braços ao meu redor e me guiou de volta para a luz.

Quando nós passamos por baixo das luzes piscantes, ele me girou

gentilmente na pista de dança. Nós nos misturamos com os outros

dançarinos como se a nossa dança nunca tivesse sido interrompida.

Eu olhei para os convidados à minha volta, mas ninguém parecia

Estar me olhando torto ou como se tivesse presenciado meu momento “tarada”. Jasper e Emmett estavam na beira da pista de dança, próximos um do outro conversando. Imaginei se Emmett havia visto alguma coisa e estava contando para Jasper, para me zoarem mais tarde, mas logo percebi que era paranóia minha.

- Você está...

- Estou bem - eu prometi - Eu não acredito que fiz aquilo. O que há de errado comigo?-gargalhei.

- Não há nada de errado com você. É normal sentir desejo as vezes.- ele susurrou.

- Não vamos pensar nisso de novo essa noite... Quer dizer, não por hora, na festa!-corrigi ao ver a careta dele.- Não posso correr o risco de tentar arrancar sua gravata novamente.

Eu esperei que Edward concordasse rapidamente, mas ele ficou em. silêncio.

- Edward?

Ele fechou os olhos e tocou sua testa com a minha.

-Agora estou pensando no que faremos depois da festa.- ele disse com a voz séria, cheia de desejo enquanto me puxava para mais perto.

- Pare com isso. - eu disse firmemente. Eu agarrei seu rosto com

minhas mãos e esperei até que ele abrisse os olhos. Tentando me segurar para não agarra-lo ali mesmo, eu sorri para disfarçar. - Você e eu agora, na festa. Isso é só o que importa. A única coisa na qual você tem permissão para pensar agora. Você me ouviu? O depois é depois. Ouviu?

- Sim. - ele suspirou ofegante e me beijou suavemente.

- Esqueça que quase fizemos uma loucura agora pouco. – eu me segurava para não rir. O assunto era realmente patético. Estávamos casados e tudo nos era lícito, mas mesmo assim, era vergonhoso. Durante a festa, com convidados podendo nos pegar no flagra!

-Vou tentar esquecer isso.- ele riu de novo.

- Obrigada. Edward, eu não estou com medo de perder o controle de novo.- menti.

- Eu estou. - ele sussurrou.

- Não fique. - eu respirei profundamente e sorri - A propósito, eu te amo.

Ele sorriu.

- É por isso que estamos aqui.

- Você está monopolizando a noiva. - Emmett disse, vindo por trás dos ombros de Edward - Me deixe dançar com minha irmãzinha. Essa pode ser a minha última chance vê-la normal, porque dizem que quando as pessoas se casam, o apetite sexual aumenta.- ele gargalhou novamente.

Ele gargalhou alto, tão tranqüilo quanto ele sempre era, não

importando a atmosfera. Eu chutei a canela dele e ele me empurrou de leve. Esse era Emmett. Começamos a dançar animados, sem nos importarmos em fazer tudo correto, mas apenas para nos divertirmos, enquanto Rosalie e Edward conversavam dançando também.

Quando Edward me requisitou novamente, eu descobri que

não poderia sentir algo mais maravilhoso do que estar nos braços dele. Enquanto ele me abraçava, eu fui capaz de desenterrar minha sensação de alegria de antes, minha certeza de que tudo na minha vida estava no lugar certo essa noite. Sem Heidi, sem Riley, sem meus problemas cotidianos... Apenas Edward. Eu sorri e deitei minha cabeça em seu peito. Seus braços me apertaram mais.

- Eu podia me acostumar com isso. - eu disse.

- Não me diga que você superou os seus problemas com dança?

- Dançar não é tão ruim — com você. Mas eu estava pensando mais nisso, — e eu me pressionei a ele ainda mais apertado — em nunca deixar você ir.

- Nunca. - ele prometeu, e se abaixou para me beijar.

Era um tipo sério de beijo — intenso, lento mais crescente...

Eu quase tinha me esquecido de onde estava quando ouvi Alice

chamar.

- Bella! Está na hora!

Eu senti uma leve pontada de irritação para com minha melhor amiga pela interrupção.

Edward a ignorou; seus lábios estavam rígidos contra os meus, mais urgentes que antes. Meu coração disparou e minhas palmas estavam escorregadias em seu pescoço.

- Vocês querem perder o avião? - Alice demandou, perto de mim

agora - Eu tenho certeza que vocês terão uma adorável lua de mel

acampados no aeroporto esperando pelo próximo vôo.

Edward virou seu rosto levemente para murmurar.

- Vá embora, Alice. - e então pressionou seus lábios nos meus

novamente.

- Bella, você quer usar esse vestido no avião? - ela demandou de

novo.

Eu não estava realmente prestando muita atenção. Naquele momento, eu simplesmente não ligava. Alice rosnou baixinho.

- Eu vou contar onde você a está levando, Edward. Deus me ajude, mas eu vou. E tem mais, não me contrariem, estou grávida!

Ele congelou. Então ele levantou seu rosto do meu e olhou

furiosamente para sua irmã favorita.

- Você é terrivelmente pequena para ser tão imensamente irritante.

- Eu não escolhi o vestido de viagem perfeito para vê-lo sem uso. - ela disparou, pegando minha mão. - Venha comigo, Bella.

Eu tentei me livrar do seu aperto, me esticando na ponta dos pés

para beijá-lo novamente. Ela puxou meu braço impacientemente, me afastando dele. Houveram algumas risadinhas dos convidados que assistiam. Eu desisti e deixei que ela me guiasse.

Ela parecia irritada.

- Desculpe, Alice. - eu me desculpei.

- Eu não a culpo, Bella. - ela suspirou - Você não parece ser capaz de parar a si mesma.

Eu ri de sua expressão martirizada, e ela estreitou os olhos.

- Obrigada, Alice. Foi o casamento mais lindo que alguém já teve. -eu disse honestamente a ela - Tudo estava exatamente certo. Você é a melhor, mais esperta e mais talentosa amiga do mundo inteiro.

Aquilo a derreteu; ela deu um enorme sorriso.

- Fico feliz que você tenha gostado.

Logo chegamos na casa. Alice subiu lentamente as escadas e quando chegamos, Renée e Esme estavam esperando no andar de cima. As três rapidamente me tiraram do vestido enorme e bufante e me colocaram no vestido branco curto que Alice havia escolhido.

Eu fiquei grata quando alguém tirou os grampos do meu cabelo e deixou-o solto nas minhas costas, ondulado por causa das tranças, me salvando de uma dor de cabeça mais tarde. As lágrimas de minha mãe fluíram sem parar durante o tempo todo.

- Eu te ligo assim que souber para onde estou indo. - eu prometi enquanto abraçava-a dando adeus. Eu sabia que a minha lua de mel secreta estava provavelmente a deixando louca; minha mãe odiava segredos, a não ser que ela estivesse envolvida neles.

- Eu te conto assim que ela estiver seguramente longe. - Alice

ganhou de mim, sorrindo maliciosamente de minha expressão magoada. Que injusto, eu ser a última a saber.

- Você vai ter que visitar a mim e ao Phill muito, muito em breve! Assim que chegar da lua-de-mel! - Renée disse chorando.

 - Está tudo pronto. - Alice disse - Suas malas estão no carro — Jasper está trazendo-o. - ela me puxou de volta em direção às escadas com Renée seguindo, ainda meio abraçada comigo.

- Eu te amo, mãe. - eu sussurrei enquanto descíamos. - Estou tão

feliz que você tenha o Phil e a Maggie. Cuidem um do outro. E não irei sumir. Eu casei, não entrei para um convento.

- Mas tem sua própria família agora... Ah! Eu te amo tanto, Bella, querida.

- Adeus, mãe. Eu te amo. - eu disse novamente, minha garganta

apertada. Apesar de não estar me mudando para longe, era como se finalmente o cordão umbilical se partisse.

Edward estava me esperando no fim das escadas. Ele também havia mudado a roupa. Eu peguei sua mão estendida mas me afastei, procurando por entre a pequena multidãoque esperava pra nos ver partir.

- Pai? - eu perguntei, meus olhos à procura.

- Aqui. - Edward murmurou. Ele me puxou através dos convidados e eles abriram um caminho para nós. Achamos Charlie apoiado estranhamente na parede atrás de todos, parecendo um pouco como se estivesse se escondendo. Os anéis vermelhos ao redor de seus olhos explicavam o porquê.

- Oh, pai!

Eu o abracei pela cintura, lágrimas surgindo de novo - eu estava

chorando demais essa noite. Ele deu uns tapinhas nas minhas costas.

- Tudo bem, agora. Você não quer perder seu avião.

Era difícil falar de amor com Charlie — nós nos parecíamos muito, sempre recorrendo a coisas banais para evitar demonstrações de afeto embaraçosas. Mas, não era hora para ser tímida.

- Sempre te amarei, pai. Você vai sempre ser o homem da minha vida. - eu disse a ele - Não se esqueça disso.

- Você também, Bells. Sempre amei, e sempre vou amar.

Eu beijei sua bochecha ao mesmo tempo em que ele beijou a minha.

-Para sempre minha garotinha, Bells?- ele perguntou.

-Além do “sempre” pai.- eu disse, repetindo o que eu sempre falava quando ele me perguntava isso.

- Vai lá, então. - ele disse roucamente - Vocês não quererem se

atrasar.

-Faltam Annie e Jane.- eu e Edward comentamos juntos Esme solucionou o problema, trazendo Jane agarrada em sua mão direita e Annie dormindo em seus braços.

-As damas precisam se despedir.- minha sogra sorriu passando Annie para meus braços Eu beijei seus cabelos loiros enquanto admirava sue rosto angelical. Edward pegou Jane no colo e começou a fazer cócegas nela. Logo, Edward colocou Jane no chão e eu entreguei-lhe Annie, para que ele se despedisse da caçula e eu de Jane.

-Vou cuidar de seu papai. Vai cuidar de Annie?- perguntei me abaixando.

-Dela e da Akira.- Jane me respondeu animada. Durante nossa lua-de-mel, elas ficariam com Esme e Carlisle.

-Eu te amo, boneca.- disse, abraçando-a. Ela me apertou forte, me deu um beijo apertado e sorriu.

-Também te amo muito, mamãe Bella.

Emocionada, eu abracei-a novamente, mas ela logo voltou a correr com Melissa para fora do jardim, me deixando com sérias dúvidas sobre levar ou não as “minhas filhas” para a lua-de-mel. Suspirando, Edward passou Annie para Esme e segurou minha mão.

Os convidados fizeram outro corredor para nós. Edward me puxou para perto dele enquanto nós escapávamos.

- Está pronta? - ele perguntou.

- Estou. - eu disse, e sabia que era verdade.

Todos aplaudiram quando Edward me beijou na soleira da porta.

Então ele correu até o carro enquanto a chuva de arroz começava. A maioria passou longe, mas alguém, provavelmente Emmett, jogou com tremenda precisão, e eu peguei vários dos que ricochetearam nas costas de Edward.

O carro foi decorado com mais flores que seguiam em filas por todo o seu comprimento, e longos laços que estavam amarrando a uma dúzia de sapatos — sapatos de marca que pareciam novos —

pendurados no pára-choque.

Edward me protegeu do arroz enquanto eu entrava, e então ele já

havia adentrado e estávamos acelerando enquanto eu acenava pela

janela e gritava “Eu amo vocês” para a varanda, onde minhas

famílias acenavam de volta.

A última imagem que eu registrei foi uma dos meus pais. Phil tinha ambos os braços envolvidos ternamente em volta de Renée.E la tinha um braço agarrado à cintura dele e a mão livre dela alcançou a de Charlie, que estava abraçado com Sue. Seth e Leah também davam tchau freneticamente enquanto Maggie chorava no colo de minha “irmã emprestada” por não poder entrar no carro com a “maninha Béia”. Esme carregava Annie e Carlisle, Jane e Melissa, também acenando para nós. Alice estava abraçada com Jasper, assim como Rosalie estava abraçada a Emmett. Tantos tipos diferentes de amor, harmoniosos em um momento. Parecia-me uma imagem muito esperançosa.

Edward apertou minha mão.

- Eu te amo - ele disse.

Eu deitei minha cabeça em seu braço.

- É por isso que estamos aqui - eu o citei.

Ele beijou meu cabelo.

[...]

- HOUSTON? – eu perguntei mais tarde erguendo as sobrancelhas, quando alcançamos o portão em Seattle.

- Só uma parada no caminho.- Edward respondeu com um sorriso.

Me senti como se tivesse acabado de pegar no sono quando ele me acordou. Eu estava grogue enquanto ele me puxava pelos terminais, lutando para lembrar como abrir os meus olhos depois de cada piscada. Levei alguns minutos para perceber o que estava

acontecendo quando paramos no balcão internacional para fazer o

check-in para o nosso próximo vôo.

- Rio de Janeiro? - Eu perguntei com um pouco mais de vibração.

- Outra parada. - ele me disse.

O vôo para a América do Sul foi longo, porém confortável no assento largo da primeira classe, com os braços de Edward aconchegados em volta de mim. Eu peguei no sono e acordei excepcionalmente alerta enquanto circulamos em direção ao aeroporto com a luz do sol se pondo inclinada através das janelas do avião.

Nós não ficamos no aeroporto para outra conexão como eu esperava. Ao invés disso, nós pegamos um táxi pelas ruas escuras, abundantes e vivas do Rio. Incapaz de entender uma só palavra das instruções em português do Edward para o taxista, eu adivinhei que estávamos procurando um hotel antes da próxima parte da nossa jornada. Uma pontada aguda muito parecida com medo do palco revirou na boca do meu estômago enquanto eu considerava aquilo. O táxi continuou pelo enxame de multidões até elas diminuírem um pouco, e pareceu que nós estávamos nos aproximando da ponta oeste da cidade, nos dirigindo para o oceano.

Nós paramos nas docas.

Edward liderou o caminho através da longa fila de iates ancorados na água enegrecida pela noite. O barco no qual ele parou era menor que os outros, mais liso, obviamente construído para velocidade, e não para espaço. Mas ainda luxuoso, e mais gracioso que o resto. Ele pulou dentro dele levemente, apesar das malas pesadas que ele carregava. Ele as colocou no deck e se virou para cuidadosamente me ajudar por cima da beirada.

Eu assisti em silêncio enquanto ele preparava o barco para a partida, surpresa em ver como ele parecia experiente e confortável, porque ele nunca antes havia mencionado interesse em navegação. Mas, de novo, ele era bom em praticamente tudo.

Enquanto nós íamos para leste no oceano aberto, na minha cabeça

eu revisei geografia básica. Pelo o que eu podia me lembrar, não

tinha muita coisa ao leste do Brasil… até chegar à África.

Mas Edward acelerou enquanto as luzes do Rio iam sumindo, e enfim desaparecendo atrás de nós. Um sorriso alegre e familiar no seu rosto, aquele produzido por qualquer forma de velocidade. O barco mergulhava nas ondas e eu era banhada pelo spray marinho.

Finalmente a curiosidade que eu suprimi por tanto tempo tomou o melhor de mim.

- Agente vai muito mais longe? - Eu perguntei.

- Mais meia hora. - Seus olhos perceberam minhas mãos agarradas no banco, e ele abriu um sorriso.

 Vinte minutos depois, ele chamou o meu nome por cima do rugido do motor.

- Bella, olhe ali. - Ele apontou pra frente.

Primeiro eu só vi escuridão, e o rastro branco da lua na água. Mas eu procurei no espaço onde ele apontou até que encontrei uma forma baixa e negra quebrando o brilho da luz da lua nas ondas. Enquanto eu forcei meus olhos na escuridão, a silhueta se tornou mais detalhada. A forma cresceu para um triângulo atarracado, irregular, com um lado se arrastando mais longamente que o outro antes de afundar nas ondas. Nós chegamos mais perto, e eu pude ver que o traçado era plumoso, oscilando na brisa suave.

E então meus olhos entraram em foco e todas as partes fizeram

sentido: uma pequena ilha se ergueu fora da água na nossa frente,

acenando com as folhas das palmeiras, uma praia brilhando pálida na luz da lua.

- Onde nós estamos? - Eu murmurei maravilhada enquanto ele

mudou o curso, contornando para a ponta norte da ilha.

Ele me ouviu, apesar do barulho do motor, e abriu um sorriso amplo que reluziu na luz do luar.

-Esta é a Ilha Esme.

O barco desacelerou dramaticamente, ficando em posição com

precisão contra a doca curta feita de pranchas de madeira branca,

desbotadas pela lua. O motor parou, e o silêncio que se seguiu era

profundo. Não havia nada além das ondas, batendo levemente contra o barco, e o sussurro das palmeiras na brisa. O ar era morno, úmido e cheiroso — como o vapor deixado para trás após um banho quente.

- Ilha Esme? - Minha voz era baixa, mas ainda soou muito alta

quando quebrou na noite quieta.

- Um presente de Carlisle... Esme nos ofereceu emprestada.

Um presente. Quem é que dá uma ilha como presente? Eu franzi as minhas sobrancelhas. Eu não tinha me dado conta de que a extrema generosidade de Edward era um comportamento aprendido.

Ele colocou as malas no deck e se virou para trás, sorrindo seu

sorriso perfeito enquanto me alcançava.

-Aguarde alguns minutos.-ele pediu enquanto pegava as malas e as levava em direção ao nada. Suspirando fundo, eu tentei não temer. Tudo estava escuro. Muito escuro e eu estava sozinha.

Após 10 minutos tensos, ele voltou correndo, me deixando sem fôlego. Ele havia tirado o casaco e usava apenas uma camiseta suada, colada ao copo.

Ao invés de tomar a minha mão, ele me puxou direto para cima, nos seus braços.

- Não era pra você esperar pela soleira da porta? - eu perguntei, sem fôlego, enquanto ele saltava para fora do barco.

Ele sorriu.

- Não sou nada se não meticuloso.

[...]

Por um tempo estava escuro como breu na mata, e então eu podia

ver uma luz morna à frente. Foi mais ou menos naquele ponto, onde eu me dei conta de que a luz era uma casa — os dois quadrados brilhantes perfeitos eram grandes janelas emoldurando a porta da frente — que o medo do palco atacou novamente, mais

vigorosamente que antes, pior do que quando eu achei que

estávamos indo para um hotel.

Meu coração golpeava audivelmente contra as minhas costelas, e a minha respiração pareceu ficar presa na minha garganta. Eu senti os olhos de Edward no meu rosto, mas eu me recusei a encontrar o seu olhar. Eu olhei para frente, não vendo nada.

Ele não me perguntou o que eu estava pensando, o que era fora do

normal para ele. Eu adivinhei que significava que ele estava tão

nervoso quanto eu de repente estava.

Quando chegamos na varanda da casa, ele empurrou a porta com o pé e ela se abriu.

Edward olhou para mim, esperando eu encontrar o seu olhar antes dele pisar pela soleira da porta.

Ele me carregou pela casa, nós dois muito quietos, acendendo as

luzes por onde passamos. A minha vaga impressão da casa foi que

era bem grande para uma ilha tão pequenina, e estranhamente

familiar. Eu tinha me acostumado com as cores claras, as preferidas dos projetos dos Cullens; eu me sentia em casa. Mas eu não podia me concentrar em nenhuma particularidade. O pulso violento batendo atrás das minhas orelhas fez tudo ficar um pouco embaçado.

E então Edward parou e acendeu a última luz.

A lua era grande e branca, e a parede mais distante era na sua

maioria feita de vidro . Lá fora, a lua era clara na areia branca e, só a alguns metros da casa, ondas brilhavam. Mas eu mal reparei naquilo. Eu estava mais concentrada na cama branca absolutamente enorme no centro do quarto com véu de mosqueteiro.

Edward me colocou em pé.

-Eu vou... buscar a bagagem na varanda.

O quarto estava muito quente, mais abafado do que a noite tropical do lado de fora. Uma gota de suor se formou na minha nuca. Eu caminhei lentamente até poder alcançar o mosqueteiro espumante.

Por alguma razão eu tinha que ter certeza de que tudo era real.

Eu não ouvi o Edward voltar. De repente o seu dedo acariciou a minha nuca, limpando a gota de suor.

- Aqui é um pouco quente, - ele disse em tom de desculpas.- Achei que você gostaria de sair da rotina.

 - Meticuloso - eu murmurei, e ele riu. Era um som nervoso, raro para Edward.

 -Eu estava pensando, - Edward disse lentamente - se... primeiro...

talvez você gostaria de dar um mergulho noturno comigo? - ele

respirou profundamente e sua voz era mais calma quando ele falou novamente - A água vai estar morna. Esse é o tipo de praia a qual você aprova.

- Soa bem. - minha voz quebrou.

- Tenho certeza de que você gostaria de um ou dois minutos

sozinha também... Foi uma viagem longa.

Eu concordei duramente com cabeça. Talvez uns minutos sozinha fossem ajudar.

Seus lábios roçaram a minha garganta, logo abaixo da minha orelha.

Ele riu e seu hálito delicioso fez cócegas na minha pele

superaquecida.

- Não demore muito, Sra. Cullen.

Eu saltei um pouco ao soar do meu novo nome.

Seus lábios roçaram do meu pescoço até a ponta do meu ombro.

- Eu vou estar te esperando na água.

Ele passou por mim até a porta-janela que abria para a areia da

praia. No caminho, ele tirou a camiseta, deixando-a cair no chão, e então deslizou através da porta para a noite enluarada. O ar salgado e abafado circulou para dentro do quarto atrás dele.

Minha pele estava pegando fogo? Eu tive que olhar para baixo para checar. Não, nada estava queimando. Pelo menos não aparentemente.

Eu me lembrei de respirar, e então eu tropecei em direção a mala

gigante que o Edward tinha aberto em cima de uma cômoda baixa

branca. Devia ser minha porque a minha familiar bolsa de beleza

estava bem em cima, e tinha um monte de coisas cor de rosa lá

dentro, mas eu não reconheci nenhuma das roupas. Enquanto eu

fuçava nas pilhas cuidadosamente dobradas — procurando por alg familiar e confortável, talvez um par velho de moletom — eu reparei que tinha um monte de renda transparente e cetim em minhas mãos.

Lingerie. Vários lingeries, com etiquetas francesas.

Eu não sei como ou quando, mas algum dia, Alice ia pagar por isso.

Desistindo, eu fui até o banheiro e espiei através das janelas longas que abriam para a mesma praia que as portas-janela. Eu não podiam vê-lo; eu supus que ele estava embaixo da água, mergulhando.

No céu acima, a lua estava inclinada, quase cheia, e a areia era branca clara debaixo de seu brilho. Um movimento pequeno chamou a minha atenção — penduradas numa curva em uma das palmeiras, o resto de suas roupas oscilavam na brisa mansa.

Uma corrente de calor irrompeu na minha pele novamente.

Eu respirei fundo umas duas vezes e fui em direção aos espelhos

acima da longa extensão de balcões. Parecia mesmo que eu tinha

passado o dia todo dormindo em um avião.

Eu encontrei a minha escova de cabelo e penteei com força o

emaranhado atrás do meu pescoço. Escovei os meus dentes

meticulosamente, duas vezes. Então lavei o meu rosto e joguei água na minha nuca, que estava febril. Aquilo foi tão bom que também lavei os meus braços, e então decidi simplesmente desistir e tomar um banho. Eu sabia que era ridículo tomar banho antes de ir nadar, mas eu precisava me acalmar, e água quente era um modo confiável de fazê-lo.

Quando eu terminei, peguei uma toalha branca enorme de cima do

balcão e me enrolei nela. E então eu dei de frente com um dilema que não havia considerado. O que é que eu deveria vestir? Não uma roupa de banho, obviamente. Mas também pareceu bobo colocar as mesmas roupas.

Eu não queria nem pensar nas coisas que a Alice tinha colocado na mala.

A minha respiração começou a acelerar novamente e minhas mãos tremiam — mesmo depois dos efeitos calmantes do banho. Eu comecei a ficar tonta, aparentemente um ataque de pânico completo estava a caminho. Eu me sentei no chão de azulejo frio, em cima da minha toalha e coloquei a minha cabeça no meio dos joelhos. Eu orei para que ele não viesse me procurar antes que eu pudesse me recuperar. Eu podia imaginar o que ele ia pensar se me visse assim, caindo aos pedaços. Eu não devia estar assim.

 E eu não estava me apavorando porque eu achava que estávamos

cometendo um erro. Não mesmo. Eu estava me apavorando porque não tinha a menor idéia de como fazer isso, e eu estava com medo de sair desse quarto e enfrentar o desconhecido.

Principalmente vestindo lingerie francesa. Eu sabia que ainda não

estava pronta para aquilo.

Isso era exatamente como ter que entrar num teatro na frente de

milhares de pessoas sem saber as minhas falas.

Como é que as pessoas fazem isso — engolem todos os seus medos e confiam tão absolutamente no outro com todas as imperfeição e medos que eles têm — com menos que a dedicação absoluta a qualEdward tinha me dado? Se não fosse o Edward lá fora, se eu não soubesse com cada célula do meu corpo que ele me amava tanto quanto eu o amava — incondicionalmente e irrevogavelmente e, para ser honesta, irracionalmente — eu nunca seria capaz de levantar desse chão.

Mas era o Edward lá fora, então eu sussurrei as palavras “Não seja uma covarde” e lutei para levantar. Eu prendi a toalha mais apertada debaixo dos meus braços e marchei determinadamente para fora do banheiro. Passei pela mala cheia de renda e pela cama grande sem olhar para ambos. Para fora da porta de vidro aberta na areia fina como pó.

Tudo era preto e branco, descolorido pela luz da lua. Eu caminhei

lentamente pelo pó morno, pausando ao lado da árvore curvada onde ele deixou suas roupas. Eu coloquei a minha mão na casca áspera e chequei a minha respiração para ver se estava equilibrada. Ou o suficiente.

Eu olhei em direção às pequenas ondulações, negras na escuridão,

procurando por ele.

Não foi difícil de encontrá-lo. Ele estava em pé, suas costas viradas para mim, a água da meia-noite pela cintura, olhando fixo para a lua oval. A luz pálida da lua transformou a sua pele em um brancoperfeito, como a areia, como a lua, e tornou o seu cabelo molhado negro como o oceano. Ele estava imóvel, suas mãos descansando com as palmas para baixo contra a água; as ondas baixas quebraram em volta dele como se ele fosse uma rocha. Eu olhei fixo para as linhas suaves das suas costas, seus ombros, seus braços, seu pescoço, sua forma impecável...

O fogo não estava mais na minha pele — ele agora era lento e

profundo; ele sufocou todo o meu embaraçamento, minha incerteza tímida. Eu tirei a toalha sem hesitar, deixando-a na árvore com as suas roupas, e caminhei na luz branca; ela também me fez pálida como a areia nevada.

Eu não pude ouvir o som dos meus passos enquanto caminhava para a beira da água, então supus que ele também não podia. Edward não se virou. Eu deixei as ondas suaves quebrarem nos dedos do meu pé, e descobri que ele estava certo a respeito da temperatura — ela estava bem morna, como água de banho.

Eu entrei na água, andando cuidadosamente através do invisível chão do oceano, mas o meucuidado era desnecessário; a areia se manteve perfeitamente esuave,descendendo suavemente em direção a Edward. Eu lutei contra acorrente sem peso até chegar ao lado dele, e então coloquei a minha mão levemente sobre a sua mão fria que descansava na água.

- Lindo. - eu disse também olhando para a lua.

- É legal - ele respondeu, nada impressionado. Ele se virou lentamente de frente para mim; pequenas ondas rolaram do seu

movimento e quebraram contra a minha pele. Seus olhos pareciam prata na sua face cor de gelo. Ele virou sua palma para cima para poder entrelaçar nossos dedos embaixo da água.- Mas eu não usaria a palavra lindo - ele prosseguiu - Não em

comparação com você aqui.

Eu sorri, então levantei a minha mão livre — ela não tremia agora — e coloquei sobre o seu coração. Branco no branco; pelo menos uma vez nós combinávamos. Ele estremeceu o mínimo com meu toque quente. Agora a sua respiração era mais áspera.

- Nós pertencemos um ao outro. Para sempre.

Abruptamente eu estava sobrecarregada com a verdade das minhas próprias palavras. Esse momento era tão perfeito, tão certo, não havia como duvidar.

Seus braços me envolveram, me segurando contra ele, verão e

inverno. Eu me senti como se cada terminação nervosa no meu corpo fosse um fio carregado.

- Para sempre. - ele concordou, e então nos puxou suavemente para águas mais profundas.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Comentem que logo posto algo "inédito" s2