Cops escrita por sobrehumana


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

AVISO: Faltam poucos capitulos para a fic terminar,e para não postar tudo de uma vez, só postarei o próximo quando atingir 45 reviews!



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Existem vários tipos de amor e várias maneiras de lidar com o mesmo.

Existe o amor platônico, aquele que se tem por um ídolo. Existe o amor de irmão, do qual não importa o quão chato ele seja, sempre irá apoiá-lo. Existe o amor familiar, do qual sempre terá esse apoio. Existe o amor de amantes, amigos, conhecidos, o amor próprio.

Lidar com amor platônico é algo difícil. Você ama aquela pessoa, mas sabe que a probabilidade de ficarem juntos é de senão uma em um milhão. Aceitar isso, e ter que conviver com o sentimento até seguir sua vida é algo doloroso, e às vezes não é superado completamente.

Aceitar o amor de irmão é algo fácil. Vem naturalmente e mesmo sendo uma relação difícil em uma situação particular, ela sempre volta para você, assim como a família.

James Potter tem um jeito particular de lidar com cada um desses tipos de amores. Para ele, amigos são amigos, amantes são amantes. Ele nunca havia amado ninguém no sentido romântico em toda sua vida, e achava que nunca o iria fazer.

Para Emily Gilbert, o amor próprio vem em primeiro lugar. Para amar o próximo é preciso amar a si. O conceito de romantismo para ela era algo considerado demasiado clichê, mas nunca chegara ao ponto de ser brega. Fazer sexo era diferente de fazer amor, e ela só havia feito o último com uma única pessoa.

Lily Evans tivera o amor de irmão, de família, de amante, e de amigo. Seu irmão morrera, mas seu amor por ele não. Sua família sempre a apoiara, mas no fundo ela sabe que eles a culpam pela morte de Carter. Seus amantes nunca foram algo demais. Quando acreditou estar apaixonada, descobriu ser apenas ilusão. Tudo que a restara a confiar piamente era em sua amizade com Emily, e só.

Todos os três haveriam de mudar certos conceitos sobre amor de acordo com o tempo.

James se descobrirá apaixonado.

Lily se descobrirá confusa, mas com um sentimento tão forte capaz de fazer seu coração doer.

Emily se descobrirá amando mais que sua personalidade permitia, mas não se sentirá amedrontada por isso.

Poder-se-ia dizer que os fatos acima ocorrerão em tempos e lugares diferentes, mas o tempo é algo engraçado e às vezes é preciso o local e hora certos para fazer acontecer.

-X-

Suas costas bateram no colchão em um som abafado.

Suas mãos passavam por costas nuas, as descendo de acordo com o nível de empolgação que crescia. Suas roupas se encontravam no chão e seus óculos jaziam na cabeceira ao lado da cama de qualquer jeito.

Ele a beijou no pescoço, sua mandíbula, seu lóbulo.

Uma mão desceu por seu peito nu, o arranhando levemente. Ele gemeu.

A ruiva sorriu e mordeu seu lábio inferior. Seus lábios foram capturados por ele e ambos se tornaram um, o suor se emaranhando entre lençóis e cabelos vermelhos. Ela sussurrou algo, e ele sussurrou de volta. Palavras sem nexo e murmúrios de prazer foram ditos no escuro, e ele não soube como ou por que, falara algo que não poderia ser dito.

– Lily... – sussurrou contra a pele exposta da mulher de cabelos acajus que ele notou, já tarde demais, não serem os que estava procurando.

Ela se afastou dele como se estivesse a queimando. Parecia magoada.

– Não. – respondeu. – Jennifer.

Ele pareceu embaraçado.

– Deus, me desculpe, eu... – balbuciou, mas no final não conseguiu formar uma desculpa plausível.

Ela apenas balançou a cabeça.

– Acho melhor você ir.

– Jennifer, me desculpe, eu não...

– James, vai embora, por favor. – respondeu sem olhá-lo nos olhos.

E recolhendo suas roupas, ele saiu porta afora.

Em momento algum se sentiu culpado.

-X-

Os olhos são a janela da alma, dissera o sábio Leonardo Da Vinci.

Essa simples frase resumira toda a situação. Era os olhos que demonstravam a paixão, o sentimento, o medo. Bastava um simples olhar para desvendar a personalidade de uma pessoa. Bastava um simples olhar para entender uma insinuação.

As mais lindas palavras de amor são ditas no silêncio de um olhar.

Às vezes, apenas um olhar era o que restava de uma memória distante.

E ali, encarando os grandes olhos assustados, ele teve certeza de seu propósito.

A garota chiou e uma lágrima escorreu por seu rosto. Com os pés e mãos amarrados, ela o olhava com súplica, se sacudindo na tentativa de se libertar das cordas.

– Quieta. – sussurrou ele com um sorriso doce. – Já estará livre.

E de certo modo, estaria.

-X-

Sentada no corredor vazio, ela tamborilava distraidamente seus dedos em seu copo de cappuccino. O dia estava claro, sem nenhuma nuvem no céu, e quase ninguém havia chegado ao prédio do Departamento de Crimes Violentos.

Ela observou o relógio.

05h23min da manhã.

Não soube ao certo o porquê de ter levantado tão cedo- duas horas adiantada de seu horário normal- e decidido ir diretamente ao trabalho. Ela poderia muito bem ter parado em uma cafeteria, sentado calmamente, lido um ou outro relatório e demorado o tempo que quisesse que mesmo assim não chegaria atrasada.

Ela poderia.

Ela só não o fazia.

E parando para pensar por um minuto, Lily Evans poderia ter feito muitas coisas que seriam melhores para seu âmbito tanto pessoal como profissional. Ela poderia ter salvado o irmão. Ela poderia não ter ido morar com a tia em Nova York. Ela poderia não ter fugido de casa e morado com Emily. Ela poderia ter desconfiado de Lucius Malfoy. Ela poderia não ter se iludido. Ela poderia não criar falsos sentimentos. Ela poderia não ser uma descontrolada que chora na frente de parceiros recém-chegados e quase comprometer não só um como dois casos.

Ela poderia simplesmente não ter agido por impulso e escondido as coisas de James.

Ela poderia não se atrair por ele.

Mas ela não o fazia. Não era por fraqueza nem nada, era fadiga. Estava cansada de tudo.

E observando as paredes já descascadas do corredor vazio, ouvindo os passos das pessoas chegando ao prédio e seus ''bons dias", ela teve a realização que de todas as coisas que poderia ter feito, ela não se arrependia de nenhuma relacionada a James Potter.

Mas se arrependia de ter chegado tão cedo.

– Evans. – uma voz a fez pular e ao olhar para o lado deparou com o olhar cansado e cabelos mais bagunçados que o normal de Potter. Ele não sorria e tinha olheiras profundas em volta dos olhos. Suas roupas amassadas e mal colocadas denunciavam uma noite mal dormida.

– Potter. – ela acenou e virou-se para frente novamente, encarando a parede.

– Sei que não me deve satisfações. Desculpe-me por ter perguntado daquele jeito sobre, você sabe... Remus.

Ela apenas balançou a cabeça novamente.

– Eu liguei para Sirius. – disse ele, também encarando a parede. – Para esclarecer as coisas.

– Você não tem o direito de envolver Sirius niss-

– Ele é meu melhor amigo. Tenho tanto direito de envolvê-lo nessa historia quanto você de ir para cama com Remus.

Lily o olhou, magoada. - Qual o seu problema, afinal? – murmurou. – Sério, que merda tem de errado com você?

James passou as mãos pelos cabelos e encostou sua testa nos joelhos.

– Eu não sei, eu... Droga, Lily, porque tem que exigir tanto das pessoas?

– Eu não exijo nada de ninguém.

– Sim, exige! – ele a olhou frustrado. – Será que não entende que me deixa magoado por ter mentido para mim? Alguém iria sair machucado de qualquer jeito, e mesmo esse alguém não ter sido eu, eu matei uma pessoa. Tem noção do peso da minha consciência? Tem noção sobre o que é ter que olhar na cara do seu melhor amigo e dizer "Ei, estamos sem leite. A propósito, matei sua prima." Não é humano não se importar. E eu percebi que antes de te conhecer eu não me sentia tão humano assim.

Ela o encarou sem respostas. James tomou isso como um incentivo.

– Toda essa sua história do seu irmão... Eu entendo. Sério, eu realmente entendo que não tem capacidade de confiar fácil em alguém, mas isso não quer dizer que deve comprometer sua carreira. Foi estupidez. Eu não tinha a menor ideia do que estava acontecendo, eu-

– Eu queria te proteger, só isso. – podia-se ouvir o burburinho de pessoas no prédio, mas o corredor estava vazio. – Eu não conhecia o John. Eu só o tinha visto uma ou duas vezes, e ele estava se preparando exclusivamente para essa missão. Não podia nos mandar as provas gradativamente, pois qualquer pessoa poderia entrar na casa dele e mexer em suas coisas, ele estava aberto à visitação. Ele se afundou naquele mundo, esse foi o trabalho dele. Então ele simplesmente deu um deslize, e o pendrive as provas, sua vida, foram tiradas, James. Sua vida. A pista de boliche era proposital. Eles sabiam que iríamos descobrir, então acharam um lugar publico para colocar os pedaços de John para nos dar um aviso. "Estamos de olho em tudo." Você acha que eu iria simplesmente te dar todas as informações possíveis para depois te pegarem, te torturarem e-

– Assim como fizeram como você? – dessa vez ele pareceu com raiva. – Porque, Lily? Porque tem esse senso protetor comigo, porque tem que se arriscar,arriscar tudo para me salvar? Não diga que faria isso com qualquer pessoa. Sabe que tem algo acontecendo aqui, e se você não sente nada, então é um caso perdido.

Ela o olhou nos olhos. Castanho no verde. Confusão e raiva.

– Eu não sei. – sussurrou. – Eu estou tão confusa, você me deixa confusa, James. Porque depois de todo esse tempo eu me senti segura e você era um estranho que havia conhecido havia um dia, eu simplesmente peguei meu carro e dirigi para onde você queria. Eu tenho essa coisa. De confiar muito rápido e depois me decepcionar, foi por isso que eu gritei com você, por isso falei sobre Remus, porque eu confio em você. E isso me assusta os diabos, James Potter. Eu não sei o que você faz comigo.

James deu um sorriso de lado.

– Você e suas maneiras de me fazerem calar a boca. – e se virou novamente para frente. Lily fez o mesmo.

O silencio caiu desconfortável e por minutos os dois permaneceram sentados, ouvindo o som de sapatos batendo contra o chão e cadeiras sendo arrastadas. O corredor continuava vazio.

– Eu tinha dezesseis. – falou finalmente Lily. – Quando eu e Remus-

– Não, Evans, não precisa se explicar eu—

– Eu não sei por que, sinto que te devo satisfação. – ela sorriu e o olhou. – Você e suas maneiras de me deixar confusa.

Ele apenas a encarou.

– Eu tinha esse namorado, o Todd.

– Todd, pffft. Que nome de marica.

– James, por favor. – disse num tom repreensivo, mas lutou contra um sorriso. – Então. Todd e eu namoramos por um ano, mais ou menos. Ele vivia dizendo que eu era linda, que me amava e que eu era tudo para ele. Nunca senti o mesmo. Mas ele era um cara legal, me tratava bem e eu não poderia ter alguém melhor.

– Poderia ter a mim.

James.

– Desculpe.

Ele deu um sorriso completo.

– Certo, ele era legal etc. etc.. Até que um dia eu o encontrei aos beijos com uma tal de Sheley Green e eu simplesmente desmoronei. Quer dizer, quem ele pensava que era para me trair com aquela loura oxigenada?

– São sempre as louras. – disse James. Lily o ignorou.

– E ele estava me pressionando algum tempo, dizia que um homem tinha suas necessidades e essas baboseiras, e eu estava pronta para abrir meu cadeado – James riu da expressão. – O filho da puta me apronta uma daquelas. E Remus,que ainda não sabia que era gay, me encontrou chorando numa sala de aula,ele também parecia um pouco abatido ( acho que ele havia visto Sirius dizendo que amava uma garota,sei lá) e me chamou para comer algo na casa dele. Não havia ninguém em casa, tinha um pouco de vodka, os hormônios falaram mais alto e o resto é história. Preferimos esquecer esse episódio irrelevante de nossas vidas e continuamos amigos. Sirius não se importou, ele entendeu. Afinal, ele já havia dormido com milhares de garotas antes,não poderia culpar Rem.

O silencio de instalou de novo e tudo o que James fazia era encará-la com aqueles olhos indecifráveis.

– Episódio irrelevante. – foi tudo o que ele disse. – Não foi irrelevante.

– Claro que foi, eu-

– Não foi, Lily. Se não fosse por isso, Remus não teria descoberto que era gay e nunca ficaria com Sirius.

Lily o encarou e sacudiu a cabeça.

– E olhe para mim, novamente me explicando. E eu não sei quase nada sobre você. Quem é você,James Potter?

Ele não respondeu e apenas a encarou. Eles ficaram em silencio por um minuto.

Ela franziu o nariz numa careta adorável. Céus, como James queria beijá-la.

– Não gosto de pensar que eu ocasionei o homossexualismo de alguém. Será que sou tão ruim de cama assim?

Ele chegou mais perto e ela pode sentir sua respiração bater em seu rosto. Café e menta.

– Tenho certeza absoluta que não. – respondeu James encostando seu nariz no dela.

Seus olhos se encontraram e Lily pode sentir sua pele arrepiar-se.

– James eu-

Mas foi interrompida, pois seus lábios haviam se grudado aos dele e ela automaticamente fechou os olhos porque Deus, ela era humana e já não era surpresa para ningué querer beija-lo. E parecia certo, tão certo, quando suas bocas se tocavam e o beijo se aprofundava... Era como um quebra-cabeça. Eles se encaixavam perfeitamente.

E quando finalmente se separaram, suas respirações estavam rápidas e nenhum dos dois soube o que fazer.

Até que finalmente James disse:

– Eu não sei o que faz comigo, Lily Evans. Só sei que eu... Eu realmente não sei de nada. Eu sinto algo forte por você, só não sei o que é.

– Eu estou confusa, James. Não posso simplesmente me jogar em algo assim. Não agora.

– Então – disse ele parecendo esperançoso. – Quer dizer que há uma chance?

– Estou dizendo que estou confusa.

Ele se virou para frente e pela terceira vez em dez minutos encarou a parede.

Ela continuou o observando.

– Ok?

– Ok.

-X-

Emily estava nervosa. Conseguir advogar em âmbito federal, principalmente no FBI, era algo que ela nunca se imaginou fazendo. E cada célula de seu corpo estava amando aquilo.

Seria difícil trabalhar no mesmo local que o bendito do seu namorado, ou sabe-se lá que ele era seu. Sabia que Lily eventualmente haveria de conhecê-lo, mas primeiro era preciso preparação, sabia que os dois não se davam muito bem. Por isso mandou que ele soltasse algumas dicas à amiga. Vai que ela entende?

Mas não era essa sua exata preocupação. Será que Lily aceitaria seu namoro com o dito cujo?

E quando a encontrou no corredor do prédio, a ruiva parecendo um tanto desconcentrada, não disse nada a respeito.

– Ei Em. – sorriu – O que faz aqui?

– Bom, era para ser surpresa... Eu vim fazer uma entrevista. Acabei de sair da sala de Dumbledore e adivinha quem é a nova advogada da seção criminal do Departamento?

A boca de Lily caiu.

– Não! – ela sorriu largamente e a abraçou – Meu Deus, Emily! Não acredito que vamos trabalhar juntas eu-

– Não exatamente juntas, no mesmo prédio.

– Não importa! – disse Lily – Agora só vai ser preciso eu subir dois andares para poder falar com você, não te ligar no horário certo porque seu chefe chato não permite telefonemas em horário de expediente.

Emily riu.

– Fique de olho nos rapazes daqui. – disse à Lily - quem sabe um não lhe da a pista do meu namorado secreto.

– Não seria mais fácil apenas me contar?

Emily franziu a testa.

– Não sei se vai gostar.

Lily lhe deu um olhar cético.

– O nome do meu namorado ultrassecreto é... tadadadadadammm...

– Fala logo Emily.

– James Potter!

Lily e encarou surpresa. Emily sorria de orelha a orelha.

– Ahn... Nossa que legal! – respondeu a ruiva dando um sorriso afetado. – Não sabia que estavam se dando tão bem.

– Bem, sabe como é... – mas foi interrompida por Lily que bateu em seu braço.

– Como. Pode. Sua. Cachorra. Sem. Limites. – exclamou enquanto espancava a então amiga,sua face se tornando vermelha e seus olhos cheios de lágrimas que ameaçavam derramar.

Emily nunca chegou a imaginar que Lily reagiria assim. Ela coraria, balbuciaria algumas palavras e então daria uma desculpa para ir embora. Nunca imaginara hipótese de ser espancada.

– Ei ei ei! Calma aí, gatinha! – Lily parou.

– Não é verdade. – disse Emily.

– Não? – murmurou a outra debilmente.

– Eu estava brincando, sua anta. Queria ver sua reação. – as duas se abraçaram. Emily podia jurar ouvir um suspiro de alívio vindo de Lily. – Nunca faria isso com você.

Lily a encarou.

– Me desculpe, Em! Eu... Não sei o que há comigo.

– Eu sei. – sorriu – Conversamos mais tarde. Você volta comigo? Quer sair?

Lily concordou. Afinal, estava sentindo falta das noites com Emily.

– Só mais uma coisa: - disse Emily – A inicial do sobrenome do tal namorado é S.

-X-

– Ei Lily. – dissera James levantando os olhos da tela do computador para encará-la. – Leia esses artigos.

Ela se levantou da cadeira e se pôs ao lado do parceiro, lendo atentamente a matéria.

– Mas... Isso pode ser assassinato em série. – falou.

– Exatamente. O... Paul Simpson diz na matéria-

– Ah, Simpson. Sempre o velho e estúpido Simpson.

– É aquele moreno metido a besta que acha que manda em todo mundo só porque é agente especial?

Lily concordou com a cabeça.

– Esse mesmo.

– Diz que "O FBI não tem dicas de quem pode ser o assassino, uma vez que o local não tinha nenhum tipo de vestígios.". – ele franziu a testa. – Isso é coisa de profissional. A não ser que tenham omitido informação, estamos lidando com alguém experiente,que já matou antes.

– Bem, - disse Lily – vamos investigar.

E quando foram em busca de Dumbledore acabaram por descobri-lo numa reunião sobre o assunto. Os dois entraram sem ao menos permissão e se sentaram junto ao grupo constituído pelos agentes Weasley, Snape, Simpson, Cavalcante e Smith. Eram muitos "S" para o gosto de Lily.

Todas as atenções foram dirigidas ao recém-chegados. Dumbledore,que falava a respeito do caso, interrompeu-se no meio de uma frase.

– Oh, não se preocupe conosco. – disse James. – Continue.

Todos na sala o encararam.

– Que eu me lembre – disse Simpson com tom de escárnio – os dois estão suspensos.

Lily sorriu.

– Que eu me lembre – falou ela - ninguém pediu sua opinião.

– Cuidado com sua língua, Evans, ou...

– Ou o que? – James se meteu – Vai obrigá-la a fazer relatórios? Você só está uma posição acima de nós, Simpson, não é nosso chefe. Só repassa as ordens dele.

– Ora, ora, Potter, mal chegou já quer mandar no pedaço! Escute aqui seu...

– Cavalheiros! – exclamou Dumbledore. – E dama. Por favor, estamos no meio de uma reunião importante. Agentes Potter e Evans queiram me convencer que sua participação na mesma é importante.

– Se me dão licença. – disse James. – A Evans é meio que muito foda. Isso é válido.

Dumbledore o encarou.

– Os dois estão suspensos até segunda ordem.

– Não me venha com essa, Albus – disse Lily parecendo um tanto zangada – Você mentiu para ele, sabe o que significa.

Ele sorriu minimamente.

– Certo. Mas sem gracinhas desta vez, Lily.

Lily sorriu. James a encarou e piscou. Ela piscou de volta.

Snape assistia a cena com o rosto sem expressão.

– Então – continuou o velho homem – Parece que estamos lidando com um assassinato em série. Duas mulheres foram encontradas mortas em duas semanas. Ambas com os olhos arrancados, os corpos limpos e nenhum vestígio de sangue ou digitais nos locais. Quero que se dividam em grupos e analisem cada um dos corpos, as circunstâncias dos locais, se deixaram passar alguma pista. Agente Evans,Potter, Simpson, quero os três como equipe no perfil psicológico. Estejam alertas se encontrarem um padrão, arrumem uma maneira de descobrir a próxima vítima. O resto da equipe comigo, o legista vai lhes mostrar os corpos e analisem da melhor maneira que puderem. Dispensar.

Albus saiu seguido pelos três agentes enquanto James, Lily e Simpson eram deixados para trás, um encarando ao outro.

– Certo... – falou Lily finalmente – Simpson, preciso de todos os arquivos do caso.

Ele piscou e a olhou desafiadoramente.

– Já dando ordens, hã? – olhou para James, se levantou da cadeira e ao sair, falou: - Cuidado com essa daí, cara. Tem cara de que gosta de mandar até na cama.

James olhou para Lily e levantou as sobrancelhas.

– Não. – disse Lily.

– O que? Eu não disse nada!

– Você ia perguntar se eu gostava mesmo de mandar na cama.

Ele sorriu.

– E gosta?

Ela sorriu de volta.

– Isso não é da sua conta.

– Ah, e Evans! – a cabeça de Simpson voltou a aparecer na porta. – Aquela sua amiga Gilbert é um pedaço de mau caminho... Poderia ajudar o seu querido chefe, o que acha?

James franziu o cenho.

– Não é meu chefe. – murmurou Lily – Agora vá buscar os arquivos, não tenho o dia todo.

Não pode ser. , pensou Lily, Será que... Não. Claro que não.

-X-

Era uma noite particularmente quente. Não que Nova York fosse uma cidade lá muito fria,mas para certas épocas do ano o calor é simplesmente demais.

Enquanto esperava por Lily e Emily – que o haviam convidado para um bar perto da casa de Lily,o convite vindo mais de Emily do que da outra – sentado no balcão, ele tentava realmente colocar sua cabeça no lugar.

Não deveria ter ligado para Sirius. Lily e Remus tiveram um envolvimento passado,mas ele não tivera o direito de se meter. Era só que a simples ideia de imaginá-la com outro homem...

Ele estava ficando louco.

Sim, completamente maluco. Quem se importa se Lily Evans havia transado com seu melhor amigo? Quem se importa se ela arriscara a pele para – mesmo que de modo estúpido – protegê-lo? Quem se importa se ela era dona dos olhos mais bonitos que ele já vira? Quem se importa se o beijo dela era algo tóxico?

Obviamente, ele se importava.

Ele sentia algo pela ruiva, disso não tinha dúvidas. Ele não soube como, mas aquela conversa que haviam tido mais cedo, o beijo trocado, tudo fez com que ele se sentisse ainda mais inseguro.

E se ela não sentisse o mesmo? Dizia estar confusa. E se no final das contas nada der certo?

James preferiu não pensar nessa possibilidade.

Viu Lily e a amiga entrarem e acenou para as duas.

– Olá jovens damas. – brincou fazendo uma reverência exagerada. – Estão especialmente adoráveis.

Lily sorriu e revirou os olhos. Emily apenas observou com um olhar divertido.

– Olá nobre cavalheiro. – disse a primeira – Se importa se nos juntarmos à sua conversa extremamente interessante com o universo?

– Ora, será uma honra. – ele puxou uma cadeia e Lily se sentou, agradecendo. – Principalmente tendo uma jovem tão atraente ao meu lado.

Emily fingiu vomitar.

– Arrumem um quarto. – resmungou, mas não conteve um sorriso ao ver Lily corar.

– Por mim tudo bem- Ouch Lily! – exclamou quando Lily bateu com força na sua cabeça. – Pode não saber, mas é incrivelmente forte, até para uma mulher.

Lily cerrou os olhos.

Emily observava tudo com interesse.

– Sabe o que os dois parecem? Um casal de velhos.

James sorriu.

– E sabe o que você parece? – perguntou num tom de conspiração. – Uma velha. Sério, Evans, quando conheci sua amiga aqui ela parecia ser uma pessoa animada, agora tudo o que sai da boca dela são reclamações.

Lily riu.

– Com um tempo você acostuma. Ela está assim por que ainda está brava com o namorado.

– Oh, você tem um namorado? – James pareceu desapontado. – Uma pena.

– Cuidado com a língua, Potter. Não sou Lily para ficar me cantando descaradamente,ao contrário dela, eu não gosto disso.

– Ei! – disse a ruiva. – Não desconte a raiva que tem pelo Simpson em mim...

Emily arregalou os olhos.

– Simpson? O que...

– Com licença. – uma voz masculina os interrompeu. O homem olhou para Lily e sorriu. Ele parecia familiar. – Eu te conheço de algum lugar?

Emily viu James ficar carrancudo de um segundo para outro.

– Ahn,acho que não... – murmurou. Porque aqueles olhos lhe pareciam tão familiar?

– Me desculpe. – falou o homem. – Eu realmente pensei que te conhecia. Está acompanhada?

– Não. – respondeu ao mesmo tempo em que James soltou um "Sim." ameaçador. Lily os fuzilou com os olhos.

– Não. – disse mais uma vez.

James a encarou. Não acreditava no que estava vendo.

– Por acaso já morou na Inglaterra? – perguntou ela.

– Não, moro aqui desde que nasci. Sou Mark. – ele sorriu e lhe estendeu a mão. Lily a apertou. – Prazer te conhecer.

– Sou Lily. Esses são James e Emily.

Mark passou a mão nos cabelos cacheados, parecendo envergonhado.

– Desculpe a intromissão. Prazer conhecê-los.

– O prazer foi nosso. – respondeu Lily e o cara se foi.

– Fale por você. – murmurou James rabugento.

Emily lhe sorriu.

– Agora você parece um velho.

Lily se virou para James parecendo zangada.

– Porque foi tão rude?

– Estava na cara que ele não te conhecia, só queria uma desculpa para vir falar com você!

– E daí? O que tem a ver com isso,Potter?

– O que eu tenho a ver com isso? Droga, Evans, porque tem que ser tão cabeça dura?

– Eu não sou cabeça dura! Você que é-

– EI! – exclamou Emily, chamando atenção de não só James e Lily, mas de metade do bar. – Qual o problema de vocês? Só resolvam logo isso,pelo amor de Deus!

Os silencio se instalou incomodo entre os três. Nenhum se atreveu a dizer algo,apenas encararam um ao outro.

– Se Lily não fosse tão teimosa – disse James – não estaríamos discutindo, e sim num quarto.

A boca de Lily despencou.

– Cuidado com o que fala Potter, não sou nenhuma das suas vadias.

Ele estava prestes a responder quando seu celular tocou.

– Agente Potter. – disse a voz de Dumbledore do outro lado da linha. – Quero você e Evans aqui imediatamente. Houve outro assassinato.



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Notas finais do capítulo

Ehehheheheheheeheehehehhhe
Vocês pensaram que a Lily e o James iriam pra cama juntos né? Opa.
Não fiquem confusos quanto aos assassinatos,gradativamente vai se encaixando.
Não sei se o Departamento tem realmente advogados na área,mas eu tinha de introduzir Emily mais um pouco na historia.
Mas entãaaao o que acharam?
Lily não devia satisfações a James? Ele foi um babaca? Ela foi idiota? Os dois deveriam ter se pegado mais? Espero não ter desapontado vocês,mas eu realmente precisava ganhar tempo e a fic se prolongou mais do que eu imaginava. Ainda teremos uns três ou quatro capítulos restantes, e a Lily ainda não está exatamente pronta pra dizer ao James o que ela sente.
PRÓXIMO CAPITULO QUANDO COMPLETAR 45 REVIEWS!
Beijoss