Cinzas do Crepúsculo escrita por Lady Slytherin


Capítulo 4
O Menino que Sabia


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei. Estou adquirindo o hábito de postar a fanfic em inglês primeiro, para ver se está tudo bem com o capítulo antes de postar para vocês.
Sabe por que eu estou feliz hoje? Porque no último capítulo eu consegui VINTE reviews! Vamos comemorar!
Eis teu capítulo, cara leitora.



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CAPÍTULO 4

THE BOY WHO KNEW

O sexto andar era o completo oposto dos outros cinco. Era empoeirado e parecia fazer séculos que alguém havia estado lá. Pilhas de papel ocupavam a grande sala, e depois de várias tentativas para abrir a porta, quando conseguiu entrar Harry não sabia onde começar a procurar.

Usando pura lógica, ele assumiu que os arquivos mais antigos estavam na parte de trás, e Harry usou seu pequeno corpo para deslizar entre as pilhas de arquivos até achar o mais velho deles. Ele olhou a 1887.

Harry deslizou seus dedos através dos arquivos até achar 1984, de quando datava a primeira nota que ele havia achado. A partir daquela data, o número de órfãos cresceu muito, e Harry se perguntou como tantos pais haviam morrido de repente.

Depois de alguns momentos, Harry localizou a letra R de Riddle. Tom! Tom era o nome do menino misterioso com poderes. Tom Marvolo Riddle. Porém, antes que ele pudesse celebrar sua vitória, Harry ouviu passos e rapidamente se escondeu atrás de uma grande caixa.

As luzes se acenderam e Harry olhou para ver quem era o intruso. Era Sra. Swass, e ela olhou ao redor da sala como se estivesse procurando por alguém. Harry segurou sua respiração e esperou Sra. Swass ir embora, mas ela não mostrava sinais de querer sair de lá logo. De fato, ela estava indo para cada vez mais perto de Harry, e o menino começou a se preocupar. O sexto andar era fora dos limites para qualquer órfão. E se ele fosse pego?

“Eu sei que tem alguém aqui” ela disse, começando a olhar atrás das caixas mais próxima. “E eu não vou sair até te achar.”

Harry começou a tremer, e o arquivo de Tom Riddle caiu de suas mãos. Sra. Swass imediatamente pulou e olhou para onde Harry estava escondido. O coração do menino parecia prestes a sair do peito. Ele seria capturado, e no fim do mês ele não ficaria com os outros meninos para ser adotado.

Tudo o que ele queria era sair de lá. E então aconteceu. Ele sentiu como se ele estivesse sendo espremido em um tubo apertado e ao mesmo tempo, espalhado ao redor do universo. Harry queria abrir seus braços e gritar em alegria, mas descobriu que seus lábios estavam selados. E, tão rápido como começou, acabou.

Harry, ouvindo os repentinos sons, abriu seus olhos (que haviam se fechado junto com os lábios) e viu que ele não estava mais no sexto andar. O menino estava no gramado do orfanato, contra uma das paredes. Alguns metros longe dele, crianças mais novas brincavam de roda.

“Harry!” gritou Sra. Hudges, correndo para o menino. Harry temeu por um momento que ela havia visto o que tinha acontecido, mas ela parecia brava por outra razão. “Você deveria estar na escola! Você não está doente, está?”

“Não, senhora Hudges.”

“E por que não está na escola?”

Harry mordeu seu lábio inferior. O que ele deveria dizer? Faltar da escola era tão proibido quanto ir ao sexto andar.

“Eu estava na biblioteca” mentiu, olhando para seus pés como se sentisse culpa. Perder um dia de escola não iria fazer falta. A classe ainda estava aperfeiçoando a leitura, enquanto Harry já lia livros (e notas e arquivos) sem maiores problemas. “Eu sinto muito, senhora Hudges.”

“Bem, então se esconda em seu quarto” ordenou, apontando para a porta. “E não saia de lá!”

Harry correu para a porta, reconhecendo uma oportunidade quando ele via uma, e quando viu uma oportunidade de não ficar descalço em pedras, ele a pegou.

Foi apenas quando Harry chegou no quarto e começou a ler as notas que ele percebeu que em sua pressa para sair, Harry havia esquecido os arquivos de Tom Riddle no sexto andar. Ele queria bater sua cabeça contra a parede – Harry quase havia sido pego, e os arquivos ainda estavam lá.

Ele sabia que nada poderia ser feito agora com Sra. Swass vigiando o sexto andar com olhos de água. Ela havia ouvido Harry, e se ela achasse o arquivo de Riddle, ela saberia que Harry era o intruso.

Decidindo que a melhor opção seria voltar para o sexto andar quando todos estavam dormindo, Harry pegou uma folha de papel e começou a escrever suas próprias notas.

“Meu nome é Harry. Tenho sete anos, e não sei o que aconteceu comigo. Coisas estranhas acontecem comigo, e como Tom Riddle, eu quero vingança de quem fez minha infância um inferno.”

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O relógio anunciou que era meia noite quando Harry se levantou e foi para o sexto andar. As escadas rangiam a cada passo dado, e na opinião de Harry chegar no sótão levou séculos.

“Maravilhoso, Harry” ele murmurou, vendo que a porta estava trancada novamente. “Você deixou Sra. Swass paranoica.”

Levou quase dez minutos para Harry controlar sua magia o suficiente para abrir a porta, com muita concentração e força de vontade. Quando a porta se abriu, Harry imediatamente correu para onde os arquivos de Tom Riddle estavam, ou melhor, deveriam estar.

Sra. Swass estava com os arquivos.

“Lumos!” ordenou, e depois de duas tentativas a pequena bola de luz apareceu no topo dos dedos de Harry. Com a luz, Harry procurou pela sala, e meia hora depois, ele finalmente admitiu para si mesmo que os arquivos não estavam mais lá.

Aquilo não o impediu de permanecer no sexto andar. Harry extinguiu a luz e foi para os dormitórios dos empregados. Ele respirou profundamente. O terceiro quarto tinha o mesmo cheiro doce de Sra. Swass, e Harry apenas encarou a porta, que se abriu com um click.

Os arquivos estavam na mesa de Sra. Swass, e Harry correu para pegá-los. Depois de garantir que Sra. Swass estava dormindo, ele trancou a porta e desceu as escadas com o mesmo cuidado com a qual ele as subiu.

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Harry deixou escapar um suspiro de alívio quando ele chegou no quarto 27-B. O sono o compelia a ir para cama, mas usando o feitiço de luz outra vez, ele leu o que diziam os arquivos:

1927: Bebê exemplar. Não chora e apresenta desenvolvimento avançado.

1928: Sr. Riddle está começando a falar.

1929: Frases complexas perfeitamente ditas.

1930: Ele não brinca com outras crianças. Isso não afeta sua inteligência.

1931: Apesar da beleza, Sr. Riddle não atrai a atenção dos pais. Ele não mostra desejo de ser adotado.

1932: Sr. Riddle se destaca em todas as classes. Ele parece carregar grande raiva contra os estudantes.

1933: Coisas estranhas começaram a acontecer ao arredor de Sr. Riddle. As crianças começaram a evitá-lo.

1934: Sr. Riddle não é mais bem vindo na igreja após queimar uma cruz. Sua única fonte de entretenimento são livros.

1935: Tentamos convencer um hospital psiquiátrico a levá-lo, mas eles dizem que ele é jovem demais.

1936: Depois de se encontrar com Sr. Riddle na praia, Amy Benson e Dennis Bishop ficaram traumatizados. Sr. Riddle nega envolvimento.

1937: Outro hospital psiquiátrico o recusou. Eles não conseguiram explicar as coisas que acontecem com ele.

1938: Um senhor chamado Dumbledore está levando Sr. Riddle para um orfanato chamado Hogwarts na Escócia.

Harry parou de ler ao ver o nome Dumbledore. Por que aquele nome soava tão familiar? Ele já havia ouvido aquele nome antes, assim como Hogwarts, mas quando ele tentava pensar sobre isso, sua mente ficava em branco.

Ele fechou os olhos e se concentrou naqueles nomes. E foi assim que ele assistiu a cena se desenrolar aos seus olhos:

Neve caía do lado de fora da mansão dos Potters. Eles haviam acabado de se mudar, depois de concordarem que a casa em Godric’s Hollow trazia muitas memórias ruins, e aquele era o primeiro natal que eles celebravam na nova casa.

Os meninos estavam sentados lado a lado debaixo da árvore de natal cujas pontas brilhavam magicamente. Neve falsa caía das paredes, para a diversão dos gêmeos. Os presentes flutuavam acima das mãos dos dois, para que não abrissem antes da hora.

Sirius e James estavam conversando animadamente no sofá, lendo o velho caderno de Remus, onde ele escrevia todas as pegadinhas dos meninos. Lily estava cozinhando café da manhã, e Remus lia um livro perto da janela. Cada um deles fazia o que os deixava confortável, mesmo se isso significasse manter distância um dos outros.

“Tudo bem!” disse Lily, voltando da cozinha com um imenso sorriso na face. Ela sentou perto dos meninos e com um movimento de varinha, ela fez o maior presente cair na frente de Nick. “Vamos começar. Abra, querido!” encorajou, empurrando o presente para mais perto do bebê.

Nick rasgou a embalagem para achar um dragão vermelho que voou ao redor da sala soltando fogo falso da boca. Nick gargalhou, deliciado com o presente, e começou a perseguir o dragão. Seria um bom substituto para o pomo, Lily havia decidido, determinada a não criar um herói louco por Quadribol.

James então derrubou o presente de Harry. Pela embalagem, não levou muito tempo para descobrir o que era: Uma goles, facilmente reconhecida como uma cópia. Depois de questionados por Remus, os Potter admitiram que quase todo o dinheiro estava sendo investido na educação especial de Nick, e eles não viam razão para comprar um presente caro para Harry. Em qualquer caso, eles explicaram, os gêmeos poderiam compartilhar.

A memória acabou e Harry se viu novamente na cama. Pela primeira vez em semanas, sua face se contorceu em um sorriso feliz, um sorriso infantil. Ele... Não levou muito tempo para ligar os pontos. Se sua família estava na mansão dos Potter, ele era um Potter. O homem parecido com ele foi chamado de James, seu irmãozinho se chamava Nick e a única ruiva da sala era chamada de Lily. Padfoot era seu tio, mas Harry parecia gostar mesmo era de Remus. A risada alta de Padfoot o irritava, Harry preferia o silêncio do tio.

Sua cabeça bateu no travesseiro e Harry encarou a parede branca. Ele, por algum tempo, tinha tido uma casa. Uma família. Harry não era mais um Zé Ninguém, ele costumava pertencer a uma família boa, que tinha dinheiro e era feliz.

Harry mal teve tempo de explorar a memória. O sono, misturado com a magia usada para desbloquear o feitiço e as emoções que corriam pelo corpo de Harry o compeliram a fechar os olhos.

Naquela noite, porém, seus sonhos não foram repletos de escuridão. Ele teve um sonho tão vívido, e de uma estranha maneira que fazia tanto sentido que Harry percebeu não se tratar de um sonho, e sim de uma outra memória.

Harry e Nick voavam em vassouras atrás de um pomo. Haviam feitiços ao redor do campo de Quadribol que impedia a pequena bola de ir muito longe ou muito rápido. Harry estava especialmente animado porque aquela era a primeira vez que ele havia sido convidado para brincar com seu irmão. Depois de uma corrida acirrada, Harry pegou o pomo pulando da vassoura para capturar a bola dourada.

“Não é justo!” gritou Nick, jogando a vassoura para longe (ou tão longe quanto alguém de três anos podia jogar) e correndo para Harry com os punhos fechados. “O pomo é MEU!”

Os dois caíram rolando na grama em uma luta com socos, chutes de arranhões que só durou um momento, porque Harry percebeu que ele não poderia ganhar a luta. Ainda assim, ele levou mais um chute antes de Nick correr para o pai, soluçando. “Papai...”

“Harry, dê o pomo para Nick” ordenou James, sua voz forte e clara. As mãos de Harry se apertaram ao redor do pomo, querendo esmagá-lo para que não houvesse uma luta, mas James agarrou sua mão e abriu seus dedos até ele pegar a pequena bola.

“Aqui, querido” disse James com uma voz suave, dando o objeto para Nick como se ele merecesse o prêmio.

É claro! Naquele dia, depois de uma discussão, foi decidido que Harry não iria mais compartilhar o quarto com seu irmão. Ele foi movido para o menor quarto da casa, porque seus pais decidiram que ele não precisava de muito espaço, e depois disso Harry começou a conversar menos e menos com o irmão.

_

Harry tinha voltado da escola e estava indo para o quarto deixar sua mochila quando precisou se apoiar para não cair. Ele havia sido atingido por forte tontura, se sua visão pareceu mexer as cores que ele enxergava até que a cena que estava na frente dele não era mais a do orfanato.

Eles estavam na casa de McGonagall, sentados em uma longa mesa. Haviam cerca de vinte membros, todos em silêncio. Naquele dia completava um ano que os Longbottoms haviam sido torturados até a loucura. O filho deles apenas não foi outra vítima porque ele estava na casa da avó quando o ataque aconteceu. 

“Obrigado por virem” disse Dumbledore, depois de exatamente um minuto. Ele olhou para a face de todos antes de dizer as novidades: “Tenho boas notícias, apesar da horrível data. O julgamento de Barty Crouch Junior foi adiado, e a sentença foi dada: Ele ficará em Azkaban pelo resto da vida.”

James e Sirius trocaram um olhar e começaram a bater altas palmas. Sirius, que tinha ajudado na investigação, parecia especialmente feliz com as notícias. Mais do que ele deveria. Sirius parecia prestes e subir na mesa e dançar para celebrar.

O foco do encontro permaneceu em prisões, e a Ordem da Fênix depois de um pouco mais de uma hora começou a desaparatar.

“Todos prontos?” checou James, segurando o bebê ruivo em seus braços o mais apertado de podia. Ele nem queria pensar no que poderia acontecer se ele soltasse o bebê durante uma aparatação. “Vamos!”

Com pops, todos desapareceram, deixando um menino de três anos sozinho, porque ninguém havia notado que ele tinha caído no sono no chão.

E Harry percebeu que sim, ele se lembrava daquilo. Ele havia acordado algumas horas depois por McGonagall, que grunhia sobre pais estúpidos que haviam esquecido seu próprio filho em uma reunião. Moony foi quem o levou para casa; anos depois Harry descobriria que seus pais haviam levado Nick para o Beco Diagonal e não haviam dado falta de Harry.

Ele sentiu alguém grande e pesado trombar nele, e ao ouvir o resmungo, Harry amaldiçoou sua sorte. O máximo que ele conseguia eram dois dias sem ele, tempo suficiente para curar as feridas físicas mas não o medo que se agravava cada vez mais em sua mente.

“Você não presta” sussurrou John cruelmente, levantando Harry pelo colar da camiseta e encarando o menino mais novo. “Não consegue nem ficar longe de problemas.”

Harry permaneceu calado, sabendo que qualquer palavra que dissesse representaria mais socos para ele. Quando terminou o pensamento, um punho atingiu o seu nariz e sangue começou a escorrer. Quebrado, sem dúvida. Harry havia perdido as contas de quantas vezes alguma parte de seu corpo fora quebrada.

“Além de não prestar para nada, ainda é uma aberração” continuou John, pressionando sua mão contra a garganta de Harry. “Eles deveriam te queimar.”

O menino fechou os olhos, tentando se convencer de que tudo aquilo era um sonho e que ele acordaria e tudo ficaria bem. Apesar disso ele sabia que não havia como escapar disso, a tortura só acabaria quando John ficasse satisfeito.

A cabeça de Harry pulsava com dor. Pelo menos, ele pensou, os golpes de John estavam ficando mais fracos e espaçados. Ele estava ficando cansado, o que significava que estava quase acabando.

Harry já sentia as bordas de sua visão se tornando negras com a perda de sangue quando John riu, dando mais um chute no menino. “Nada que você faça vai te ajudar!” Ele fez uma pausa, e depois de alguns segundos de pensamento, ele adicionou: “Mas onde está a graça de acabar com você agora? Não vá para a enfermaria. Logo eu acabarei o serviço.”

John saiu, deixando Harry sozinho. O menino mais novo tentou se levantar, apenas para perceber que ele não podia se mover. Qualquer movimento, mesmo respirar, fazia com que ele mordesse sua língua para não gritar de dor.

Ele fechou seus olhos para impedir as lágrimas de caírem. Não por causa da dor que sentia, ele havia aprendido meses atrás que chorar não aliviava a dor, mas por causa da humilhação de ser atacado por um trouxa, e não poder se defender, porque ao contrário dos pais, ele ainda não sabia usar magia para fazer o que quisesse.

Mesmo no meio de tanta dor, Harry conseguiu sorrir. Ele estava reconhecendo os efeitos de uma memória vindo, e ele sabia que aquela era a única coisa que poderia alegrá-lo naquele momento.

“Você viu o que você fez?” rosnou James, puxando Harry pela manga da camiseta até uma janela quebrada com vista para o campo de Quadribol que eles tinham atrás da casa. “Vê? E olhe onde o vidro quebrado caiu!” com um empurrão, metade de Harry estava fora da casa, e ele podia ver vidro quebrado ao redor da porta.

Ele não sabia por que estava sendo punido. O vidro foi quebrando com um grito de raiva vindo de Harry, porque ele não conseguia fazer o feitiço “Wingardium Leviosa” e levitar uma pena de coruja. Ele tinha ficado tão animado pela demonstração de magia que correu para contar para seu pai. O resultado não foi o esperado: Depois de um beliscão de James e um tapa de Lily, ele foi trancado em seu quarto sem jantar. Antes de James trancar a porta, ele disse algo que ficou na mente de Harry por semanas:

“Não consigo acreditar que tive um filho tão estúpido como você.”


_

É fácil machucar outras pessoas, Tom Riddle tinha escrito em uma página amarela com a letra de uma criança de seis anos. Apenas se foque em alguém e deseje que ela sinta dor.

Harry olhou pela janela e viu John. Rapidamente ele desceu as escadas, pronto para “fazer as pazes” com o menino mais velho.

“John” cumprimentou Harry com um sorriso frio. John não poupou um segundo olhar para Harry, apenas continuou a chutar a bola de futebol contra a parede. “John!” repetiu Harry, dessa vez mais alto. Quando não houve resposta, ele focou no pescoço de John e, alguns minutos depois, o menino mais velho pulou, colocando a mão onde Harry estava encarando e se perguntando por que parecia que ele havia acabado de ser picado por uma abelha.

“O que você quer?” John finalmente perguntou, massageando o pescoço que se avermelhava. Ele parecia furioso por ter sido interrompido.

“Conversar.” Disse Harry simplesmente, sentando-se na grama e encarando John com frios olhos verdes.

“Eu não tenho nada a falar com você” replicou John, voltando a chutar a bola contra a parede.

Harry estreitou os olhos e encarou a bola. Um momento depois ela explodiu, e John se virou para Harry pronto para ensinar ao menino mais novo uma lição.

“Eu não faria isso se fosse você...” brincou Harry, notando os punhos de John. Ele estava pronto para fazer o menino mais velho e as outras crianças pagarem.

“E o que você pode fazer para me impedir?” retrucou John estalando os dedos.

Harry sorriu friamente. Aquela era a resposta que ele estava esperando.

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À tarde, John foi encontrado rastejando por uma menina mais nova. A enfermeira veio e viu o problema: Os ossos do braço direito do menino haviam sido esmagados, e suas pernas haviam sido quebradas em três lugares.

Pobre garoto!, ela pensou ao ouvir as coisas malucas que John dizia, provavelmente devido a dor.

Ninguém notou Harry, que assistia o atendimento da janela do quarto com um olhar satisfeito no rosto.


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Notas finais do capítulo

Haha, as coisas ficam mais legais agora. O capítulo 5 é um dos meus favoritos, e eu quero postá-lo no final de semana. Eu quero manter a margem de vinte reviews, ok?
Obrigada a todos que comentaram. Me desculpem pela demora. Já estou escrevendo o capítulo 11, para a felicidade de vocês.
Beijos,
Ana Black.