Cinzas do Crepúsculo escrita por Lady Slytherin


Capítulo 35
Hit...


Notas iniciais do capítulo

Chegamos aos 1200 reviews o/
Postando mais cedo hoje para não deixar de postar. Os reviews do capítulo passado serão lidos e respondidos até amanhã.
Esse capítulo é grande, tem ação e conteúdo. Aposto que vão gostar de uma coisinha que está nele ;)



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CAPÍTULO 35

HIT...

Regulus Black caminhava pela mansão, esperando para ser chamado ao quarto usado pelo Lorde das Trevas quando o mesmo se hospedava lá para garantir que o ataque e defesa dos comensais da morte permanecessem impecáveis. Principalmente naqueles dias, pensou ele distraidamente colocando o cabelo para trás, um hábito que havia adquirido do aprendiz, que por sua vez se inspirava no pai biológico ao fazê-lo. As coisas só iriam piorar.

Só uma criança, repetiu Regulus, Revan era só uma criança, poderoso, talvez, mas que tipo de criança usa três nomes diferentes para iniciar uma guerra? Era possível notar o quanto o garoto crescia cada vez que se encontravam. Quanto ele estava medindo agora, uns dois centímetros desde que se viram no Natal? Já estavam quase da mesma altura. Ainda assim, na mente de Regulus o herdeiro tinha apenas cinco anos, uma coisinha assustada pedindo permissão para fazer até mesmo as mais simples coisas.

Não mais uma criança.

Ele se arrepiou até os ossos quando ouviu a voz do seu mestre. Se possível, Voldemort estava mais frio e calculista do que antes. Explosivo, também. Um comensal havia sido vítima do seu Crucio alguns dias atrás e ainda lutava para se recuperar. Sem demora, Regulus entrou no quarto mais belo da casa, com móveis em preto e pequenos detalhes feitos de esmeraldas.

“Meu lorde.” Ele se ajoelhou.

“O garoto respondeu sua mensagem” informou Voldemort secamente, lhe lançando um pergaminho no ar. Da janela, o corvo Eyphah observava os dois. Sim, Eyphah grasnou. Sim.

Regulus, ainda ajoelhado, pegou o pergaminho e leu, sua cabeça abaixada:

Caro RAB,

A tarefa de casa já está toda feita, não se preocupe. Espero te ver logo.

Outro RAB.

“Levante-se. Pare de agir como se fosse estúpido. Já tenho estúpidos demais aqui.”

Regulus engoliu em seco, se levantando. “Meu lorde.”

“Já chega disso” rosnou Voldemort. “Você sabe como serão as coisas. É o único além de mim que sabe o que planejamos. Escolha seus lutadores, e escolha rápido. Na primeira noite nublada que tivermos, realizaremos o plano.”

“Meu... Sim, senhor.”

Nagini sibilou algo para o Lorde das Trevas. Ele riu, divertido, dando uma resposta similar e indicando a porta para o servo. Mais do que os outros, ele precisava se preparar, afinal não era todo dia que uma pessoa tão poderosa quanto ele revela seu retorno.

_

“É Black, é Black, é Revan Black para SLYTHERIN!” berrou Lee Jordan quando os dedos de Revan se enroscaram ao pomo de ouro. A multidão verde, sempre tão quieta, estava de pé e rugia, lançando fogos de artifício no ar. O ar parecia vibrar ao redor deles.

Uma partida contra Hufflepuff não costumava atrair muita atenção, até que Revan entrou no time. Eram poucas as garotas que resistiam ao seu charme. O menino mais belo do terceiro ano, diziam elas. Havia Draco Malfoy, sua beleza delicada vinda de traços germânicos, e Nicholas Potter, a quem ninguém recusava ajudar, na esperança de vê-lo dar seu sorriso brilhante e colocar o cabelo desarrumado atrás da orelha, mas Revan... Revan era apenas o tipo de cara que qualquer um iria confiar. Desde que se destacara em todas as matérias no começo daquele ano, os olhos de todos estavam nele, tentando planejar seu próximo passo.

Isto é, até que ele te encarasse com seus magníficos olhos verdes, tão semelhantes a uma Maldição da Morte, quase de fato sendo capazes de fazer uma jovem morrer com seu olhar. Você esqueceria de todos os seus planos depois de tal olhar. E seu cabelo... Os dedos das meninas coçavam para tocar naqueles cachos.

Montague se aproximou dele, suor escorrendo pelo rosto do moreno. “Bom trabalho, Black. Mais uma vez você acabou com o nome de Nicholas Potter.”

Revan piscou. “Potter? Você quer dizer Diggory.”

“Não. Diggory ganhou de Potter na partida de Gryffindor contra Hufflepuff, e você ganhou de Diggory. Pensando assim, Slytherin tem um apanhador duas vezes melhor do que o time de Gryffindor. Mesmo assim, você poderia ter pego o pomo mais rapidamente.”

“Eu... Montague, a partida durou treze minutos!”

“Poderia ter durado três” cuspiu o capitão.

O herdeiro Black cerrou os olhos. “Qual é o problema com você? Anda mais nervoso do que o habitual.”

“Você não sabe de nada, Black. Volte com seus amiguinhos, gente grande tem coisas importantes para fazer” anunciou Montague, se exibindo. “Aposto que não tem ideia do que vai acontecer.”

Àquele ponto, o jovem já via vermelho. Junte o stress do jogo com o stress do ataque, ele já estava uma pilha de nervos. Revan daria uma bolsa de galeões para poder ser deixado em paz por alguns dias. Morsmordre, pensou, sentindo sua face queimar. Por garantia, jogou o capuz por cima da face, mais para dar um efeito de filme de terror.

Montague prendeu a respiração, dando um passo para trás.

“Pois é. Fique sabendo que o menininho aqui tem um exército. Saiba que com um estalar de dedos, faço seu pai tirar a gravata, a pendurar no teto e se enforcar. Posso armar um ataque contra você e fazer parecer um acidente. Sei como derrubar você do ar. Algumas palavras e um movimento de varinha, mortos se levantarão das covas. Então não mexa comigo!”

No instante seguinte, a imensa marca negra havia desaparecido de sua face. Revan agora carregava um ar quase infantil. “Entendido? Melhor nós irmos. Parece que essa noite vai ser nublada.”

Se virando, o menino caminhou tranquilamente para o vestiário, tirando o uniforme e tomando uma ducha gelada.

Naquela noite, o trio de ouro se encontrou:

“Hey cara, você viu? Estamos em segundo lugar!” Pela expressão de Ron, aquilo poderia ser considerado uma coisa terrível demais para estar acontecendo. “E Hufflepuff está só dez pontos atrás de nós! Seguido de Ravenclaw, por vinte! Cara, se perdermos o jogo contra Ravenclaw e Hufflepuff ganhar das águias, ficamos em último! Último!”

Nicholas revirou os olhos e terminou de ajeitar as vestes, partindo então para a tentativa diária de domar seu cabelo ruivo. “Cale a boca. É claro que vamos ganhar de Ravenclaw. Cho Chang pode ter peitos enormes, mas não fica bem em uma vassoura. Comigo como apanhador, todas as expectativas estão em nós.”

“Mas a copa, precisamos ganhar de muito!” insistiu Ron, escolhendo suas melhores vestes de segunda mão. “Duzentos e dez pontos não são marcados do nada, e do jeito que Katie Bell está olhando para Black toda vez que ele passa, ela pode muito bem perder a goles enquanto enxuga a baba!”

Hermione estava abrindo a boca para reclamar quando o sinal de alerta começou.

Gritos foram ouvidos na Sala Comunal, e os mais novos correram para os dormitórios, procurando o refúgio dos seus cobertores e das alas que deveriam protege-los de intrusos. Ron fez menção de segui-los, ficando parado apenas pelo fato de que Hermione lhe dava seu olhar mais mandão para ficar parado.

“Todos para os dormitórios!” berrou McGonagall, entrando abruptamente. Sua varinha estava sacada. Para os olhos mais atentos, era possível ver que a bruxa carregava uma segunda varinha oculta nas vestes. De repente todos perceberam por que ninguém nunca fazia piadas de qualquer tipo sobre ela. McGonagall carregava um olhar feroz, seus olhos verdes brilhando com raiva e nervosismo. “Agora!”

“Professora!” chamou Nicholas, se levantando. “O que está acontecendo?”

Ela cuspiu as palavras: “Neo comensais, vinte ou trinta deles, entrando pela Floresta Proibida. Você não é uma exceção, Potter! Já para o dormitório!”

“Mas eu posso ajudar! Todos nós podemos!”

“De jeito nenhum, quase tivemos que fechar a escola ano passado por causa dos estudantes mortos, um ataque... Não! Potter, volte aqui! E você, senhor Weasley! Senhorita Granger! Todos vocês, para dentro...”

Tarde demais. Com o trio, uma dúzia de estudantes saíram pelo quadro da Madame Gorda, prontos para lutar.

_

Nemesis caminhava de um lado para o outro, oculto pelas trevas nas arquibancadas do campo de quadribol. Ao ouvir o rangir de uma folha, o pequeno comensal se voltou para detrás dele, colocando um dedo nos lábios. Silêncio. Ele precisava ouvir.

Regulus estava na Floresta Proibida, e Voldemort escondido na trilha que levava para Hogsmeade, agora fechada. Já passava das onze da noite. Arrumando um lugar confortável para se sentar, Nemesis se sentou.

Com a varinha no ar, escreveu com letras brilhantes:

“Somos trinta. Os professores e aurores são pouco mais que nós. Força V e força R esperam. Atacamos depois de R.”

“O que meu pequeno lorde disser” zombou Bellatrix, com cara de quem queria bagunçar o cabelo do pequeno lorde. “Já sei, já sei, silêncio.”

Nemesis revirou os olhos. “O que você não está fazendo. Quieta! Procurem por fogos de artifício.”

Não levou mais do que cinco minutos para fogos de artifício verdes serem lançados no ar, explodindo na entrada do castelo. “Quietos!” repetiu Nemesis. “Só entrem quando verem a Marca Negra, sob pena de morte!”

Ele se pôs a correr.

A batalha mal começara na entrada do castelo, onde os aurores começavam a chegar dos postos ao redor de Hogwarts para dar suportes aos professores que bateram de frente com os comensais. A luta mais parecia uma dança, com movimentos cronometrados e feitiços de todas as cores. Perdas começaram a aparecer, primeiro um comensal cujo nome Nemesis não se lembrava, e então um auror.

Regulus estava no fogo cruzado, ocupado com dois aurores. O pequeno comensal não se lembrava de já ter visto o mentor tão feliz, talvez senão pelas vezes em que saíam. Mais, decidiu, se certificando que toda a superfície do seu corpo estivesse coberta. Quando saíam, Regulus ficava feliz. Ali, ele estava radiante.

“Tire o pó dos ossos, velho!” berrou Nemesis, ficando ao lado dele e cobrindo suas laterais, imediatamente cortando a artéria femural de um dos aurores e enviando pedaços de osso de um morto no chão diretamente para o peito de outros três. Seu mentor, se possível, lutou ainda mais bravamente.

“Só depois que você tirar o pó dos seus!” retrucou Regulus, se desviando de um feitiço por pouco. Grunhindo, ele tirou um canivete do bolso e o levitou para a nuca de um auror desavisado, onde prontamente enfiou a lâmina toda.

Passos foram ouvidos, e mais pessoas chegaram. McGonagall estava ali, junto com alguns estudantes, grande parte deles estudantes do último ano. Atrás deles, algumas dúzias se aproximavam, compostas de estudantes do quinto e sexto ano. E a gangue, notou Nemesis, o cabelo ruivo do menino que sobreviveu se sobressaindo.

Olhando seus arredores, Nemesis elevou sua voz: “Posição 2/1, posição 2/1!”

Comensais se espalharam, cada um deles tomando conta de dois lutadores do lado da luz. Assim que ambos seus oponentes eram destruídos, o vitorioso escolheria mais dois seguidores de Dumbledore para duelar, possivelmente ajudando companheiros de guerra. Alguns caíram, claro, mas ali estavam apenas os melhores. Os que caiam ainda vivos, se levantavam.

“Poupem os professores!” completou Nemesis. De nada adiantava se a escola fosse fechada. “Incapacitem, não matem!” Grunhidos foram ouvidos, mas todos pareceram obedecer ao pequeno lorde.

Adrenalina corria pura em suas veias. Ele sorria como não sorria há muito tempo, sentindo a emoção, o arrepiar quando um feitiço passava de raspão, fazendo manobras tanto bruxas quanto trouxas para se proteger, e derrubando inimigos, fazendo questão de deixar, em alguma parte do corpo deles, sua famosa assinatura de raio.

Como podia Voldemort tê-lo mantido fora de batalhas por tanto tempo? A sensação era a melhor do mundo. Riso escapou dos seus lábios quando, contrariando sua própria ideia de evitar sangue, Nemesis derrubou uma gárgula em cima dos estudantes covardes que chegavam agora. Um caiu, outros gritaram de dor. Vestiam uniformes de Ravenclaw, percebeu.

“Eu sou mais poderoso que Vol-Voldemort!” gaguejou Nicholas ao derrubar seu primeiro inimigo. Uma trilha de sangue descia de sua testa. “Eu sou o menino que sobreviveu!”

Nemesis se moveu para atrás dele, pressionando sua varinha contra a nuca do ruivo. “Só porque eu deixei” anunciou, sussurrando uma Cruciatus com todo o ódio que tinha. Ele o manteve até que o menino que sobreviveu desmaiou de dor.

Então, Nemesis procedeu para arrastá-lo a um lugar vazio. O pequeno comensal colocou uma fita ao redor da boca de Nicholas e o amarrou com correntes de aço contra uma árvore, no galho mais alto. Cravando um grande raio no tronco, Nemesis também fez questão de reabrir as velhas feridas feitas ainda em seu primeiro ano de Hogwarts. A visão do sangue fez com que suas pupilas se dilatassem.

“Durma bem.” Ele riu para si mesmo. “Bons sonhos.”

_

A Câmara Secreta estava ainda mais repleta de esqueletos, se possível. O basilisco o esperava, acordado com o cheiro de batalha. O monstro o encarou com seus grandes olhos amarelos. Então suas pálpebras estavam ativas. Bom. Não seria útil para Nemesis se ele morresse agora.

“Mestre.”

“Servo. É hora de mostrar seu verdadeiro potencial. Mate os inimigos do herdeiro!”

Desajeitado, Nemesis montou nas escamas do monstro, que sibilou em apreciação, indo para os canos com suas pálpebras extras já removidas e saindo no primeiro andar, pronto para mostrar quão afiadas eram suas presas para todos que ousassem se aproximar deles.

Os gritos dos estudantes eram quase música para seus ouvidos. Sem a restrição dos canos, o basilisco se moveu mais rápido do que nunca, pegando estudantes e os partindo em pedaços, deixando-os irreconhecíveis para os pais que mais tarde viriam reconhecer os corpos. Depois Nemesis percebeu que não era só do basilisco que os estudantes tinham medo. Sua tatuagem também acelerava os corações dos mais novos.

“Me leve para o hall, então suba as escadas e vasculhe as salas de aula. Mate aqueles que lutarem contra você, poupe os covardes. Se não lutam, não são da luz.”

Algo atingiu suas costas. Surpreso, Nemesis gritou antes de se controlar. Suas vestes de couro de dragão estavam ficando ensopadas com algo grosso. Sangue, concluiu quando sentiu o cheiro metálico, sangue dele. Avisando que aquela distância era o suficiente, o menino pulou, imediatamente se levantando na forma de transporte conhecida apenas por comensais da morte, porque voar era para poucos.

Voou até a Floresta Proibida, agora apenas com comensais feridos e incapazes de continuar. Então se pôs a procurar por aranhas, pequenas aranhas que não fariam mal a ninguém e que o levariam para as acromântulas. Não foi difícil. Sentindo a presença do basilisco, todas se refugiavam mais fundo, junto às outras criaturas sombrias que lá residiam.

“Aragogue!” chamou Nemesis, o mais alto que pôde. “Venho com um trato!”

Uma aranha de dois metros de altura se aproximou dele. “Nada vai me impedir de te comer antes.”

“Isso vai” ele garantiu. “É hora de vocês e cobras ignorarem as suas diferenças. Se lutar do lado das trevas, metade dos corpos dos estudantes será entregado para você e sua família. A outra metade não identificada irá para o Basilisco, rei das cobras.”

Aragogue fez um som de reprovação. “Três quartos serão nossos. Temos bocas para alimentar.”

“Feito. Também peço para que esperem aqui por trinta minutos, até o ponto mais alto da lua. Vocês verão o porquê.”

_

Revan Black pegou vestes casuais, escondeu a tatuagem do rosto e correu à procura de outro ruivo que ele odiava também. Ron não estava à vista, e já era quase meia noite quando Revan o viu, mancando para dentro do castelo.

“Ron!” gritou, correndo até ele. “Está tudo bem? O que aconteceu?”

“Saia daqui. Você está com eles.”

“Não, eu juro. Na verdade, Nick pediu para te procurar. Ele quer falar com você, rápido! Episkey.”

Ron gemeu, balançando a cabeça. “Não, ele teria me encontrado...”

O herdeiro Black grunhiu em resposta e tentou parecer preocupado. “Não. Ele seguiu um comensal até a Floresta e se machucou. Não consegue andar direito e não quer ser carregado. É sério! Ele está sangrando!”

Aquilo surtiu efeito. “Onde ele está?” rosnou Ron, tirando sua varinha do bolso. “O que você fez com ele, Black?”

“Ele pediu para eu te levar até ele!” insistiu Revan. “Por Merlin, Ron, eu juro. Você precisa ir para a floresta.”

Sem esperar por ele, o moreno se pôs a correr, suas vestes negras e verdes flutuando fantasmagoricamente atrás dele, seus cabelos ondulados sempre impecáveis agora encharcados de suor. Ele conseguia ouvir passos atrás dele. Ótimo. Diminuindo seus passos, o herdeiro Black examinou o chão e tomou o cuidado de pisar nas folhas para avisar os moradores de quem chegava.

Atrás dele, Ron começava a tremer. Um machucado do começo da batalha se abrira novamente, e sangue ensopava sua orelha. Ele se sentia tonto. Os próximos passos foram difíceis de dar, só realizados com sucesso por causa do apoio das árvores.

“Quando tempo?” perguntou, retirando o suor da face e ficando ainda mais pálido ao perceber que grande parte do molhado em sua cabeça era de fato sangue. “Black, cure... Cure minha cabeça.”

“Estamos chegando. Mais dois minutinhos. Episkey.” Revan não fez tentativa para remover o sangue da face do ruivo. Sangue chamaria a atenção das criaturas.

O tec tec das patas de Aragogue e sua família podiam ser ouvidos. O menino escondeu um sorriso, caminhando mais rápido. Só mais um pouco, um choque grande o suficiente para acabar com uma batalha. Venham logo, pensou impaciente. Já passa da meia noite.

“Obrigado por vir” murmurou Revan o mais alto que pôde sem parecer desesperado.

Ron fez uma careta. “Qualquer coisa para Nick.”

Foi ignorado. O herdeiro Black parecia falar mais para si mesmo agora. “Achei que fosse ser mais complicado. Você simplesmente não segue um desconhecido para o meio de uma floresta. É insensato.”

“Mas... Você é o meu amigo, cara.” Agora sim suor descia pela face do ruivo. Ele mordeu o lábio, examinando seus arredores. Os dois estavam rodeados por árvores de quarenta metros cujos ramos se entrelaçavam de modo a escapar a fuga. “O quê?”

“Ouvi você falando a mesma coisa para Nick. A verdade é que você não é amigo dele, e sim do dinheiro dele. Seus irmãos são gentis comigo sem precisarem de galeões.”

Ron gritou: “Fiz isso porque mamãe pediu!”

“Ah” Revan abriu um grande sorriso. “E onde está mamãe?”

Silêncio.

“Deixe-me te responder, Ron, ela não está aqui, sabe por quê?” Sob a luz da lua, parecia que o menino estava chorando. “Porque mães nunca estão aqui quando os filhos mais precisam delas. Elas sempre vão de decepcionar, não importa suas qualidades. Um dia elas vão te abandonar, e depois de um tempo você para de associar no nome com cargo, ela para de ser sua mãe, mesmo esta sendo sua função mais básica... Você sabe como isso dói? Conhece o sentimento de ter seu coração rasgado no meio, dividindo suas personalidades, por causa de um ato que sua família fez sem pensar? Você sabe, Ron? VOCÊ SABE?”

Lágrimas corriam soltas pelo rosto de Revan. Soluçando, ele fez um movimento horizontal com sua varinha e observou a árvore mais próxima cair. Assim que encostou no chão, ela explodiu em chamas. Com um berro, o moreno enfiou as mãos cobertas por luvas no fogo, tentando imaginar que o galho da árvore era na verdade um dos seus pais queimando, e esmurrou o tronco até que só restassem cinzas.

“Você sabe?” ele repetiu para si mesmo, limpando as lágrimas dos olhos e olhando para baixo. “Dizem que não se podem culpar os pais pelos atos dos filhos, mas eu discordo. Se não fossem por eles, eu ainda teria uma família. Não teria me tornado isso.”

Em um movimento abrupto, sua face de levantou e seus olhos verdes brilhantes fitaram os azuis de Ron. Não eram os olhos que atraíram a atenção do ruivo, porém. Sua boca se abriu em um O perfeito ao examinar as tatuagens intrincadas no rosto do antigo amigo, tatuagens que claramente diziam que era Revan quem estava no poder.

“Cara...”

“Não me chame de cara” pediu o pequeno comensal, chamando por sua capa negra escuridão e a vestindo na frente de Ron. “Me chame de Nemesis.”

_

“Belo show” disse Aragogue, saindo das sombras. Suas crianças se reuniam ao redor ao redor dele e de Mosaque. “Vê? Estou emocionado.”

Ron empalideceu até uma cor crítica e tentou correr pelo caminho que tinham vindo. Aranhas haviam preenchido tal caminho também. Eles estavam cercados por aranhas gigantes. Pronto para ter um ataque de pânico, o ruivo começou a chorar baixinho, se sentando no chão e tentando se esconder das aranhas.

“Não...”

“Veja, Ron, eu fiz um trato com Aragogue e Mosaque” explicou o herdeiro Black animadamente. “Elas lutam pela minha causa, superam seu medo de aranhas, todos perdem o medo de basiliscos, meu lado ganha e eu dou metade dos corpos para elas.”

Aragogue bufou. “Três quartos.”

“Feito” concedeu Revan. “Três quartos dos corpos para elas. Pelas minhas contas isso deve dar pelo menos umas cinquenta pessoas. O basilisco fica com outras quinze, vinte, e hiberna. Já teve a oportunidade de conhecer o basilisco, Ron?”

“Não...” murmurou ele, chacoalhando como um graveto verde. “E não quero.”

O moreno sorriu. “Tudo bem. Ah, espere! Você não está no comando aqui. Eu estou! E eu digo que você é a entrada do prato que ofereço às aranhas.”

“POR FAVOR!”

“Mosaque” chamou ele, sua voz tão suave quanto uma brisa de verão. “Damas primeiro.”

Em um flash, a companheira de Aragogue avançou, seguida pelo próprio Aragogue e seus filhos e filhas, até aqueles com alguns centímetros de tamanho aos do tamanho de cavalos. Lentamente, o cabelo ruivo de Ron, sua pele, suas vestes, tudo desapareceu sob um mar de preto que eram o corpo e patas de aranhas.

Bom apetite, Revan estava prestes a dizer, mas o que saiu de sua boca foi bem diferente: “Onde está sua mãe, Weasley? Onde ela está?”

Gritos foram sua resposta. Algumas aranhas voavam para trás quando o humano se debatia, tentando arrancar os aracnídeos que entravam em suas vestes e nariz e boca e outros lugares que ele preferia não nomear, mas elas eram muitas, e Ron era só um. O veneno de acromântula começou a fazer efeito em seu sistema, e o seu debater diminuiu. Seus olhos, porém, nunca pararam de se mover. Eles continuavam a encarar o inimigo com o olhar de quem promete a morte.

Finalizando, Revan pediu: “Aragogue? Deixe a cabeça intocada.”

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Nemesis retornou para o castelo vestido de preto e carregando um saco preto de couro com um conteúdo muito especial. Um auror sem sorte tentou parar seu caminho. Harry Potter e Revan Black podiam não ter sorte, mas Nemesis? Nemesis conseguia tudo com um estalar de dedos. Ele, com o movimento mais simples do mundo, se abaixou, pegou uma pedra qualquer e com a ajuda de magia, fez com que tal pedra voasse para a cabeça do auror sem maiores problemas.

O que crescer em um lugar trouxa faz com você, pensou Nemesis com uma careta que rapidamente aumentou ao ver o estado em que estava o castelo. Regulus!, sua mente gritava, onde está Regulus?

“RAB!” chamou o pequeno comensal, verificando cada rosto encoberto que encarava o chão, sem vida. Quantos haviam morrido? Aquele ataque fora precipitado demais, deveriam ter esperado mais um ano... “RAB! RAB!”

Um dos corpos tinha cabelos negros encaracolados. Seu coração quase saía pela boca quando Nemesis desvirou o corpo e checou por sinais de vida. Um batimento fraco o encontrou, um a cada dois segundos, o suficiente. “Regulus, Reg, pai...”

Regulus deu o fantasma de um sorriso para ele. “Meus ossos estão mesmo velhos.”

“Merlin, se você não estivesse tão fraco eu iria te dar um murro.”

“Como se você conseguisse!” Zombou o Black.

Nemesis levantou uma sobrancelha. “Está me desafiando? Porque você sabe, velho, eu sou o segundo em comando. Posso ordenar todos os comensais a bater em você por mim.”

“Que me menino mimado.” Ele tossiu, examinando sua mão em seguida. Sem sangue. Ele se apoiou no pequeno lorde para se levantar, cambaleando por alguns metros antes de recuperar seu equilíbrio. “Você precisa voltar para o castelo. Estão contando os estudantes. Também precisa... Achar Alastor Moody e lançar, lançar uma maldição nele por mim.”

“Pare de falar como se você estivesse morrendo. Ainda temos uma batalha para lutar amanhã, e você lida o time C.”

Regulus se apoiou em Nemesis e os dois fizeram seu caminho pela ponte, pedras e cabana do Hagrid (que pegava fogo), chegando finalmente na área designada para comensais da morte na floresta proibida, um espaço recoberto por árvores densas, ilumidado e protegido com magia.

“Ajuda!” gritou o pequeno lorde, procurando por alguém que soubesse alguma coisa de primeiros socorros. “Comensal ferido!”

Narcissa Malfoy caminhou até eles determinada, rasgando as vestes de Regulus para achar o ponto do qual o sangue vinha em grandes quantidades. Ele estava na coxa, próximo da artéria. Não foi isso que Black pensou quando viu a origem do sangue. “Merda. Ele tentou arrancar minhas bolas.”

Os comensais próximos a eles deram gargalhadas, sabendo que não poderiam ser ouvidos por causa da grande quantidade de feitiços protetores.

“Pequeno lorde!” chamou Bellatrix, se aproximando. Parte do cabelo dela estava queimado, notou Nemesis. “Pegamos os aurores bem quando eles chegaram. Uma maravilha! Peguei dois deles com a minha adaga.” E deu uma risada louca.

Nemesis lhe deu um tapa que deixou a marca de uma mão na bochecha da bruxa. “Tola! Agora eles sabem quantos de nós estão aqui. Vão chamar reforços! Da próxima vez, fique fora de confusão!”

“Você sabe que confusão é o nome do meio de Bella” resmungou Rodolphus, que segurava um saco com gelo contra a testa. “Mas ela fez um bom trabalho. Matou dois, feriu outros três, se escondeu e derrubou parte da ponte, matando outros sete. Nós pegamos o resto.” Ele indicou com um grande sorriso uma pilha de varinhas que pertenciam a aurores antes da morte deles.

“Então ninguém viu vocês?” confirmou Nemesis.

Foi Rosier quem respondeu: “Ninguém, pequeno lorde.”

“Volte para o castelo. Consiga números, volte quando escurecer.” Todos olharam para onde Voldemort estava sentado, admirando a fogueira. “Para a informação de todos, eu considero olhares um questionamento.”

Obediente, Nemesis trocou sua identidade por Revan, escondeu sua cicatriz, pediu para Regulus lhe dar um bom soco na cara para parecer ter sido atingido por algum feitiço e correu pela floresta, cabana do Hagrid (sem fogo), pedras, ponte, uma segunda ponte, e finalmente, o castelo onde se encontravam os dormitórios de Slytherin.

“Professor Snape?” ele chamou com cautela, batendo no escritório do professor. Não havia ninguém lá. Suspirando, Revan então se dirigiu para o quadro de Merlin e sussurrou um pedido na língua das cobras, porque sabia que a senha teria sido mudada. Merlin sorriu para ele e bateu seu bastão duas vezes, o típico sinal de permissão para entrar.

Pessoas caíram em cima dele assim que o herdeiro Black foi visto.

“Revan!”

“Esse olho, que droga!”

“Graças a Merlin você está bem!”

Ele abraçou cada uma de suas amigas, perguntando se alguma delas queria algo mais do que um abraço, para o divertimento delas. Ele então contou as cabeças na sala. Não mais do que cem. Onde estavam os outros cento e cinquenta? Se perguntando isso em voz alta, Daphne respondeu:

“Os dormitórios dos primeiranistas estão trancados. Ninguém entra lá e ninguém sai. Tory deve estar apavorada.”

“Tory é forte” Revan gemeu quando Tracey aplicou uma pomada em seu olho roxo. Pelo menos agora sua visão desembaçou. “E os outros, os mais velhos?”

Greengrass revirou seus olhos azuis. “Lutando. Se dividiram em dois, os que apoiam os neo comensais e os que tentam proteger Hogwarts. Pelo menos eram dois quando saíram daqui bradando xingamentos.” Ela deu de ombros. “Os pró-Hogwarts devem estar dentro de armários de vassouras agora.”

O clima tenso impediu os Slytherins de rirem.

“Alguém foi para casa?” perguntou o herdeiro Black tirando terra das vestes. “O que os aurores estão fazendo?”

Foi Theo quem respondeu: “Auror Potter parece conhecer passagens secretas para fora do castelo. Estão retirando os estudantes mais novos, primeiro Gryffindors, claro, a ordem favorita de Dumbledore. Quando sairmos, a batalha vai ter terminado.”

Palavras apareceram na mente do jovem: Mapa do Maroto. Sete passagens que levavam para Hogsmeade. Floresta. Comensais. Emboscada. Perigo. “Tenho que ir!” Revan anunciou, levantando-se abruptamente. “Theo, se eu conheço Dumbledore pelo menos um pouco, o segundo dia será mais intenso. Essa noite... Tente descobrir as passagens secretas, tire os mais jovens daqui, veja quem quer lutar.”

Merlin já abria a porta para ele quando Blaise correu até ele e pegou seu braço: “Revan! Lutar? Para que lado?”

O moreno lhe lançou um sorriso, não apenas para Blaise, mas para todos da Sala Comunal. Com emoção em sua voz, disse: “Para o lado que importa.”

_

James Potter estava com uma fila de estudantes atrás dele, todos se amontoando para andarem mais rápido. Todos queriam igualmente sair do castelo antes que os comensais atacassem novamente. O auror perguntou para si mesmo se eram comensais. Grande maioria dos comensais haviam sido presos com o fim da Guerra Bruxa, e continuaram lá. Até... O ataque no ano passado. Nenhum comensal fora deixado para trás.

E nenhum auror fora morto com violência, diferentemente do que costumavam fazer.

Então não são comensais.

Mas... Quem são eles?

Jovens mascarados que atacavam de todos os lados, obedecendo dois estranhos de uma maneira militar que não deixava brechas para erros. Alguns tinham características particulares que os identificavam mesmo com máscaras; Bellatrix, por exemplo. Sua risada insana era reconhecida por qualquer um que tivesse ouvidos.

Alguém tropeçou em uma pedra e respirou alto demais. James se voltou para a menina, colocando um dedo nos lábios. “Sem barulho!” sussurrou, enfurecido. “Se os atacantes nos pegarem, estamos perdidos. Vamos. Rápido e silenciosamente.”

Duas dezenas de alunos o seguiram sem fazer um pio. Quando a porta mais a frente do túnel se abriu, os estudantes deram passos para trás, se amontoando e tremendo. Dois ou três deles choravam, percebeu James. Eles só relaxaram quando reconheceram o uniforme de auror de Sirius Black, que gesticulava ansiosamente para eles.

“Vamos” repetiu James, indicando a passagem que levava para Dedosmel e contando as cabeças. Vinte e quatro, Gryffindors e Hufflepuffs. No instante em que o último menino subiu as escadas para a segurança de Hogsmeade, James os seguiu, correndo com uma destreza maravilhosa, digna de alguém que estava acostumado a saltar como um veado. “Padfoot. Verifique aos arredores.”

“Não gritem” instruiu Sirius, sua voz mais séria do que nunca. Ele examinou as crianças para se certificar que haviam entendido o recado. Saltando no ar, pensou no feitiço que causava a transformação, como resultado caindo já de quatro patas no chão, pelo negro cobrindo seu corpo e o misturando à escuridão.

As bocas dos estudantes formaram um O, mas conforme prometido, não disseram nada, apenas observaram estupefados quando o cão farejou os arredores e trotou para os becos e lojas, procurando por possíveis inimigos. Padfoot deu um latido e se sentou, cem metros à frente.

“Devagar. Segurem a mão dos colegas.”

Os vinte e cinco bruxos caminharam apressados até a estação de trem, onde foram empurrados para quatro vagões diferentes cobertos por feitiços protetores. O auror assoviu, chamando tanto Sirius quanto corujas. Dezenas delas desceram para os vagões. Entendendo a mensagem, os estudantes arrancaram pergaminhos das mochilas e começaram a escrever cartas desesperadas para os pais.

Se sentando ao lado de gêmeas inconsoláveis, Padfoot voltou para a forma humana e ajeitou o cabelo loiro das duas com cuidado. “Seus pais vão chegar logo, e vocês vão voltar para casa. Não se preocupem.”

“Promete?” Murmurou uma delas, se aconchegando na irmã.

Sirius estava prestes a prometer quando, sob um alto comando, os gritos começaram e ele observou sem poder fazer nada como as corujas arrulharam em uníssono e saíram de seus postos, voando com as garras e bicos afiados na direção dos estudantes.

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Os estudantes do sétimo ano sussurravam no Salão Principal quando o grupo voltou, todos os vinte e seis, mais quatro aurores que vigiavam a entrada da passagem secreta. Por que os novatos não haviam ido embora? Era a responsabilidade deles tomar conta dos mais novos. Aquilo eram bicadas na face dos alunos? Aquela estudante estava na maca por quê?

“Poppy!” berrou Potter, carregando um jovem inconsciente em seu colo. “Ajuda!”

Ao notarem a ausência da enfermeira, os mais velhos que pretendiam estudar no St. Mungus deram um passo para frente e acudiram os feridos, realizando simples feitiços médicos na face de todos eles e garantindo que não havia veneno no organismo. Sirius Black ganiu alto o suficiente para que todos pudessem ouvir e, em um piscar de olhos, um cão estava no lugar dele, correndo pelo Salão, pelas escadas, a procura da enfermeira.

“Animagos!” acusou uma Slytherin. A palavra serviu para atrair a atenção de todos para onde Padfoot acabara de desaparecer.

Aurores se levantaram, alarmados. Um deles correu atrás do sinistro e gritou o que todos já sabiam: Sirius Black era um animago!

“E você, Potter?” a mesma Slytherin de antes apontou um dedo para o pai do menino-que-sobreviveu. “Soubemos que alguém próximo está ensinando Nicholas como se tornar um animago. É Black? Você? Os dois?”

“James!” sussurrou Amelia Bones chocada, levantando os olhos de suas cartas burocráticas para encarar o amigo. “Você sabe qual é o crime ao se tornar um animago ilegal.”

“Três anos em Azkaban!” gritou um Ravenclaw revoltado.

James deu um sorriso charmoso para eles, apesar de um pouco nervoso. “Pessoal, pessoal... Estamos prestes a começar outra batalha. Não podemos deixar isso para depois?”

“E ele é o pai do menino-que-sobreviveu!” completou Oliver Wood. “Também ganhou seis taças de quadribol para Gryffindor!”

“Foda-se o quadribol!” anunciou Nott que saía das masmorras naquele momento com a gangue de 1980. “Ele quebrou as regras.”

Naquele momento Sirius Black voltava, já humano, com Madame Pomfrey. Outro ganido escapou dos seus lábios ao perceber que todos os olhares estavam sobre ele, e não de um jeito bom. Pensando melhor, parecia até um cão com o rabo entre as pernas.

Um a um, os aurores e estudantes mais velhos se levantaram e começaram a gritar.

Vendo aquilo, Lupin saiu rapidamente do Salão, pela primeira vez notando que Nicholas Potter não estava entre os estudantes. Podia o garoto ser tão estúpido a ponto de lutar contra comensais sozinho? Respirando fundo para pegar seu cheiro, Remus seguiu a trilha. Tal trilha era curta, apenas algumas centenas de metros, até uma única árvore que enfeitava a área comum de Hogwarts. Escondido entre os ramos mais altos estava Nicholas, amarrado e amordaçado. Inconsciente. Se Lupin não conseguisse ouvir seu coração batendo, temeria pela vida do menino tamanha era a quantidade de sangue que escorria das suas costas, diretamente para o tronco que continha um grande N cravado com magia.

“Nick!” chamou Remus, escalando os ramos e cortando as correntes dos pulsos e tornozelos do afilhado. “Acorde. Enervate!”

Puxando uma respiração, Nicholas abriu os olhos. “Nemesis... Nemesis me pegou outra vez, Moony... Ele disse que vai me matar...”

O quebra cabeça pareceu se encaixar na cabeça do lobisomem. Nemesis. Vingança. Rancor. Infância. Raios. Olhinhos verdes que o encaravam sempre rasos, prestes a chorar. Um nome ocupou seu espaço mental: Harry Potter.

Mas não seu Harry Potter, e sim Revan Black.


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Notas finais do capítulo

Ok. Como no final do segundo ano, o capítulo final se divide em duas partes. A segunda parte será postada na semana que vem, com a colaboração de vocês.

E sim... Eu fiz aquilo. Me diverti muito escrevendo a cena.

~Lady Slytherin