Cinzas do Crepúsculo escrita por Lady Slytherin


Capítulo 1
O Menino Que Sobreviveu


Notas iniciais do capítulo

E depois de semanas sem postar, a autora Ana Black chega, com o primeiro capítulo editado e pronto para ser devorado por suas leitoras famintas!
Agora é sério gente. Enquanto eu viajava, o Windows foi atualizado e eu perdi tudo. Tudinho. E o pior, eu não tinha backup. Terminei agorinha de mudar um pouco o primeiro capítulo, e espero que gostem. Nada mudou, apenas as palavras.
OS OUTROS CAPÍTULOS SERÃO DELETADOS.



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CAPÍTULO 1

The Boy Who Lived

Era 31 de Outubro de 1981. Halloween para a maioria dos trouxas e todos os bruxos. O dia em que o véu entre o mundo dos vivos e dos mortos se tornava mais fino. Não foi por isso, porém, que o Lorde das Trevas escolheu aquele dia para atacar os Potter. Tinha sido coincidência que Wormtail havia chegado, naquela manhã, eufórico. James e Lily Potter tinham finalmente escolhido o fiel do segredo. E o melhor de tudo, ele havia sido o escolhido.

“Milorde...” sussurrou Wormtail, apertando as mãos e olhando para baixo. Voldemort não poupou um segundo olhar para o servo; verdade seja dita, ele só havia recebido Pettigrew por sua excelente posição na Ordem da Fênix. “Os outros estão prontos”.

Em um raro momento de emoção, Voldemort sorriu e os olhos vermelhos brilharam em contentamento. Naquela noite, o seu oponente seria destruído. Finalmente, ninguém mais estaria em seu caminho para conquistar o mundo bruxo.

“Vá” ordenou Voldemort, e caminhou até o armário escolhendo as vestes mais escuras que tinha. Daquele jeito, ele poderia se misturar à escuridão e salvar segundos preciosos antes dos aurores serem acionados. “Você sabe o que precisa fazer”.

Pettigrew engoliu em seco. Sim, ele sabia o que deveria ser feito, e não seria fácil. Gostasse ou não, James era seu amigo. Pelo menos havia sido seu amigo muitos anos atrás, entre brincadeiras de mau gosto e pegadinhas em professores. James, Sirius e Remus haviam moldado Pettigrew no que ele era hoje: Uma criatura pronta para seguir ordens, com um extenso conhecimento de feitiços e coração maleável.

Após se curvar para seu mestre, Pettigrew aparatou com um pop para Godric’s Hollow. O pequeno portão com grades de ferro pareceria um simples enfeite para a maioria das pessoas que passasse por ali, mas ele sabia melhor: Aquele portão demarcava o início do feitiço Fidelius, e para todos os outros, depois desse portão haveria um terreno vazio.

Ele entrou, e o portão rangeu, anunciando sua chegada. Logo, a cabeça vermelha de Lily apareceu na porta, carregando um bebê com os mesmos cabelos ruivos no colo. “Peter!” saudou, abrindo a porta e abraçando o amigo com a mão livre. “Nós quase achamos que não viesse!”

“É claro que eu vim!” murmurou Pettigrew, saindo do abraço e dando um pequeno sorriso. Por um momento, pensou no motivo do atraso e seu sorriso diminuiu. Ele realmente estava prestes a trair seus amigos?

“Wormtail!” gritou James, descendo as escadas com o outro bebê no colo. Esse era uma cópia de James, com os mesmos cabelos pretos desarrumados. “Você não vai acreditar! Os aurores prenderam Karkaroff!”

O sorriso de Pettigrew desapareceu de vez do rosto. Karkaroff era um dos principais espiões na Bulgária, um país que compartilhava os ideais do Lorde das Trevas secretamente. Ele havia confessado? Karkaroff era um covarde, é claro que confessaria.

“Ele vai pegar a perpétua em Azkaban!” continuou James, não percebendo a falta de animação do amigo. Os dois caminharam até a cozinha e James abriu uma garrafa de Whisky de Fogo, deu um grande gole e passou a garrafa para Pettigrew. “Conversei com Amelia Bones, ela está tentando reunir provas suficientes para pedir o Beijo. Fantástico, não?”

Sim, ele iria trair seus amigos. Voldemort não era mau, como todos diziam, apenas queria colocar os bruxos em seus devidos lugares acima dos trouxas. Uma prova disso era que Peter Pettigrew, um mestiço, foi aceito entre os comensais.

Com um aceno de mão, ele recusou a bebida. Ele precisava focar em sua tarefa, e pensando nela, sentiu o pulso esquerdo queimar. Voldemort estava perto, esperando o sinal. Assim, Pettigrew se aproximou de James e sussurrou em seu ouvido: “Preciso conversar com você. Longe de Lily.”

Os olhos castanhos de James brilharam com as possibilidades do que era tão importante, e errado, que Lily não poderia saber. Mesmo sendo uma grande amiga dos Marotos, ela ainda era deixada de fora de coisas mais proibidas que eles faziam de vez em quando.

“Lírio, amor, eu já volto!” avisou, colocando Harry no braço livre de Lily e subindo as escadas. Pettigrew o seguiu, já pegando sua varinha. Eles entraram na biblioteca, e sem ter ideia do erro que estava cometendo, James lançou um encanto silenciador na porta.

“E então? Que merda você fez dessa vez?” perguntou, sentando-se em uma poltrona perto da lareira.

A garganta de Pettigrew apertou. Era agora. As palavras estavam em sua mente, ele sabia o movimento da varinha, a pronúncia das palavras. As duas palavrinhas que, em um passe de mágica, matariam seu amigo.

Sua mão começou a tremer e, antes que pudesse recuperar o movimento da mão, a varinha caiu e rolou para baixo da cama. Pettigrew deu um tapa mental em si mesmo. Ótimo, a melhor coisa que poderia acontecer agora. Como ele deveria matar um auror treinado sem magia?

“Desengonçado como sempre!” riu James, virando-se para pegar a varinha no chão. Sem economizar um segundo, Pettigrew foi até a cômoda e pegou um retrato. Enquanto James esticava a mão para pegar a varinha, o rato juntou toda a sua força e bateu com a parte pontuda na nuca do amigo. James caiu para a frente, batendo na cômoda a medida que caía.

O que Voldemort havia dito? Tire-os do caminho. Ele não havia usado a palavra matar, exatamente. E pela trilha de sangue que descia do pescoço de James, ele não dava a impressão de acordar logo.

Pettigrew pegou a varinha e removeu o feitiço da porta. Com todo o pânico que conseguiu reunir, gritou: “Lily! Venha aqui!”

Passos foram ouvidos e logo Lily estava abrindo a porta, sem as
crianças. Bom. Um empecilho a menos.

“Oh, Merlin!” exclamou ela, se ajoelhando ao lado do marido e colocando uma mão na boca que estava aberta formando um O. “O que aconteceu?”

“Ele... Ele caiu, só caiu! Não sei o que aconteceu, o que... O que eu faço?” gaguejou Pettigrew, caminhando até a porta e a fechando silenciosamente.

Os olhos verdes de Lily examinaram o marido e seguiram a trilha de sangue até o ponto de origem. Com a guerra em auge, Lily sabia identificar a causa de um ferimento, e não demorou muito para ela juntar os pontos com o corte na nuca, o porta-retrato na mão de Pettigrew e a porta fechada.

A boca continuou aberta enquanto ela arregalou os olhos. “Peter...” sussurrou, pela primeira vez temendo estar na mesma sala que seu amigo. “O que você fez?”

Peter levantou a varinha. Ele havia tomado uma decisão; eles não precisavam morrer naquela noite. Sem dar tempo para a bruxa reagir, ele falou, um tanto nervoso: “Estupefaça!”.

A força do feitiço fez com que Lily voasse até que suas costas bateram contra a cômoda, e ela caiu desmaiada ao lado do marido.

Satisfeito com o serviço, Pettigrew saiu do quarto, trancou a porta, e desceu as escadas depois de se certificar que os gêmeos estavam bem. Voldemort ficaria muito bravo se eles apresentassem qualquer tipo de machucado antes dele chegar na casa. Assim que saiu da propriedade, pressionou a varinha contra a Marca Negra no pulso.

Um único pop foi ouvido, e Voldemort atravessou a rua com a cobra Nagini enrolada no pescoço e a face descoberta, anunciando sua chegada para qualquer bruxo que o visse. Uma criança que passava por perto o viu e, com um imenso sorriso, comentou “Fantasia legal, moço!” mas, ao parar para olhar, percebeu
que não se tratava de uma fantasia. Ele teria pesadelos sobre olhos vermelhos pelo resto de sua vida.

“Onde eles estão?” perguntou Voldemort, acariciando Nagini e olhando para a casa com um olhar voraz. Naquela noite, tudo acabaria.

“Sala de estar” guinchou Pettigrew, apavorado por estar tão próximo à cobra. Aparentemente, Nagini sabia que ele era um rato, por causa dos olhares famintos que ela estava dando para ele. “Os dois estão lá”.

Voldemort não agradeceu. Ao contrário, apenas ignorou Pettigrew e entrou na propriedade depois de usar Legilimência e ler o endereço na mente do servo. Ele explodiu a porta, e virando a direita, entrou na sala de estar, onde encontrou os gêmeos sentados no sofá. Instantaneamente, ele se viu algo de dois pares de olhos curiosos.

Os gêmeos não poderiam ser mais diferentes: O que estava à esquerda, Harry, tinha olhos verdes e cabelos pretos. Nick, o gêmeo da direita, era ruivo e de olhos castanhos. As únicas coisas que tinham em comum era o cabelo bagunçado e a estatura magra herdada do pai.

Voldemort olhou diretamente para as crianças para que a última visão dos bebês fosse seu rosto. Era um fato conhecido por todos que quem chegava a ficar cara a cara com Voldemort não vivia para contar a história; apenas algumas exceções, como Dumbledore, os Potters e os Longbottoms tinham uma lembrança do Lorde das Trevas.

Ao ver o rosto pálido como a morte, Nicholas Potter começou a chorar.

Voldemort quis atacá-lo imediatamente, mas o silêncio vindo do lado esquerdo o surpreendeu. Por que o bebê moreno não estava chorando? Ele era tão inútil ao ponto de não perceber que estava prestes a morrer?

Voldemort levantou sua varinha. Aquele seria o primeiro a ser morto. “Avada Kedavra!” gritou, empurrando toda a sua magia no feitiço. Um grande jato de luz verde voou em direção ao menino. Ao mesmo tempo, Nagini pulou em Nicholas, as presas prontas para morder.

Tudo foi muito rápido: Os olhos do menino Harry se arregalaram, exibindo o mesmo tom de verde do feitiço. As presas de Nagini afundaram na bochecha de Nicholas. O feitiço bateu em Harry, e ricocheteou a partir de sua testa; acertou a parede, destruindo-a em milhões de pedaços. Nicholas começou a gritar, gritos começaram a ser ouvidos de um dos quartos. O jato verde atingiu Voldemort. E tudo se transformou em dor. Dor de ter parte da sua alma partindo
em direção ao mundo dos mortos, humilhação de ter sido derrotado por um menino de quinze meses de idade.

Nagini saltou da janela e desapareceu no ar, do mesmo modo que seu mestre havia desaparecido alguns segundos atrás.

O barulho de portas sendo quebradas foi ouvido. Sirius Black entrou pela porta da frente junto com Dumbledore, aurores e a ordem da fênix. Lily Potter saiu da biblioteca onde ela havia sido presa com James com a ajuda de sua varinha, que Pettigrew havia esquecido ao lado dela. Sentindo sua testa doer, Harry começou a chorar.

Os aurores rapidamente formaram um perímetro ao redor da casa, e os membros da Ordem da Fênix foram concertar a parede para que a casa não desabasse em cima deles; outro membro da ordem foi acordar James.

Enquanto isso acontecia, Dumbledore examinou os meninos. Nicholas tinha duas feridas na bochecha esquerda, pequenos furos a dez centímetros de distância um do outro. Quando Dumbledore percebeu o que eram, ele chamou um dos aurores e ordenou que o menino fosse levado para Sr. Mungo’s. Harry por outro lado parecia perfeitamente bem, exceto por um arranhão em sua testa que parecia
ter sido causado por uma lasca de madeira. Dumbledore rapidamente curou Harry, mas o arranhão continuou lá. Ele não se surpreendeu – não importava quão velho e poderoso ele fosse, Dumbledore era uma droga em feitiços de cura.

“Onde estão meus bebês?” chorou Lily, e vendo Nicholas ser levado, ela agarrou o braço de Dumbledore. “Onde ele está sendo levado? O que aconteceu?”

“Vocês confiaram no homem errado” suspirou Dumbledore, pegando um cobertor azul e embrulhando Harry nele. “O jovem Nicholas está indo para o St. Mungos. Como está James?”

Lily rapidamente explicou que James estava bem, e sendo olhado por um curador, ao mesmo tempo que James descia as escadas. Ele entrou na coversa, e o grupo foi para a quase não danificada cozinha para discutir o que havia acontecido. Harry foi esquecido no sofá.

_

No dia seguinte, James, Lily e Dumbledore se sentaram nas câmaras privadas de Dumbledore em Hogwarts para discutir a situação. Aquele era um raro caso de quando uma família corria tamanho perigo que era hospedada em Hogwarts. Geralmente, um determinado número de aurores seriam responsáveis pela segurança
da família, mas quando havia uma horda de seguidores procurando por sangue, melhor prevenir do que remediar.

“Devo dizer que estou muito impressionado com Nicholas” comentou Dumbledore, pegando uma gota de limão e a estalando na língua. “Derrotar Voldemort com um ano de idade... Vocês devem estar orgulhosos”.

Lily virou um tom beterraba, porém James estufou o peito com orgulho. Era seu filho, seu filho, que havia derrotado Voldemort.

Dumbledore observou o menino ruivo que dormia no colo da mãe. Ele mal andava, mas já carregava tamanho destino! Sorrindo ternamente para o menino, ele começou: “Não sei se chegou ao conhecimento de vocês, mas Nicholas está sendo chamado por aí de Menino que Sobreviveu – aquele que derrotou Voldemort”.

Lily e James sorriram orgulhosamente e a ruiva acariciou os cabelos do filho que dormia tranquilamente. “Realmente?” comentou com a voz suave. “Mas se é verdade, não vejo por que não deixá-lo ser chamado assim”.

Os olhos sempre tão brilhantes de Dumbledore ficaram opacos por um momento. Ele não conseguiu deixar de se sentir culpado pelo que estava prestes a dizer, mas a verdade deveria ser dita.

“Você vê, minha cara, suspeito que Voldemort não era alguém que se deixava derrotar por algo tão simples e ao mesmo tempo tão complexo quanto a morte.” James e Lily piscaram, tentando entender o que Dumbledore queria dizer. “Eu temo que Voldemort, um dia, retornará. E para isso, Nicholas deve estar pronto.”

Lágrimas começaram a escorrer dos olhos verdes de Lily e ela plantou suaves beijos no filho, como se aquilo fosse protegê-lo de todos os perigos que ele um dia enfrentaria. Sentindo o movimento, pequenos olhos castanhos se encontraram com os verdes, e Lily deixou um soluço escapar. Ninguém iria tirar o pequeno Nicholas dela, ninguém.

“Lily, minha cara, sei que isso é difícil, mas tente entender.” Dumbledore caminhou até onde Lily estava sentada e apertou o ombro da bruxa demonstrando apoio. “Nicholas será treinado por mim e por outros professores. Antes de entrar em Hogwarts, ele já poderá duelar com estudantes. Seu treinamento continuará durante os estudos e espero que, ao prestar os NIEMS, as habilidades de Nicholas possam ser comparadas às de James”.

Ali, James abriu um brilhante sorriso com a indireta de Dumbledore. “Ótimo. Quando começamos?” perguntou, ansioso para ter o filho protegido. E para realmente abrigar um lutador em casa, uma vozinha irritante que parecia terrivelmente com a de sua mãe completou.

Dumbledore deu um sorriso satisfeito com a empolgação de James. Seria mais fácil para Nicholas ter um pai que apoiava o treinamento. Assim, ele teria um objetivo: Ser tão bom quanto o pai.

“Assim que a magia o acolher. Considerando o poder de Nicholas, eu diria que por volta dos cinco anos.”

“E a parte teórica deve começar assim que ele aprender a ler, eu espero?” comentou Lily, finalmente dando sua opinião. Mesmo estando em Gryffindor, Lily era uma rata de biblioteca e uma apoiadora da ideia de que a teoria é a base de tudo.

Dumbledore inclinou a cabeça, concordando com a bruxa.

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A queda de Você Sabe Quem!

Por Samantha Skeetler.

Meus amigos, a guerra finalmente chegou ao fim. Neste Halloween, Você Sabe Quem, em uma tentativa de exterminar a linhagem Potter (para ver mais sobre a família, cheque página 4), foi derrotado por Nicholas Potter, um bebê de quinze meses de idade. E ele não está sendo chamado de Menino que Sobreviveu sem uma razão: Para derrotar Você Sabe Quem, Nicholas Potter sobreviveu a uma maldição da morte! Mais informações na página 6...

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Os Potters olharam carinhosamente para o filho, que encarava todas as câmeras que o cercavam fascinado. Nicholas era especial, e seus pais fariam de tudo para que, um dia, ele ficasse pronto para cumprir seu destino.



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Notas finais do capítulo

Confissão? Eu gostava mais da antiga versão, mas é porque eu postei esse capítulo com pressa. Tem alguma coisa errada com o site, quando colei os parágrafos as palavras ficaram com um espaçamento muito estranho entre elas, e eu gastei meia hora tentando tornar a história legível.
Se você já quis comentar no primeiro capítulo mas deixou para comentar apenas no terceiro, essa é a sua chance! Reviews vão me fazer editar o segundo capítulo mais rápido. Se vocês colaborarem, o próximo capítulo chega no comecinho de Janeiro.
Sinto muito pela demora, eu espero que vocês tenham gostado. Moody grita "Vigilância Constante!". Eu grito "Reviews!".
Tenham um bom fim de mundo amanhã,
Ana.
PS: Agradecimentos especiais para a leitora que me avisou de um errinho.