Ai Chikara escrita por DennyS


Capítulo 8
Capítulo - VIII - Relâmpago




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Capítulo VIII: Relâmpago

Um clima meio pesado se apossou da mansão Uchiha, durante a semana que se passou depois daquele incidente na Kunai Burgers.

Sasuke imaginava que a Haruno ignoraria a presença dele por um tempo, no entanto ela continuava um tanto imperativa, porém discreta. Sua reação dava a crer que ela havia esquecido tudo aquilo, que havia se recuperado, que não guardava rancor. Certamente, Sakura não era de guardar rancor. Mas se tratando de Sasuke, agora ela esperaria qualquer coisa dele. Agora sentia-se forte para o que estava por vir. Tinha certeza que mais decepções aconteceriam. Apenas culpava-se por não ter percebido isso antes. Pois se não tivesse sido tão ingênua, se não tivesse alimentado esperanças por Sasuke, não teria se sentido daquela maneira. Seu coração já estaria preparado para suportar qualquer que fosse a dor.

Mas agora estava mais preparado do que nunca. De agora em diante seria mais forte. Tinha certeza disso.

Encheu de ar os pulmões, antes de passar pela porta da sala de jantar. Seus orbes se concentraram na pessoa que veria a seguir, mas não se encolheria como uma gata assustada.

–Que cheiro bom! - disse ela quando desviou os olhos de Sasuke para a mesa, enfeitada com um verdadeiro banquete. Sakura não entendia aquela mordomia toda para um simples almoço. Mas agradecia à sorte de se alimentar de uma comida tão boa. Mesmo que às vezes não sabia o que colocava na boca, aquela comida chegava a ser melhor que de sua avó.

Ela se sentou ao lado oposto de onde Sasuke estava, deixando que seus olhos fitassem, nem que por um segundo a expressão dele.

Estava sério, que novidade. Muito pensativo.

Olhava para a comida à sua frente, com os pensamentos muito mais que distantes. O pior que poderia acontecer, já que odeia ficar assim.

–Sasuke-san... - Shizune entrou na sala de jantar, seguindo até o Uchiha. - Ligaram da fazenda... - ela tinha uma expressão triste no rosto, o que chamou a atenção de Sakura.

–O que foi? - perguntou Sasuke.

–Bom, os veterinários disseram que o seu corcel, o Relâmpago está doente.

–Eles me ligaram na semana passada e disseram que não era nada demais. Que ele ficaria bem. - replicou irritado, desviando o olhar para Shizune.

–Sim, mas aparentemente se enganaram, Sasuke... - Shizune odiava dar más notícias a alguém. - Precisam de sua autorização para sacrificá-lo...

Sasuke desviou os olhos de Shizune para um ponto qualquer da sala de jantar. Era só o que faltava para a sua vida naquele momento. Perder o corcel que ganhara de seu pai na infância. Cavalgava com sua mãe nas terras daquela fazenda. Aquele cavalo era um dos poucos a quem considerava uma amigo do passado. Recordava-se de bons momentos ao lado dele. Agora foi retirado de sua vida. Mais um ser importante devorado pelo destino cruel que o castigava desde que era uma criança.

Sakura fitou a expressão de fúria, culpa e dor do Uchiha. Naquele momento, sentiu que ele realmente era diferente, tentando ser outra pessoa. Ou apenas aparentava ser assim.

Droga!

Isso não a faria amolecer seu coração para ele! Balançou a cabeça, espantando os pensamentos e aquele sentimento de querer acalentá-lo.

–Você precisa ir até a fazenda. - disse Shizune. - Precisa autorizar...

–Quer que eu autorize a morte dele? - disse entre dentes. Não conseguia mais conter aquela raiva.

–No momento é o melhor a se fazer, Sasuke-san... Ou quer que ele continue sofrendo?

Sasuke se levantou. Não sentira mais fome depois daquilo. Deixou a mesa, o prato ainda cheio. Saiu do cômodo em passos duros, os punhos fechados, a mandíbula apertada.

–Acha que eu preciso ir junto? - perguntou Sakura à morena que ainda observava a porta por onde Sasuke havia passado.

–Você deve ir junto com ele, Sakura. Sabe muito bem que Sasuke não pode ir a lugar algum sem você.

–Mas eu achei que num momento como esse, eu...

–Principalmente num momento como esse. - interrompeu. - Viu só como ele ficou?

–Mas eu não posso fazer nada por ele. Acho melhor não ir...

–Não seja boba! Sasuke vai gostar da sua companhia.

Até parece...

***

Não adiantaria discutir com Shizune. Essa assistente era muito decidida e persuasiva. Muito dedicada ao trabalho. Quando insistia numa coisa, ela não desistia até conseguir. Sakura notou isso depois dessa pouca convivência com Shizune. Se ela não tivesse insistido tanto não estaria ali, novamente dentro daquele carro, o Mustang prata de Sasuke.

Era um pouco mais de duas horas de viagem, até a fazenda comprada pelo pai de Sasuke quando este tinha oito anos.

Que ótimo! Duas horas inteiras dentro daquele mar de silêncio e tédio.

O CD player estava ligado numa música que Sakura odiava. Um rock muito barulhento, que aparentemente Sasuke gostava, pois só ouvia isso. E para piorar estava exageradamente alto, castigando seus ouvidos. Não conseguia nem ouvir seus pensamentos. Ela nunca reclamaria para ele, claro. Dar ordens em seu carro. Nunca. Agora que ele está carrancudo daquele jeito por causa de seu corcel, seria muito pior. Tentava imaginar qual seria a reação dele se ela ao menos pedisse com toda educação do mundo. Mas decidiu não arriscar.

Deu um suspiro de alívio quando avistou uma placa de madeira que dizia: Fazenda Uchiha, 1 Km. Estavam quase chegando. Sasuke só assinaria a autorização, para depois irem embora. A paz de seus ouvidos durariam apenas alguns minutos, mas já era alguma coisa.

O moreno, carrancudo e irritado, ouvia a música alta daquele jeito exatamente para não escutar seus pensamentos. O que era inútil, já que não conseguia parar de pensar no que estava indo fazer naquela fazenda. Por falar nisso, passou a odiar aquele lugar a muito tempo atrás. Lá era ainda pior que em casa. Aquelas malditas lembranças sucumbiam sua mente, com mais intensidade naquele lugar. Mais um motivo para odiá-lo.

Preferia estar em seu quarto naquela tarde, assistindo a um filme do Chuck Norris, vendo a última edição da revista da Playboy, onde guarda dentro de uma gaveta reservada para isso, comprando alguma peça interessante para seu carro pela internet, ou até mesmo nada. Qualquer coisa era melhor que estar naquela fazenda.

Mas era inevitável.

Praguejou quando adentraram os belos portões da fazenda Uchiha com o Mustang. Pelo menos assinaria a maldita autorização que mandaria o seu caríssimo corcel para morte, depois poderia voltar para casa.

Quando desceram do carro, Sasuke dirigiu-se rapidamente para os fundos da casa, onde encontrava-se o curral. Sakura o seguiu. Deslumbrava-se pela bela visão daquele lugar. Era mesmo magnífico. A bela casa, da qual eles não economizaram no tamanho, era linda. Sakura não se lembrava de ter visto uma grama tão verde como aquela, que corava de verde todo a extensão da fazenda.

Seus olhos se perderam em cada parte, sem perceber que Sasuke já estava bem à frente dela.

–Sasuke-sama!! - cumprimentou um homem baixo, sujo que usava um chapéu de palha e tinha um sotaque um tanto diferente. - Como tu cresceu, minino! - era praticamente um fazendeiro. Já idoso, que colocava ordem naquela fazenda à muito tempo.

–Como vai, Hizaki-san?... - cumprimentou de volta, passivamente.

Mais dois homens se aproximaram do Uchiha. Um deles trazendo-lhe um papel.

A cerejeira percebeu que Sasuke estava bem distante do curral. Ele aparentemente não queria se despedir de seu cavalo. Assim que chegou, seguiu para perto dos veterinários, sem ao menos olhar na direção de onde o animal se encontrava.

Mesmo não querendo, Sakura sentiu seu coração amolecer por pensar em Sasuke. Ele podia não demonstrar tristeza pela sua perda, mas mostrava profunda irritação, como se estivesse culpando-se por aquilo.

Era inevitável. Parecia entender perfeitamente a dor que ele sentia.

Seguiu até o curral, avistando o belo corcel negro preso por trás da cerca de madeira. Aproximou-se dele, levando sua mão até a cabeça coberta pelos cabelos negros, brilhantes pela luz do sol que o iluminava.

Sentiu-se feliz por acariciá-lo, pois nunca tocara em um cavalo na sua vida. Na verdade nunca esteve em uma fazenda na sua vida. Sempre gostou de animais, mas nunca possuiu nem mesmo um cachorrinho.

Abriu a cerca, adentrando o pequeno cercado onde ele estava, passando suas mãos pelo corpo de veludo. Sakura notou que era mesmo um cavalo bem cuidado, um perfeito alazão. Porém parecia triste, estava muito quieto. Não movia um músculo.

–O que você tem, garoto? - ela continuou as carícias pelo corpo do belo corcel negro, até que percebeu o sangue seco que havia descido pela coxa do animal. Por curiosidade, talvez por ser muito observadora, levou seus olhos até aquela região, encontrando um espinho cravado no couro negro. Espinho? Aquilo era um graveto! Aparentemente metade daquilo estava dentro do pobre cavalo, enquanto uma ponta, lhe machucava a perna. - Será que... - ela suspeitava daquilo ser a causa dele não correr, muito menos andar. - Mas como não retiraram isso dele?! - seria possível os veterinários não terem olhado naquela região?

Mas por via das dúvidas...

Sakura saiu do curral rapidamente, antes que Sasuke fizesse uma besteira.

–SASUKE!!! - ela berrou do curral, fazendo com que ele e os outros três homens olhassem na sua direção. - VENHA AQUI!! - o moreno olhou para ela juntando as sobrancelhas confuso. - ELE NÃO ESTÁ DOENTE!!

Os veterinários se entreolharam, perguntando quem era aquela maluca berrando de dentro do curral para Sasuke. Este ficou um momento pensativo, mas decidiu ver o que ela queria lhe mostrar.

Ele seguiu até ela, sendo seguida pelos três homens curiosos e confusos.

–O que é, Sakura? - perguntou o moreno irritado.

–Sasuke, olhe aqui! - ela o chamou, abaixando um pouco abaixo do cavalo para mostrar a sua descoberta.

–Quem é você, garota? - perguntou um dos veterinários. Um ruivo magro e alto.

Mesmo sem vontade de chegar tão perto de seu amigo que morreria daqui algumas horas, Sasuke se aproximou, como se algo dentro dele lhe dissesse para fazer aquilo.

–Olhe só... - mostrou ela, a ferida e a ponta do espinho para fora, maltratando a o couro do animal. - Acho que é por isso que ele não anda... A ferida deve ter infeccionado e...

–Mas que ferida? - interrompeu um dos veterinários.

Sasuke levantou a cabeça para ele com a expressão dura.

–Então vocês não viram isso? - perguntou ele entredentes. Quando Sakura começou a lhe mostrar, imaginou que aquilo não era nada, afinal, tinha os melhores veterinários que seu pai poderia contratar.

–Sasuke-sama, deixo-nos dar uma olhada. Talvez não seja nada demais. - o ruivo se aproximou do cavalo meio receoso, pedindo licença à Sakura para ver do que se tratava. Depois de ver a ferida, levantou a cabeça para os demais, sem pronunciar uma palavra. Ficou mudo o imprestável. Nunca imaginava que alguma coisa como ela poderia provocar o desânimo do belo corcel negro, que encontrava-se na flor da idade. - Eu, eu...

–O que está esperando para retirar essa merda do meu cavalo, seu inútil! - Sasuke não conteve a raiva. Sakura até apertou os olhos com aquele berro.

O pobre veterinário, cambaleou assustado para o lado, pegando a maleta que seu colega tinha em mãos. Rapidamente e delicadamente, ele retirou o espinho que possuía, aparentemente, oito ou nove centímetros de comprimento.

–Dê um tapa nele, dê! - pediu Hizaki segurando a cerca aberta

O ruivo, ainda receoso pela bronca do Uchiha, bateu no traseiro do corcel o que fez o cavalo correr pelo curral à fora, rapidamente como um relâmpago, nome batizado por Sasuke. Ação que fez o Uchiha virar-se novamente para os veterinários, amaldiçoando-os com o olhar.

–Os melhores veterinários... - debochou. - Bando de inúteis!!

–Sasuke-sama, eu...

–Vocês iriam matar o meu cavalo por culpa da porra de um espinho!!

–Nós não conseguimos ver que...

–E uma garota de óculos conseguiu... - disse Hizake sorridente. Seus olhos parcialmente escondidos pelo chapéu.

–Estão demitidos, bando de imprestáveis!

–Sasuke-san, onegai... Trabalhamos nessa fazenda a tantos anos e...

–Pouco me importa! - ele só não tinha socado a cara daquele baka, porque eles eram velhos. Assinaria a morte de seu cavalo, praticamente um amigo de infância, por causa deles!

–Espere, Sasuke... - disse Sakura segurando no braço dele, antes que ele saísse. - Não precisa demiti-los. - Sakura se sentiu culpada por aquilo. Os pobres coitados perderiam o emprego por culpa dela.

–Ficou maluca?

–Todos cometem erros. - disse ela olhando na direção dos dois homens angustiados que faltavam chorar pela cara de pranto que faziam. - Apenas prometam que serão mais observadores da próxima vez...

–Claro, claro... - balançaram a cabeça positivamente.

–Sim, nós seremos!

Sasuke ficou um momento pensativo. Todos esperavam pela resposta dele. Até Hizake tirou o chapéu para ver a expressão do moreno.

–Vão logo fazer um curativo naquela ferida!

Os dois sorriram ao mesmo tempo, agradecendo pela segunda chance, e por Sakura ter pedido à Sasuke.

–Conheço ocê de algum lugar, minha fia? - perguntou Hizaki, acompanhando Sasuke e Sakura para fora do curral.

–Ela é filha da Srta. Haruno, atual Sra. Uchiha. - respondeu Sasuke ao velho.

–Mas é claro! A Srta. Haruno! Ocês são iguaiszinhas... hehehe...

–Minha mãe já esteve aqui? - perguntou ela surpresa.

–Sim. - respondeu o velho. - Acho que foi a dois meses atrás. Quer conhecer a fazenda, minha fia?

–Ah, eu adoraria! - sorriu docemente para ele.

Sasuke deveria replicar o convite de Hizake, porém nada disse. Deveriam ir embora, já que a idéia era apenas assinar a autorização para o sacrifício_este rasgado por ele_, e voltar para Konoha.

–Mostre a fazenda à ela, Sasuke-sama! Vou avisar ao perssoá da cuzinha, preparar um jantar especiar pra ocês...

O velho Hizake virou as costas, seguindo a direção da casa, enquanto Sasuke e Sakura seguiram na direção do interior da fazenda.

Sakura se perdia com a visão. Havia uma vasta área de grama verde, tão verde como seus olhos. As flores coloriam os jardins, tão bem cuidados, que pareciam até ramalhete de flores preparadas para serem entregues.

Mas o melhor que ela poderia ver, foi um pequeno lago, onde havia cisnes abrindo e balançando suas asas.

–Por Kami!! Nunca havia visto um cisne na minha vida! - disse ela eufórica para Sasuke. Este que não mostrava tanta surpresa. Ela se correu até o lago, aproximando-se de um cisne que estava em terra. - Olá!! Olá! - o cisne não foi muito com a cara da rosada, pois ele avançou sobre ela com as asas abertas. - AHHH!!! - ela correu de volta para perto de Sasuke, com o cisne às suas costas.

Parou quando percebeu o fim do ataque, olhando na direção de Sasuke. Este se aproximava sorrindo, gargalhando do “baita mico” que a cerejeira pagou.

Espera aí! Sasuke estava rindo?!!

Sakura paralisou-se em seu lugar, observando o rosto de Sasuke. Tão lindo quando sorri. Seus dentes brancos e brilhantes, que sempre se escondiam, estavam ali, à mostra para ela naquele sorriso. Era hipnotizante e quase impossível de acreditar.

–Eu não sabia que cisnes eram tão hostis... - disse acordando do transe pela bela visão do Uchiha.

–Eles não gostam que se aproximem muito.

–Vou me lembrar disso da próxima vez...

***

O tempo congelou naquela tarde. Caminharam desde o curral, até as grandes plantações de arroz no fim das terras Uchiha. Aquela fazenda era imensa. Havia um enorme campo de golfe, talvez essa era a causa para aquela grama bem cuidada. Quadras de tennis, de futebol, basquete, piscinas... Era um verdadeiro paraíso, ou uma fazenda muito moderna.

Sakura admirou-se pela quantidade de animais que havia ali. Todos não foram muito com a cara dela, para falar a verdade, mas estava gostando. Afinal nunca estivera em uma fazenda, muito menos em uma que pertence a uma família, dona de grandes indústrias de petróleo. Ou seja, bilionários que não economizam nenhum centavo em nada de suas vidas.

O que mais estava gostando naquela tarde, era ver a mudança de humor do Uchiha acostumado com a carranca. Não que ele estivesse assim, com uma cara boa de felicidade, mas Sakura sabia que havia algo diferente nele. Talvez estivesse feliz por seu cavalo Relâmpago não ter morrido.

–Quantos cachorros têm nessa fazenda?! - admirou-se a rosada. - Já contei uns dez!

–Quinze.

Estavam cercados por cachorros, todos da raça labrador. Sakura estava ficando louca com tantos latidos e batidas de rabo nas suas pernas.

Só haviam eles e os cachorros, no meio de um campo enorme repleto em verde. Estavam muito longe do centro da fazenda, pois já não se via a casa, e esta era enorme. O pior era o vento e o céu escuro que indicava uma chuva se aproximar. Sakura já estava se contentando com o fim da visita.

–Sasuke, eu acho que vai chover. - as primeiras gotas já caiam do céu. - Como o tempo aqui muda rápido!

Aqueles cachorros estavam deixando-os surdos. Sasuke acabara de dar uma bronca em um deles, e outro avançava para cima do moreno.

–Vamos, voltar! - disse Sasuke, retirando o animal de cima dele.

Porém parecia tarde.

Em questão de segundos, a chuva caiu forte, cortando o solo com a força de suas águas. Os labradores correram na frente deles, seguindo o caminho certo da fazenda.

–Merda! - praguejou o Uchiha, sem enxergar nada pela água torrente que rasgava o céu, caindo sobre eles.

–E agora?

–Venha! - Sasuke agarrou a mão da rosada, correndo pelo campo, até que chegassem ao pequeno celeiro de onde tinham passado à uns minutos atrás.

Entraram rapidamente, fechando a porta que se abrira com força por conta do vento. O ambiente quente e aparentemente aconchegante, era mais que necessário no momento. Não era exatamente um celeiro. Onde estava palha, sujeira, ferramentas, enxadas? Não havia nada disso. Parecia até um apartamento.

Haviam armários, bicicletas, alguns pacotes de ração. Era mesmo um depósito, só que muito bem organizado. Estava tão limpo quanto uma casa que acabara de passar por uma faxina.

–Ah, não... - Sakura olhou para si mesma, encharcada pela chuva. Como voltariam no mesmo dia, não tinha roupas para voltar pra casa.

Segurou na barra do vestido para torcê-lo, quando levantou a cabeça para ver onde Sasuke estava.

Ele estava no centro, já havia retirado a camisa. Agora sacudia com sua mão, os cabelos deixando-os úmidos. A franja grudou úmida na sua testa, cena absurda de tão linda... As gotas desciam por seu corpo másculo, pingando no chão. Gotas das quais foram seguidas pelos orbes verdes de Sakura. Estava hipnotizada mais uma vez por ele. Segunda vez naquele dia.

A cerejeira fechou os olhos, apertando suas pálpebras, espantando aquelas sensações de seu corpo e aquelas cenas de sua pobre mente, que conhecia tão pouco sobre o sexo oposto.

–Qual é o problema? - a voz dele a despertou.

Só então percebeu que estava apertando-se com seus braços, trêmula de olhos fechados. O que Sasuke estaria pensando?

–Estou com frio... - foi a primeira coisa que veio na sua cabeça.

–Acho que tem cobertores aqui, em algum lugar.

Observou as costas largas se afastarem, indo até um armário no canto do pequeno cômodo. Tentou mais uma vez espantar aquelas cenas de sua cabeça, e seu coração de parar de bater tão rápido.

Sua mente processava a situação: Ficar sozinha com Sasuke em um depósito do tamanho de um banheiro, observando o moreno sem camisa, que se encontra totalmente molhado...

Que loucura! Não seja boba, Sakura!

É só até a chuva passar...

Eu posso agüentar...

==========================================Continua...


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Notas finais do capítulo



Yo meus Kokoros!!!



Desculpa a demora! Mas está aí!!!!

Se tiver algum erro, me perdoem! A ansiedade não me deixou betar!=D


Será que a Sakura aguenta por muito tempo?? hauhauhauhua


Até o próximo!!!


bjus

=Denny