Ai Chikara escrita por DennyS


Capítulo 28
Capítulo - XXVIII - Uma Visita do Passado




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Capítulo XXVIII: Uma Visita do Passado

As ondas dobravam-se contra a encosta lentamente. Naquela manhã o mar estava calmo, a brisa era quente e deliciosa, o sol brilhava como nunca. O dia era tão lindo que a tempestade da noite anterior não havia deixado rastros, era um dia totalmente novo.

Sakura estava sentada sobre a areia, seus olhos estavam fechados enquanto a leve brisa soprava em seus cabelos.

Aquele era um novo dia, porém a sensação maravilhosa que havia durado uma noite inteira não havia mudado em nada.

Sentia-se completa, sentia-se radiante, era agora uma mulher. Naquela mesma manhã havia se olhado no espelho um tanto receosa com o que fosse encontrar, mas não poderia estar mais satisfeita consigo mesma. Ela encontrou uma mulher apaixonada, feliz, radiante. Tudo o que sua avó lhe contara e a alertara sobre o pecado da carne anos atrás não fazia sentido algum se comparado com o ato de amor que disfrutara com Sasuke. Aquela noite foi tão maravilhosa que com certeza se tornaria inesquecível.

Lembrou-se dos toques, de cada um deles... Dos lábios de Sasuke sobre a sua pele, de seus olhos apaixonantes, de suas palavras sussurradas com tanta intensidade...

Naquele momento sentia-se ridícula por ter sentido tanto medo no começo daquela viagem porque ficaria tempo demais sozinha com o Sasuke. Agora, porém a única pessoa com quem ela desejaria estar era somente ele.

Sakura abriu os olhos e olhou na direção da casa. Ela havia se levantado da cama antes que Sasuke acordasse, tomou banho e saiu para dar uma volta na praia, ela precisava daquele momento sozinha. Mas já fazia mais de uma hora desde que saiu, Sasuke poderia estar preocupado ou furioso procurando por ela.

Levantou-se retirando areia da canga e seguiu rapidamente pela trilha de pedras na direção dos fundos da casa. Ao entrar na sala de jantar, seguiu diretamente para a cozinha onde encontrou Sasuke olhando pela janela, ele tinha uma xícara nas mãos.

Como se fosse a primeira vez que o visse, Sakura sentiu seu coração disparar. Sasuke usava apenas uma bermuda, seus músculos tão definidos, sua pele brilhava de encontro à luz do sol que invadia toda a casa. Era uma visão absurdamente linda, como sempre foi em todas as vezes que seus olhos se perdiam nele.

–Está tentado se esconder de mim? – a voz dele entrou em seus ouvidos fazendo-a ofegar. Sasuke ainda tinha os olhos na direção da janela, seus ombros pareciam tensos. Pela aspereza em sua voz, Sakura receou que ele pudesse estar irritado. – Gostaria de ter acordado ao seu lado. – disse ele virando-se para Sakura.

Ao perceber a insegurança nos olhos dela, Sasuke suavizou a sua expressão. Realmente ele ficou irritado por ter acordado sozinho na cama, mas não tinha motivo para parecer um garoto mimado, Sakura poderia ter uma boa razão para ter levantado da cama.

Ela se aproximou dele lentamente, seus olhos brilhavam, um leve sorriso havia se formado em seus lábios. Nunca em sua vida Sasuke vira tanta beleza. Ao mesmo tempo em que Sakura parecia inocente e tímida, ela era sensual, capaz de lhe tirar o fôlego.

–Gomene, Sasuke-kun... – disse cercando o pescoço dele com os braços. – Eu só fui dar uma volta na praia, não queria te acordar.

Como ele poderia resistir àquela tentação? Será que Sakura fazia ideia do poder que ela possuía sobre ele? Sasuke sentiu seus músculos ficarem ainda mais tensos, seu coração bater mais rápido. Ele a cercou pela cintura puxando-a para si. Abaixou a cabeça e a beijou.

–Não faça isso de novo... – ele sussurrou nos lábios dela. Sasuke não ousaria revelar os reais motivos por desejar acordar ao lado dela. Ele sabia muito bem como era imensamente prazeroso o sexo matinal e gostaria que Sakura soubesse disso também. Porém, ele tinha certeza que era apenas uma questão de tempo para que ela descobrisse. A relação entre eles subira de nível, a paixão estava mais intensa, eles não conseguiriam manter a atração que sentiam um pelo outro trancado a sete chaves. Agora que Sasuke a fizera sua, Sakura não sairia de perto dele tão cedo.

–Está com fome, Sasuke-kun? – perguntou Sakura ofegante depois de interromper o beijo. – Posso fazer o café da manhã, já que os empregados não virão hoje. – ela se afastou dele e seguiu na direção do balcão de mármore da cozinha.

Sasuke ficou decepcionado quando ela se afastou, mas Sakura não reparou. Ela ligou a torradeira, retirou um litro de leite e uma jarra de suco da geladeira, pães do armário e ajeitou tudo sobre o balcão da cozinha em um minuto.

Sasuke, ao perceber que ela parecia mesmo convencida a preparar o café da manhã, sentou-se sobre uma banqueta e a observou atentamente enquanto ela lavava algumas cerejas e uvas na pia.

–Sabe, Sasuke-kun – disse ela por cima do ombro – você ainda não me contou porque desapareceu da festa no navio naquela noite.

Sakura terminou de lavar as frutas e ao se virar para colocar tudo sobre o balcão percebeu que Sasuke estava muito pensativo, seus olhos estavam perdidos pelas portas de vidro da varanda. Sua expressão muito séria.

Sakura havia pensado no motivo que fizera Sasuke desaparecer durante a festa, mas pelo olhar perdido e sério que ele tinha naquele momento, ela não imaginava que era uma coisa tão séria.

–Sasuke-kun...? – ela se aproximou dele e levou as mãos até o seu rosto. Lentamente ela fez com que ele a fitasse e Sasuke ainda parecia pensativo.

–Meu irmão... – disse ele. Seus olhos fitavam o rosto de Sakura, mas não parecia que ele a via.

–Seu irmão? Como assim? - Sakura perguntou confusa ainda segurando no rosto dele. – Ele estava na festa?

Sakura ficou confusa. Sabia que o irmão mais velho de Sasuke havia saído de casa depois de uma briga horrenda com o Sr. Uchiha por motivos que ela desconhecia. Só sabia o suficiente que sua mãe lhe contara: Uchiha Itachi foi deserdado e expulso de casa na noite da briga.

Sasuke a fitou novamente, depois se levantou da banqueta e parou de frente as portas de vidro, de costas para Sakura.

–Ele está em toda parte. Aonde quer que eu esteja ele está... Está me observando. – a voz dele era dura e cheia de ressentimento, e por um momento Sakura podia imaginar a sua expressão.

–Ele contou isso a você? - como Sasuke não respondeu, Sakura ficou ainda mais confusa. – Por que ele faria isso?

Sasuke virou para ela novamente, seus olhos estavam escuros e estreitos. Sakura já conhecia aquela expressão que aliás, fazia um bom tempo que não a via. Sasuke geralmente se sentia daquela forma quando alguma coisa a respeito do seu pai estava envolvida.

–Sente-se. – Sasuke pediu a ela, mas Sakura não se moveu. – A história pode ser um choque pra você.

Sakura já estava em choque apenas por vê-lo tão tenso daquela maneira, mas concordou e antes de se sentar terminou de preparar a mesa para o café da manhã e pediu para que ele se sentasse também e lhe contasse o que havia acontecido enquanto comiam.

Sasuke lhe disse tudo desde o início. Tudo que Itachi havia lhe contado sobre a falsa briga com o pai, até o seu serviço secreto de espião e a causa da morte de sua mãe. Sakura ouvia tudo aterrorizada sentindo seus olhos arderem pelas lágrimas, pois nunca Sasuke tinha conversado sobre a morte de sua mãe com ela tão abertamente. Ela percebeu como ele parecia sofrer por ter descoberto que a morte dela não fora um acidente, mas sim um assassinato por vingança.

Quando Sasuke terminou um silêncio sufocante pairou sobre eles, cada um com seus pensamentos. Sakura não sabia o que dizer no momento, principalmente por vê-lo à beira da insanidade, como se quisesse matar o tal de Uchiha Madara.

–Seu irmão é muito corajoso. – disse ela por fim. E Sasuke pareceu concordar com um leve aceno de cabeça. – Mas essa não deveria ser a única forma de impedir Uchiha Madara de seus planos de vingança. Com toda certeza foi errado o que ele fez e...

–Errado? – Sasuke a fitou com um olhar de surpresa, logo substituído pela fúria. – Sakura, aquele desgraçado matou a minha mãe! Planejava me matar e sabe-se lá quem mais depois de mim! Tudo isso para se vingar do meu pai! – Sasuke se levantou ofegante, com os punhos cerrados e se dirigiu até a janela em passos duros. – Eu o quero morto!

Sakura se levantou e se aproximou dele, abraçando-o pelas costas com receio. Sasuke estava tenso, mas ela não desistiu. Apertou seus braços ao redor dele apoiando a cabeça nas suas costas. Sakura podia entender como Sasuke se sentia, mas não desejava vê-lo tomado pelo ódio, escurecendo seu coração com desejos de vingança.

–Não diga isso, Sasuke-kun... – ela pediu sentindo seus olhos mergulharem em lágrimas. – Quando desejamos o mal à outra pessoa, o mal se volta contra nós mesmos. Assim para quem o pratica por vingança. Eu tenho certeza que Uchiha Madara terá o que merece.

Sasuke ainda estava rígido, os punhos cerrados, a expressão dura. Era difícil concordar com Sakura. Ele não tinha paciência para aguardar o castigo do destino, assim como seu pai e seu irmão, porque se acreditassem que a justiça se resolveria sozinha eles não estariam agindo há tantos anos sem que ele soubesse. Sakura tinha um coração gentil demais para querer se vingar de alguém, ela jamais entenderia. Não era só por sua mãe, Uchiha Madara tinha que ser detido e punido pelo que fizera contra sua família.

Embora não estivesse disposto a concordar com Sakura, Sasuke fez o possível para espantar o ódio que tentava dominá-lo e relaxou suas feições. Faria isso por ela. Faria por Sakura, ao menos naquele momento. Não queria estragar o dia incrível que ainda teriam pela frente.

Ele virou-se para ela e segurou seu rosto.

–Não tem que chorar por mim. – disse ele enxugando as lágrimas que ainda desciam pelo rosto alvo e delicado da cerejeira.

–Não quero que nada de ruim aconteça com você. – disse Sakura fitando-o nos olhos. Ela queria que ele soubesse o quanto o amava, o quanto tinha medo de perdê-lo.

–Nada vai acontecer. – ele lhe assegurou antes de puxá-la para si e beijá-la.

Sakura não estava convencida. Ela podia sentir que alguma coisa ruim iria acontecer, sentia o coração apertado depois da história que Sasuke acabou de contar e até mesmo suas palavras, seus beijos não foram capazes de tranquiliza-la.

Sasuke sentiu o corpo dela tenso ao descer seus lábios pelo pescoço fino e delicado. Levantou a cabeça e a fitou nos olhos.

–Nada de ruim vai acontecer... – disse Sasuke novamente roçando de leve o nariz ao nariz dela. – Não vamos pensar nisso agora. Ainda temos o resto do domingo pela frente para nos preocuparmos. Não quero pensar em outra coisa que não seja você.

Sakura corou ao se dar conta da “preocupação” ao qual ele estava se referindo.

–Sasuke-kun, ontem a noite foi... – ela se interrompeu ao sentir o rosto queimar.

–Foi o que? – Sasuke de repente se sentiu alarmado. Foi um erro? Foi uma imprudência? Quando acordou sozinho na cama imaginou que Sakura poderia estar envergonhada ou arrependida pela noite de intimidade e não quisesse vê-lo, ou pior, que ele a havia machucado e ela com medo de dizer, fugiu para que ele não percebesse. Mas quando ela surgiu na porta da cozinha e o beijou, esses pensamentos desapareceram. Agora, porém ele já não tinha certeza do que pensar. – Se eu a machuquei você precisa me dizer, Sakura. Eu...

–Não, Sasuke-kun! Não é nada disso! – Sakura xingou a si mesma por parecer tão ridícula. Por que tinha tanta vergonha de dizer ao Sasuke como se sentia? – Eu quero dizer que foi... Ontem a noite foi muito... Foi... Foi perfeito. – ela desviou os olhos com o rosto em chamas. – Bom, pelo menos para mim foi.

Sasuke a segurou pelo queixo e levantou seu rosto.

–Perfeito é um eufemismo. – os olhos de Sasuke escureceram pelo desejo ao se lembrar da noite anterior. Ele a beijou intensamente e levantou Sakura em seus braços, depois a sentou sobre o balcão da cozinha sem nunca deixar de beijá-la.

Sakura já tinha o corpo incendiado antes de Sasuke beijá-la, agora ela já sabia que não tinha mais controle sobre si. Sua mente estava limpa, suas preocupações dissipadas. Só havia o agora, só existia Sasuke e as sensações prazerosas que ele lhe provocava.

Sasuke lhe retirou a canga e puxou o nó do biquíni, desfazendo-o. Havia uma urgência em seu corpo que não podia ser ignorada. Seus lábios se moviam com ansiedade sobre os lábios dela, suas mãos estavam descontroladas tocando-a por toda parte. Ambos estavam tão ofegantes que se separam por um segundo para respirar, mas logo voltaram a se beijar.

Sakura percebeu que já se encontrava completamente nua nos braços de Sasuke e ficou impressionada ao perceber que o acanhamento da noite anterior não estava presente. No lugar de sentir vergonha do homem que amava, sentia-se radiante, confiante, desejada.

Sasuke interrompeu o beijo e se afastou alguns centímetros para olhar para Sakura. Ela apoiou os braços no balcão atrás de seu corpo, seu cabelo liso e sedoso se espalhava por seus ombros e seios, seus lábios estava entreabertos, havia um brilho sensual em seus olhos, seu rosto estava corado, a luz do sol que entrava pelas janelas penetrava em sua pele branca e aveludada. Sasuke a fitou intensamente como se quisesse guardar aquela imagem para sempre em sua mente. Parecia um anjo perfeito para seduzir.

Sakura não sabia descrever o que sentia naquele momento íntimo em que Sasuke olhava para ela. Ela acompanhou o movimento dos olhos dele, percebendo como Sasuke parecia tenso, como ele respirava com dificuldade. Os olhos negros desceram pelo corpo dela, parando na região mais íntima e Sakura ofegou ao ouvir Sasuke soltar um pequeno gemido.

–Sasuke... – ela murmurou ofegante. Não podia mais aguentar. Precisava do toque dele, precisava dele por inteiro.

Sasuke continuou a fita-la intensamente com os olhos semicerrados. Sua mão foi lentamente até a braguilha de sua bermuda e abriu o zíper. Ele se aproximou da cerejeira e a beijou, aproximando-a dele, fazendo-a cerca-lo com as pernas. Sasuke a segurou firmemente pela cintura e depois a penetrou lentamente.

Sakura gemeu em seus lábios, suas mãos apertaram os ombros largos de Sasuke.

–Está tudo bem? – perguntou Sasuke ofegante. Sakura respondeu que sim apenas com um leve aceno de cabeça e Sasuke voltou a penetra-la lentamente.

Sasuke continuou com movimentos lentos para prolongar o prazer. Seus lábios traçavam linhas de fogo pela pele alva do pescoço dela, suas mãos acariciaram a cintura fina, os quadris, os seios. Quando Sakura pensou que não fosse mais aguentar, Sasuke acelerou seus movimentos até que ambos chegaram ao ápice do prazer.

Sasuke a beijou. Nos seus olhos havia um brilho intenso, uma certeza de como seu coração estava preenchido, de como amava Sakura mais do que tudo que existia no mundo.

***

Era noite quando Sasuke e Sakura chegaram a mansão Uchiha. Quando Sakura entrou em seu quarto parecia que havia ficado longe por uma eternidade e não um final de semana. Sabia que aquela viagem seria inesquecível. Mesmo com os pontos baixos, como ficar quase bêbada e vomitar até as tripas, brigar com o Sasuke por causa do Idate... Mesmo as coisas ruins seriam lembradas. Aqueles últimos dias foram os melhores da sua vida.

–Como foi a festa, minha querida? Se divertiu?

Sakura olhou para sua mãe ao lado de sua cama, ajudando-a a desfazer as malas.

Se ela soubesse o que eu fiz... Pensou a cerejeira.

–Foi muito bom, mamãe. – respondeu ela desviando o olhar e voltando a vestir o seu pijama. – Só foi muito cansativo. Me sinto exausta e amanhã tenho aula.

–Então vá descansar. Amanhã terminamos de desfazer as malas. – disse a Sra. Uchiha com um sorriso.

Sakura respirou aliviada por sua mãe não pedir por detalhes de tudo que aconteceu na viagem. Não tinha certeza se poderia inventar uma história naquele momento em que as memórias de Sasuke e ela juntos estavam tão vivas em sua mente.

Sua mãe ajeitou a cama para que ela pudesse se deitar, lhe deu um beijo de boa noite e seguiu para a porta.

Mas não saiu. Yori ficou parada na porta olhando para Sakura com uma expressão estranha.

–Algum problema, mamãe? – perguntou Sakura tentando não parecer desconfiada.

–Não é nada. – sua mãe sorriu. – Durma bem. Nos vemos amanhã.

–Boa noite, mãe.

Yori apagou a luz e saiu do quarto da filha. Ela havia reparado que Sakura parecia um pouco diferente quando chegou em casa naquela noite. Ela conhecia sua filha muito bem, mas não sabia exatamente o que havia de diferente nela. Havia reparado que Sakura amadurecera muito desde que se mudou para Konoha, deveria ser essa percepção que estava a incomodando agora. Se alguma coisa estivesse acontecendo, Sakura certamente contaria para ela.

A Sra. Uchiha balançou a cabeça espantando os pensamentos e subiu as escadas na direção de seu quarto, convencendo-se de que estava tudo bem.

***

No dia seguinte, Sakura estava na aula de história tentando se concentrar. Lembrava-se da visita surpresa de Sasuke na última noite em seu quarto, depois que sua mãe saiu. Sasuke foi apenas para lhe desejar boa noite, mas acabou fazendo muito mais que isso.

Sakura ofegou ao se lembrar das carícias tão íntimas provocadas pelos lábios e pelas mãos de Sasuke. Oh, Kami! Como posso me sentir assim no meio da aula!

Sakura respirou fundo e arregalou os olhos na direção da tela onde o professor Orochimaru projetava slides sobre a Segunda Guerra Mundial. A sala estava um pouco escura, então graças a todos os Kamis, ninguém poderia perceber como o rosto dela estava corado.

Quando a aula de história terminou, sem que Sakura tivesse entendido nada do que o professor havia explicado (mais tarde teria que ler todo o capítulo de livro de História), Sakura seguiu na direção do refeitório. As meninas já estavam lá, com mais uma dúzia de meninas em volta, tagarelando sobre o baile de primavera que se aproximava.

–Sakura! Venha e sente-se aqui do meu lado! – disse Ino puxando Sakura para a cadeira ao lado dela. – Sentimos sua falta no feriado. Fizemos uma reuniãozinha na minha casa com todas as meninas do nosso “clubinho” e foi muito show! Também fomos ao shopping e compramos tantas coisas lindas! Hinata comprou sapatos maravilhosos! Você tem que escolher um par para usar no baile! Os vestidos nós compraremos nesse final de semana, então não marque nada para sábado!

–Quando é o baile? – perguntou Sakura impressionada com a forma em que Ino falava rápido e empolgada.

–Em duas semanas. – respondeu a loira aflita. – Ainda tem tanto o que fazer!

–Não fique desesperada, Ino porca! – as meninas pararam de falar quando ouviram a voz da arque inimiga de Ino: Shizuka. – Tenho certeza que antes do baile algum fracassado te convide, não fique tão aflita.

A loira estava de pé com uma mão na cintura. Suas outras amigas atrás dela rindo com cara de deboche. Ino se levantou com os punhos cerrados.

–Quem disse a você que eu não tenho um par?! – perguntou a Yamanaka enfurecida.

–Todo mundo sabe que você não tem. – disse Shizuka e as suas amiguinhas começaram a rir. – Você namorava o gostoso do Shino e ele te deu um pé na bunda. Desde então nunca mais vi você com garoto nenhum. – Shizuka apreciava o esmalte de suas unhas.

–Isso porque eu não sou uma vadia como você! – Ino estava se controlando para não arrancar os cabelos daquela garota.

Sakura, Hinata, Tenten e Temari se levantaram. Sabia que Ino poderia voar no pescoço da filha do diretor a qualquer momento se não fizessem nada.

–Por que você não vai procurar algo de útil para fazer, Shizuka? – perguntou Tenten estreitando os olhos.

–É, tipo mergulhar sua cara num balde com ácido? – disse Temari de braços cruzados.

As outras meninas, as novas integrantes do grupo também se levantaram, encarando o grupinho de quatro meninas de Shizuka. Já havia uma atenção considerável naquela mesa do refeitório. Todos os outros alunos olhavam para elas, esperando uma briga.

–Você acha que me assusta com esse grupinho de fracassadas, Yamanaka? - perguntou Shizuka olhando a sua volta com desdém. Suas amigas pareciam um pouco assustadas, mas ela permaneceu com a mesma pose de superior.

–É melhor ter cuidado com o que fala. Você está em desvantagem. – disse Ino agora com um sorriso malicioso nos lábios.

–Vamos, Shizuka. Estamos perdendo tempo com essas vadias. – disse a amiga de Shizuka.

A loira manteve o olhar mortífero na direção de Ino, depois se virou e saiu desfilando do refeitório com as outras garotas atrás dela. As meninas vaiaram, riram e debocharam do grupinho que saía e se sentaram novamente.

–Ninguém merece essa garota! Parece o diabo! – disse Ino cruzando os braços.

–Mas ela estava certa, Ino. Você não tem um par e está quase perdendo os cabelos por isso. – disse Tenten sinceramente, mastigando seu lanche.

Ino cerrou os punhos e fez uma careta de fúria.

–Diga mais alto, Tenten! Acho que nem todo mundo do refeitório ouviu!

–Ino, se acalma! – disse Sakura preocupada segurando na mão da amiga. – Ainda tem tempo para alguém te convidar. Ninguém me convidou e eu não estou preocupada.

–Mas você tem opções. Eu soube que tem um monte de garotos interessados em te convidar, você não deve se preocupar mesmo.

–Um monte de garotos? – perguntou Sakura aflita.

–Sim, garota! Você não fica ligada nos mexericos dessa escola? – perguntou Tenten debruçando-se sobre a mesa. – Ouvi na aula de literatura que ontem dois garotos estavam brigando para ver quem te convidaria primeiro. Não sei como ninguém te abordou ainda.

–Mas que droga... – murmurou Sakura com a mesma expressão que a Ino fazia.

–Vocês estão vendo como a Sakura é maluca? – perguntou Ino. – Ela está desesperada por que tem uma fila de garotos querendo convida-la para o baile! Dá pra acreditar?

–Ino... – repreendeu Hinata. – Eu tenho certeza que a Sakura está assim, porque só tem uma pessoa com quem ela quer ir ao baile.

Todas as meninas fizeram um “oh” em couro e fizeram cara de apaixonada para Sakura. Ino mudou sua expressão no mesmo instante e se aproximou da rosada.

–Sakura, você não nos contou todos os detalhes do seu final de semana... Eu soube que o Idate estava na festa beneficente... – Ino piscou os olhos várias vezes e sorriu. – Você ficou com ele?

As meninas fizeram “oh” novamente, só que mais prolongado dessa vez e começaram a perguntar ao mesmo tempo como Idate beijava.

Oh Kami! Se o Sasuke-kun escuta uma coisa dessas... Pensou Sakura com o rosto corado.

–Olha como ela ficou vermelha!

Sakura não disse nada. Negar que tinha ficado com Idate seria inútil para aquelas meninas alcoviteiras. Então ela ficou calada, olhando para os lados discretamente rezando para que Sasuke não aparecesse no refeitório.

–Já chega, meninas. A Sakura é muito tímida para admitir agora. Vamos deixar para quando o Idate a convidar para o baile. – disse Temari se levantando e se despedindo das meninas.

Sakura também se levantou com Ino, despediram-se das outras meninas e seguiram para a próxima aula que tinham juntas.

–Eu estava falando sério, Ino. – disse Sakura quando chegaram a sala de aula. O professor ainda não havia chegado. – Alguém vai te convidar para o baile, você não deveria estar tão aflita.

–Eu não tive muitos pretendentes desde que terminei como Shino, Sakura. E a culpa foi dele. – disse a loira tristemente rabiscando a capa de seu caderno.

–Por que diz que a culpa foi dele?

–Shino dizia que eu era frígida. E quando terminamos ele disse que faria todos os garotos saberem disso.

–Que horror! – disse Sakura começando à partir daquele momento a odiar o Shino. – Por que ele faria isso?

–Porque ele é um babaca.

–Vamos dar um jeito nisso, Ino. – disse Sakura determinada. – Vamos fazer todos os garotos saberem a garota linda, inteligente e formosa que você é!

Ino sorriu e segurou a mão da amiga.

–E como vamos fazer isso? – perguntou a loira revirando os olhos.

–Eu ainda não sei, mas vou pensar a respeito.

Ino abraçou Sakura e sorriu pela atitude dela. Estava realmente preocupada se conseguiria ou não ser convidada para o baile de primavera. Aquele pequeno detalhe era mais preocupante que qualquer vestido ou acessório que precisasse conseguir para usar na grande noite. Seria tão humilhante chegar naquela festa sozinha, com todas as suas amigas dançando com seus pares ou namorados...

Mas agora por causa das palavras de Sakura, ela se sentia um pouco mais confiante.

–Tem alguma coisa de diferente em você. – disse Ino inocentemente, mas Sakura quase sofreu um ataque cardíaco.

–Diferente? Como assim diferente?

–Você ficou mesmo com o Idate naquela festa, não foi?

–Sim! Ou melhor, não! Ele me fez companhia na festa, mas não ficamos do jeito que você está pensando.

Ino percebeu que Sakura ficou nervosa só de mencionar a festa. Queria saber o que ela estava escondendo, mas o professor acabara de entrar na sala. Teria que matar sua curiosidade mais tarde.

***

Sasuke não viu a cerejeira por todo o dia. Estava irritado por não tê-la encontrado nenhuma vez sequer pelos corredores. Ele precisava vê-la e tocá-la para se sentir bem. Era uma necessidade que Sasuke não entendia, mas que adorava. Era reconfortante tê-la por perto e isso não precisava ser entendido, somente sentido.

Depois que as aulas acabaram, Sasuke ficou encostado no capô de seu carro esperando por Sakura. Quando finalmente a viu caminhar em sua direção ele sentiu seu coração bater mais forte. Sentiu que poderia se acostumar com essa sensação.

–Sasuke-kun... – disse ela suavemente. Não poder beijá-lo porque estavam na escola era decepcionante. Sasuke se sentia da mesma forma. Não via a hora de ficar a sós com ela em seu carro, talvez poderiam se perder de propósito pelo caminho de volta pra casa. – As meninas me convidaram para ir ao Kunai Burgers. Precisamos terminar os preparativos para o baile de primavera.

Sasuke fez uma expressão nada agradável. Mentalmente amaldiçoava aquelas meninas irritantes.

–Gomen... – disse Sakura se aproximando com um passo. – Não vai demorar o dia todo, eu prometo.

–Tudo bem, Sakura. – disse Sasuke passando levemente a mão pelo rosto dela. – Gostaria de ter você pra mim todo o tempo, mas não posso. Fazer o que...

Sakura sorriu e segurou a mão dele que acariciava o seu rosto.

–Você pode ir me buscar quando terminarmos?

–É claro. Estava pensando em ir ver o meu pai no seu escritório. Quando terminar com as meninas, me liga que eu te pego.

–Vai falar com o seu pai? – Sakura perguntou surpresa. – Sobre... É sobre o... Você sabe.

–Sim. – confirmou Sasuke com a expressão séria. Estava querendo abordar o pai desde o dia anterior quando chegou da praia, mas sentia que não era o momento certo. Porém agora, como não iria embora com Sakura, não se sentira bem sozinho na mansão. Aquele era o momento certo para enfrentar o pai.

–Não brigue com o seu pai, Sasuke-kun...

–Não se preocupe, não vou acusa-lo de nada. Só quero que ele saiba que eu descobri tudo.

Sakura queria ir com ele. Sabia como era difícil Sasuke enfrentar o pai, principalmente para abordá-lo em um assunto tão sério e secreto como aquela história toda de Uchiha Madara. Ino e as outras meninas a chamavam naquele momento.

–Pode ir com suas amigas, Sakura. Eu ficarei bem. – disse Sasuke colocando as mãos nos bolsos. Queria tanto tocá-la, mas não podia no meio de toda aquela gente. Pela expressão da cerejeira, ele sabia que ela estava disposta a não sair com as meninas para acompanha-lo, mas ele não podia fazer isso.

Sasuke se aproximou dela e lhe deu um beijo na testa, depois entrou em seu carro e partiu.

***

As meninas se reuniram no Kunai Burges depois da escola, sem o grupinho novo. Queriam relaxar um pouco, por isso decidiram discutir os preparativos do baile para o dia seguinte.

Ino encarava Sakura com uma cara estranha enquanto mastigava sua salada e a rosada percebia que a loira parecia desconfiada. Desde a última aula ela agia diferente. Ino a encarava como se procurasse alguma coisa. Sakura não sabia mais como agir.

–O que você não está nos contando, Sakura Haruno?

As meninas pararam de conversar e encararam a loira.

–Ino, o que você quer dizer? – perguntou Tenten de boca cheia.

–Eu sinto que a Sakura não nos contou tudo que aconteceu na festa beneficente. Ela está escondendo alguma coisa.

Sakura suspirou e fechou os olhos por um segundo.

Porque Ino estava insistindo tanto que ela escondia alguma coisa? Certo, ela estava escondendo, mas por que se preocupar tanto com isso?

Sakura não podia simplesmente dizer: Amiga, perdi minha virgindade nesse final de semana com o meu meio irmão e foi o momento mais emocionante e inesquecível da minha vida! Só não conta pra ninguém, a propósito, ok?

Ah! Kami! Ela queria muito contar para alguém, gostaria de compartilhar esse pequeno segredo, mas não era seguro. Sakura tinha muito medo do que aconteceria se outras pessoas descobrissem.

Ela sabia que a única em quem poderia confiar esse segredo era Hinata. A Hyuuga não contaria para ninguém e nunca iria julgá-la, mas a Ino? Não que Sakura não confiasse nela, mas Ino não entendia da conexão forte que Sakura tinha com Sasuke. O sentimento entre eles era muito forte e inexplicável. Ino poderia entender errado, tirar conclusões erradas, como Sasuke se aproveitando dela. Sakura nem podia imaginar o que esse pensamento faria com Ino. Ela daria um jeito de denunciar o Sasuke e manda-lo para a cadeia.

Oh, Kami!

–Ino, você está certa! – disse Sakura assim que a ideia iluminou sua mente. – Eu não contei tudo.

As meninas pararam de comer e Ino quase se engasgou com a salada.

–Eu não disse? Eu não disse? Eu sou um detector de mentiras! – disse a loira sorrindo convicentemente.

–Na verdade eu não menti. – disse Sakura. – Só não contei tudo o que aconteceu. O Sasuke me pediu pra não contar.

–Mas você vai contar, não vai? – perguntou Tenten, agora ligeiramente curiosa.

–Sim.

As meninas arrastaram a cadeira para mais perto de Sakura e se debruçaram sobre a mesa com os olhos arregalados e os ouvidos atentos.

–Eu fiquei bêbada na festa beneficente! – disse Sakura tristemente antes de tampar o rosto com as mãos, tentando ser dramática o suficiente para que Ino se convencesse. – Vomitei até minhas tripas e o Idate me ajudou. Foi tão vergonhoso!

–Oh, Sakura!

–Eu estou com muita vergonha, por isso não contei! – Sakura continuou tapando o rosto e sentiu Temari abraçar seus ombros.

–Isso não é motivo para se envergonhar, Sakura! Todo mundo enche a cara de vez em quando. – disse Tenten solidariamente. – Todas nós já ficamos bêbadas um dia. A pior bêbada de nós é a Ino.

Ino fez uma careta e chutou Tenten por baixo da mesa.

–Mas vocês não ficaram bêbadas em uma festa importante onde você deveria ser um exemplo de dama da sociedade. Eu fui muito imprudente. Havia jornalistas lá, tive muita sorte de não ter sido filmada! O Sasuke ficou muito bravo e se o pai dele descobrisse seria um desastre! Ah, eu sou um desastre!

–Oh, Kami! Não chore, Sakura! Você não é um desastre! – disse Temari. – Prometemos que vamos deixar você longe de qualquer bebida alcóolica daqui pra frente, não é meninas?

–É claro! – concordou Ino. – Eu não podia imaginar que a bebida fosse tão maléfica pra você, amiga. Vou pedir para as meninas do nosso clube abolirem as bebidas das nossas reuniões daqui pra frente. Só teremos suco natural e refrigerante light. Vou até criar algum movimento contra o álcool para os jovens!

Sakura tentou se recompor com um sorriso sem graça. Que ótimo! Agora virei uma pinguça que precisa de tratamento.

–Obrigada, Ino. – disse ela se levantando. – Dá licença, meninas, vou pegar outro milk-shake.

–Ah, me traga mais batatas fritas, Sakura, por favor? Ainda estou com fome. – disse Tenten alisando a barriga com a mão.

Se Sakura não soubesse como ela praticava exercícios físicos regularmente, acharia estranho aquele apetite monstruoso.

–Tudo bem, já volto.

Sakura seguiu até uma das filas do balcão de pedidos, depois de perceber que Ino parecia mais tranquila agora sobre o ocorrido do feriado. Ela estava ao celular discutindo com uma das garotas do clube sobre a abolição da bebida alcóolica nas festas. Ela acreditou mesmo na história de Sakura ter ficado bêbada, para seu alívio.

Sakura não se sentiu muito culpada, pois afinal ela ficou bêbada, não ficou? E aquilo foi imprudente, muito imprudente, não foi?

Sakura respirou fundo, tentando não sentir culpa por não ter contado tudo, mas tudo mesmo às amigas. Talvez um dia ela contasse, mas no momento estava muito recente. A ficha de que havia passado um final de semana com Sasuke tão intimamente ainda não havia caído.

–Boa tarde, qual é o seu pedido? – perguntou o atendente de do Kunai Burgers.

–Eu quero um milk-shake de chocolate e uma porção de batatas fritas.

Sakura pagou pelo lanche e se virou para voltar para as meninas, mas alguém rompeu de repente na sua frente esbarrando em seu corpo e derrubando as batatas fritas pelo chão.

–Nossa! Por que você... – a voz de Sakura sumiu. Seu corpo ficou paralisado, sentiu seu sangue gelar quando encarou aqueles olhos de perto. No primeiro momento pensou que tinha se enganado, mas no segundo seguinte não teve dúvidas.

Era ele.

–Olá, filha.

Era o seu pai. Os olhos eram castanhos e tinham um brilho de ódio que nunca sumiram desde que ela era uma garotinha. Seus cabelos eram levemente grisalhos, o rosto era quadrado e severo. O nariz era torto, o que indicava que havia sido quebrado em algum momento.

Sakura sentiu o pânico envolver seu corpo. Aquele pânico tão familiar que sentia quando estava em lugares altos, mas daquela vez ela estava no chão. Ela sabia disso, ela sabia que estava no chão, mas o medo se apossou dela como se ela encarasse o chão do topo de um prédio. Um prédio de dez andares.

–Venha!

Sakura sentiu a mão firme de seu pai segurar seu braço e puxa-la com ele. O milk-shake havia sumido das suas mãos, com certeza havia caído nos seus pés, porque eles estavam molhados e gelados.

Sakura ouviu as meninas chamarem por ela, mas Sakura não conseguiu encontra-las. Antes que pudesse chegar até as portas da lanchonete, tudo havia ficado escuro.

***

Sasuke chegou ao edifício Uchiha vinte minutos depois que saiu da escola. Quando chegou ao andar onde ficava o escritório do Sr. Uchiha, a recepcionista o recebeu com um sorriso enorme.

–Preciso falar com o meu pai. – disse Sasuke antes que ela pudesse dizer qualquer coisa.

–Desculpe, Sasuke-san. Ele está em uma reunião importante e...

–Não me interessa! Eu preciso falar com ele agora! É importante.

A recepcionista ficou um momento paralisada fitando o rosto sério do Sasuke, depois pegou o telefone.

–Uchiha-sama. – disse ela. – Me desculpe por interromper, mas o seu filho... Oh! – Sasuke tomou o telefone da mão da moça.

–Preciso falar com você agora!

–Sasuke! Eu estou no meio de uma reunião, garoto! – disse Fugaku entredentes. – O que você precisa falar comigo com tanta urgência que não pode esperar alguns minutos para...

–Madara Uchiha. – disse Sasuke interrompendo o seu pai. Fugaku ficou vários segundos em silêncio que Sasuke pensou que a ligação havia caído. Antes que Sasuke, sem mais um pingo de paciência chamasse por seu pai, ele ouviu Fugaku dispensar os executivos que estavam na reunião.

Sasuke desligou o telefone quando viu a porta do escritório de seu pai se abrir e três homens saírem de lá. Fugaku parou a porta, sua expressão era tão séria como Sasuke nunca tinha visto antes.

–Entre. – disse o Sr. Uchiha para o filho. – Karima, não quero que ninguém nos interrompa. – disse ele a recepcionista.

–Hai, Uchiha-sama!

Sasuke entrou no escritório e seu pai fechou a porta.

–Sente-se, Sasuke. – Fugaku seguiu para as enormes paredes de vidro atrás de sua mesa, dando as costas para Sasuke. – Como soube?

Sasuke se aproximou da grande mesa de mogno e se encostou nela cruzando os braços.

–Itachi. – respondeu ele. Sasuke viu os ombros de seu pai ficarem tensos. – Ele estava na festa beneficente e me contou como toda essa merda começou. – normalmente quando Sasuke falava um palavrão, seu pai o repreendia, mas naquele momento não o fez. – Por que não me contou?

–Você era muito jovem, Sasuke. – Fugaku se virou e encarou o filho. – Eu não podia envolver uma criança nessa história. Eu sabia que um dia teria que lhe dizer, só estava esperando o momento certo para fazê-lo.

Sasuke não queria atirar um monte de acusações para cima do seu pai, mas não pôde conter a raiva dentro de si. Não era raiva por ele ter escondido a verdade por todos esses anos ou pelo Itachi ter contato tudo tão inesperadamente. Era raiva do verdadeiro e único culpado, que mesmo depois de tudo que tinha feito estava livre por aí, tramando outras maldades.

–Desde a festa, Itachi está tentando entrar em contato comigo. – disse Fugaku pensativo. Ele me mandou uma mensagem antes do feriado, dizendo que tinha algo urgente para me comunicar a respeito de um novo capanga que o Madara contratou. Ele chegou a mencionar com você alguma coisa sobre isso?

–Não. – disse Sasuke amaldiçoando o irmão por não ter contato tudo, aparentemente. – O que vocês têm em mente? Seja o que for, eu estou dentro.

–Não! – Fugaku tinha uma expressão dura, seus olhos estavam como chamas. – Você não vai participar disso, Sasuke. Eu o proíbo. Não quero perder meus dois filhos!

–Itachi não está perdido. Ele vai voltar quando Uchiha Madara pagar pelo que fez e eu quero assegurar de que ele pagará com a vida!

–Não quero que você também tenha desejos de vingança contra Madara, Sasuke. Você ficará fora disso!

–Já é tarde demais. Eu não ficarei sentado sem fazer nada. Você não poderá me impedir.

Fugaku passou a mão pelos cabelos e respirou fundo. Por que Itachi tinha contado tudo ao Sasuke? Por que ele fez isso?

O telefone da sua mesa começou a tocar e sem paciência Fugaku atendeu com raiva, apertando o botão de viva voz.

–Qual foi a parte de que ninguém deve me interromper você não entendeu, Karima? – perguntou o Sr. Uchiha entredentes.

–Gomen, Uchiha-sama, mas é a Sra. Uchiha. Ela parece desesperada.

–Transfira para mim. – disse Fugaki agora preocupado. Ele olhou pra o filho que compartilhava da mesma preocupação.

–Sim, senhor.

–Yori? Meu amor o que aconteceu? – Fugaku ouviu a esposa chorar e algo dentro dele pareceu desabar.

Fugaku! Kami! Eu não sei o que fazer! – ao ouvir a voz da madrasta tão desesperada, Sasuke se alarmou. Sentiu um medo tão profundo, como nunca havia sentido antes em sua vida.

–Tente se acalmar, meu amor e me diga o que aconteceu? – Fugaku se aproximou do telefone, seus olhos estavam estreitos, seu coração exasperado. Pegou o paletó e o vestiu, como se sentisse que alguma coisa estava muito errado e que precisava sair do escritório e ir até sua esposa o mais rápido possível.

–É a Sakura! – disse Yori inconsolavelmente. – Ela foi sequestrada.

***

–Acho que você não serve para estar nessa equipe. Eu queria entender o que o chefe tem na cabeça para ter contratado você!

–Se não se conforma, vai se queixar com o chefe! Eu não tenho que aguentar você!

Sakura abriu os olhos meio desorientada, mas não se mexeu. Reconheceu a segunda voz e seu corpo involuntariamente paralisou. Era ele novamente. O seu pai biológico. O homem culpado pelo seu terrível trauma de infância, o seu pavor de altura.

–Ele não deu a ordem para você sequestrar essa garota! Que merda você tem na cabeça?

–Ele me deu liberdade para fazer o que eu quisesse! Saia da minha frente ou terei que atirar em você!

Sakura esperou que seus olhos se acostumassem com a claridade daquela sala antes de levantar um pouco a cabeça e entender o que realmente estava acontecendo. A palavra atirar fez sinos tocarem dentro de sua cabeça e o coração acelerar. Sabia que estava em perigo.

Seus olhos percorreram o lugar onde ela estava rapidamente, reconhecendo que era um lugar amplo e aconchegante. Parecia um luxuoso quarto de hotel.

Mas suspeitou de que não poderia estar em um hotel. Afinal, ela havia desmaiado antes mesmo de deixar a lanchonete e como um sequestrador poderia entrar com uma pessoa inconsciente em um hotel de luxo?

–Que porra está acontecendo aqui? – perguntou uma voz diferente dentro da sala.

Sakura sentiu seu coração bater ainda mais forte quando seus olhos chegaram até seus sequestradores. O que acabara de entrar tinha os cabelos negros, os olhos negros... Ele parecia tanto com...

–Itachi-sama! Finalmente!

Oh, Kami! “Itachi” não é o irmão do Sasuke?

Sakura se sentou rapidamente e só então percebeu que estava deitada sobre uma cadeira com as mãos amarradas nas costas.

–O que está acontecendo aqui, Sasori? – perguntou Itachi com os olhos na direção de Sakura. Ele parecia incrédulo e com raiva ao mesmo tempo.

–Esse filho da puta raptou a garota!

Sasori virou-se e também a encarou, percebendo agora que ela havia acordado. Sakura tinha os olhos arregalados na direção de Itachi, vários pensamentos do que Sasuke havia contado a ela sobre ele naquela manhã de domingo invadindo sua mente.

–Finalmente acordou, querida! – Sakura olhou para o seu pai novamente com o pavor a invadindo. Por um momento havia se esquecido dele. Ele se se aproximou dela.

–FIQUE LONGE DE MIM! – Sakura se surpreendeu com seu próprio medo. Tinha mais medo daquele homem do que os outros dois que ela sabia que eram assassinos. – Fica longe de mim... – repetiu ela sentindo seu corpo tremer involuntariamente. As lágrimas já molhavam todo o seu rosto.

–Por que está com medo de mim, querida? – seu pai tocou-lhe o rosto para limpar as lágrimas e Sakura tentou se esquivar do toque dele. – Eu sou o seu pai! EU SOU O SEU PAI!

Sakura começou a chorar freneticamente tentando se soltar das amarras em seu pulso.

–VOCÊ NÃO É O MEU PAI! – gritou Sakura piscando os olhos para se livrar das lágrimas. Naquele momento ela teria que ser muito forte, não podia se entregar totalmente ao medo que sentia por aquele homem. Ela tinha que dar um jeito de fugir. – Um pai não ameaça jogar a filha de um prédio!

Seu pai se inclinou na direção dela, apoiando os braços no encosto da cadeira que Sakura estava sentada.

–Eu fiz aquilo para assustar a sua mãe! – disse ele entredentes, a expressão era tão enfurecida que Sakura não conseguia ficar mais corajosa. – Aquela cadela mentirosa merece uma lição! Merece sofrer por ter me deixado!

–Ela me disse que você não era homem suficiente para ela! – disse Sakura com a voz enfraquecida, estava com muito medo, mas não podia ficar calada diante dos insultos daquele homem para sua mãe.

Mas se arrependeu de dizer assim que viu a expressão dele ficar ainda mais sombria.

–E quem é homem suficiente para ela? AQUELE MALDITO UCHIHA? Você considera aquele UCHIHA IMUNDO como seu pai? ME DIGA! VOCÊ O CHAMA DE PAI? ELE NÃO SE IMPORTA COM VOCÊ! NÃO VIU COMO FOI FÁCIL RAPTAR VOCÊ? VOCÊ É UMA INGRATA E UMATRAIDORA COMO A SUA MÃE!

Sakura viu a mão dele levantar, fazendo com que ela fechasse os olhos e virasse o rosto por reflexo. Estando com as mãos amarradas às costas não podia se defender. Aquela tapa doeria mais do que ela poderia imaginar.

Mas não houve tapa. Não sentiu nada. Quando abriu os olhos, Itachi segurava a mão de seu pai no ar.

–Já chega! – disse o Uchiha. – Você deve obedecer às ordens. E que eu me lembre, não mandei você raptar ninguém. – Itachi o puxou pelo braço e o jogou no chão.

–Madara ficará sabendo disso! Ele é meu amigo, ele conhece minha história, ele sabe o que eu quero!

–CALE A BOCA! – disse o outro homem na sala, Sasori. – Madara não é amigo de ninguém! Só porque você é o novo brinquedinho dele, não quer dizer que ele lhe deu o direito de fazer o que quiser!

–Leve-o daqui, Sasori. – ordenou Itachi com o rosto inexpressivo. – Entregue-o ao Hidan. Ele decidirá o que fazer. Se eu colocar minhas mãos nesse verme, vou mata-lo.

–Sim, Itachi-sama. – respondeu Sasori. Ele pegou o pai de Sakura pela gola da camisa e o levantou do chão.

–Nos veremos de novo, querida. – disse ele enquanto era levado para fora da sala. – Nos encontraremos de novo, eu prometo!

A porta fechou, aquele homem mau e bipolar estava longe dela de novo, mas Sakura não conseguia parar de tremer. Quando Itachi a tocou para soltar seus pulsos ela gritou e recomeçou a chorar.

–Não tenha medo. Não vou machuca-la. – disse ele agachado na frente dela.

Sakura esfregou os pulsos e tentou se acalmar, porém o medo não ia embora.

–Onde... Onde eu estou?

–Não estamos muito longe de Konoha. – disse Itachi inexpressivo. Sakura percebeu que sua voz era suave, mas ao mesmo tempo ameaçadora. Embora soubesse que Itachi fosse bonzinho, pelo que Sasuke havia lhe contado, não deixava de sentir medo. Não podia acreditar que uma coisa dessas estava acontecendo com ela.

–Eu quero ir embora. Eu posso ir?

Sasori entrou novamente na sala antes que Itachi pudesse responder.

–Hidan mandou leva-lo ao chefe.

–Ótimo. – disse o Uchiha levantando-se. Ele se aproximou de Sasori próximo a porta e Sakura não pôde ouvir o que eles estavam conversando.

Oh, Kami! Por que isso está acontecendo? Minha mãe deve está tão preocupada! Deve ter colocado a polícia inteira atrás de mim! EU PRECISO SAIR DAQUI!

–Certo, Itachi-sama. – disse Sasori se aproximando de Sakura.

–Sasori a levará para casa. – disse Itachi antes de sair e fechar a porta atrás de si.

–Você não é uma prisioneira, mas não posso deixar que veja o caminho.

Sakura só entendeu o que Sasori disse quando percebeu o saco preto que ele tinha nas mãos.

–Oh, não! Por favor, não ponha isso na minha cabeça! Eu vou ficar apavorada imaginando que vou morrer a qualquer momento!

–Eu não vou te machucar, Sakura.

–Você... Como você sabe o meu nome? – perguntou Sakura confusa.

–Você não se lembra de mim, não é?

Sakura fitou o homem a sua frente com mais atenção. Ele usava camisa e calça jeans preta, seu cabelo era ruivo e bagunçado, seus olhos eram grandes e bonitos. Ela tinha uma vaga sensação de já tê-lo visto em algum lugar, mas não conseguia se lembrar.

–Me desculpe, eu não lembro.

–Não tem problema. Não culpo você. Parecia um pouco bêbada naquela noite.

–Bêbada? – por essa resposta Sakura não esperava. A partir daquele momento Sakura apoiaria totalmente qualquer movimento contra bebidas alcóolicas que Ino estivesse planejando fazer.

–Vamos. Precisamos ir. – Sasori se aproximou dela e Sakura se levantou.

–Por favor, não coloca essa coisa na minha cabeça! Eu fecho os olhos, eu não vou espiar o caminho! Eu juro!

Sasori ficou um momento em silêncio fitando-a pensativo.

–Eu sinto muito. – disse ele depois de um longo momento. Sakura estava quase tendo um ataque. – Tive ordens de levar você no porta-malas, mas convenci Hidan de colocar apenas um saco em sua cabeça e leva-la no banco da frente. Não posso fazer mais por você.

Sakura arregalou os olhos de pavor e decidiu que era melhor um saco preto na cabeça do que ficar presa em um porta-malas.

–Tudo bem, mas não me amarre!

–Se você se comportar, não vou precisar fazer isso.

–Eu vou me comportar. Já assisti filmes de suspense suficientes para saber que não se deve fugir de um bandido.

–Ótimo. – respondeu Sasori parecendo não ter gostado de ser chamado de bandido, antes de colocar o saco sobre a cabeça dela. – Agora vamos.

Sakura caminhou ao lado de Sasori para fora da sala, tendo-o como guia. Não podia enxergar nada. Quando saíram, Sakura percebeu que bem perto havia um barulho abafado de música, como se fosse uma boate.

Depois de longos segundos, desceram um lance de escada, depois Sakura sentiu o chão ficar mais fofo sob seus pés.

–Entre e cuidado com a cabeça. – disse Sasori depois de abrir a porta de um carro.

Ele ligou o carro e o motor rugiu. Como Sakura estava acostumada com os carros do Sasuke, sabia que aquele era um bem potente pelo barulho. Sakura estava sentindo náuseas por causa da escuridão e pensar em Sasuke só fez o seu medo piorar. Ela nem conseguia imaginar como ele poderia estar preocupado.

–Sabe, você fica muito linda nesse uniforme de escola. – disse Sasori cortando seus pensamentos. – No dia que vi você naquela boate não podia imaginar que ainda estava no colegial. Você parecia uma mulher bem mais experiente.

–É bom você parar com esses elogios ou eu não vou me comportar. – Sakura tinha os braços cruzados porque seu corpo estava muito tenso. Ela sabia que não conseguiria lutar para fugir nem se quisesse, mas Sasori não precisava saber disso.

–Eu já disse que não vou te machucar, Sakura. – respondeu o ruivo.

–Os maníacos dizem isso antes de matar as garotas.

–Viu isso em um filme?

–Sim!

–Você vê filmes demais.

–Não me diga que eu estou errada? Sou sequestrada pelo maluco do meu pai que não deveria fazer isso, dois capangas começam a falar coisas de Uchiha Madara na minha frente e usam seus nomes – acho eu – verdadeiros e depois simplesmente me levam pra casa com um saco preto na cabeça sem fazer perguntas ou exigência? Pelo que eu sei você pode muito bem estar me levando para o meu túmulo e está dando um de bonzinho para me enganar!

Sakura começou a chorar depois do seu desabafo e ficou ainda mais apavorada quando o carro parou e tudo ficou silencioso dentro do carro. O único som eram os seus soluços.

Sentiu as mãos de Sasori retirarem o saco de sua cabeça lentamente. Seu corpo congelou, sua respiração ficou presa.

Sasori entendia que ela estava apavorada e em estado de choque, por isso não disse nada. Ela não acreditaria que ele não iria machuca-la.

–Vai. Saia do carro. – disse ele com um olhar calmo. Não sabia exatamente como lidar com alguém em estado de choque, mas tinha que fazer ela saber que estava livre e que não corria perigo. – No fim dessa rua, tem uma pequena lanchonete que funciona 24 horas por dia. Poderá usar um telefone lá e pedir ajuda.

Sakura ainda chorava silenciosamente encarando aquele estranho sem acreditar no que ele dizia. Percebeu que estavam no meio do nada. Ao seu redor ela só via árvores e escuridão. Nem mesmo a lua estava presente naquela noite.

–Você não vai tentar me atropelar, não é? – Sakura não estava fazendo piada, estava realmente com medo, mas porque Sasori estava sorrindo como se achasse engraçado?

–Não, querida. Eu prometo. – ele se aproximou e abriu a porta para ela. – Agora vai. Espero vê-la de novo em uma ocasião melhor.

Sakura saiu do carro e não pôde concordar com ele. Ela nunca gostaria de vê-lo de novo. Gostaria que tudo aquilo fosse um pesadelo e que ela acordasse logo.

Sakura caminhou pela rua e quando olhou para trás, Sasori ainda a observava de dentro do carro. Ela continuou caminhando, sentindo um frio na espinha até virar a esquina e encontrar o neon da lanchonete 24 horas piscando.

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Continua...


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Notas finais do capítulo

É isso mesmo, galera! Vocês não estão sonhando. Finalmente Ai Chikara foi atualizada! OMG!!!

Eu quero me desculpar pela demora absurda e agradecer imensamente pelo carinho e consideração de vários leitores que sempre estavam me incentivando a continuar e acreditando em mim, mesmo com a demora. Vocês são maravilhosos! =)

Outros leitores (não preciso citar) não tiveram a mesma paciência e consideração e me deram alguns puxões de orelha (não que eu esteja culpando alguém) isso me serviu de incentivo também para continuar.

Aconteceu que a inspiração pra escrever foi embora quando eu comecei a ter outras responsabilidades e aqueles problemas chatos da vida. Não vou entrar em detalhes, mas até cheguei ao ponto de desistir de tudo.

Mas, GRAÇAS A DEUS não desisti. Não vou prometer que minhas fics terão atualizações BEM rápidas, mas prometo não ficar ANOS, eu digo e repito ANOS sem atualizar. Eu como leitora sei como isso é decepcionante e mais uma vez peço desculpas a vocês.

Agora, focando em Ai Chikara! Espero que vocês tenham gostado e que por favor comentem! Preciso saber a opinião de vocês para a minha inspiração dar uma guinada!

Eu quero mudar a capa da fic, mas não encontrei nenhum Fanart que me agradasse e combinasse com a fic. Aceito sugestões de vocês! =D Se tiverem algum Fanart lindo, apaixonante, com a cara de Ai Chikara, me mandem por MP por favor! =D Só não esqueçam do nome do artista, ok?

Bjão galera! E até o próximo capítulo!

=Denny