Ai Chikara escrita por DennyS


Capítulo 16
Capítulo - XVI - Falta de Sorte?




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Capítulo XVI: Falta de Sorte?

A senhora e o senhor Uchiha chegariam em dois dias, na próxima sexta-feira. Sakura estava super ansiosa para ver a mãe, enquanto Sasuke preferia que seu pai demorasse mais um pouco. O moreno estava adorando a ausência do pai que infernizava sua vida desde que era criança. Mesmo que ele parecesse mudado depois que assumiu compromisso com a mãe de Sakura, sabia que seu pai era osso duro, tinha um coração de pedra, era muquirana e muito ranzinza. Se estava diferente pela mãe de Sakura, ele não deixaria de ser o que sempre foi. Talvez um pouco, mas não totalmente.

Sasuke estava na garagem naquela manhã quando viu o carro do Naruto adentrar os portões da mansão. Ele fechou a capota da sua mercedes e foi até lá, quando um Naruto sorridente saiu de dentro do carro. Um carro? Que carro era aquele? Naruto tinha uma bela mercedes e uma moto que ganhara de seu pai. Mas que lata velha era aquela?

Hinata estava ao lado do loiro com uma cesta de piquenique. Sasuke até imaginou o que eles queriam ali. Sakura que estava na sala, assim que ouviu o barulho do motor, saiu da mansão para encontrá-los. Ela foi sorridente até Hinata, dando um beijo estalado de cada lado no rosto da morena.

–Você sem as meninas? Parece até um sonho...

–Elas estão preparando algumas coisas para a volta as aulas. - respondeu Hinata revirando os olhos.

–Mas essas foram apenas férias do meio do semestre. - disse a Haruno confusa. - Elas não já têm tudo organizado para a aulas?

–Sim, mas você sabe como elas são. Querem voltar como se fosse o começo do semestre de novo... - Hinata e Sakura começaram a conversar ao lado da fonte na entrada da mansão.

Sasuke saiu de dentro da garagem com os olhos estreitos na pickup que acabara de estacionar na entrada. Seus olhos foram do carro para o Naruto que vinha até ele.

–Teme! - o Uzumaki se aproximou, cumprimentando-o. - Vamos ver uma luta livre em Suna. - Sasuke percebeu que o amigo não perdeu tempo em convidar. Parecia super ansioso para isso.

–Em Suna?

–Sim. - Naruto arqueou uma sobrancelha.

–Quer ir até Suna nesse carro? - desdenhou Sasuke.

–Qual o problema com o meu carro? - perguntou o loiro irritado. Não via nada de errado naquela pickup 85. Seu primeiro carro, onde montou com seu pai a carroceria e comprou um motor de segunda mão. - É o meu carro da sorte.

–Hn... - era típico do Naruto supersticioso.

–É sério! Foi nesse carro que eu e Hinata nos beijamos pela primeira vez... - ele sorriu de canto para ela ao lado de Sakura. Que romântico... pensou a rosada. Hinata estava com os olhos brilhando e as bochechas coradas. Naruto nunca tinha vergonha de parecer um idiota apaixonado na frente dos outros. - Então, você vai com a gente ou não?

–Se for nesse carro, nem pensar... - disse Sasuke com as mãos nos bolsos e a cara séria de sempre.

–Deixa de ser idiota, teme! - Naruto fechou os punhos. - Eu deixo você dirigir. - Naruto sabia que Sasuke odiava pegar carona. Ele sempre deveria dirigir. Mas deixar ele dirigir seu carro da sorte era um sacrifício, já que adorava aquela pickup.

–Por que não posso ir no meu carro?

–Porque seria legal se todos fossem juntos em apenas um carro. Também não quero que você seja roubado. - ele disse num tom mais baixo, olhando para as meninas receoso. Hinata estava distraída conversando com Sakura ao lado da fonte sobre os professores que Sakura teria na nova escola.

–Como é que é? - Sasuke arqueou uma sobrancelha.

–O lugar onde terá a luta não é ilegal, mas fica numa “barra da pesada”. Eu aposto que se a gente aparecer num carro importado por lá não vai prestar...

–Você contou isso à Hinata?

–Shiii!!! - Naruto ficou de costas para as meninas e se aproximou do moreno. - Eu não queria levá-la, mas também não queria deixá-la aqui. Ela só aceitou assistir a luta, porque eu disse que convidaria vocês. Ela está indo mais pela Sakura. Sabe como Hinata odeia hostilidade... - Naruto apertou os olhos, sentindo-se um pouco culpado por não contar à namorada que o local onde estavam indo era perigoso, mas sabia que ficaria tudo bem, se eles não chamassem muita atenção.

Sasuke não queria impedir o amigo de ver a tal luta. Sabia que ele gostava desse tipo de coisa, então não teve escolha senão aceitar. Mas com a condição de que ele dirigiria.

Hinata e Sakura subiram para encontrarem uma roupa certa para a pequena viagem, enquanto os garotos davam uma conferida no carro.

Sakura vestiu uma calça jeans, a primeira de tantos anos usando vestidos até as canelas, um all star preto e uma babylook rosa. Pegou sua bolsa de ombro preta, uma nova e mais bonita que a sua antiga, onde colocou seus documentos e a maquiagem_uma regra das meninas_ não poderia sair sem isso de jeito nenhum! Não estava muito quente naquele dia, mas também não estava frio, então não precisou pegar um casaco.

Hinata usava uma mochila praticamente. Ela levava algumas peças de roupa, caso a viagem se estendesse, afinal estava indo para outra cidade. Poderiam voltar no dia seguinte, nunca se sabe. Hinata nunca saía desprevenida. Poderia parecer um exagero, já que a morena levava uma cesta cheia de comida. Sabia do apetite descontrolado do namorado, então não tentaria a sorte.

***

–Troca essa música, dobe! - ordenou o Uchiha.

–Não vem dar ordens no meu carro! - retrucou o loiro ao lado dele com a boca cheia de salgadinhos. As meninas estavam no banco de trás conversando e sorrindo, enquanto eles “lutavam” trocando de música a cada meio segundo.

As horas foram se passando e as vastas matas ao redor de Konoha foram sumindo. A rua deserta, estava cercada agora de um solo áspero e seco como a de um deserto. Era possível ver até os cactos à beira da estrada, literalmente um deserto.

Porém a cidade parecia nunca chegar. Sasuke já fora em Suna muitas vezes e não se lembrava de demorar tanto assim.

A comida da cesta já havia acabado. Naruto devorou praticamente toda a comida durante a viagem. Passavam das três da tarde e ele dera a desculpa da falta de almoço.

–Tem certeza que esse é o caminho, Naruto? - perguntou o moreno irritado.

–Mas é claro! - retrucou o loiro. - Já usei esse atalho algumas vezes com o meu pai.

–Atalho? Você não disse que era um atalho! - disse Sasuke entre dentes. Se ele soubesse o caminho até Suna não estaria confiando em Naruto para lhe guiar. Aceitou as instruções dele, sem saber que o caminho que o Uzumaki descrevia era um susposto atalho.

–Não disse?

–Eu vou te matar, dobe desgraçado! Já devíamos ter chegado!

As meninas que estavam em silêncio à um bom tempo, ouvia a discussão dos meninos, trocando olhares confusos. Estavam cansadas pelas horas de tédio dentro daquele carro, que não chegava ao seu destino.

Os berros descontrolados dos garotos subiram uma oitava. As meninas não entendiam nada que eles falavam, mas era o suficiente para saber que estavam xingando um ao outro. Elas tentaram fazê-los parar, mas suas vozes eram abafadas pelas vozes agudas deles.

Em meio a tanta falação ao mesmo tempo, um barulho mais alto rugiu da frente do carro. O motor deu um estalo alto, depois um solavanco brusco, parando no meio da estrada. Sasuke ainda conseguiu parar o carro no acostamento antes que ele morresse totalmente.

–Que ótimo! - pestanejou o moreno vendo uma fumaça sair do capô. - Era só o que faltava...

Todos desceram do carro de olhos arregalados, enquanto Sasuke abria o capô. Naruto se aproximou dele, tapando o nariz quando uma nuvem de fumaça saiu de dentro do motor.

–Mas que merda você fez? - perguntou o loiro furioso. - Eu disse para não correr tanto! ESSA PICKUP É ANO 85, CARALHO!!!

–EU DISSE PRA GENTE NÃO VIM NESSA LATA-VELHA!! - berrou Sasuke de volta.

–VOCÊ PISOU MUITO FUNDO NO ACELERADOR! EU DISSE QUE ELA É DELICADA!

–QUEM É DELICADA, SEU MALUCO?!

–A PICKUP, PORRA!

–PARE DE TRATAR ESSA MERDA COMO UMA PESSOA!

As meninas olhavam de um para outro tapando os ouvidos pelos berros.

–Não briguem, meninos! - pediu Sakura, mas a voz dela parecia o miado de um gato perto deles. - Isso não vai adiantar!

–A CULPA É SUA!

–É SUA!

–Parem! - Hinata e Sakura se colocaram entre eles. Sakura segurou os braços de Sasuke, enquanto a morena fazia o mesmo com o loiro. - A culpa não foi de ninguém! - disse Hinata, agora abraçando o Uzumaki que parecia mais calmo. - Talvez não era pra gente aparecer em Suna. É coisa do destino...

–Sim, Hinata tem razão... - disse Sakura de frente para Sasuke que olhava sério sobre a cabeça dela. Porém ao ouvi-la, ele desceu os orbes até os olhos dela, provocando uma sensação única na cerejeira. Por que sempre o olhar intenso de Sasuke, trazia as lembranças daquela noite para ela?– B-brigar não vai consertar o carro... - Sasuke desviou os olhos para o Naruto, mas sabia que a sua raiva tinha passado por Sakura estar ali tão perto dele. Seus punhos se abriram lentamente, depois ele suspirou.

–É, foi mal, teme... - murmurou o loiro abraçando Hinata e olhando para o Uchiha. Ele assentiu depois de um momento e voltou a olhar para dentro do capô.

–Mas o que deu no carro? - perguntou Hinata. - Não estava em perfeito estado?

Os meninos voltaram a mexer dentro do capô, procurando o defeito, enquanto as meninas os observava para evitar uma nova briga.

–Vamos precisar de um mecânico. - disse Sasuke ao Uzumaki.

–Vamos ligar para um guincho. - disse o loiro meio desanimado. Nunca imaginava que seu carro da sorte o deixaria na mão. - Me dá o seu celular, teme.

–Eu não trouxe.

–O que? - Naruto arregalou os olhos.

–Onde está o seu?

–Eu só levo o meu quando Hinata não está comigo...

–O meu está aqui, Naruto-kun. - disse a morena rápida antes que eles começassem a discutir novamente, abrindo a bolsa. Olhou no canto onde provavelmente estaria o aparelho, mas não estava lá. Procurou na bolsinha pequena da frente, depois em uma do lado. - Ele estava aqui! - murmurou ela. Sakura se aproximou para ajudá-la a procurar, retirando tudo que a morena levava dentro daquela bolsa enorme, mas não estava em nenhuma parte. Elas até sacudiram a bolsa virada para baixo, mas apenas um batom caiu de lá. - Eu não acredito! Ele estava aqui! Eu o coloquei nesta bolsinha e... - Hinata parou de falar no mesmo instante em que se lembrou. - Eu esqueci em cima da sua cama, Sakura... - a morena fez uma expressão triste para o loiro.

–E você, Sakura-chan? - perguntou Naruto.

–Eu não tenho celular... - respondeu ela com um sorriso sem graça.

–Merda! - murmurou Sasuke de costas para eles. - Carro da sorte...

–Tudo bem, não entrem em pânico... - disse Hinata respirando fundo. - Nós passamos por um posto de gasolina àlgumas horas, não foi? Talvez lá tenha uma oficina.

–Boa ideia, Hinata! - disse Sakura.

–O posto fica muito longe, então vamos logo antes que escureça. - disse Sasuke fechando o capô do carro.

–Vocês podem ir e eu espero aqui. - disse Naruto.

–O que, Naruto-kun? - perguntou Hinata assustada. - Ficar aqui sozinho?

–Não posso deixar meu carro aqui no meio do nada, Hinata-chan.

–Quem vai querer roubar essa porcaria? - disse Sasuke olhando para ele sarcasticamente. Naruto trincou os dentes e apertou os punhos, mas conseguiu se conter, pela Hinata que o abraçou.

–Se você ficar, eu ficarei também. - disse ela apertando-o contra o seu corpo.

–Hinata, você não disse que estava com sede? - perguntou Sakura aproximando-se dela. - Você não vai agüentar até a gente voltar. Acho melhor irmos todos juntos...

–Sakura tem razão, Naruto-kun... Acho que ninguém vai roubar o carro, eu nunca vi uma estrada tão deserta... Vamos todos até o posto, achamos o mecânico e voltamos no carro dele. - Hinata o fitava carinhosa sabendo que aquilo faria Naruto mudar de ideia.

O loiro balançou a cabeça depois deu um beijo na namorada. Sakura virou assim que a cena se formou na sua frente, era muita falta de educação ficar olhando! Olhou para Sasuke ainda de frente para a pickup, depois eles seguiram pelo acostamento da estrada.

Naruto e Hinata caminhavam conversando de mãos dadas na frente de Sasuke e Sakura, em silêncio. A Haruno olhava de canto uma hora ou outra para o Uchiha, procurando alguma coisa que pudesse dizer à ele, mas nada parecia bom demais para iniciar uma conversa.

Sasuke lembrava-se do dia anterior, depois que voltaram das Indústrias Uchiha e Sakura se perdeu na mansão. Ela procurava por Shizune, quando o encontrou dentro de uma sala enorme, com estantes cheias de livros, quadros e fotos nas paredes, poltronas e sofás franceses. Era um escritório particular onde Sasuke, ás vezes, gostava de esfriar a cabeça quando não sentia vontade de ir até o mirante.

Naquela noite em especial, ele queria parar de pensar em Sakura daquela maneira que achava tão repulsiva. Tinha raiva dele mesmo, pois acreditava que aquela atração repentina pela cerejeira, era fruto de seus instintos pervertidos. Sabia o quanto a desejava, o quanto queria beijá-la, o quanto a queria na cama dele... Mesmo que houvesse um sentimento diferente, um pouco acima desse desejo de tê-la em seus braços, ele não queria se arriscar, não queria arriscá-la. Se perdesse o controle novamente, não sabia o que poderia acontecer depois. Afinal, dissera a ele mesmo, que Sakura era uma peça rara, era única, alguém que não merecia ser magoada por ele, nem por ninguém.

Estava jogando dardos em um alvo perto da porta, quando Sakura apareceu do nada, quase sendo atingida na cabeça por ele. A garota gritou e Sasuke correu até ela preocupado.

“-Você ficou maluca? - ele segurou no braço dela. - Como você surge assim, de repente?

–Eu... Eu estava com... Estou procurando Shizune. Que lugar é esse? - perguntou ela, depois que desviou dos olhos dele, para o resto da sala em que estavam. - Eu estava perdida...

–Hn. - Sasuke a soltou, depois foi até o alvo retirar os dardos.

–Procurei Shizune por todos os lados, até que entrei numa sala apertada, cheia de estantes. Então percebi que estava perdida, pois não reconheci mais nada... - Sakura observou o moreno voltar até o sofá onde estava sentado antes, continuando de pé ao lado da porta.

–Por que entrou aqui correndo? - perguntou ele sem fitá-la. Seu objetivo era se controlar perto dela, e Sakura estava muito bonita. Estava fazendo o possível para não olhar.

–Eu... Bem, o corredor estava tão escuro que eu... - ela hesitou por um momento, e então Sasuke teve que fitá-la.

–Medo de assombração? - perguntou o moreno com um sorriso torto.

–Eu juro que senti alguém me seguindo, Sasuke-kun... - Sasuke sentiu vontade de rir pela cara séria que ela fazia. Sakura falava sério, parecia até com medo. - Eu ainda não me acostumei à essa casa...

Sasuke segurou o impulso de se levantar, jogá-la contra a parede, depois beijá-la loucamente como naquela noite. Sakura estava deixando-o louco, estava acabando com ele.

Abaixou os olhos mais uma vez. Não poderia olhar para ela, nem mesmo por um segundo. Pois quando isso acontecia, começava a imaginá-la nua, como naquela noite do banho espiado, nua sobre a sua cama ou dançando para ele, nua e trêmula sob o seu corpo... Kami!

–Saia por aquela porta, depois vire a esquerda. - disse ele olhando para um canto qualquer do cômodo. - Desça as escadas até o segundo andar, vai dar na sala principal...

–Ok... - concordou ela atravessando a sala até a porta que ele indicou. Sakura o fitou por mais um momento, ele olhando para um canto, depois continuou andando até a porta. Mas antes que pudesse chegar até ela, a Haruno perdeu-se no belo quadro pendurado na parede ao seu lado. Era a visão perfeita do alto do mirante. - Que quadro lindo... - permitiu-se elogiar, chamando a atenção dos olhos de Sasuke. - É perfeito! Quem o pintou? - ela se aproximou da parede, fitando o canto esquerdo do quadro. Passou os olhos pelo nome arregalando-os. - A sua mãe? - perguntou ela atônita, virando-se para o moreno sentado no sofá e olhando para ela. - Ela tinha um talento incrível... - seus olhos foram para os outros quadros. Alguns estavam escrito Uchiha Mikoto, outros sem o Uchiha. Todos lindos e muito coloridos, perfeitas paisagens, com pássaros e animais.

Sasuke se levantou e se aproximou. Estava ainda sob controle, mas sentiu-se na vontade de se aproximar mais.

–Não era o que todos achavam. - murmurou ele bem ao lado da cerejeira. Apoiou um braço na parede e fitou o quadro. - Meus avós a chamavam de “inútil de sangue-ruim’... - ele fitou o rosto de Sakura que estava com os olhos arregalados pela palavra. - Tudo porque ela não pertencia à uma família digna de um Uchiha... - ele fez uma expressão sarcástica, ainda fitando os olhos de Sakura.

Ela sorriu, depois desviou o olhar para o quadro novamente.

–Mas seu pai não a viu dessa forma... - disse ela ainda sorrindo. Sasuke amoleceu um pouco a expressão séria. - Ele enxergou o que tinha de único dentro dela, enxergou a verdadeira pessoa que ela era, enxergou o seu talento. Não se importou se ela era de uma família inferior, ou o que ela possuía de valioso. - Sakura voltou a fitá-lo nos olhos. - Ele a enxergou com os olhos do coração...

Sasuke permaneceu parado, fitando-a intensamente nos olhos, refletindo nas suas palavras, fitando aquele sorriso terno e delicado da cerejeira. A vontade de beijá-la o atacou novamente, fazendo-o se aproximar dela lentamente. Sakura pareceu engolir em seco quando percebeu ele se aproximar, desfazendo o sorriso, mas não evitando que o seu coração batesse quem nem um bumbo descontrolado sob o peito.

O moreno voltou a consciência e desviou os olhos. Afastou-se de Sakura e voltou para o sofá. Não tinha idéia do quanto era forte.”

–Estou falando sério! - Sasuke despertou dos devaneios com a voz de Sakura ao seu lado, que parecia conversar à um bom tempo com Naruto e Hinata logo à frente. - Se forem culpar alguém pelo que está acontecendo, culpem a mim. Hoje não acordei com muita sorte e estou dividindo desse azar com vocês...

–Como assim, você não acordou com muita sorte? - perguntou Hinata.

–Eu caí da cama assim que acordei. - respondeu ela. - Quando isso me acontece, eu tenho certeza de que o dia não será o dos melhores...

–Não se culpe, Sakura... - disse Hinata olhando pelo ombro. - Eu não sabia que você era supersticiosa...

Sasuke olhou para trás e percebeu que não avistara mais a pickup do Naruto. Deveriam estar caminhando à muito tempo e ele não percebeu.

Continuaram por mais duas horas à beira da estrada, e nada, nem mesmo uma placa indicava onde estava esse posto de gasolina. Nem mesmo carros passavam por ali com grande freqüência. Havia passado apenas um caminhão para o lado oposto e nada mais.

–Meus pés estão me matando... - murmurou Hinata baixinho, com uma expressão de cansaço. Por sorte ela não estava de salto, mas também não estava de tênis. Usava uma sandália baixa e muito desconfortável.

Eram quase seis horas da tarde e o céu já escurecia. O caminho até esse posto de gasolina parecia nunca chegar, a estrada havia ficado mais comprida ou era só impressão?

Exaustos e desanimados, eles ouviram um motor barulhento se aproximar às suas costas. Uma caminhonete vermelha apareceu no horizonte, esfumaçando uma nuvem preta de fumaça pelo escapamento aos ares.

–O que vocês acham? Pedimos carona? - perguntou Naruto. Ele estava tão cansado quanto os outros.

–Melhor que continuar às cegas procurando por esse posto... - murmurou o Uchiha.

Naruto fez sinal para o carro, e então ele parou no acostamento. Ouviram barulho de grunhidos na carroceria. Havia pelo menos uns dez porcos ali. O mau cheiro era horrível. Naruto se aproximou da caminhonete com os amigos logo atrás dele, pensado todos a mesma coisa: Melhor que continuar a pé.

–Aí, tio! Você pode dar uma carona pra gente até o posto de gasolina mais próximo? - o homem dentro da caminhonete sorriu, depois começou a falar uma língua estranha. Naruto juntou as sobrancelhas, depois olhou para os amigos, tão confusos quanto ele. - O que esse cara ‘tá dizendo?

–Não faço ideia... - disse Sakura. Ela que já estudara tantas línguas diferentes na sua antiga escola, não fazia a mínima Idea do idioma que o homem estava falando. Parecia francês, com um pouco de espanhol. Mas que merda de um francês fazendeiro estava fazendo no Japão? Não, não era francês... Agora parecia um búlgaro, ou talvez um alemão...

–Droga! E agora? - reclamou Naruto com as mãos na cabeça.

–Queremos ir à um posto de gasolina... - disse Sakura lentamente para que ele entendesse. - Posto de ga-so-li-na.

Guessolina? Guessolina? - repetiu o homem mostrando um sorriso de orelha a orelha. Alguns dentes faltavam na sua boca e outros estavam meio podres, mas era um sorriso sincero

–Eu acho que ele entendeu... - disse Naruto.

–He he, guessolina!! Guessolina!! - ele ergueu as mãos e começou a dar gargalhadas, depois fez sinal com a mão para que eles entrassem no carro.

Meio confusos e achando aquele caipira totalmente “lé lé cuca”, eles deram a volta no carro para entrarem. O problema era que os únicos lugares vagos na caminhonete, era um lugar para duas pessoas ao lado do motorista, ou um cantinho reservado com os porcos na carroceria.

–Acho que não cabe todo o mundo... - disse Hinata para o namorado.

–Você senta no meu colo, Hina-chan. - disse ele subindo para dentro do carro. A única coisa que queria no momento, era encontrar esse mecânico de uma vez e voltar para o seu carro abandonado no meio da rua.

Sakura arregalou os olhos quando percebeu o que teria que fazer.

Por Kami! Sentar no colo do Sasuke-kun?

Sem perceber, ela começou a suar, a ofegar. Seu coração bateu mais rápido, suas pernas começaram a tremer, só de imaginar o que teria que fazer.

Sasuke subiu para dentro da caminhonete e ela ofegou mais rápido.

Está tudo bem, Sakura! É só até chegar ao posto de gasolina... Vai ficar tudo bem...

Ela colocou um pé no batente da porta da caminhonete, apoiando uma mão no cinto de segurança, depois subiu para dentro. Olhou meio receosa para o lado direito de Sasuke, não havia nenhuma brechinha que a coubesse, nem uma fenda fina ao lado dele. A caminhonete só cabiam três pessoas dentro dela, contando com o motorista.

Ao perceber que Sakura esperava a coragem para sentar no colo dele e fechar a porta para que pudessem sair logo dali, Sasuke a cercou pela cintura e a puxou para o seu colo, depois bateu a porta da caminhonete. O fazendeiro gringo afundou o pé no acelerador, dando uma arrancada brusca, saíram do acostamento.

Sakura não respirava. Suas mãos estavam apertadas na alça da sua bolsa. Podia sentir as mãos de Sasuke em sua cintura, tão paralisadas como ela estava. Não conseguia pensar em mais nada no momento. Sentiu a respiração dele na sua nuca, eriçando todos os pelinhos do seu pescoço. Seu estômago dava cambalhotas, seu coração estava aos pulos. Kami! Alguém precisava salvá-la!

Sasuke ainda mantinha uma mão na cintura dela, lutando contra a vontade de apertá-la mais ao seu corpo. Uma hora ou outra, aspirava o perfume dela com os olhos fechados, talvez para não sentir o fedor dos porcos na carroceria, talvez pelo perfume dela ser tão inebriante... Controle, controle... Dizia a ele mesmo, mas parecia impossível se controlar mais que aquilo. Sakura estava tão tensa sobre ele, que parecia nem respirar. As mãos ainda estavam agarradas à alça da bolsa, com o rosto para frente.

A estrada à frente dela começava a girar, assim como tudo à sua volta. Estava ficando totalmente tonta, pois não respirava direito. Deixou o ar sair descontrolado de seus lábios, depois fitou Hinata ao seu lado. O que será que a morena estava achando desse descontrole da cerejeira? Ela podia sentir que todos sabiam que ela não estava bem, mas quando olhou para o lado, a Hyuuga estava olhando preocupada para a estrada; Naruto estava aos berros com o estrangeiro que gargalhava e Sasuke quieto como ela. Só então percebeu que a caminhonete estava em alta velocidade, dentro de uma mata fechada, descendo uma ladeira do demônio de tão inclinada que era.

Sakura agora parou de pensar nas sensações de estar sentada no colo de Sasuke e deu lugar ao pavor. Sem se importar com o que ele acharia, cercou o pescoço de Sasuke com os braços e fechou os olhos.

–Alguém faça esse maluco parar esse carro! - murmurou ela agarrada à Sasuke. O Uchiha que também havia dormido com aquelas sensações, finalmente percebeu o que estava acontecendo.

Ele a abraçou também, ordenando que o maluco desdentado parasse o carro, mas ele apenas ria dos garotos e falava a língua estranha.

–Naruto-kun! - berrou Hinata abraçando o namorado horrorizada com o que estava acontecendo.

–Calma, Hina-chan! Quando esse maluco parar eu vou dar uma surra nele, que ele vai perder o resto dos dentes!

As garotas gritavam e os meninos xingavam o gringo. A caminhonete ainda descia rapidamente pela ladeira no meio da mata, até que fez uma curva fechada parando ao lado de um ferro velho bruscamente. Sakura temia pelos porquinhos na carroceria, se é que eles ainda estavam lá.

O fazendeiro saiu da caminhonete e adentrou o ferro velho ainda sorrindo, enquanto eles estavam ainda dentro do carro, as meninas em perfeito pânico e os meninos furiosos.

–Sakura? - Sasuke a chamou quando percebeu ela segurando fortemente no Uchiha.

–Estou bem... - sibilou levantando a cabeça para fitá-lo.

–Filho da puta! - xingou Naruto. - Eu vou bater naquele desgraçado!

–E se ele for um assassino maníaco? - perguntou Hinata aflita afundando a cabeça no peito do loiro. - Está parecendo aqueles filmes de terror em que um maluco esquarteja adolescentes...

–Vamos, descer... Vai ficar tudo bem Hina-chan... - disse Naruto abrindo a porta ao seu lado.

Eles desceram da caminhonete esperando o homem sair do ferro velho. Depois de alguns minutos, ele voltou com um galão nas mãos.

Guessolina! Guessolina!– sorriu de novo aproximando-se deles.

–Eu esperava que ele voltasse com um machado ou uma motosserra... - disse Hinata agarrando o braço de Sakura.

–Ele entendeu que a gente queria gasolina... - disse Sakura tristemente.

Naruto que estava com os punhos fechados para bater no homem, baixou a guarda. Foi apenas um mal entendido e o fazendeiro era um louco por velocidade como o Sasuke. Não precisava apanhar por causa disso.

O gringo banguela estendeu o galão de gasolina para o loiro, que não teve outra escolha senão aceitar.

–Arigato, vovô... - ele sorriu de novo e entrou na caminhonete chamando-os de novo para dentro. - A gente não pode ficar aqui no meio do nada. - disse o Uzumaki.

–Não! - Hinata foi a primeira a retrucar. - Não entro naquele carro de novo, nem que me obriguem! - ela apertou o braço de Sakura com mais força, escondendo o rosto nele.

–Então o que a gente faz? Já está escurecendo, daqui alguns minutos não enxergaremos mais nada dentro dessa mata. - disse Sakura assustada.

–A gente se vira... - disse Sasuke mandando Naruto despachar o fazendeiro.

Naruto acenou para ele e homem deu a ré na caminhonete e saiu dali subindo a ladeira.

–Mas que falta de sorte nós estamos tendo hoje... - murmurou Naruto indo para o lado de Hinata.

–Concordo... - disse ela com um sorriso, depois o abraçou.

Sakura olhou para Sasuke que procurava um caminho para eles seguirem, depois se aproximou dele.

–E agora, Sasuke-kun? - perguntou ela - Para onde vamos?

–Vamos seguir essa trilha. - ele apontou para o canto do ferro velho. - Ela deve dar em algum lugar que tenha um telefone...

Seguiram todos juntos mais uma vez pela trilha deserta. O sol já tinha desaparecido do céu e tudo estava ficando escuro e frio. Naruto e Hinata seguiam na frente de Sasuke, e Sakura atrás dele, encolhida nos próprios ombros pelo frio nos braços desnudos. Sasuke olhou por cima dos ombros vendo a garota encolhida olhando para o chão. Tirou a jaqueta de couro que ele usava desde que saíram da mansão e estendeu para ela.

–Pegue. - disse ele fazendo-a olhar para cima. Eles pararam de frente para o outro, enquanto Hinata e Naruto continuavam seguindo a trilha abraçados.

–Não, Sasuke-kun... - respondeu ela depois do tempo em que se perdeu no olhar dele. - Você não precisa... Você vai ficar com frio, e...

–Não estou com frio. - interrompeu. - Pegue.

Sakura sorriu levemente fitando-o nos olhos, depois apanhou a jaqueta das mãos dele.

–Arigato... - disse ela depois de vesti-la. Sasuke virou as costas voltando a andar, e ela aspirou o perfume que emanava da jaqueta de olhos fechados. Ainda estava quente, parecendo muito confortável. Abriu os olhos e voltou a andar mais rápido para alcançá-lo.

Caminharam por horas. Já eram nove da noite quando Sasuke percebeu um ponto luminoso aproximar-se deles.

Naruto e Hinata que estavam bem a frente da trilha, pararam.

–TEME! ANDA LOGO! - berrou o loiro. - ACHO QUE É UMA OFICINA!

Sasuke e Sakura apressaram o passo, correndo até o casal que os esperava na penumbra.

Não era apenas uma oficina. Parecia aquelas cidadezinhas em que os fazendeiros vendiam bodes e galinhas. Havia uma mercearia pequena, um restaurante ou um barzinho de madeira e um motel de caminhoneiros. Bem ao lado estava a oficina. Eles seguiram diretamente para lá.

–Pelo jeito que anda a nossa sorte, só falta todos falarem aquela língua estranha. - disse Naruto sorrindo. Os outros não acharam a menor graça. Se aquilo acontecesse, certamente algum deles se mataria! - Hey, amigo! - chamou o Uzumaki. - Nosso carro quebrou na auto estrada e precisamos que um mecânico vá até lá consertar...

Todos esperaram ansiosos pela resposta do homem parado à entrada da oficina, como se o que Naruto dissera fosse de fato acontecer.

–Já estamos fechando, colega... - respondeu o homem sujo de graça. - Não trabalhamos à noite.

–Pô, qual é! - reclamou o loiro. - Nós andamos pela auto estrada por horas, depois pegamos carona com um banguela maluco e ele nos abandonou no meio do mato, agora isso?! Qual é, cara! A gente quer ir embora! Pagamos o dobro do serviço!

–Parece que vocês não estão com sorte hoje... - disse o mecânico com um sorriso torto.

–Não diga... - Naruto havia pensado em ligar para alguém buscá-los, mas quem em santa sabedoria encontraria aquele lugar que nem estava no mapa? Ideia totalmente descartada.

–Eu sou o único mecânico daqui, amigo... Minha família está me esperando em casa e eu não posso chegar tarde para o jantar de aniversário da minha filha. - o homem virou as costas para fechar a oficina, e Naruto estava prestes a berrar alguma coisa para ele, quando o homem voltou a falar. - Eu sugiro à vocês que aluguem um quarto naquele motelzinho, passem a noite aqui sem preocupações e amanhã cedinho eu vou com um de vocês até onde o carro está, reboco ele até aqui, depois concerto e vocês vão embora felizes.

A proposta parecia inteligente, pensaram ambos. Ficar zanzando no escuro à procura do carro com certeza não era uma boa ideia.

Eles concordaram, admirando a inteligência do mecânico, e foram à procura de abrigo comida. As meninas pensavam em um banho e graças à Hinata, ela tinha uma bolsa com roupas de sobra para as duas.

Os meninos foram para o restaurante, enquanto elas foram alugar os quartos.

–Queremos dois quartos, por favor. - disse Hinata à recepcionista do motel.

–Lamento, só temos um. - disse-lhe a mulher.

–Por Kami! Quando isso vai acabar? - disse Sakura com as mãos na cabeça. - Eu sabia que estava com má sorte!

–Hoje vocês não são os únicos sem sorte. - disse a mulher sorrindo do pavor de Sakura. - Umas cinco pessoas estão no motel hoje, porque quebraram os carros na via expressa. Outras são campistas que foram atacados por ursos, então decidiram dormir aqui essa noite. - elas faziam uma expressão desanimada enquanto a mulher falava. - Em quantos vocês estão?

–Dois casais. - respondeu Hinata.

–Então não tem problema, ora bolas! Temos um quarto com duas camas.

O ânimo de Hinata mudou, mas Sakura quase teve um ataque. Duas camas? Dormir com Sasuke? Meu Deus! Hoje ela morreria, com toda certeza! Já fora uma tortura sentar no colo dele, diga lá passar uma noite inteira na mesma cama!

–Então nós alugamos. - disse Hinata ignorando a ataque de pânico da Haruno. Algum jeito eles dariam, mas ficar sem um quarto, era pior.

Hinata foi avisar os meninos do que acontecera, enquanto Sakura foi tomar banho.

Sasuke fingiu não sentir nada quando soube que dormiria na mesma cama que Sakura. Continuou bebendo seu refrigerante em silêncio, imaginando aquelas loucuras que o atacavam cada vez que olhava para ela. Seria uma noite muito interessante, pensou ele. Seria a pior noite de sua vida, pois tentaria se controlar para não tocá-la e aquilo era uma tortura.

Quando Hinata voltou para o quarto, Sakura já havia tomado banho e se vestido com um dos vestidos que Hinata levara para a viagem. Pelo menos uma coisa boa acontecera. Hinata com o seus instintos de prevenção, levara vestidos e roupas íntimas. Dá-lhe Hinata!

–Você disse que daríamos um jeito, mas qual? - perguntou Sakura à morena. - Eles não vão aceitar dormirem juntos para você e eu dividirmos a cama!

–Por que tanto medo, Sakura-chan?

–Por quê? Eu nunca dormir na mesma cama que um garoto antes, Hinata!

–Mas é o Sasuke-kun... Ele não vai... - Hinata hesitou em continuar. Não queria nem pensar numa coisa dessas.

–Eu sei, Hinata, mas... Eu acho que não conseguiria dormir... Eu não sei, se...

–Fica calma, Sakura. - ela se sentou ao lado dela na cama. - É só essa noite... Amanhã voltaremos para casa...

–Está bem... - suspirou. - Gomene pelo meu descontrole. Acho que estou exagerando...

Hinata sorriu e lhe deu a comida que trouxera do restaurante para a cerejeira, depois foi tomar banho também.

Que dia agitado! Que falta de sorte! Ela sabia que aquele tombo de sua cama era um mau sinal.

Não parava de pensar na noite que estava prestes a começar. Estava cansada, mas não se via descansando. Sabia que não conseguiria dormir direito. Já dormira ao lado de Sasuke uma vez, naquele deposito, mas era uma situação totalmente diferente. Ela acordara abraçada com ele, não estava acordada quando isso aconteceu. Muito diferente de agora.

Olhou para a cama de solteiro que dividiria com Sasuke, procurando um jeito de mudar aquela ideia maluca de dormir ao lado dele. Mas nada aparecia.

Talvez estaria exagerando. Talvez não acontecesse nada. Talvez Sasuke dormiria no chão e a deixaria na cama. Não! Ela não faria isso com ele!

Hinata saiu do banho e depois de se vestir, foi para o barzinho onde os meninos estavam. Ela convidou a Haruno, mas ela disse que estava muito cansada. Iria assistir um pouco de televisão depois dormiria.

Ela contou os minutos, mudando de canal, sem prestar atenção no que assistia. Hinata e os garotos estavam demorando para voltar, perguntava-se o que eles estavam fazendo.

Bom, Hinata estava com Naruto, beijando-se em algum canto do barzinho. Sasuke estava sentado do lado de fora do motel, esperando o controle voltar a si, antes de entrar no quarto. Ele estava começando a se sentir idiota por aquele pavor. Queria saber como Sakura havia reagido, mas isso só pioraria a situação para ele. Não queria demonstrar que estava apreensivo com a situação.

Finalmente tomou a decisão de entrar. Abriu a porta do quarto escuro, e lá estava Sakura deitada na cama, ao que parecia dormir profundamente.

Ele seguiu para o banheiro, e ela entreabriu um dos olhos para vê-lo. Seu coração oscilava. Onde estava Hinata e o Naruto? Parecia fazer isso de propósito! Não, que loucura! Por que eles fariam isso?

Sakura ficou naquela guerra interna, até o banho de Sasuke terminar. Ou ele havia tomado banho rápido demais, ou Sakura perdera a noção do tempo.

Ele saiu do banheiro usando apenas sua calça, os cabelos úmidos, segurando um toalha. Sakura não fingia mais que dormia. Estava com olhos abertos, ofegando descontroladamente enquanto Sasuke se aproximava.

–O-onde estão eles? - perguntou receosa, tentando manter sua respiração mais calma.

–Estão no bar. - respondeu Sasuke bem ao lado da cama. Ele jogou a toalha na cabeceira da outra cama, depois, muito lentamente subiu na cama em que Sakura estava.

Sakura estava de lado, o edredom branco de tecido fino até a cintura e as duas mãos por baixo do travesseiro. Sasuke passou por cima dela, depois deitou às suas costas com um braço em baixo da cabeça, com todo cuidado para não tocá-la.

A cama era com toda certeza, muito estreita para os dois. Sasuke ficou com quase metade das costas para fora da cama. A única maneira de ficar totalmente em cima da cama, era virando-se de lado como Sakura estava.

Ele ainda tenso, com metade de seu corpo para fora da cama, sentia o perfume da Haruno inebriar seus sentidos. Os cabelos dela estava jogados para cima do seu braço, era por isso que já estava quase se sentindo tonto.

Sakura tentava não respirar aceleradamente, mas estava difícil. Se ela fizesse isso, teria que parar totalmente de respirar e assim acabaria morrendo por falta de oxigênio no cérebro.

Ambos tentavam dizer alguma coisa, para pelo menos distrair a mente daquela proximidade, mas não conseguiam.

O braço que estava dobrado em baixo da cabeça de Sasuke adormeceu. Ele teria que mudar a posição ou não dormiria. Virou-se para o lado de Sakura lentamente, fitando a nuca da garota oscilante. Sasuke podia ouvir o coração da Haruno de onde estava. Ela estaria tão nervosa quanto ele? Claro! Que pergunta estúpida! Lembrava-se da sua expressão naquela noite. Na noite em que se beijaram.

Sasuke ainda fitando as costas dela, queria saber como estava a expressão da cerejeira. Queria ver os seus olhos. Não, mais que isso! Queria tocá-la mais intensamente, queria fazê-la gemer o seu nome, queria enlouquecê-la da mesma maneira que ela o enlouquecia.

Seu objetivo de se controlar foi por água abaixo, quando sua mão pegou na cintura dela. Sakura estremeceu por completo com o toque, mas não conseguiu dizer uma palavra, não conseguiu repreendê-lo.

O moreno chegou mais perto de seu corpo, ao perceber que ela não o afastou do toque, ficando mais ao centro da cama. Sua mão deslizou da cintura para a barriga lisa, abraçando-a, colando-a ao seu corpo.

Sakura apertou os olhos, quando sentiu o desejo explícito de Sasuke por ela. Podia sentir um volume quente em seu bumbum, mover-se lentamente sobre o tecido do edredom. Seu corpo tremia pelo toque, ao mesmo tempo em que tremia pelo medo. Medo do que estaria por vir, ou medo que Sasuke se aproveitasse dela? Ela não saberia responder. Apenas sentia os toques ficarem mais apertados, sentir o corpo de Sasuke cada vez mais junto do seu.

Ele se segurava para não abaixar a mão até virilha de Sakura. Estava lutando dentro de si para aquilo não se tornar pior do que já estava. Ele aproximou o rosto dos cabelos róseos, depois aspirou o perfume, apertando ainda mais o corpo dela contra o seu. Controle, controle, controle... Repetia milhões de vezes na sua cabeça, mas só conseguia senti-la, sentir o corpo trêmulo junto ao seu.

Sakura se contorcia por dentro, arrepiando-se por inteira quando sentiu os lábios de Sasuke roçarem levemente no seu ouvido. Ela juntou forças para afastá-lo dali, para impedir o que estaria prestes a acontecer, mas uma coisa inesperada aconteceu.

Sasuke se afastou e se sentou na cama, abaixando a cabeça.

–Droga! - murmurou ele. Estava suado e excitado por Sakura. Não manteve o seu esforçado controle. Sakura se sentou na cama também, ainda ofegante.

–Sasuke-kun...

–Gomene... - disse ele antes que ela se desculpasse como na noite do beijo. A culpa não era dela e dessa vez ele pedira desculpas de verdade.

Sakura aproximou-se meio receosa, tocando levemente em suas costas. Ele a fitou confuso, segurando a vontade de beijá-la, deixando-a fazer o que estava prestes a fazer.

A Haruno pegou um braço dele e o colocou por cima de seu ombro lentamente, depois o puxou vagarosamente para a cama, fitando os olhos iluminados apenas por um fraco facho de luz que entrava pela janela. Deitaram-se novamente na cama. Sakura estava com a cabeça sobre o peito desnudo de Sasuke e ele a abraçou contra o seu corpo, se controlando novamente.

Tentou não dizer nenhuma palavra, como perguntar o motivo dela fazer aquilo. Esperava que a garota saísse correndo espantada do quarto e o acusando de abuso. Porém ela deitou-se trêmula sobre ele, fazendo-o voltar com o seu controle.

Aos poucos Sakura respirava mais calmamente, sentindo os dedos de Sasuke em seus cabelos, o que fazia suas pálpebras pesarem pelo sono.

Não percebeu quando, mas notou que Sakura já estava dormindo profundamente. Deveria estar muito cansada. Fechou os olhos, ainda movendo os dedos nas pontas dos fios róseos, sentindo aquele conforto que ela tanto provocava nele.

Agora não tinha certeza se aquele dia fora mesmo azarado. Estar abraçado com Sakura, dessa vez sem imaginar a possibilidade de tocá-la intimamente, ou de sentir que se aproveitara dela, era mais que reconfortante.

Se aquilo fora falta de sorte, então gostaria de mais dias assim...

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Continua...


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Notas finais do capítulo

"Sasuke encoxando a Sakura!! Alguém me segure!!! hauhauhauhau" Essa foi a primeira frase que a Amandinha disse quando leu o cap! XD



Bom, galera, foi muita coincidência falar sobre sorte nesse cap. Minha sorte não anda tão boa últimamente... Eu não sei se alguém fez macumba pra mim, ou se joguei pedra na cruz, só sei que o bagulho tah louco!!



Na terça-feira passada, desci rolando da escada da minha casa em plena madrugada! Imagina os berros da garota... Acordei o bairro inteiro!! O.O



Mas graças a Deus não quebrei nada... Só uns arranhões, uma torção no pé, e um mico que vou guardar para o resto da minha vida, pq a notícia da minha queda se espalhou pelo bairro...=X



Por isso que o cap demorou um pouquinho pra sair. Eu nem tive tempo de responder todos os reviws. Então, Bem vindos novos leitores, obrigada pelo carinho! Feliz aniversário atrasado para a Carol XD!! E a todos, vlw pelos reviws e por acompanharem a fic!!!



bjus



=Denny



P.S. A Phoenix é minha mais nova Beta Reader!!! Eba!!!! Mandem um Salve aí pra ela!!! E para o pessoal da Xurupita!!! FUI!!!! :p