Num lugar bem distante, um jogador caminhava já há bastante tempo enquanto seguia um caminho que tinha aparecido em seu mapa, seus cabelos ruivos balançavam com o vento e seus olhos expressavam algum cansaço. Rin estava procurando por algo há algum tempo. Ele estava determinado a ser o primeiro a desvendar o enigma e ganhar o grande prêmio do jogo, boatos diziam que era 1.000.000 outros jogadores suspeitavam que pudesse ser um equipamento totalmente novo, ele só sabia que de qualquer jeito sua vida dependia disso. O caminho por onde passava não tinha muitas árvores, na verdade em quase todo o local havia apenas pedras e um terreno liso, e pelo o que indicava no mapa provavelmente teria que subir algumas montanhas. Isso seria problemático, pois não parecia um trabalho fácil. Depois de bastante tempo caminhando, Rin parou de frente pra um beco sem saída, não havia nada ali a não ser uma montanha enorme e rochosa, parecia que ele teria de escalar, mas o problema era que as pedras eram muito lisas e não parecia ter lugar em que pudesse se apoiar. 

– Cuidado! - Ele ouviu a voz de um desconhecido gritar, imediatamente olhou para o alto e viu que um jogador de cabelos negros e olhos azuis caia em sua direção, ele precisava desviar rápido. 

O jogador caiu no chão, ficou desacordado por uns 10 minutos e logo recobrou a consciência. Em sua barra de HP estava escrito "Daisuke Yamada", este era provavelmente seu nome. 

– Olha, se você ta vivo então quer dizer que não caiu de uma altura muito grande. - Rin disse ainda meio perplexo e ajudou o outro jogador a se levantar. – Afinal de contas porque estava caindo?

– Porque eu tentei escalar a rocha, mas escorreguei. - Yamada respondeu rindo da própria desgraça. 

– Cara você é doido? É claro que não dava pra escalar algo assim, você queria se suicidar ou que? Essas pedras são muito lisas. - Rin respondeu falando calmamente. – Espero que tenha algum tipo de atalho ou caminho alternativo, porque meu mapa diz que tenho que subir esta montanha. 

– Sério?- Yamada disse animado. – O meu também!

 – Isso é uma coincidência e tanto. Apesar de estar jogando há algum tempo, confesso que ainda não sei como funciona esse jogo. Sempre que você começa a entender as regras mudam, por isso é impossível aprender macetes.

 – Nem me fala, já tentei escalar essa rocha umas 7 vezes. - Rin não estava acreditando naquilo, mas a julgar pela roupa suja e um pouco danificada do outro jogador dava pra ver que ele realmente poderia ter tentado.

A altura que eles precisavam escalar era de aproximadamente 14 metros, algo nenhum pouco fácil, pois equivalia aproximadamente a um prédio de 3 a 4 andares. Rin analisou bem o local. – As pedras são muito escorregadias? - Perguntou enquanto ainda observava o topo, o brilho do sol atrapalhava um pouco sua visão. Ambos ficaram durante um tempo parados, queriam encontrar uma forma de chegar ao topo rápido. 

Yamada avistou se aproximando do local uma garota que parecia ter uns 10anos de idade, além de uma expressão meiga.  Ela tinha cabelos castanhos, e olhos verdes, era bem baixa e carregava um cajado maior do que ela. – Hei garotinha...! - Antes que ele pudesse terminar a frase foi acertado na cabeça pelo cajado e foi ao chão.

– Me chama de garotinha de novo e você vai conhecer o inferno seu pedaço de merda! - A garota gritou extremamente irritada e Rin a encarou assustado. – E você tem algo a dizer cabeça de fósforo.

– Calma eu não disse... - Rin tentou se explicar e manter a calma, mas...

– É claro que eu não esperava que alguém com uma aparência tão idiota fosse dizer algo. - Ela respondeu sarcástica, de acordo com sua barra seu apelido no jogo indicava Gumi. 

– Ei não começa pirralha, se você queria me provocar conseguiu! - Rin respondeu um pouco irritado.

– Da pra vocês dois pararem, acabaram de conhecer. - Yamada disse enquanto se levantava do chão meio tonto, mas ele foi logo chutado por Gumi no mesmo instante em que se levantou.

– NÃO FICA OLHANDO POR DEBAIXO DA MINHA SAIA SEU PERVETIDO! - Ela gritou e lhe mostrou o dedo do meio.

Yamada ainda não tinha reparado, mas no momento em que olhou viu que ela tinha belas pernas e então não pode evitar um olhar bobo. – "Ela parece uma Lolita" - Pensou e logo foi atingido por uma pedra, pois Gumi havia percebido que ele estava começando a babar e por já conhecer a mente suja de um homem aquilo já era motivo para fazê-la agir daquela forma. 

Yamada caiu pra trás, estava todo dolorido e ainda sentia a dor forte da pedrada que ocasionou um galo em sua testa, algo bem normal, afinal o jogo reproduzia ainda algumas reações do corpo a fim de tornar cada sensação o mais real possível. Depois de uns 10 minutos todos se acalmaram e ficaram em silêncio, um encarando o outro. Rin tinha em sua mente que Gumi apesar de parecer inocente por dentro parecia uma criança demoníaca, coitado dele se atrevesse a dizer isso na frente dela, a chamá-la de criança. 

– Antes que os pedaços de lixo digam algo, eu tenho 13 ANOS!!! - Ela deu ênfase em sua idade. Jamais esperava se encontrar com dois jogadores de aparência suspeita no meio de sua jornada. 

Rin recuperou sua calma. – Eu tenho 16. - Ele respondeu apenas para ser educado. 

– E eu tenho 16 também Gumi-chan! - Yamada disse animado e recebeu um olhar mortal. – "Chan"... É um sufixo para crianças. Se tem amor a sua vida e deseja sair desse jogo, sugiro que feche essa sua boca imunda seu verme! - Ela disse ameaçadora e apontou seu cajado para ele. Naquele momento Yamada se calou. – O que ambos fazem por aqui? - Ela perguntou mais calma. 

– Estamos tentando escalar essa rocha, mas esta difícil. - Rin respondeu calmo.

– Vocês são muito inúteis. - Ela sorriu com sarcasmo e levantou seu cajado. 
Dele começaram a sair algumas plantas trepadeiras e alguns cipós que começaram a se prender na rocha, Rin e Yamada ficaram muito surpresos com aquilo, pois era uma habilidade incrível e não tinha conhecido ainda qualquer jogador que usasse algum tipo de habilidade Elemental.

Depois disso, saiu um cipó do cajado dando a volta por cima dos ombros dela e assim ela o prendeu em suas costas, se aproximou da montanha e começou a escalá-la através das trepadeiras que estavam bem firmes nas rochas. Aproveitando a situação Rin e Yamada fizeram o mesmo e então começaram a escalar, todos levaram cerca de uns 15 a 20 minutos para chegar até o povo.

Viram que ali estava um terreno bem plano, havia ainda muitas montanhas e dali de cima já era possível ver territórios que estavam cada vez mais longe. Só que na realidade o que tinha chamado sua atenção era um jogador que estava sentado desenhando a paisagem. Seu Nick indicava que seu apelido era Nagamasa.

– Eram vocês que estavam fazendo tanto barulho lá em baixo? - Nagamasa disse um pouco concentrado no que fazia, pois já estava meio distraído. – De qualquer jeito eu lembro apenas de ter ouvido um "pervertido" sendo gritado bem alto, e é claro, algo como "13 anos", eu não entendi muito bem, mas foi engraçado. 

– Infelizmente éramos nós. - Rin disse calmamente. – Só que mais importante... Como você chegou aqui em cima?

– Eu peguei um atalho. - Nagamasa respondeu calmo, mas parecia meio motivado enquanto observava o horizonte.– Também estão atrás do enigma. 

– Bem... Eu estou... Não sei se os dois loucos ali também estão. - Rin respondeu e logo ambos ouviram gritos.

 – QUEM VOCÊ TA CHAMANDO DE LOUCO? - Gumi e Yamada gritaram em uníssono. 

– Que pessoal escandaloso. - O que Nagamasa disse parecia uma provocação ao grupo. 

– Hump, eu não preciso seguir três cabeça de vento que pensam com a cabeça de baixo. - Gumi disse indignada, ela era realmente muito boca suja e os garotos estavam um pouco surpresos com o comportamento de uma garotinha que parecia tão inocente. – Mas alguém precisa ser o cérebro da operação, além disso, eu tenho que resolver o enigma pra meus propósitos. 

– Ei não saia se convidando assim! - Rin alertou meio cansado, mas se deu por vencido. Provavelmente o grupo teria que seguir dali, afinal se estavam ali talvez fosse por um propósito.

– Gumi... Você pode me chamar de onii-chan se quiser. - Yamada disse gentilmente, mas foi cortado com palavras cruéis. 

– Nunca irei chamar um pervertido do submundo de onii-chan, prefiro ser devoradas por um dragão a me rebaixar ao nível de um verme. - Ela disse cruelmente, aquilo tinha sido um pouco nossense e sem sentido, mas tudo bem... 

Ambos pararam para analisar uma pista que tinha na caixa de mensagem:

 “O coração dorme em meio aos sentimentos e reações. O Stress o faz palpitar e em meio ao desespero é possível despertar a alma amaldiçoada. Não esquecendo, que o verdadeiro significado é aquela por trás daquilo que não se pode entender.”