Nana estava intrigada com o som que ouvia de passos se aproximando, ela se virou para trás um pouco curiosa, dava para enxergar com dificuldade a pessoa que se aproximava dali, mas quando viu os longos cabelos castanhos e olhos rosados ela reconheceu logo a outra jogadora.

– Izzy-san! - Disse animada enquanto sorria. – O que faz aqui?

– Eu ainda não sei muito bem, mas no meu mapa de SAO apareceu uma trilha que indicava essa caverna, como já estive aqui uma vez eu quis vir dar uma olhada sozinha. - Izzy respondeu calmamente, com um leve sorriso em seu rosto também.

– Você acha que tem alguma cidade no fundo dessa caverna? - Nana perguntou curiosa. – Se quiser, eu posso acompanhá-la.

– Não tem problema, eu consigo me virar sozinha. - Izzy respondeu meio relutante, mas a carinha fofa que Nana fazia era irresistível. – Tudo bem, melhor do que viajar com estranhos.

– Engraçado que nos conhecemos exatamente aqui. - Nana comentou enquanto andava na frente empolgada, ela tomava todo cuidado pra não balançar de mais sua bolsa. – Será que há mais ovos para resgatar?

Assim as duas caminharam por uma trilha, era estranho que depois da ultima batalha havia caminhos diferentes. Enquanto enfrentavam o primeiro chefão ambas lembravam-se de que aquele parecia o fim da caverna, então era estranho ver outras trilhas.

Era incomum o fato de haver trilhas nos mapas, isso soava como algum tipo de armadilha, mas estando totalmente desnorteados os jogadores não tinham outra opção a não ser seguir em frente e arriscar a sorte, acima de tudo lutar para sobreviver.

Ambas continuaram a explorar a caverna, até então não havia muitas novidades, pelo menos foi o que pensaram, quando Nana finalmente viu uma trilha feita pelos cristais. Eles estavam brilhando novamente, as duas seguiram seu caminho para ver onde aquilo ia dar. Havia dois túneis à frente, mas não sabiam por qual seguir.

– E agora? - Nana perguntou e Izzy ficou meio pensativa, ambas pegaram seus cajados por precaução, afinal não sabiam que tipo de obstáculos poderiam encontrar ai.

– Vamos pela direita. - Izzy disse meio receosa, não sabia se tinha feito a escolha certa. Ambas seguiram pela trilha, à medida que avançavam o caminho ficava cada vez mais estreito e escuro, notaram ao dar passos que à medida que avançavam parecia que estavam descendo.

Algo inesperado aconteceu de repente o chão ficou escorregadio de mais, ambas caíram e começaram a deslizar pelo chão, a sensação era a mesma de estar num escorregador normal, Izzy não entendia bem porque Nana gritava como se estivesse se divertindo, pois a verdade e aquilo havia causado certo pânico. Onde aquele túnel ia parar?

[...]

Saki se via totalmente cercado, milhares de sombras rodeavam o local, desesperado ele via o HP de seus amigos a baixo de 30%. Quando se deu conta da gravidade da batalha já parecia perdida.

– UTAKATA, INORI-CHAN! - Ele gritou totalmente desesperado, mas antes que pudesse se mover e ajudá-los eles já haviam sido derrotados. O golpe fora certeiro, imediatamente ambos começaram se desmanchar em milhares de polígonos coloridos, reduzidos a dados apagados pelo jogo devido a sua derrota.

Saki se sentiu sem chão, eles estavam mortos... Não poderia ser verdade. – NÃO! - ele se levantou totalmente ofegante no quarto de um hotel da cidade negra, correu pelo corredor e abrindo as portas observou que seus amigos estavam bem. Inori continuava dormindo e Utakata estava de vigia no corredor da frente, ele estava sentado em uma janela.

– Aconteceu algo? - Utakata ignorou as estrelas que observava pela janela e disse calmamente enquanto observava o estado do amigo.

– Vocês estão bem. -Saki disse ofegante e se acalmou. Aquilo tinha sido apenas um pesadelo bobo, embora parecesse bem real. – Não foi um sonho... Não foi um sonho... - Ele dizia coisa com coisa. – Este jogo é real, este inferno é real, vamos morrer se fomos derrotados, isso não é mais um jogo, isso não é mais uma brincadeira.

Utakata o observou totalmente surpreso e confuso, os olhos estavam arregalados com o passageiro surto do amigo.

– Ninguém aqui vai morrer isso é apenas um jogo. -disse calmamente como se não estivesse surpreso. – Não se preocupe de mais, se não isso vai te atrapalhar, é um conselho. Apenas fique mais forte, é o que pode fazer no momento.

– Droga, eu odeio receber sermões de você. - Saki se se encostou à parede meio pensativo, era assim desde criança, ele sempre fora imprudente em tudo, não levava nada a sério em sua vida, então ele necessitava sempre de ouvir broncas e sermões, mas depois de algum tempo, quando finalmente passou a morar com sua irmã que suas preocupações aumentaram e assim pode compreendê-las perfeitamente. – Algo me cheira muito errado nessa cidade, faz algum tempo que tenho a sensação de estar sendo observado.

– De fato, há uma presença incomum por aqui. Este lugar foi projetado para passar a sensação de ser sombrio, então não há novidades. - Utakata disse com certa arrogância por saber mais sobre o jogo. – Amanhã vamos buscar mais informações então descanse pra não ser um peso morto.

– Vá se ferrar. - Saki mostrou o dedo do meio, entrou no quarto calmamente e bateu a porta, embora ele não estivesse irritado com o comentário, era apenas um jeito de demonstrar sua amizade.

Utakata sorriu sutilmente e voltou a encarar as estrelas, ele fazia algo em seu menu. Já algum tempo que ele queria testar algo, entretanto fora interrompido com o grito do amigo. Ele só lembrava-se de tê-lo visto daquela forma uma única vez, há 11 anos atrás. Era uma história que tanto ele quanto Saki jamais desejariam recordar, porque era simplesmente triste de mais. Ele estava pensativo, como era noite em SAO provavelmente era dia no mundo real, o que sua família estaria fazendo naquele momento? Será que seus familiares o visitariam no hospital ou qualquer coisa do tipo ou estariam ocupados de mais? Seu pai provavelmente estaria com ódio por ele ter se tornado um fracassado que havia ficado preso num jogo, era provavelmente o que ele pensaria.

No dia seguinte após um precário café da manhã, o trio saiu para explorar mais os arredores da cidade. Os jogadores que rondavam por lá eram de fato muito estranhos e anormais, então eles se perguntavam que tipo de pessoas iriam para aquela cidade, que Saki não pensava ser tão sinistra, mas sim patética.

Saki avistou algo que havia incomodado um pouco, mas antes que ele tomasse alguma atitude Utakata interveio no assunto, do qual seria melhor se eles não se intrometessem. Haviam ali três jogadores brutamontes que atacavam um loiro que parecia meio família, claro que o Nick "Naru" vinha a mente de Saki, apesar dele não se lembrar muito bem da vez em que o viu.

– Eu já devo ter visto essa cara de idiota em algum lugar. - Saki disse para Inori pensativo, enquanto observava seu amigo iniciar uma pequena luta.

Tanto ele, quanto Inori e Naru estavam surpresos com a agilidade e habilidade de Utakata, ele manuseava sua espada como um verdadeiro mestre e não deixava que simples golpes o acertassem, a forma como permanecia calmo era extremamente irritante, Saki odiava aquela serenidade que transpassa certa arrogância, embora não fosse aquilo, mas era normal ambos adoravam se odiar mutuamente.

– Vocês são patéticos. - Foi o que Utakata disse depois de arrancar alguns pontos e vida, de fato ele estava decepcionado, pois esperava mais daquela cidade. – Se não querem morrer... - Antes de ele terminar a frase os três grandalhões fugiram, pois a seriedade indicava que ele poderia estar falando sério, embora aquilo fosse um blefe.

O fato é que aqueles três grandalhões não passavam de simples pessoas que usavam da aparência como forma de passar medo, uma vez que não se pode ver o nível de um jogador, aquilo era simples. Eles usavam armaduras assustadoras, falavam grosso, batiam nos jogadores mais fracos para tentar arrancar respeito, talvez aquilo fosse o que os entregou, eram apenas jogadores patéticos e cheios de ego, que mal sabiam manusear uma espada e encontravam na violência uma forma de se auto-afirmarem.

– Essa foi uma boa luta, você parece forte. - Todos ouviram uma voz pronunciar-se seguida de um bocejo. Ela vinha do alto, quando olharam viram que uma garota de aproximadamente uns 12 anos estava sentada encima de uma sacada de um dos prédios, ela tinha longos cabelos ruivos presos em duas tranças e olhos verdes.

– Eu não sabia que SAO era um jogo pra crianças. - Saki comentou enquanto olhava pro alto e logo recebeu um cascudo de Inori.

– Cala a boca, você pode acabar ofendendo a menina. - Inori disse severamente, embora não estivesse La com a cara muito séria.

– Seu nome é K.Hime né?– Se bobear ela é mais forte que o Saki. Hahaha - Utakata cruzou os braços e disse como sempre em forma de deboche.

– E pela cara dela se bobear ela vence você em preguiça. - Saki ironizou também.

– Agora, o que você faz numa cidade como estas Hime-chan?

– Hei! Não se esqueçam de mim! - Naru disse quase choramingando.

– Eu só achei que aqui seria interessante, apesar de que essa cidade me deixa com muito sono, não acontece praticamente nada por aqui. - K.Hime bocejou de sono novamente, aquilo tinha sito bastante fofo. – Vocês parecem fortes, com exceção do loiro que tava apanhando. - Ela deu uma risada baixa.