Depois da batalha contra o chefão, Saki sentia-se bem mais empolgado, embora ainda não houvesse noticias de outros territórios abertos, tendo em vista que o mapa que os jogadores possuíam tinha ainda a mesma aparência.

– Será que aquilo que enfrentamos era mesmo um mestre? - Saki suspirou meio decepcionado. – Acabou que eu não consegui nada hoje também. E já vai anoitecer.

– Realmente, aquele teletransposte foi inesperado. - Utakata comentou.

– Desculpe! - Izzy se desculpou mais uma vez, enquanto tomava um copo de suco.

– Não tem problema, saber da existência desse tipo de cristais no jogo é bem útil. Pode ajudar na nossa busca. - Utakata continuou a falar calmamente. – Mas seria bom se desse pra saber melhor como funcionam essas pedras.

– Então eu voto por voltamos na caverna de novo. - Saki disse entusiasmado. – Mas algo me preocupa, a Nana-chan nem tocou na comida. -Disse preocupado, ao ver que ela estava meio desanimada em um canto.

– Isso é realmente é preocupante. - Nagasama comentou enquanto fazia um desenho. – Ela ainda deve ta triste por causa daquele ovo que suspeitamos ser de dragão. É verdade, vocês dois não vão deslogar hoje?

– Resolvi matar aula pra ficar o dia e a noite toda. - Saki disse tranquilamente. – Tem uma pessoa que eu quero encontrar e não consegui achá-la, esse mundo é muito grande, apesar de estarmos apenas nos primeiros territórios.

– Acho que hoje não vou poder ficar aqui no jogo. - Utakata disse calmamente.

– QUE? - Saki deu um berro.

– Eu preciso deslogar, mas depois do colégio eu volto. Prometo, tenho uma coisa importante pra fazer antes. - ele continuou a falar em seu tom calmo e frio.

– Nerd FDP. - Saki disse um pouco frustrado. – Sabe que depois do colégio eu tenho que trabalhar e ai não vou poder ficar online.

– Melhor ainda, então vai ser um revezamento. - antes que o amigo pudesse dar uma palavra, rapidamente Utakata se deslogou.

– O que exatamente vocês estão buscando? - Nagasama perguntou com um pouco de curiosidade, já que tanto falavam sobre isso.

– Minha irmã desaparecida. A única pista que tenho dela é o jogo, por isso eu estou aqui. - Saki respondeu meio triste. – Mas logo vou encontrá-la, eu tenho certeza. - ele deu um sorriso conformado.

– Isso é uma situação muito triste. - Izzy disse comovida. – Mas se ela esta no jogo, pelo menos você pode ter a certeza de que esta bem.

– Você tem razão. Bom, a gente vai voltar lá na caverna pessoal? - Saki perguntou um pouco animado.

– Desculpe, mas eu preciso ir logo. - Izzy se desculpou meio sem graça. – Mas desejo sorte a vocês em sua jornada. - Ela se levantou e saiu pela porta da lanchonete, mas antes de partir acenou da porta.

– E você?- Saki voltou-se para Nagamasa, Nana ainda estava meio pensativa. – Você também Nana-chan!

– Por mim tudo bem. - Nagamasa concordou, embora estivesse concentrado em seu desenho.

– Hai. - Nana sorriu um pouco forçada e concordou.

Então os três decidiram voltar até o local da luta anterior para explorar mais um pouco, parecia que os jogos tinha muitos mistérios que ainda precisavam ser resolvidos.

Enquanto isso, no mundo real já tinha amanhecido. Uma garota chamada Hinamori Mizuki estava em sua casa, mexendo na internet, pois não tinha nada pra fazer naquele momento mesmo. Um pequeno grupo de amigos conversava em uma espécie de bate papo e todos comentavam o quanto achavam a nova versão de SAO incrível, de fato ela não os conhecia pessoalmente, e também não os tinha viso no jogo ainda, por causa dos desencontros a todo tempo. Em outra janela a parte e separada do chat, ela conversava com outra pessoa, meio decepcionada, tentava ser um pouco tolerante.

"Me desculpe por não aparecer, mas eu só fiz minha conta ontem."

"Tudo bem, mas você vai estar no jogo hoje a tarde. lá pras 18:00 horas?"

"Posso tentar, prometo que tive minhas razões pra não entrar antes. Acredite, o que eu mais quero é ver você também."

" Ok. Então vamos nos encontrar por la, quem sabe damos sorte."

Hina como seus amigos a chamavam, estava um pouco cansada daquela situação. Fazia algum tempo que as coisas em sua vida já não eram mais as mesmas, ela observou uma foto na cabeceira de sua cama. Uma foto de sua família, onde estavam o falecido pai, a mãe e os dois irmãos. Olhá-la lhe dava uma vontade imensa de chorar, já que aquela solidão que sentia todos os dias parecia não passar, pra completar a falta de incentivo de seu melhor amigo não ajudava em nada. Ela precisava dar um jeito nisso. O mais rápido possível!

Pensando por um lado, não deveria ser tão difícil encontrar alguém dentro do jogo como é na vida real, mas o mundo de SAO era muito extenso e complexo. O novo jogo tinha levado quase 2 anos para todos os gráficos e aprimoramentos ficassem pronto, embora seus sistemas ainda fossem um pouco antigos e ainda trabalhassem a base de uma rede de dados chamada de Cardinal. O jogo de certo modo havia se tornado mais inteligente, por causa de alguns novos detalhes que haviam sido incorporados, e dentre um dos membros da equipe de segurança estava Kirigaya Kazuto, conhecido em Sword Art Online como Kirito. Desde que ele tinha integrado a equipe, devido aos seus conhecimentos reunidos ao longo do tempo, de certo modo tinha deixado os investidores mais seguros em relação a segurança do RPG, e as novas idéias erma realmente inovadoras.

Esta foi uma das razões que levou um jogador chamado Takasugi Kamui a se arriscar dentro do MMORPG de realidade virtual, na verdade ele não tinha muitos interesses no jogo, seus motivos eram mais pessoais do que puro entretenimento. Ele tinha 16 anos, era alto, tinha pele pálida, cabelos negros e um pouco arrepiados, olhos verdes só que pareciam ter um tom castanho.
Quando ingressou no jogo não sabia muito o que estava fazendo, na realidade ele mal sabia segurar uma espada, o que dirá lutar com ela. Foram várias derrotas desde que entrou, entretanto ele foi se aprimorando, é claro que ele não tinha coragem de dizer isso a sua melhor amiga, não queria que ela tivesse dele a imagem de alguém fraco. E isso por sua vez, às vezes o levava a mentir, embora odiasse isso, ele sabia que ela no fundo não ficaria tão magoada, mas ele sentia-se um pouco mal por si mesmo, apenas por evitá-la. Seria bem fácil simplesmente marcar um encontro e acabar logo com aquilo, mas algo o fazia adiar sempre, era como se ele travasse. Definitivamente seu coração e cérebro às vezes "bugava" quando se tratava dela.

Quando o dia começou a amanhecer no jogo, Saki retornou ao mundo de SAO. Era aproximadamente umas 18h00min no mundo real, ele estava um pouco empolgado depois das inúmeras aventuras que tinha passado antes de deslogar. Yukata o esperava na mesma lanchonete de sempre onde ambos marcavam de sempre se encontrar. Ele não via os outros jogadores desde a exploração a caverna, aquilo era curioso.

– O que é isso? - Utakata comentou quando viu que a conexão com as redes sociais havia caído. – Isso é impossível.

– O que houve? - Saki disse meio confuso enquanto comia um cachorro-quente.

– Não há conexão com o mundo real. E... - Ele se surpreendeu ao ver outra irregularidade.

Ambos ouviram alguns gritos vindos do lado de fora, quando saíram da lanchonete os jogadores andavam de um lado par ao outro. O céu que antes era de um azul intenso havia se tornado vermelho, repleto de nuvens negras. Os jogadores mexiam todos em seus menus ao mesmo tempo. Quando Saki e Utakata perceberam o que realmente estava acontecendo, viram que a carta em branco das inscrições havia se materializado sozinha. Na frente dela havia a imagem de um coringa, eles não entenderam nada, então quando as pegaram todos foram transportados ao mesmo tempo. As luzes azuis brilharam por toda a cidade, e num instante parece que cerca de 5 mil jogadores estavam reunidos todos em um único salão. Ele era branco, com o interior bem sofisticado lembrando a aparência de um castelo, havia uma enorme escadaria com um corrimão dourado e acima dela dois tronos.

Os jogadores ficaram muito confusos com aquela situação. Nos tronos havia uma garota que tinha cabelos rosados, e usava uma máscara sob seu rosto, estava vestida como se fosse uma princesa, a outra pessoa parecia um rapaz vestido como um verdadeiro príncipe. Ambos estavam sentados acima de um trono que parecia ser esculpido em ouro. Os jogadores não estavam entendendo nada, então uma risada alta foi ouvida por todo o salão. A frente das duas pessoas sentadas nos tronos surgiu um palhaço vestido como um bobo da corte.

– Sejam bem vindos ao SAO AB. - Ele disse com um sorriso estranho em sua face. – Vocês devem estar meio confusos com essa cerimônia de boas vindas não é? Basicamente, todos os que receberam a carta Jocker foram os jogadores que se inscreveram no grande torneio. Eu admiro a coragem de vocês.
As pessoas pareciam cada vez mais confusas, todos pareciam meio amedrontados, mas aquilo parecia não passar de alguma brincadeira de algum GM.

– Muitos de vocês devem estar confusos com as cartas que receberam desde que o jogo começou. - O Jocker começou a falar. – As que receberam no momento da inscrição do torneio foi o convite oficial para este salão. E as possíveis cartas em branco que receberam ao longo das primeiras semanas são cartas habilidade. O sistema escolhe aqueles que melhor se destacam em alguns requisitos e da a este jogador uma habilidade única que somente ele pode usar levando em conta também a personalidade e afinidade Elemental.

Naquele momento, todos que possuíam cartas viram que a parte em branco havia desaparecido, no lugar havia um nome e uma descrição, junto à imagem de guerreiros usando as tais habilidades.

– Quanto a isso já imagino que não tenham problemas pra entender, as outras habilidades que podem ter recebido antes são aleatórias. O sistema é imprevisível, então realmente não importa. - O Jocker continuou a falar. – Sabem... Eu sempre admirei uma pessoa, e é justamente por isso que estou aqui hoje. Kayaba Akihiko, que sempre quis ser como ele e de algum modo, cá estou. Devo dizer que recriar este mundo a minha maneira não foi fácil, mas de algum modo eu quis manter a verdadeira essência do SAO original.

Quando ouviram isso, todos ficaram meio receosos. "O que ele quer dizer com isso?" – Era a dúvida que todos os jogadores tinham naquele momento. O Jocker deu mais uma risada, as pessoas que estavam mascaradas atrás dele sorriam. – A partir de agora, se vocês morrerem será game over no mundo real. - Aquilo tinha chocado a todos.

Só podia ser uma piada de mau gosto não é? Os jogadores começaram a entrar em desespero, não era possível que o que aconteceu há 10 anos atrás estivesse se repetindo. Eles começaram a procurar pelo botão de "sair" desesperadamente, mas ele havia desaparecido do painel. Os sistemas de redes sociais que os conectavam ao mundo real também apareciam offline. Alguns jogadores perderam o controle e tentaram atacar aquele palhaço que estava fazendo aquela brincadeira de mau gosto, entretanto havia uma barreira entre ele e a escadaria.

– Para vencer o jogo e conseguir sair vocês devem zerar o jogo e descobrir o segredo do grande enigma. Aquele que conseguir me encontrar e me derrotar numa arena de batalha será o grande vencedor. - Aquelas foram as ultimas palavras daquele maníaco.

Antes que os jogadores pudessem ter qualquer reação viram que uma luz forte e azul começava a envolvê-los por completo de novo. Eles ressurgiram no local onde estavam antes de serem levados até aquele salão.
Saki ainda estava confuso com toda aquela série de informações, então era mesmo real? Ele morreria se perdesse no jogo? Agora um desespero um pouco maior habitava o fundo de seu coração, ele lembrava-se da sua primeira derrota humilhante. E se aquele primeiro chefão que derrotou era tão forte pra precisar de uma equipe para lidar com ele, como seriam os outros? Aquele jogo de repente tinha se tornado insano de mais. Mais do que isso, ele se perguntava quais eram as chances de sua irmã sobreviver em um mundo como aquele. Naquele momento ele restava para que ela não estivesse ali no momento em que todos foram presos, mas se estivesse ele deveria encontrá-la o mais rápido para protegê-la. Era algo muito mais importante do que sua própria vida, definitivamente ele tinha que sobreviver e ficar cada vez mais forte.
Escola, trabalho, nada mais importava naquele instante. Ele deveria sobreviver.

"Estão prontos para a batalha? Sejam bem vindos ao inferno, que os jogos comecem jovens cavaleiros."