O Verdadeiro Poder escrita por FP And 2


Capítulo 9
Yamanaka Ino


Notas iniciais do capítulo

E aqui vai um especialmente para quem criticou a Ino!!!
**
Boa leitura!



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Sentindo uma coisa esquisita em sua testa, Naruto foi despertando lentamente. Essa coisa parecia que estava passeando por seu rosto. Sem abrir os olhos passou a mão pelo rosto, tentando espantar o que achava que fosse algum inseto, mas não conseguiu. A coisa agora estava sobre seu nariz, lhe dando vontade de espirrar. Esfregou o nariz, mas a coisa voltou. Agora que estava um pouco mais desperto, sentiu um leve perfume na “coisa” e abriu os olhos. Viu-se encarando um par de olhos azuis claros bem de perto. O que estava sobre seu nariz parecia ser uma mecha de cabelos loiros que saiam de uma franja, que a dona usava para passar por seu rosto.

— AHHHH, INO! — Naruto deu um pulo e se sentou na cama, assustado, sem entender o que ela fazia ali.

— Ohayo*, Naruto-kun. — Ela disse com a voz manhosa.

— O que faz aqui? — Ele olhou em direção à cama ocupada por Sasuke e viu que ele parecia ter acordado com seu grito e olhava a cena curioso. E desde quando ela o chamava assim?

— Vim trazer seu café da manhã e dizer bom dia. — Ela abriu um sorriso e levantou uma embalagem.

Olhou em direção a Sasuke, que parecia estar se divertindo e depois, novamente para Ino. Sabia que ela também tinha uma “queda” por Sasuke, já que cansara de presenciar suas discussões com Sakura por esse motivo. Olhou mais uma vez para ele antes de voltar a encará-la.

— E por que para mim, ‘ttebayo?

Ela corou um pouco, mas continuou a olhá-lo nos olhos. Naruto já estava ficando desconfortável com o olhar que ela lhe lançava e se acomodou melhor na cama. Sasuke parecia estar muito interessado naquilo, já que não desviava os olhos com um sorriso divertido nos lábios, deixando Naruto mais sem jeito ainda.

— Por que você precisa se alimentar bem. Trouxe ramém. Sei que é seu prato favorito, mesmo no café da manhã. — Respondeu com um sorriso, colocando a embalagem nas mãos dele. — E queria te ver.

Naruto ficou sem reação. Parecia que ela estava tentando agradá-lo por algum motivo, mas qual? Será que a impressão que tivera na véspera, quando achou que ela queria chamá-lo para sair, era a correta? Estaria interessada nele? Pensando nisso, Naruto corou, viu Sasuke abafar uma risada e ficou inconformado. Percebeu que Ino havia parado de encará-lo e olhava para baixo. Olhando também, notou que ela examinava atentamente o selo em volta de seu umbigo e percebeu que ainda estava sem camisa. Era uma situação constrangedora. Rápido, puxou o lençol da cama e cobriu a barriga e o peito, corando ainda mais. Ino riu, sem parecer nem um pouco constrangida. Levantou-se, já que também percebeu que Sasuke tinha acordado e disse, já saindo da barraca:

— Vou esperar lá fora. Ohayo, Sasuke-kun.

Sasuke não respondeu. Ainda olhava Naruto com uma expressão de quem se divertia muito com alguma coisa. Novamente abafou uma risada.

— Isso não tem graça, Sasuke. — Naruto olhou para ele carrancudo.

— Mas é claro que tem. O que você fez para ela ficar assim? Está virando um conquistador, dobe? — Ele olhava para Naruto com cara de quem iria começar a gargalhar a qualquer momento. — Jiraya ficaria orgulhoso.

— Shizuka na!* — Naruto resmungou. Estava constrangido, mas não perdeu tempo com isso. Estava com fome, então abriu a embalagem que tinha nas mãos e começou a comer. Ficou pensando na pergunta de Sasuke. Não sabia o que havia feito para despertar o interesse de Ino. Logo quem! Sabia que quando ela queria alguma coisa não desistia tão fácil e já estava confuso demais na situação em que se encontrava para precisar de mais complicações. Precisava esclarecer as coisas, e rápido!

Viu Sasuke trocar de roupa e sair da tenda, não sem antes lançar-lhe mais um olhar divertido. Pegou uma kunai que sempre deixava embaixo do travesseiro e arremessou em direção ao amigo. Terminou de comer, trocou de roupa e saiu. Ino o esperava do lado de fora como havia dito.

— Er... então, Ino, queria falar comigo?

— Queria sim. Vamos dar uma volta?

— Tudo bem.

Foram andando pelas ruas de Konoha, aparentemente sem destino certo. Naruto observava tudo o que havia sido reconstruído e estava feliz. Parecia que a vila, quando pronta, ficaria mais bonita que nunca. Olhou na direção de onde antes ficava o prédio Hokage e viu que outra torre, mais imponente que a anterior, estava sendo finalizada. Várias pessoas a pintavam em um vermelho forte. Enquanto caminhavam, eram cumprimentados por vários moradores. Alguns paravam para falar com Naruto por alguns momentos e em seus olhos havia respeito e admiração. Ficou sabendo que sua história se espalhou bem rápido, parecia que os presentes na primeira reunião estavam fazendo com prazer o trabalho de contar a todos quem ele era. Alguns o estavam até mesmo chamando “Naruto-sama”, o que o deixava totalmente sem-graça. Pessoas mais velhas com quem ele conversou até contaram coisas sobre seu pai, que ele ficou feliz em saber. Eram apenas histórias comuns, de como ele era e agia com as pessoas, mas para ele eram as mais importantes. Sobre suas realizações como shinobi e Hokage já sabia de praticamente tudo, pois sempre o admirou, mesmo antes de saber que era seu filho.

Quase se esquecera de Ino a seu lado, que o acompanhava sempre com um sorriso. Parecia sentir orgulho de estar ao lado dele. Lembrando-se do motivo daquele passeio, corou e ficou se perguntando se estavam andando tão a esmo quanto parecia, pois ela aparentemente o guiava para um local específico.

Quando chegaram ao destino, corou ainda mais intensamente e lembrou-se de Jiraya. Era uma casa de águas termais, que parecia ter sido concluída recentemente, pois brilhava de nova. Ficou se perguntando o que Ino pretendia com aquilo, mas se deixou ser arrastado para dentro. Trocou de roupa e respirou fundo antes de sair para encontrá-la.

— Ikisho*? — Ino segurou sua mão e ele corou mais uma vez, se perguntando se o que Hinata tinha era uma doença afinal, e contagiosa. Nunca corou tanto quanto nos últimos dois dias. Ao se lembrar dela sentiu-se mal por estar ali com Ino. Ainda mais por suspeitar das intenções da loira.

Eles entraram em uma das termas, que era frequentada por pessoas de ambos os sexos. Havia até umas crianças ali, o que o fez se sentir mais relaxado. Nada de muito constrangedor podia acontecer, ou podia? Não, só teriam que conversar e esclarecer as coisas. Afirmando isso para si mesmo, sentou-se ao lado de Ino em uma piscina de águas quentes cercada por pedras decorativas. Mas ainda estava um pouco tenso.

— Relaxe, Naruto-kun, você precisa descansar de vez em quando, sabia? Salvar o mundo deve ser exaustivo. — Ino disse isso com a voz suave, o que no lugar de relaxá-lo o deixou mais alerta. Ela o olhava com os olhos semicerrados, como se tentasse seduzi-lo. Naruto podia não ser muito experiente nesses assuntos, mas nesse momento ficou agradecido ao seu mestre pervertido. Graças a ele, presenciara muitas cenas desse tipo e sabia reconhecer essas coisas quando as via. Engoliu em seco.

Ino usava um biquíni nem um pouco discreto e se aproveitava desse fato. Se aproximou um pouco de Naruto, que se afastou na mesma proporção. Dessa vez não estava corado, e sim pálido. Desde quando ela era tão assanhada? Talvez nunca tivesse percebido porque ela não costumava usar esse assanhamento com ele. Começou a suar frio e pensar em uma maneira de pará-la, mas ela foi mais rápida. Com um movimento súbito, puxou-o, colando seu corpo ao dele e o beijou. Ele ficou estático. Mesmo estando alerta, ela havia conseguido surpreendê-lo. Sem pensar, acabou retribuindo o beijo, mas quando recuperou a razão a segurou pelos ombros e a afastou.

— O que pensa que está fazendo, Ino? — Ele a olhava com os olhos arregalados devido ao choque. Seu corpo havia reagido sem seu consentimento, mas sabia o que sentira, mais uma vez, graças ao Ero-Sennin, que algumas vezes resolvia narrar a Naruto algumas passagens do livro que estava escrevendo.

— O que foi, Naruto-kun, não gostou do meu beijo? Sei que deve ter sido o primeiro, mas...

— Não foi o primeiro. — Falou automaticamente, mas se arrependeu de ter dito isso na mesma hora. Ela o olhou, primeiro surpresa, mas depois deu um sorriso maroto.

— Não estou contando aquele com Sasuke-kun na academia.

— Nem eu. — De novo falou sem pensar e teve vontade de arrancar sua língua fora. Definitivamente precisava ter umas aulas com Sasuke sobre como manter a boca fechada. Agora entendia quando todos diziam que era impulsivo demais e isso não era bom. A cara de Ino confirmava isso.

— Você já beijou a Sakura? — Ela o olhava como se duvidasse da possibilidade disso acontecer.

— Não, Ino, não beijei a Sakura. O que te faz pensar que foi ela? — Disse isso com calma. Dessa vez pensaria bem no que dizer para não falar mais besteira, mas tinha que esclarecer que não havia sido Sakura, caso contrário, se isso chegasse a seus ouvidos, teria problemas. Sérios. Do tipo que envolve fraturas e inconsciência.

— E quem foi, então? — Ela parecia muito surpreendida, como se não pudesse imaginar Naruto interessado em mais ninguém. — Apesar de que, eu deveria imaginar uma coisa assim, afinal você já parecia ter experiência no assunto. — O olhou como se ela própria fosse muito experiente. — Me diz, quem foi a sortuda? E quando foi isso?

Com o comentário de Ino, ele avermelhou um pouco. Então ele parecia ter experiência no assunto? Era bom saber disso. Mas definitivamente não pretendia contar com quem havia sido, ou quando. Se dissesse mesmo o quando, ela podia juntar as coisas, pois havia estado na floresta no dia anterior e provavelmente encontrara Hinata lá.

— Por que quer saber, Ino? — Ele procurou desconversar e viu que funcionou. Ela deu de ombros.

— Curiosidade. — Ino sorriu novamente para ele. — Mas, e então? Quer repetir?

— IIE! — Um alerta soou em sua cabeça. Se não desencorajasse logo aquela kunoichi estaria em apuros. — Porque está fazendo isso, Ino? Eu não quero fazer isso com você!

Assim que disse isso, a coisa que menos esperava aconteceu: Ino começou a chorar. Viu que tinha dito a coisa errada, mas continuava surpreso com a cena. Sem saber o que dizer e percebendo que já tinham atenção demais sobre eles, apenas pegou a mão de Ino e levou-a para fora daquele lugar. Ela o seguiu sem protestar. Se separaram para trocarem de roupa e quando se encontraram do lado de fora, ela parecia estar mais calma. Andaram um pouco e chegaram a uma pequena praça ainda em reforma, mas não havia ninguém por lá. Ino se sentou num banco sob uma árvore e ficou de cabeça baixa. Parecia outra pessoa, não aquela garota atirada das termas. Naruto sentou-se a seu lado e perguntou em voz baixa:

— Por que estava chorando?

Ela não respondeu imediatamente. Olhou para o céu e ficou admirando alguns pássaros que voavam baixo. Depois soltou um suspiro e encarou Naruto.

— Dói levar um fora. Não imaginei que você, entre todas as pessoas, faria isso. É por causa da Sakura?

Abriu a boca para responder, mas parou.

Pense antes de falar.

Ele fechou os olhos e mordeu a ponta da língua, pois a primeira resposta que veio à sua boca foi um categórico não. Como podia dizer isso? Claro que era pela Sakura! Mas a imagem que veio à sua mente quando essa resposta surgiu, não foi a de sua grande paixão. Foi de uma pessoa totalmente diferente. Uma pessoa tímida, meiga e linda. Estava ainda pensando no que diria, quando ouviu novamente a voz de Ino:

— Se for por isso, Naruto, eu posso te ajudar a esquecer. Você sabe, agora que o Sasuke-kun voltou...

— Eu sei, mas não se trata disso. Já tenho coisas demais na minha cabeça, não preciso me meter em mais confusão. Mas eu não entendo o porquê você foi se interessar logo por mim. O que te deu, Ino? Por que, assim de repente?

E para total desespero de Naruto, ela recomeçou a chorar. Ele não sabia o que fazer, mas ela o mostrou. Segurou uma das mãos dele e encostou a cabeça em seu ombro. Chorou ainda mais quando, num gesto automático de conforto, ele acariciou seus cabelos. Ficaram alguns minutos assim, até que ela levantou os olhos e o encarou com um olhar triste e distante.

— Arigatou, Naruto. Você é um amigo de verdade. Mesmo depois do que fiz, não está me julgando e ainda me consola. — Ela soltou um soluço. — Você é mesmo especial. Foi por isso que depois de tudo, eu resolvi tentar me aproximar. Depois...

Calou-se. Naruto a olhou sem entender, mas imaginou que ela pudesse querer desabafar. Foi muito bom ele poder fazer isso com Sasuke quando precisou, então se ofereceu:

— Se quiser falar, posso te ouvir. Estou vendo que está com problemas, dattebayo! — Deu um sorriso para ela. Seus amigos eram tudo para ele e Ino com certeza era um deles, apesar de não ser tão íntima quanto outros.

— Acho que vou arriscar. — Abriu um sorriso para ele. — Recentemente todos descobriram que, ao contrário do que se pensava, você sabe guardar segredos muito bem!

Ele sorriu e coçou a nuca, envergonhado. Ela nem imaginava o tipo de segredos que estava guardando ultimamente.

— Isso quer dizer que o que vai me contar não deve sair daqui. Tudo bem, confie em mim.

Ela assentiu e começou a narrar o que estava acontecendo com ela.


Antes da destruição da vila, Ino estava na floricultura da família e pensava em uma pessoa em particular, que andava tirando seu sono. Aquele jeito estranho dele só fazia com que tivesse vontade de se aproximar mais e descobrir o que se passava em sua cabeça. Algumas vezes ele a irritava, fazendo comentários estranhos nas situações mais inusitadas, mas ao mesmo tempo o tornando mais fascinante a seus olhos.

Estava com os cotovelos apoiados no balcão e as mão segurando o queixo, quando o objeto de seus pensamentos adentrou a loja.

— Ohayo, Ino-san. — Ele abriu um pequeno sorriso, a deixando um pouco fora do ar, mas logo se recompôs e respondeu:

— Ohayo, Sai-kun. O que o trás a essa humilde loja? E não precisa ser tão formal.

Sai não respondeu, apenas deu seu pequeno sorriso e começou a olhar as flores. Ino o observava enquanto ele passeava pela pequena loja. Apoiou novamente o queixo em uma das mãos e ficou a admirá-lo, com um pequeno sorriso nos lábios. Ele era mesmo bonito e tinha um jeito tão calmo.

Depois de um tempo ele comprou um pequeno buquê. Ino o montou e entregou, se perguntando para quem seria, mas não teve coragem de perguntar, como costumava fazer com alguns clientes. Viu Sai tirar um pequeno cartão do bolso e colocar no meio das flores. Pensou até em segui-lo quando ele saísse da loja para saber para quem iria entregá-lo, quando ele a surpreendeu. Estendeu o buquê em sua direção com mais um de seus estranhos sorrisos.

Ela estendeu as mãos automaticamente e o pegou. Sem dizer nada, Sai deixou a loja e uma Yamanaka Ino completamente aturdida para trás. Quando se refez da surpresa, ela pegou o cartão e o abriu.

“Li em um livro que quando não sabemos o que dizer a uma mulher, flores podem nos ajudar a mostrar o que queremos expressar.”

Depois disso, quase não o viu. Ele ou ela estavam sempre em missão. A destruição da vila aconteceu mais ou menos um mês depois desse dia, o que tornou ainda mais difícil se encontrarem. No dia do ataque de Pain, prestou pela primeira vez atenção em Naruto, e imaginou que o sentimento que começara a ter por Sai havia sido apenas uma paixonite. Não que tivesse se apaixonado por Naruto, mas começou a pensar que era alguém que realmente valia a pena ter por perto.

Porém, nunca deixou de pensar em Sai. Lembrava-se sempre do seu jeito e de seu sorriso. E o cartão que havia entregado junto com as flores, estava sempre com ela.

Voltou a vê-lo durante a guerra. Ele parecia diferente, como se alguma coisa tivesse mudado dentro dele, mas isso só serviu para Ino perceber que era dele que gostava realmente. Queria se aproximar e descobrir o que havia mudado, mas durante os combates era impossível. Decidiu que quando a guerra acabasse, conversaria com Sai e diria o que estava sentindo.

Após a última batalha, na viagem de volta a Konoha, essa oportunidade surgiu. Haviam parado para acampar, ela viu Sai desaparecer entre as árvores e o seguiu.

Ele havia se sentado à beira de um riacho e tinha um pequeno livro entre as mãos. O olhava como se fosse muito precioso e, curiosa, Ino se aproximou sorrateira para ver do que se tratava. Era um livro de desenhos. Na página central, a imagem de dois garotos de mãos dadas. Deu um pulo ao ouvir a voz de Sai, que nem havia se mexido:

— Fui ensinado que é falta de educação ler sobre o ombro de outra pessoa.

— Então não tem problema, não tem nada escrito aí. — Ino deu um sorriso para Sai, que não retribuiu. Ela ficou séria novamente. — Algum problema, Sai-kun?

— Todos. E nenhum. Não sei o que pensar. Por favor, me deixe sozinho.

Ino levou um choque com essas palavras. Não esperava que ele a tratasse daquele jeito e sentiu vontade de chorar. Sem uma palavra, levantou-se e correu de volta ao acampamento. Estava muito magoada e convencida de que tinha cometido um enorme erro ao se apaixonar por Sai. Ele não tinha sentimentos e não merecia os dela. Pensando nisso chegou ao local onde haviam acomodado os feridos. Estava à procura de Sakura. Precisava de uma amiga para conversar.

Andando entre os feridos, viu a um canto Naruto, que ainda estava desacordado, e teve certeza que isso era uma resposta à sua dor. Precisava de alguém como ele, pois tinha certeza que seria incapaz de magoar alguém. Sabia que ele gostava de Sakura, mas agora Sasuke estava voltando com eles para Konoha e teve certeza que isso era mesmo coisa do destino. Poderiam ajudar um ao outro.“


Após contar essa história, Ino se calou e olhou para o chão. Naruto estava com os braços apoiados nos joelhos e também olhava para o chão. Virou ligeiramente a cabeça para olhá-la e comentou com um pequeno sorriso:

— Bem, posso dizer pelo menos que fico feliz que não fosse realmente por minha causa que você estivesse chorando. — Ficou sério novamente e completou. — Mas tenho que dizer que você deveria conhecer melhor o Sai antes de tirar conclusões precipitadas.

— O que quer dizer com isso exatamente, Naruto?

— Vou te dizer, mas quero antes agradecer por parar de me chamar de “Naruto-kun”. Era mesmo esquisito, vindo de você, dattebayo!

Ela não resistiu e caiu na risada. Por mais que estivesse triste, tinha que admitir que Naruto fazia as pessoas se sentirem melhor. Sempre.

— Se quiser, posso continuar te chamando assim, mas não pelo mesmo motivo, claro.

— Fico aliviado em ouvir isso, mas você decide. — Naruto respondeu com um sorriso, mas novamente a olhou sério. — Agora, Ino, preciso te perguntar uma coisa séria, antes de te contar qualquer coisa. O que você realmente sente pelo Sai? Ele é meu amigo e também não quero vê-lo magoado.

Ino suspirou e encarou Naruto, também com seriedade, antes de responder firmemente.

— Vou ser sincera. Não sei ainda se o amo, mas gosto muito dele, isso posso te garantir. Nunca senti isso por ninguém antes. Não sei o que vai me contar, mas isso pode me fazer descobrir o que realmente sinto, e se eu achar que seja lá o que disser é demais pra mim, vou me afastar e não vou brincar com os sentimentos dele.

— Fico feliz que tenha sido sincera, Ino. Para mim é o suficiente. Vou te contar o que sei sobre o Sai. — Naruto passou a narrar toda história de Sai, como havia sido criado, sobre o irmão que perdera e como era difícil para ele expressar os sentimentos, já que nem sabia o que sentia. Contou também sobre o caderno de desenhos que Ino vira. Ao ouvir isso ela derramou algumas lágrimas. — Como pode ver, ele é um cara bem complicado para se relacionar. Deve levar em consideração também o que ele passou durante essa guerra. Eu não sei se aconteceu alguma coisa realmente, mas por tudo que já ouvi, ele pode ter passado por coisas bem difíceis, assim como todos nós. Não sei o que você vai decidir agora, mas não o julgue antes de conhecê-lo de verdade.

Ino secou mais algumas lágrimas e olhou Naruto com carinho. Ele era mesmo o número um em surpreender as pessoas.

— Arigatou, Naruto-kun. Por tudo. — Ela o abraçou forte e soltou-o para olhar em seus olhos. — Não sei como pude pensar a vida inteira que você era apenas um baka e cabeça-oca. Bom, mesmo que tenha sido muitas vezes, seu coração compensa o tamanho de seu cérebro.

Naruto parou pra pensar um pouco no que ela disse. Depois riu, coçando a cabeça.

— Essa sim é a Yamanaka Ino que eu conheço. Mesmo elogiando não consegue deixar de me insultar. Mas estou aliviado por você ter voltado ao normal.

Ela sorriu e lhe deu um beijo no rosto, antes de virar as costas e ir embora.


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Notas finais do capítulo

*Ikisho = vamos lá
*Ohayo = bom dia
*Shizuka na! = cale a boa!; quando eu quiser sua opinião eu peço!