O Verdadeiro Poder escrita por FP And 2


Capítulo 20
A Festa - As Tímidas São um Perigo


Notas iniciais do capítulo

Yo, Minna!
*
Devido a problemas pessoais, esse capitulo demorou um pouco mais para ser concluído, mas espero que gostem.
*
Boa leitura!!



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— Wow! — Disse Naruto com cara de espantado ao liberar seus Hanges. — Isso que é festa!

— Doushita? — Perguntou Chouji que o observava.

— Nai. Informação demais! Deixa pra lá...

— Do que estava falando antes, dobe? — Sem querer perder o foco, Sasuke apoiou-se no sofá e se virou para encarar Naruto. — De que missão estava falando? Você sabia que ela estava com o Kiba?

— A Hinata? Claro... — Ele fechou a cara. — Eu estava lá quando disseram!

— Que Hinata? Estou falando da Sakura!

— Nani? Ela também? Aquele pulguento... Demo, matte ‘ttebayo! Que missão?

— Foi você quem disse isso, usuratonkachi! — Sasuke respondeu já perdendo a paciência.

Naruto coçou o queixo e se apoiou em Kurama, que parecia que dormiria em pé ali mesmo, tentando se lembrar do que dissera ao entrar na sala.

— Missão... missão... Ah! A missão “atormentar a Sakura”, dattebayo! — O loiro se empolgou por ter lembrado, quase jogando Kurama no chão com o movimento brusco. Se Son e Shukako não o houvessem segurado, o bijuu teria caído sentado.

Hinata só acompanhava a conversa de Sasuke e Naruto com os olhos desfocados e tentando encontrar alguma coerência, mas nada mais parecia ter sentido para ela.

— Que história é essa? — Chouji os interrompeu encarando Sasuke. Estava mais ocupado em comer durante a festa e pôde observar toda a movimentação. — A Sakura não estava com o Kiba!

— Hontou ni! Vimos a Sakura descer as escadas correndo, e o tal Kiba estava lá fora com você... acho que pretendia dar uma lição nele. — Son lembrou Naruto. — A garota cor-de-rosa passou a noite inteira fugindo dos seus bushins.

— Que bushins? Aquela garotinha... era um Hange? — Sasuke olhou para o loiro e levou as duas mãos à cabeça. Seu cérebro parecia que explodiria a qualquer momento. — Ela passou a noite toda... por isso estava se escondendo? — De repente se sentiu tonto e fraco. Tentou sentar-se no encosto do sofá, mas perdeu o equilíbrio e caiu por cima dele, no colo de Sakura.

— S-sasuke-kun? — Com a voz fraca, a garota recuperava os sentidos.

As pessoas que ainda estavam na sala e acompanhavam a cena, viram então a última coisa que esperavam: Sasuke puxou Sakura pelo pescoço e a beijou como se quisesse engoli-la. A kunoichi arregalou os olhos. Todos os outros também, menos Naruto, que acompanhava aquilo com um sorriso divertido.

— Acho... — Kurama se apoiou melhor no ombro de Shukaku e soluçou — que o que falei para ele deu resultado...

— E o que você falou para o teme?

— Falei que...

— Chotto matte kudasai*! — Hinata interrompeu. Não estava estendendo absolutamente nada. Sentou-se pesadamente no sofá ao lado, com as mãos entre as pernas e olhou para o loiro. — Isso não te incomoda, Naruto-kun? — Fez um gesto vago para o casal que se beijava no sofá, aparentemente esquecidos de que havia mais alguém em volta.

— Por que incomodaria, Hinata? — Ele perguntou com uma expressão surpresa.

— V-você... não está com ela? — A garota ainda estava muito tonta por ter tomado quase uma garrafa de sakê, e aquela conversa a estava deixando pior. Recostou-se no sofá de uma maneira que nenhum Hyuuga jamais fora visto e encolheu as pernas, apoiando os pés no assento.

— Já tinha ouvido falar de conversa de bêbados, mas isso é demais até pra mim! — Son comentou enquanto sentava um Kurama adormecido no chão, num canto da sala. — Vamos para outro lugar aproveitar o restante da festa e deixar esses malucos resolverem seus problemas.

Shukaku concordou e eles fizeram um sinal para os outros bijuus, que os acompanharam na retirada estratégica.

Chouji também achou que estava sobrando ali e puxou Shino, que ainda olhava seus insetos exterminados, para a cozinha. Karin queria ficar e ver onde aquilo iria dar, mas Juugo e Suigetsu, este ainda um pouco desarranjado depois de ser usado como extintor, a puxaram para a varanda.

Naruto percebeu o súbito desaparecimento dos amigos e os agradeceu mentalmente por isso. Voltou a olhar Hinata, meio sentada, meio deitada no sofá e se dirigiu até lá, sentando-se ao seu lado.

— Sabe de uma coisa? — Naruto a olhou pelo canto dos olhos. — Se você queria me deixar maluco, quase conseguiu...

— Doushite?

— Só de pensar em você com o Kiba... — Ele fechou os olhos querendo apagar qualquer imagem indevida dos dois. — Eu quase fiquei louco!

— Não precisa disso, Naruto-kun. O Kiba-kun é uma boa pessoa. — Hinata respondeu, pensando em ainda manter a farsa. Não estava raciocinando muito bem ainda, caso contrário teria percebido que não havia mais necessidade disso, afinal, Sasuke e Sakura continuavam entretidos um com o outro no sofá ao lado. Entretidos é maneira de dizer... estavam quase se comendo.

Percebendo o olhar de Hinata sobre os dois, decidiu que ter aquela conversa em um local onde não pudessem ser interrompidos poderia ser uma boa ideia. Ele se levantou, sob o olhar assustado da morena, que achou que seria deixada sozinha naquela situação pra lá de constrangedora.

— Vem comigo. — Ele estendeu a mão e sem pensar muito bem ela a pegou. Naruto entrelaçou seus dedos, mas ainda fez uma boa-ação antes de sair da sala. Pegou uma das almofadas soltas e jogou em Sasuke e Sakura. A kunoichi o olhou indignada. — Vão para o quarto. Tenho certeza que não querem ser pegos fazendo... certas coisas no sofá.

Sakura corou até o último fio de cabelo e saiu de cima do moreno, finalmente parecendo perceber onde estavam. Sasuke tinha um olhar vazio, como se ainda tentasse entender onde estava o e que acontecia ali.

— N-não vão acontecer... certas coisas. — Sakura respondeu. — Mas mesmo assim, acho melhor ir para outro lugar. Venha Sasuke-kun. — Puxou-o pelas mãos o colocando de pé. Sasuke cambaleou um pouco por levantar tão rápido, mas se deixou levar escadas acima. Se perguntassem, ele não saberia seu próprio nome.

O loiro viu os dois irem em direção aos quartos e puxou Hinata para que também se levantasse, já que apesar de segurar sua mão, continuou sentada sem aparente intenção de se mexer.

— Daijoubu, Hinata?

— H-hai... — Ela respondeu como se estivesse sonhando.

— Nenhum de nós está acostumado a beber, mas você menos que os outros, da yo ne? — Naruto perguntou com um sorriso travesso. Viu que ela corou e assentiu sem dizer nada. — Então por que bebeu?

— Ah, foi a Tsunade-sama. — A garota abaixou a cabeça e ficou ainda mais constrangida. — Ela me obrigou.

— Obrigou, é? Sei...

— Tudo bem, não obrigou exatamente, mas... foi muito persuasiva. — Ela corou ainda mais intensamente ao dizer isso.

“Onegai, não pergunte o porquê, onegai...” — Hinata implorava em pensamento.

— Não vou perguntar como ela fez para te persuadir... — Viu a morena soltar um suspiro aliviado. — Por enquanto.

— Naruto-kun... — Foi quase um miado. Ela o encarou com súplica no olhar e os lábios trêmulos.

— Não me olhe desse jeito, Hinata-chan... — Naruto ainda estava em um estado em que via duas Hinatas à sua frente, e aquele olhar estava mexendo com ele de uma maneira avassaladora. Sem querer ceder àquela expressão, pois queria respostas, ele a puxou em direção às escadas, mas tropeçou no primeiro degrau. Estando com seus reflexos ainda entorpecidos, o máximo que conseguiu fazer foi virar o corpo para não cair de cara, mas o apoio que usou para isso foi a mão da morena, que acabou caindo por cima dele. Seus rostos ficaram praticamente colados, e ele pôde sentir a respiração da garota acelerando tanto quanto a sua própria. — Hin...

Não conseguiu completar o que seria um sussurro baixo e doce, pois ao ouvir o tom daquela voz, Hinata não pensou em mais nada, a não ser em sentir novamente o sabor dos lábios que tanto teve saudade. Puxou-o pela nuca e o beijou com toda a paixão que tinha guardada em si. Talvez se o “remédio” de Tsunade não estivesse mais em seu sistema influenciando sua capacidade de raciocinar, o tivesse beijado com mais carinho e tranquilidade, mostrando mais amor que luxúria, mas aquela posição em que estavam, altamente sugestiva, fazia seu corpo ter reações inesperadas e agir quase que por conta própria.

Naruto não estava diferente, e ao sentir a garota abandonar seus lábios e morder seu pescoço forte o suficiente para deixar uma marca, não conteve um gemido rouco, que serviu apenas para instigar a alcoolizada Hinata ainda mais.

Saber o efeito que tinha sobre seu amor subiu à cabeça da pequena Hyuuga mais rápido que o grande gole de sakê que Tsunade a havia feito tomar, dizendo que depois do primeiro, os outros desceriam mais fácil. Apoiando uma das mãos no chão, levantou a outra e levou ao pescoço de Naruto, arranhando de leve, e sorrindo quando o ouviu ofegar. Passou a língua no lóbulo da orelha do loiro e obteve outro gemido como resposta. As mãos do rapaz apertaram sua cintura como se num último resquício de sanidade, estivesse tentando mantê-las imóveis.

— H-hinata...

A garota foi bruscamente arrancada de suas investidas por um leve impacto em suas costas, e tentou se levantar rapidamente, mas sua cabeça girou e ela voltou a cair sobre Naruto, que fez uma careta, mas não de dor. Olhando em volta para ver o que a acertara, viu o rapaz de cabelos vermelhos, que pensou não estar mais por ali, se jogando no sofá. Numa voz cansada, mas sem olhar na direção deles, comentou:

— Vocês deveriam ir para outro lugar. Seus amigos podem voltar a qualquer momento. — E sem dizer mais nada, começou a roncar.

— Arigatou, Kurama. — Naruto disse baixinho, antes de forçar a embasbacada Hinata a se levantar e fazer o mesmo. Pegou a almofada que havia acertado a garota e jogou de volta no sofá, antes de puxar a morena pela mão para continuar subindo as escadas, mas encontrou certa resistência. Virou-se já pensando em dizer que só iriam conversar, mas a viu olhando de boca aberta para o bijuu desmaiado. — Hinata?

— K-kurama? E-ele é... — Ela começou sem desviar os olhos do garoto raposa.

— Hai. A Kyuubi. — Respondeu sem graça, coçando a cabeça.

— Como você...? — Finalmente ela desviou os olhos do bijuu e voltou a encarar Naruto, com uma expressão assombrada.

— Longa história. Te conto depois que resolvermos o nosso assunto. — A olhou sério, e Hinata corou. Não queria responder nenhuma pergunta embaraçosa no momento e ficou se perguntando como escaparia disso, enquanto era puxada escada acima. Ao alcançarem o corredor dos quartos, sua mente se iluminou e um sorriso um pouco pervertido aflorou em seus lábios. Nem sequer ela se reconheceria se pudesse ver sua expressão.

Puxou Naruto pela mão que tinha entre as suas e o encostou na parede, colando-se a ele logo em seguida. Beijou-o novamente, mas dessa vez não acariciou apenas seu pescoço, deslizando a mão vagarosamente pela barra da camiseta que ele usava e arranhando sua barriga de maneira inocente, mas para o loiro foi quase a gota d’água. Ele separou seus lábios e bateu a cabeça na parede, tentando manter-se focado em conversar com a garota e não fazer nenhuma bobagem, mas estava difícil.

— Hinata-chan, pare com isso! — Sussurrou, segurando-a pelos ombros e a afastou, olhando em seus olhos.

Ela não disse nada, apenas abaixou a cabeça, escondendo seu rosto do olhar sério de Naruto. Seus olhos se encheram de lágrimas de frustração, e a sensação de vergonha a invadiu.

“O que eu estava fazendo, Kami-sama? Como pude atacar o Naruto-kun assim? Ele disse que não está com a Sakura, mas eu nem sei se ainda sente algo por mim...”

Estava tão perdida em auto-recriminações que nem percebeu que as lágrimas que tentava conter escorriam por seu rosto.

Naruto ainda olhava para Hinata, então pôde ver quando a primeira lágrima escorreu lentamente pela face da garota e caiu no chão entre eles. Ficou estático. Por que ela estava chorando agora? Quanto mais e mais lágrimas se seguiram, ele agiu sem pensar, a puxando para seus braços.

— Por que está chorando, Hinata-chan? — Ele começou a acariciar seus cabelos enquanto dizia com a voz suave. — Se eu fiz alguma coisa errada, gomen, gomen!

— V-você não fez nada errado, Naruto-kun! — Ela disse entre soluços, com o rosto em seu peito. — E-eu que não deveria tê-lo atacado dessa maneira! Se você n-não queria...

— Do que está falando, Hinata? É claro que eu queria, por isso é tão difícil parar...

Ela ergueu os olhos para Naruto, fazendo-o perceber que apesar das lágrimas, os orbes perolados continuavam nublados pelo desejo, e se era algum tipo de prova para testar seu autocontrole, ele podia dizer que foi reprovado com louvor. Dessa vez foi o loiro que a puxou para um beijo ardente, que se intensificou ainda mais quando as mãos de Hinata se insinuaram por baixo de sua camiseta, arranhando suas costas sem nenhum pudor, para depois deslizarem languidamente. Ele não resistiu àquela tentação tão grande, e a prensou contra a parede, puxando sua blusa para cima para tocar a pele da cintura da morena diretamente.

Sentindo as mãos do loiro em sua pele, a kunoichi soltou um gemido abafado pelos beijos, segurou nas laterais da calça do rapaz e colou seus corpos. Ela percebeu imediatamente o quando ele estava “feliz” por estar ali, mas ao invés de ficar encabulada, se sentiu mais estimulada. Os lábios de Naruto deixaram os dela e por alguns instantes seus olhos se encontraram. Hinata percebeu que nunca tinha visto aqueles olhos num tom tão escuro de azul, e por alguma razão que ela não pode compreender, a deixaram ainda mais fora de si. Precisava senti-lo. Puxou-o pela nuca, mas não para beijá-lo: direcionou aqueles lábios para seu pescoço e tremeu ao senti-lo passar levemente a língua, para em seguida dar uma pequena chupada que a fez ofegar. Ele continuou, e gradativamente foi aumentando a intensidade das carícias, como se para testá-la.

Ela abriu levemente os olhos e um resquício de sanidade a fez perceber que ainda estavam no corredor dos quartos, então corou, não por querer parar, mas por medo de que fossem vistos. Empurrou Naruto levemente e instantaneamente ele interrompeu o que fazia, porém não era exatamente a distância o objetivo de Hinata. Continuou empurrando-o até a frente de uma porta fechada e se virou, mais uma vez beijando-o com desespero. Encostou-se na porta e começou a tatear para encontrar a maçaneta, enquanto a outra mão o trazia para mais perto.

Naruto estava quase fora de si. Suas mãos, que até então estavam na cintura da garota, deslizaram suavemente para cima, querendo sentir ainda mais aquele corpo perfeito. Os dedos tocaram de leve o início da curva que o levaria ao total descontrole, e seus olhos se abriram. O que viu quase o fez ter um enfarte. Hinata tentava abrir a porta de um dos quartos, mas por que tinha que ser justamente aquele?

— Iie! Hin... — Não teve tempo de dizer o que pretendia, nem mesmo de se desencostar do corpo da garota, e quando a porta se abriu, caíram, com ele por cima. Olhou para as duas pessoas que estavam naquele quarto, deitadas no futon. Um pequeno grito de susto e uma garota puxando o lençol para cobrir o corpo foram as únicas coisas que pôde ver antes de Hinata levantar os olhos e soltar um grito assustado:

— Neji nii-san!

— Hinata-sama!

A situação era extremamente constrangedora, e parecia ser pior ainda para Neji. O Hyuuga saiu de cima da garota de longos cabelos castanhos e se sentou ao seu lado, puxando o lençol para cobrir-se também. O único que não estava chocado com a descoberta era Naruto, que se recuperando do susto, levantou-se e puxou Hinata com ele.

— Gomen! Não queríamos interromper, dattebayo! — O loiro puxou a morena para deixarem o quarto, mas ela olhava a garota como se tentasse reconhecê-la. Quando a luz se fez no cérebro de Hinata, ela soltou uma exclamação:

— Tenten!

— Vem Hinata! — Naruto a abraçou pela cintura e a fez sair junto com ele. Seguiu pelo corredor e entrou no próprio quarto, fechando a porta em seguida. — Isso foi bem constrangedor!

Hinata estava mais vermelha que o cabelo de qualquer Uzumaki. Com os olhos arregalados, parecia em choque. Fitou o rosto do loiro a sua frente e percebeu que não estava surpreso.

— N-Naruto-kun... V-você sabia?

Ele riu sem-graça, coçou a nuca e olhou para o teto.

— Sabe como é Hinata... Quando eu liberei os Hanges que estavam atormentando a Sakura-chan... Descobri tudo o que eles viram...

— Demo... — Ela parecia preocupada com o primo e desabou no futon. Naruto sentou-se ao lado dela e segurou sua mão.

— Não acho que precise se preocupar por eles fazerem algo que possam se arrepender. — O loiro sorriu para Hinata. — Me diga, você viu qualquer dos dois durante a festa?

— Iie. Mas eu não estava em condições de ver muita coisa, de qualquer maneira...

— Pode ser verdade, mas eu também não me lembro de tê-los visto. Acho que não foi exatamente uma coisa inesperada.

— Quer dizer que eles combinaram isso?

— Maa na...

Hinata ficou pensativa. Há algum tempo, Neji e Tenten tiveram que completar sozinhos uma missão, quando Lee se machucou e Guy o trouxe de volta para a vila. Na época, imaginou que alguma coisa houvesse acontecido entre eles, pois seu primo ficou estranho por semanas, mas acabou se convencendo de que estava errada, já que mais nada aconteceu e os dois agiam como sempre. Mas agora...

— Hinata, vamos deixar os dois de lado, onegai. — Naruto disse com um sorriso divertido, e completou: — Mesmo porque não são os únicos...

— O que quer dizer, Naruto-kun? — O olhou em dúvida.

— Ino e Sai também sumiram durante a festa... e Lee também deu uma escapada mais cedo.

— Hontou ni? — Não costumava ser curiosa, mas aquilo estava ficando interessante. — Ino e Sai também...

— Hai.

— E o Lee? Com quem ele estava?

— Não conheço, mas pela cor dos cabelos deve ser uma garota do clã. — Deu um risinho divertido. — Até que é bonita, mas tão empolgada quanto ele. Acredita que estavam disputando quem fazia mais flexões no meio das árvores do jardim?

Hinata não pode conter a risada. Só mesmo uma pessoa tão cheia de energia quanto Lee poderia aguentar uma coisa assim. Mas sua diversão não durou muito. Quando voltou a fitar o loiro, percebeu que ele a olhava com intensidade.

— Por que mentiu, Hinata?

Ela não sabia o que dizer e abaixou a cabeça. Depois de todos os carinhos e beijos, quase havia esquecido que teria que responder as perguntas de Naruto. Ele ainda segurava sua mão, e foi daquele contato que tirou forças para responder. Percebeu que no final, assim como Kiba havia alertado, fora ela que vira coisas onde realmente não existia nada.

— Gomen, Naruto-kun. Eu te vi com a Sakura-san e achei que...

— Nani?

— Que estavam juntos. Ouvi você dizer que tinha voltado para o seu primeiro amor e não quis que pensasse que fiquei te esperando esse tempo todo.

— E você ficou? — Perguntou com um sorriso esperançoso.

— Hai. — Foi um simples sussurro, mas o suficiente para encher o coração do loiro de felicidade. — Eu esperei quase minha vida inteira não seria agora que desistiria.

— Arigatou. — Ele a abraçou e acariciou seus cabelos. — Por não desistir. Por me esperar. E por não me ouvir quando te pedi isso!

Ficaram um bom tempo abraçados, mas uma dúvida ainda persistia na mente de Hinata.

— Naruto-kun?

— Un?

— Do que estava falando quando disse que voltou para seu primeiro amor?

— Shirimasen... quando foi isso? — Ele a soltou e colocou um dedo no queixo, pensando.

— Foi na hora do almoço. Você estava com Sakura-san e Sasuke-san no Ichiraku e...

Não conseguiu continuar, pois o loiro começou a rir. Riu tanto que seus olhos começaram a lacrimejar. Deitou-se no futon tentando segurar o riso e olhou para a indignada Hyuuga.

— Naruto-kun! — Reclamou. — Está rindo de mim?

— Estou! Apesar de essa situação não ter sido nada engraçada! — Parou de rir relembrando a agonia que sentiu durante a maior parte do dia, mas estava feliz por finalmente ter esclarecido tudo, então um pequeno sorriso permaneceu em seus lábios.

— Doushite?

— Não consegue imaginar do que eu estava falando, Hyuuga Hinata?

— Iie!

— Onde eu estava quando disse isso?

— No Ichiraku Rámen, mas o quê... — Parou de falar e arregalou os olhos quando se deu conta do que Naruto queria dizer e da enorme besteira que havia feito. Jogou-se no futon ao lado do loiro e afundou a cabeça no travesseiro, dizendo com a voz abafada: — Rámen!

— Hai... — Ele a abraçou e falou baixinho em seu ouvido. — Foram emoções demais para um dia. Dorme comigo?

— Nani? — Ela se virou para ele assustada. Agora que o calor do momento havia passado, pensava com um pouco de vergonha no que fizera há pouco.

— Só dormir, Hinata-chan. — Ele bocejou. — Estou cansado, mas quero você aqui comigo. Onegai? — E lançou a ela um olhar pidão, que era impossível resistir.

— Hai.

Acomodaram-se melhor no futon, sem se preocupar com mais nada, e dormiram abraçados.



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No andar de baixo, um moreno ainda procurava pela bela garota que o havia enfeitiçado. Depois de perceber que a maioria dos convidados já havia se retirado, e que os amigos resolveram se instalar por ali mesmo, desistiu de encontrá-la e se dirigiu à sala, pensando em dormir e descobrir quem era ela no dia seguinte.

Qual não foi sua surpresa, ao entrar na sala vê-la adormecida, encolhida como uma gata no canto de um dos sofás? Os outros rapazes esquisitos, amigos da garota, estavam também jogados aqui e ali, pelos sofás ou no chão mesmo, numa mistura desordenada com seus outros companheiros de Konoha.

Dirigiu-se ao sofá onde ela se encontrava e sentou no chão à sua frente. Com um sorriso, apoiou a cabeça confortavelmente no assento e se preparou para dormir também.


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Notas finais do capítulo

* Chotto matte kudasai = espere, por favor