O Verdadeiro Poder escrita por FP And 2


Capítulo 17
Mal-entendido


Notas iniciais do capítulo

Yo, people!!!

Desculpem a demora em postar, mas precisei fazer algumas pequisas para terminar esse cap...

Espero que gostem!!!



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Onze figuras encapuzadas estavam paradas a uma pequena distância dos portões de Konoha, ocultas na copa de algumas árvores.

— Prontos? — Perguntou o que parecia ser o líder.

— Por sorte não precisamos estar prontos. — Respondeu um dos outros. — Nos faça voltar. Temos tempo ainda.

— Hai.

Oito das figuras desapareceram em pequenas nuvens de fumaça.

— Gostaria de poder fazer isso. — Disse um dos que ficaram.

— Deixe de ser pessimista. Sabe que pode fazer isso.

— Humpf!

— Tudo bem, vou te dar um pouco mais de tempo, mas precisamos, antes de qualquer coisa, encontrar a Godaime...

— Vamos direto para lá então. — Disse a outra pessoa que até então estava em silêncio. — Pode fazer isso, da yo ne?

— Sabe que sim. Só me deixe verificar se ela está sozinha. — Ficou em silêncio e imóvel por alguns instantes. Parecia estar se concentrando em alguma coisa. — Sim, ela está sozinha em sua sala na torre Hokage. Segurem-se em mim.

Os outros dois encapuzados se aproximaram e seguraram cada um em um dos ombros do líder. Sem qualquer aviso, eles desapareceram.


 

....................................


 

Tsunade estava atentamente lendo um relatório de missão que acabara de receber, verificando se havia qualquer coisa que pudesse indicar o paradeiro de Naruto, Sasuke e Sakura, porém não encontrou nada.

— Kuso! Onde estão? — Deu um soco com a mão fechada na mesa, quase a desmontando. Fixou os olhos em um ponto qualquer da sala, porém não teve muito tempo para distrair-se. Sem qualquer aviso, três pessoas com capas vermelhas, duas altas e a terceira um pouco mais baixa, materializaram-se no meio da sala, fazendo-a quase cair da cadeira ao se levantar bruscamente com as mãos no peito e a respiração acelerada. — Quem são vocês?

— Não lembra mais de nós, Tsunade-sama? — Perguntou uma voz conhecida.

— Vocês! — A Hokage saiu de trás de sua mesa e se aproximou rápido, retirando o capuz do que estava no meio. Foi brindada com um sorriso largo e brilhante.

— Tsunade baa-chan!

— Ah, Kami-sama! — Ela abraçou o rapaz com lágrimas nos olhos, mas logo se afastou e gritou, assustando também os outros dois que já baixavam o capuz. — ONDE VOCÊS ESTAVAM?

Os três deram um passo atrás, tentando fugir da fúria da Godaime, Mas Tsunade foi mais rápida: agarrou o loiro pela gola da capa vermelha e o levantou do chão.

— QUERIA ME MATAR DE PREOCUPAÇÃO, GAKI? O QUE ESTAVA PENSANDO AO ME DEIXAR TANTO TEMPO SEM NOTÍCIAS? O QUE ESTAVAM FAZENDO? POR QUE NÃO...

Os gritos da Hokage atraíram as pessoas no prédio, já que podiam ser ouvidos, mesmo do outro lado da rua. Shizune entrou, correndo, pronta para parar a Hokage ou ajudá-la, dependendo da situação. Vários ANBU apareceram em meio a nuvens de fumaça e puxavam suas armas ou preparavam jutsus, porém ao reconhecerem a cabeleira rosa e a loira, relaxaram.

— Baa-chan... eu nem bem cheguei e já quer me matar? — A voz de Naruto saiu estrangulada devido à pressão em sua garganta.

Sakura e Sasuke apenas observavam, dando graças a Kami por não ser com eles. Nem mesmo respiravam para não chamar a atenção da irada Hokage.

— Tsunade-sama, solte-o! — Shizune praticamente se jogou no braço de Tsunade para fazê-la parar, mas foi inútil.

— Quais são suas últimas palavras, gaki? — Um sorriso maníaco se espalhou pelo rosto de Tsunade, enquanto essas palavras eram ditas em um tom baixo e letal.

— G-gomenasai...?

Sem aviso, Tsunade atirou Naruto contra uma parede, no processo acertando dois ANBU desavisados, que acabaram por amortecer a queda do loiro. Todos os outros deram passos atrás, tentando sair da mira do próximo ataque.

A Hokage dirigiu-se a Naruto com a intenção de socá-lo até que apenas uma massa sangrenta e disforme sobrasse.

Com um suspiro, os olhos de Naruto mudaram para um alaranjado brilhante e Tsunade ficou imóvel, no meio de um passo.

— Gomen ne, Tsunade baa-chan. — Disse enquanto se levantava e espanava as roupas com as mãos. — Não gosto de usar isso, mas tenho certeza que vou gostar menos ainda de virar um cadáver.

Aproximou-se da Hokage e tocou gentilmente as mãos que ela mantinha fechadas em punho ao lado do corpo. Apenas Sakura e Sasuke sabiam o que ele havia feito: absorveu o chakra que ela acumulou nas mãos. Depois disso, piscou e seus olhos voltaram ao normal, enquanto Tsunade, voltando ao movimento que fazia antes de ser paralisada, trombou com o peito de Naruto. Ela não se mexeu e o rapaz a abraçou.

— Estava com saudades, baa-chan!

A maioria das pessoas que estavam na sala voltou a seus afazeres anteriores, restando apenas Tsunade, Shizune, Naruto, Sakura e Sasuke.

A Hokage começou a chorar copiosamente, e também o abraçou. Suspiros audíveis de alívio escaparam dos outros três.

— V-você não imagina as coisas que se passaram pela minha cabeça com esse sumiço repentino! Nem mesmo Bee soube me informar onde estavam... Temari chegou de Suna há uma semana e também não sabia de nada. — Ela ergueu a cabeça e, secando as lágrimas, mais uma vez retomou o tom sério, encarando cada um. — Onde vocês estavam?

A resposta veio dos três ao mesmo tempo:

— Treinando.

— Estudando.

— Pesquisando.

Sem entender muito bem, Tsunade encarou Shizune, que apenas deu de ombros com um sorriso nos lábios, como se também não estivesse entendendo nada.

— Nani? — Olhando seriamente para Naruto, perguntou. — Vocês não estavam juntos?

— Mais ou menos...

— Expliquem-se! Primeiro você, Naruto.

— Yoshi*. Eu estava em Suna, estudando os pergaminhos de Fuuinjutsu que encontramos nas ruínas de Uzuchio e... algumas outras coisas.

— Em Suna... mas Temari disse que não tinham notícias suas!

Naruto deu uma risada sem-graça e coçou a cabeça.

— Er... eu pedi para o Gaara manter isso em segredo. Era para ser uma surpresa quando voltasse.

Com um suspiro aborrecido, Tsunade comentou:

— Esse é o perigo da sua amizade com o Kazekage! Ele deixa de lado mesmo suas obrigações para fazer o que você pede! — Virou-se para Sasuke. — E você?

— Também em Suna, durante a maior parte do tempo, ajudando Naruto em seus estudos. Eu pesquisava os selamentos usados em Suna e também em alguns outros lugares, para que Naruto pudesse aprimorar seus conhecimentos em Fuuinjutsu.

— Sakura? E você, o que fazia?

Para surpresa de Tsunade, a garota abriu um grande sorriso e disse:

— Isso. — Ela espalmou sua mão no chão dizendo: — Kutchiyose no Jutsu!

Um grande animal, parecido com um lagarto apareceu no meio da sala. Tsunade olhou para o bicho e voltou seu olhar para Sakura, mas não a viu onde estivera um segundo antes. Correu os olhos pela sala espantada e percebeu um contorno estranho em uma das paredes.

— Mas o que...? Um camaleão!

Sakura desencostou-se da parede, tornando seu corpo novamente visível e olhou com orgulho para Tsunade.

— É muito útil. Um disfarce quase perfeito para um iryo-nin, além de ter um poder de ataque bem grande! Também posso proteger muitas pessoas dessa forma... — Dizendo isso, fez com que o camaleão se dividisse em dois e, ao se aproximarem de Naruto e Sasuke, ambos ficaram quase invisíveis, se confundindo com o ambiente. — Não protege de um ataque em grande escala, como foi o caso de Pain, mas dificulta muito um ataque direto e, mesmo que seja inevitável, ele pode desviar alguns. — Dizendo isso, lançou uma shuriken na direção de Naruto. Um flash, que por um instante deixou visível uma cauda, lançou a arma para o outro lado da sala, fazendo-a cravar-se na parede.

— Incrível! — Shizune comentou. — Já vi invocações com camaleões antes, mas nunca usadas com esse propósito.

— Realmente, Sakura, você me deixou orgulhosa! — Tsunade virou-se para os outros dois, que se tornaram visíveis, assim que Sakura liberou o camaleão. — Mas ainda não sei se era motivo para me deixarem sem notícias! O que pretendia com isso, Naruto?

— Er... era para ser uma surpresa esse treinamento da Sakura-chan... Sabia que se soubesse onde estávamos insistiria para saber o que fazíamos... por isso pedi ao Gaara e ao Bee para guardarem segredo. E a Sakura-chan também não ficou todo o tempo em Suna. Esse treinamento para que conseguisse se camuflar sem precisar das invocações foi em um lugar diferente. Não sei bem aonde, mas...

— Wakatta. Mas não gostei dessa atitude. Quase me mataram de preocupação!

— Gomen, Tsunade baa-chan!

— Gomen ne, shishou...

Sasuke apenas deu de ombros, como quem diz: “não foi minha culpa”.

— Quanto a você, Uchiha Sasuke, soube que cumpriu sua missão com êxito, então está livre de qualquer outra punição.

— Arigatou, Tsunade-sama.

— Bem, estão dispensados. Sei que devem estar cansados, então qualquer outro assunto pode ser discutido em outra ocasião.

— Hai! — Disseram em uníssono, antes de caminharem em direção à porta, mas antes que saíssem, Tsunade disse:

— E, Naruto?

— Hai, baa-chan?

— Se prepare para aprender algumas coisas. Não pretendo ficar muito tempo como Hokage!

Abrindo um sorriso de canto, Naruto comentou:

— Não será necessário, Tsunade baa-chan. Acha mesmo que fiquei em Suna apenas para estudar Fuuinjutsu? Poderia ter feito isso em qualquer lugar...

— Mas então... — Ao entender o que Naruto queria dizer, Tsunade esboçou um sorriso. — Aquele Gaara!

Com mais um sorriso cúmplice, Naruto se retirou, junto aos outros dois.

— Tsunade-sama?

— O que foi Shizune?

— Não achou-os bem diferentes?

— É claro, afinal cresceram...

— Naruto está mais calmo.

— Acho que a convivência com Sasuke pode ter surtido algum efeito sobre ele.

— Além disso... — Shizune parou de falar e começou a se abanar. — Eles estão...

— O que? — Tsunade olhou para sua assistente e a viu extremamente corada. — Shizune!

— G-gomenasai, Tsunade-sama!

— Mas tenho que concordar. Aqueles dois vão causar um belo estrago no coração das mulheres de Konoha... Só gostaria de saber como a Sakura lidou com isso durante esse tempo!

Já do lado de fora do prédio, Sakura se virou para os rapazes e disse:

— Dewa... vou para casa. Preciso avisar que voltei. — Aproximou-se de Naruto e deu um beijo em seu rosto. — Arigatou, Naruto, por tudo.

— Não precisa agradecer, Sakura-chan. Se não fosse por vocês dois não teria conseguido concluir nem metade da minha missão...

— Sasuke-kun... arigatou. — Ela apenas estendeu a mão para o moreno, Fazendo com que este amarrasse a cara e Naruto soltasse um suspiro.

— Eu não fiz nada. — Sasuke respondeu friamente, dado um aperto de mão rápido.

— Podemos nos encontrar para comer no Ichiraku mais tarde? Se não fizer isso ainda hoje, acho que morro! — O loiro resolveu quebrar o gelo que se instalou entre os dois. — Sorede, Sakura-chan?

— Tudo bem, Naruto! Também estou sentindo falta daquele lugar...

— E você, teme?

— Un. Pelos velhos tempos.

— Te esperamos lá na hora do almoço! — Naruto gritou, enquanto Sakura se afastava. Ela apenas acenou, sem se virar.

Naruto e Sasuke ficaram parados um tempo, mas acabaram se encarando, com a mesma pergunta em mente.

— E agora?

— Para onde vamos?

Sem maiores opções, tiraram as capas de viagem e começaram a caminhar pela vila. Precisavam encontrar um lugar para ficar, mas não tinham nem ideia de por onde começar. Parecia que teriam de pedir abrigo na casa de Sakura até segunda ordem.

— Kuso! — Naruto reclamou. — Não acredito que nem pensamos nisso quando saímos daqui... você devia ter dito alguma coisa, teme!

— Eu?

— Você mesmo! Sempre se gabou de ser mais esperto e inteligente, mas nem para pensar numa coisa tão óbvia!

— Humpf!

— Não comece a fungar pra mim! Precisamos pensar...

A frase foi interrompida por um grito:

— Naruto, Sasuke! Vocês voltaram!

— Não, ainda estamos em Suna... — Sasuke resmungou, enquanto se viravam para ver quem os chamava.

— Ino! Sai! — Naruto exclamou, ao se deparar com os amigos, acompanhados de uma criança de aproximadamente três anos e cabelos pretos. — Mas o que... vocês...

Mesmo sendo naturalmente impassível, Sasuke também estava de boca aberta, alternando o olhar entre Sai, Ino e a criança nos braços da loira.

Percebendo o que eles pensavam, Ino tratou logo de desfazer a confusão, apresentando o menino:

— Este é Asuma, filho da Kurenai-sensei. Estou cuidando dele hoje, já que ela saiu em missão com Shikamaru e Chouji. — Ela entregou a criança para Sai, que a segurou por baixo dos braços com uma expressão assustada, e abraçou Naruto. — Estava com saudades, Naruto-kun!

Sasuke olhava para Sai com uma expressão divertida, vendo-o carregar o garoto como quem segura um saco de tarjas explosivas.

— Como vai, Sai?

— Vou bem, Sasuke-kun. Que bom que voltaram. — Ele tentou sorrir, mas sua cara de assustado tornava a expressão cômica, fazendo Sasuke rir daquilo.

Quando ouviu o som, Ino virou-se para Sasuke e o viu com um sorriso no rosto, o que a fez quase babar.

— Não posso acreditar! Sasuke-kun está sorrindo... — Olhou para Naruto. — O que fez com ele? Um transplante de cérebro?

Naruto riu ao ouvir a pergunta, mas respondeu calmamente:

— Apenas colocamos para fora um Sasuke que sempre existiu. Ele ainda é rabugento, mas pelo menos agora tem senso de Humor.

— Você realmente faz milagres, Naruto-kun! — Sai comentou, vendo o sorriso sincero de Sasuke. Colocou a criança no chão e se aproximou de Naruto, colocando a mão em seu ombro. — Que bom que não aconteceu nada a vocês. Estávamos preocupados!

— Não precisavam se preocupar... estávamos perfeitamente bem, apenas resolvendo alguns assuntos. — Naruto ficou emburrado de repente. — E ainda precisamos resolver algumas coisas, nee, Sasuke!

— Já disse que a culpa não é minha, usuratonkachi*! Eu já não tinha onde ficar antes! — Sasuke encarou Naruto e também ficou emburrado. — Era sua obrigação pensar nisso...

— Do que estão falando? — Ino os interrompeu antes que começassem a brigar de verdade.

— De encontrar um lugar para ficar. — Naruto respondeu.

— Que ironia do destino... Os dois shinobis mais fortes de Konoha, sem teto! — Sai não resistiu comentar, mas não disse mais nada ao ver os olhares que recebeu.

— Sai, você sabe que isso não é verdade! — Virou-se para Naruto e acrescentou com um sorriso. — Na verdade você tem um clã agora!

— Nani? — O loiro ficou espantado. — Do que está falando, Ino?

— Do clã Uzumaki. — Com um sorriso mínimo, Sai respondeu, como se fosse óbvio.

— Isso deu para notar... o que ele quer saber é que história de clã é essa. Até eu quero saber! — Sasuke explicou pacientemente, mas se virou para Ino em busca de respostas.

— Anou... tudo começou com a viagem de vocês. — Ino começou a contar. — Seus nomes se tornaram conhecidos por toda a parte e pessoas que sabiam que suas famílias haviam fugido de Uzuchio antes da destruição da vila começaram a vir para Konoha em busca de um lugar ao qual pudessem pertencer... Tsunade-sama reuniu o conselho e foi decidido que um local específico seria cedido para que pudessem construir suas casas e se estabelecer. Esse lugar, bem... — ela olhou para Sasuke como se pedisse desculpas — é uma parte do antigo distrito Uchiha.

Enquanto ouviam a explicação de Ino, as sobrancelhas de Sasuke foram levantando, enquanto a boca de Naruto ia se abrindo. Entreolharam-se.

— O lugar não é problema, era mesmo grande demais apenas para mim. — Sasuke comentou. — Fico até admirado que tenham pensado em preservar uma parte... mas isso não resolve muito, já que não podemos simplesmente bater na casa de alguém que nem conhecemos e pedir para passar a noite. Eu pelo menos não posso.

— Sasuke...

— Isso também não é problema. Podemos levá-los até lá. — Ino sorriu enigmática. — Mas só depois do almoço! Temos uma surpresa...

— Nani ‘ttebayo? — O loiro perguntou intrigado.

— Se eu contasse não seria surpresa, não é mesmo, Sai? — Ela se virou, mas o moreno não estava mais ao seu lado. — Sai?

— Ali. — O Uchiha apontou para o outro lado da praça, onde Sai corria atrás do pequeno Asuma, sem conseguir alcançá-lo, já que o garoto se desviava entre as pernas de alguns transeuntes. Enquanto olhavam, viram o rapaz tirar um rolo de pergaminho e um pincel do bolso, desenhar alguma coisa rapidamente e fazer um selo. Uma cobra se desprendeu do papel e enlaçou um dos pés da criança, levantando-a do chão. O garoto, pendurado pelo pé ria, enquanto Sai o alcançou calmamente e o pegou no colo desajeitadamente. — Ele parece estar se divertindo.

— É por isso que gosto de tê-lo por perto quando fico de babá. — A garota observou. — Ele torna tudo tão fácil!

— E vocês se acertaram? — Naruto ficou curioso. — Depois da nossa conversa...

— Ah, sim. Ainda não é nada sério, já que ele é bem devagar para essas coisas. Nem imagina o quanto demorou para eu conseguir que me beijasse... Mas estou confiante que as coisas agora vão melhorar.

— E posso saber por quê? — Sasuke perguntou.

— Ora... vocês voltaram! Ele terá mais tempo para mim, estará menos preocupado, e também... — Ela deu um sorrisinho malicioso. — O ciúme faz milagres!

— Ino... — O loiro a repreendeu com o cenho franzido.

— Não se preocupe, Naruto-kun. Pode acreditar que serei o menor dos seus problemas...

— O que quer dizer? — Ele a olhou confuso.

— Olhe em volta!

Os rapazes fizeram como ela disse enquanto Sai se juntava a eles. Viram várias garotas desconhecidas, kunoichi, civis, e de várias idades olhando para eles e cochichando. Naruto abriu um sorrisinho cínico.

— Parece que o fã-clube de Uchiha Sasuke voltou à ativa!

— Tem certeza disso, dobe? — Sasuke devolveu o sorriso cínico. — Preste mais atenção. Não é só para mim que estão olhando.

— Nani?

— Sasuke-kun tem razão. — Ino olhou Naruto maliciosamente da cabeça aos pés. — Você também ficou muito...

— Ino! — Naruto e Sai a interromperam ao mesmo tempo, o loiro vermelho como um pimentão e Sai emburrado. Sasuke só ria da situação, afinal já estava acostumado com o assédio. Só se admirava de Naruto não ter percebido, já que passavam sempre por situações parecidas em vários lugares que visitavam. Talvez não tenha notado por ficarem pouco tempo nos lugares, muitas vezes só o necessário para resolver alguma confusão ou derrotar shinobis errantes que gostavam de causar problemas.

Ino riu e decidiu se despedir, já que precisava fazer alguns preparativos.

— Foi muito bom ver vocês! — Ela mais uma vez mediu os rapazes de cima a baixo. — Muito bom mesmo! Então, nos encontraremos na entrada do clã em duas horas. Ja ne!

Sai acenou, mas não disse nada. O último comentário de Ino parecia tê-lo aborrecido.

Naruto e Sasuke não responderam, o loiro devido ao constrangimento, o moreno por achar desnecessário. Apesar disso, resolveu provocar um pouco o amigo:

— Veja o lado bom, Naruto... a Hinata pode ter a mesma reação quando te encontrar.

— Acho pouco provável. — Deu um sorrisinho malicioso e devolveu a provocação: — Será que a Sakura-chan também pensa assim?

Sasuke achou imprópria a pergunta, mas respondeu com convicção, franzindo o cenho:

— Sem dúvida!

O loiro o olhou espantado. Mesmo que Sakura achasse, como Sasuke tinha tanta certeza disso? Tudo bem que ela ficava flertando com ele na frente do moreno, mas era só para tentar causar ciúmes... não era? Preferiu deixar esse assunto de lado e seguir logo para o Ichiraku.

— Ikisho! Preciso de um rámen com urgência!

Sem dizer nada, Sasuke o acompanhou. Ainda estava irritado com a pergunta de Naruto sobre Sakura. Tinha certeza que ela demostrava mais do que simples amizade pelo loiro ultimamente. Sabia que estava sendo irracional, afinal não tinha nada com a garota, mas o fato de que ela mostrava preferência por Naruto sempre que tinha a chance, estava deixando-o com vontade de socar alguma coisa... o loiro talvez.

Mesmo decidido a não pensar nisso, Naruto não conseguiu evitar. Será que Sakura realmente estava interessada nele? Impossível! Depois de tanto tempo e ainda mais com a volta de Sasuke era bem pouco provável que isso acontecesse. Mas mesmo não querendo, aquilo estava mexendo com ele. Os três ficaram muito tempo juntos e sua admiração pela garota aumentou. Ainda pensava em Hinata, no pouco tempo que passaram juntos, mas parecia algo tão distante agora... e se ela tivesse seguido seu conselho e realmente houvesse encontrado outra pessoa? Seu coração se apertou com a possibilidade, mas sabia que ela não podia ser descartada.

Entre pensamentos confusos, chegaram ao local onde antes era o Ichiraku e Naruto entrou em choque.

— Nan da kore?* — Sussurrou com os olhos arregalados. À sua frente uma pequena loja de artigos para presente. — Masaka!

— Dobe... — Sasuke revirou os olhos para a reação exagerada do loiro. — Pode ter apenas mudado de lugar...

Naruto não respondeu, ainda olhando fixamente para a loja, como se esta houvesse lhe feito uma ofensa pessoal.

— Ahn... Ohayo! Posso ajudá-los? — A dona da loja saiu e perguntou. Estava assustada com a expressão do shinobi à sua frente.

— Ohayo! — Sasuke respondeu educadamente. — Sabe dizer se o Ichiraku Rámen ainda existe?

Como se a pergunta fosse uma heresia, Naruto encarou Sasuke irritado, conseguindo apenas mais uma revirada de olhos.

— Ah, sim! O dono teve que mudar para um lugar maior... — Finalmente Naruto parou de encarar a insultuosa loja e voltou seus olhos para a mulher que falava. — O lugar começou a fazer muito sucesso de uns anos para cá. Parece que foi por causa daquele rapaz, Uzumaki Naruto, o filho do Yondaime, sabem? Durante suas viagens por aí ele sempre falava do lugar para quem encontrasse, dizendo que era o melhor rámen que existia, e muitas pessoas começaram a visitar Konoha apenas para o provarem. O lugar ficou pequeno para receber tantos clientes, então Teuchi me vendeu o espaço e comprou outro...

Interrompeu o que falava ao ver a expressão do loiro à sua frente mudar. Se há um minuto estava carrancudo, agora apresentava um sorriso que tirou a voz da mulher. Sasuke riu e bateu nas costas do amigo, dizendo:

— Viu só, dobe? Pelo menos essa sua fixação por rámen mudou a vida de alguém...

— E onde é agora, oba-chan*? — Naruto dirigiu seu sorriso mais feliz para a mulher, que ficou sem voz por um momento, mas se recompôs e respondeu numa voz falha:

— Duas ruas à frente, virando à direita...

— Arigatou. Vamos Naruto...

Ao ouvir aquele nome, a senhora que já se encontrava hipnotizada pela beleza dos rapazes à sua frente, quase caiu sentada.

— V-vocês s-são... Uzumaki Naruto e... e Uchiha Sasuke?

— Hai! — Naruto já ia se afastando, mas voltou-se mais uma vez para a mulher. A reação dela com a confirmação o fez lembrar-se de Hinata: caiu desacordada. — Mas o que...?

O loiro precipitou-se para a mulher e a pegou no colo, entrando na pequena loja. Sentou-a numa cadeira que Sasuke puxou e começou a abaná-la. O moreno dava pequenos tapas no rosto dela, tentando reanimá-la.

— Oba-chan? Oba-chan? — O loiro virou-se para o Uchiha preocupado. — Matamos a mulher!

— Ela está bem, baka, não se preocupe! Só não fique muito perto quando ela acordar.

— Doushite?

— Você já vai saber! — Sasuke respondeu quando viu que ela dava sinais de que acordaria.

— AHHHHHHHHHHHHHH!

Naruto deu um pulo com o grito, ou pelo menos tentou: a mulher o agarrou pelo pescoço e começou a dizer o quanto era sua fã, que ele era lindo, perfeito, e vários outros elogios. O rapaz só conseguiu arregalar os olhos e mirar o Uchiha, que apenas ria daquela cena.

— Eu avisei!

Com muito jeito e apenas depois de darem autógrafos, os dois conseguiram se livrar da mulher e se dirigirem ao Ichiraku, Naruto ainda com uma expressão de choque pelo que havia acontecido e Sasuke com um sorriso divertido pela cara do amigo.

Logo acharam o lugar. Era agora um restaurante que ocupava dois andares de um pequeno prédio e um enorme letreiro com o nome na frente.

— Uau! — Foi só o que Naruto conseguiu dizer antes de entrar.


 

................................


 

Uma kunoichi empolgada vinha pela rua em direção ao Ichiraku.

Tinha certeza que o encontraria lá, já que Ino dissera que provavelmente fossem comer antes de ir conhecer o clã Uzumaki. Seu coração estava apertado de saudade, não via a hora de reencontrar Naruto e descobrir se as coisas ainda seriam as mesmas entre eles.

Hinata parou do lado de fora da porta dupla e respirou fundo antes de entrar. Abriu um sorriso quando ouviu a voz do loiro, e já ia entrando quando uma frase a fez congelar no mesmo lugar.

— Finalmente eu voltei para o primeiro amor da minha vida! — Havia felicidade na voz de Naruto, e Hinata decidiu dar uma olhada no que acontecia antes de entrar. Ainda ouvindo as risadas do lado de dentro, sussurrou:

— Byakugan!

O que viu fez um arrepio gelado descer por suas costas.

Naruto estava com um dos braços sobre os ombros de Sakura e os dois riam, felizes, de frente para Ayame e Teuchi. Sasuke estava um pouco atrás, olhando suas costas com uma expressão carrancuda.

— Não... — Sussurrou Hinata. Seus olhos se arregalaram em choque. Ela desativou seu Doujutsu ao mesmo tempo em que se afastava e os olhos se enchiam de lágrimas. — Preciso fazer alguma coisa... Kiba!

Ela saiu correndo em direção à casa do Inuzuka, querendo encontrar o moreno o mais rápido possível.


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Notas finais do capítulo

* Nan da kore? = o que é isso?

* Oba-chan = tia (informal e não muito respeitosa)

* Usuratonkachi = idiota; inútil

* Yoshi = expressão de concordância, como "tudo bem, então" ou "lá vou eu"