Gutt escrita por Ennaz


Capítulo 7
35 vs. 25


Notas iniciais do capítulo

*Reedição do capítulo 7: quem ler o capítulo a partir desta data 13/12/2012, está lendo o capítulo reeditado.*
No livro, JK colocou que os alunos do mesmo ano e de casas diferentes assistiam às aulas diferentes ao mesmo tempo. Com apenas o conjunto de duas casas em algumas aulas. No filme todas as casas assistiam às aulas juntas. Eu gosto de seguir apenas o livro. Mas eu vou seguir o filme nesse ponto. Todas as casas têm aulas juntas. No livro eles não usam as cores de suas casas no uniforme, apesar de mostrar isso em muitas capas. Mas estou em dúvida se eu coloco que eles usam ou não. Eu gosto dos uniformes que eles usam nos filmes, mas não sei se coloco igual nessa fic.
Não sei se vocês vão gostar desse capítulo. Mas... espero que gostem.
A propósito, se vocês virem chama-lo ao invés de chamá-lo é porque o meu word está corrigindo chamá-lo para chama-lo automaticamente. Ele acha que eu estou escrevendo chama quando eu digito o hífen. Eu só não desligo a autocorreção porque eu sou meio distraída e posso acabar deixando passar um errinho ridículo que e a autocorreção costuma corrigir. Mas ás vezes o word corrige para algo nada a ver e eu não vejo e acabo postando... é... eu reviso os meus textos, não pensem que eu não faço isso. Eu faço isso. Só que, como eu disse antes, sou meio distraída e acabo deixando um erro ou outro passar. Sem falar que enquanto eu reviso eu reescrevo. E acabo deixando alguns erros novos que eu não vejo.



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- Bem, eu já vou indo – Eliane se levantou, ela olhava para os primeiranistas que já deixavam as mesas, um garoto de cabelos negros, olhava para Eliane. Ele sorriu e a chamou – farei o que você disse. Vou tentar... me enturmar.

- Vai... boa sorte – disse Tiago – não tenha medo de tentar.

- Eu sou da Grifinória. Minha maior qualidade é a minha capacidade de enfrentar meus medos.

Ela sorriu e saiu com os outros garotos. Tiago a observou sair pelas enormes portas do Salão. O céu, refletido no teto, exibia um dia ensolarado. Mas parecia haver uma nuvem de dúvida sobre a cabeça de Tiago. Ninguém sabia, não é? O porquê de os comensais invadirem a casa de seus primos e os matar. Talvez... a lenda dos videntes na família Potter, não fosse apenas lenda. Apenas, talvez...


Capítulo 7

35 versus 25


Lílian tinha recebido a incumbência de cuidar de Eliane Potter até que ela se enturmasse. Quando, mais tarde, pôs os olhos na prima de Tiago Potter, achou que se daria facilmente bem com ela. Gostara da aparência; do ruivo da menina que lembrava a cor do cobre e de seu penteado: uma franja reta cobria a fronte de Eliane até um pouco abaixo das sobrancelhas, inspirando um ar infantil, sério e delicado. De longe, Lílian vira apenas o cabelo e os óculos de aro retangular e armação da cor de uma Ferrari. Ao conhecê-la pessoalmente, Lílian viu um par de perspicazes olhos castanho-dourados.

Por conhecer a história de Eliane, achou que a garota só estava com dificuldade para voltar a confiar nas outras pessoas quando recusou sua companhia para se grudar ao Remo durante aquela noite. Mas passou a acreditar que Eliane não gostava dela quando se ofereceu para mostrar um bom atalho para a sala de DCAT, e recebeu essa resposta:

- Eu não quero você perto de mim, nem do Tiago – dissera ela, mal-humorada, com o dedo apontando em riste na cara de Lílian. Em seguida, saiu resmungando atrás dos outros alunos do primeiro ano.

Muito assustada para falar alguma coisa, Lílian entrou no Salão em silêncio, desviou da festinha de aniversário das gêmeas, e se sentou ao lado de Tiago Potter.

- Sua prima não gosta de mim – disse enfim.

- Ora, como é possível alguém não gostar de você? – e lá vem ele, o maldito sorriso arrogante. A mão bagunçando o cabelo e a voz engrossando. Certamente estava pensando que era o máximo por ter dado aquela resposta que, infelizmente, fez Lílian se sentir enternecida por dentro.

Ela controlou seus sentimentos e lançou seu olhar sério.

- Aparentemente é possível, já que sua prima disse: “eu não quero você perto de mim, nem do Tiago”. Exatamente essas palavras.

Então ele deu um sorriso culpado.

- Desculpa. Eu contei á ela, e... acho que ela não aceitou bem as coisas...

- Contou a ela sobre o Harry?

- E quem são os pais dele.

- Pediu segredo? – temeu pelo pior.

- Claro. Ela não vai contar.

- Hum... então... ela está com ciúmes, hum?

- Com certeza. Ela é bem ciumenta. Jamais gostou de dividir a atenção dos pais, e agora não quer dividir minha atenção.

- Hum...

Viram o Prof. Dumbledore ser sugado pela festinha quando apenas tencionava passar por ali. Divertidos, Tiago e Lílian observaram o professor dar os parabéns às gêmeas, lhes desejando prudência e muita festa e diversão para os anos vindouros. Depois ele deu um presente a elas que achou na hora em seu bolso e foi liberado. Tiago se levantou e foi falar com o diretor.

- UUUUIIIIIIRRR!!! UUUUIIIIIIRRR!!! – o porco-almofada da Esmeralda saiu correndo. E esta correu atrás dele, gritando:

- EBENÉZEEEER!! VOLTE AQUIII!!

Lílian ficou rindo até que Tiago voltou mostrando um pedaço retangular de pergaminho.

- Falei com Dumbledore e ele me deu uma permissão para irmos até Hogsmead – disse ele apontando para o retângulo – mas somente no próximo sábado. Eu, você, Eliane e Harry.

- Achei que os marotos fossem para Hogsmead quando quisessem, mesmo sem permissão.

- E vamos. Mas se fosse assim, você não viria com a gente.

- Está certo. Espero conseguir me dar bem com a sua prima.

- Acredite, vocês se darão bem.

- Como tem certeza disso?

- Você tem um ponto ao seu favor – ele sorriu sabichão.


Eliane observava da porta do salão. Não acreditava no que via. E sentia muita raiva daquilo. Mesmo tendo dito àquela ruiva-falsa para ficar longe do Tiago ela vai e se senta ao lado dele para conversar coisas sem sentido. Mesmo que não conseguisse ouvir a conversa, sabia que era sem sentido. A menina voltara para perguntar um atalho até a sala de DCAT ao Tiago, sabia que ele conhecia os melhores. Dissera ao seu novo amigo, Damião Kimball, ou Dam, que poderia pegar um caminho mais rápido que aquele que ele lhe mostrara. Mas agora ela só queria arranjar um jeito de afastar a ruiva-falsa de seu primo/irmão. Pouco se importava se eles teriam um filho no futuro. E que ela o achasse fofo. Não queria dividir Tiago com ninguém.

- Eliane, vamos chegar atrasados, não vai perguntar? – disse Dam, um garoto de cabelos negros lisos e olhos azuis. Ele era gordinho, tinha rosto redondo e era mais baixo que Eliane, mas também, todos eram mais baixos que a garota. Descobrira que era a mais alta dos primeiranistas da Grifinória. E torcia para conhecer alguém mais alto.

- Esquece o atalho – disse tentando controlar a raiva. Qualquer coisa que fizesse, teria de esperar.

E os dois seguiram pelo atalho de Dam.


Chegaram a tempo; o professor já abria a porta da sala de aula. Entre os alunos que esperavam do lado de fora, ela finalmente encontrou alguém mais alto que ela. Era um garoto. De cabelos escuros, como os de Dam. Só que no caso, seu cabelo era comprido e ele prendia-o numa trança deixando sua franja caída sobre seus olhos. Peculiar para alguém de onze anos, ela pensou. O de Dam era liso e cortado em forma de cuia. O garoto era mais ou menos uma cabeça mais alto que Eliane; uns quatro dedos. Não conversava com ninguém apesar de acompanhado por um garoto e duas garotas; uma das quais não parava de falar. Eliane e Damião se aproximaram deles quando passaram pelas portas. A garota tagarela aproveitou para conversar com Eliane.

- Olá, sou Kate Emer. Sou da Grifinória também, mas infelizmente ainda não tivemos tempo de nos falar – dizia ela com um grande sorriso.

Eliane sentia-se desconfortável perto dela. De todos os alunos da sala, a menina era a baixinha. E a ruivinha se sentia uma verdadeira gigante ao lado dela. Porém, gostara da cor do cabelo de Kate, que lembrava chocolate, de seus brilhantes e espantosos olhos cor violeta, e do seu jeitinho alegre de ser.

- Você é parente de Tiago Potter, não é? – ela perguntou animada. Será que ela estava interessada nele? Perguntou-se Eliane.

- Sou sua prima de segundo grau. Por que a pergunta?

- Por causa das minhas primas de segundo grau, Esmeralda e Jade. Elas são amigas dele.

- Hum... – agora ela se lembrava de tê-la visto na festinha.

- Aí pensei que poderíamos ser amigas – ela disse ao se sentar em uma carteira. A outra menina que a acompanhava e se sentara ao lado dela, comentou:

- Kate, ela anda com os alunos do sexto ano, não viu? Não vai querer a nossa companhia – disse a garota. Ela era negra e seu cabelo negro e armado dividia-se em incontáveis pequenas mechas cacheadas que caíam sobre seus ombros. Uma faixa vermelha amarrada em sua cabeça iluminava seu visual do qual Eliane gostara muito. Mas se sentindo confrontada pelo comentário que soara ácido em seus ouvidos, deu um meio sorriso e respondeu:

- Nos falamos mais tarde, Kate.

E se sentou ao lado de Dam.

As cadeiras e mesas da sala de DCAT eram arrumadas e separadas em quatro fileiras de duplas. Dam e Eliane encontravam-se sentados a apenas uma dupla atrás de Kate e a amiga. Entre eles estavam sentados o único garoto mais alto que Eliane e seu parceiro: um garoto baixinho de cabelo loiro-escuro e cheio. O professor fechou a porta da sala após o último aluno entrar. Ele ficou em pé, esperando os últimos alunos se sentarem. Então olhou no rosto de cada um. O professor era intimidador.

Seu rosto era marcado pela idade que o deixava com uma aparência muito severa. Ele respirava pesadamente, como se estivesse com raiva o tempo todo. Seu nariz era grande e redondo e enrugado. Suas sobrancelhas grisalhas eram espessas, parecendo duas taturanas. Porém sua cabeça era calva, e os poucos cabelos que tinha nas laterais eram ralos. Eliane pôde ouvir o som asmático da garganta do professor quando ele inspirou fundo antes de falar:

- Aqui nos encontramos no nosso quinto dia de aula. E finalmente a última aluna que faltava se encontra presente. Eliane Potter... ela é mais um exemplo vivo que comprova que esta aula não é uma mera aula. Essa aula é importante... para todos... principalmente para vocês que correm o risco de... enfrentar dias mais sombrios como jamais houve em toda a história da bruxidade. Não sei em que proporções as trevas crescerão até ficarem mais velhos. Mas o que eu vejo... me diz que ainda irá piorar. Não sou vidente para dizer que estou certo. Torçam... para que eu esteja errado. Torçam... para que não precisem usar o que estou ensinando a vocês.

O professor ficou encarando a classe. Eliane concordava com cada palavra dele. A guerra estava pior do que muitos imaginavam. Ela mesma viu. A força das trevas... parecia crescer a cada dia.

De repente, o professor começou a dar risadas asmáticas.

- Professor? – chamou um dos alunos da frente, preocupado.

- Ai, ai... – o professor parou as risadas – eu permiti que vocês se sentassem aonde quisessem, mas foi um erro. Mas, agora que a Srta. Potter se juntou a nós, eu posso finalmente mexer nos lugares e deixar a aula mais funcional. Os mais baixinhos devem vir para frente, e os mais altos devem ficar atrás. Se eu vir alguém se espichando como o Sr. Kimball se encontra fazendo agora, deverá trocar de lugar com o colega à frente até que não precise mais esticar o pescoço para enxergar o quadro ou a mim.

Eliane sentiu vontade de rir ao ver a cara de espanto de Damião. Ele estivera ajoelhado sobre sua cadeira esticando o pescoço por cima da cabeça a sua frente, apenas para que enxergasse o professor. Também... o aluno da frente era... o mais alto da turma.


Quando a turma foi reorganizada, Eliane se viu na última carteira da segunda fileira, ao lado do garoto mais alto. Ela se sentiu estranhamente desconfortada por estar do lado dele. Tentando esquivar-se daquele sentimento de mal-estar, procurou por alguma coisa na sala que a distraísse. Viu Damião olhá-la da carteira do meio na mesma fileira. Achou graça da cara de desemparo dele. Ao lado dele estava sentada a amiga de Kate. Kate, obviamente, estava na primeira cadeira da fileira. Ao lado do amigo do... garoto mais alto da turma. Droga... O mal-estar voltou. Olhou para o garoto, apenas para saber o que ele estava fazendo. Seu coração deu um salto quando encontrou seus olhos. Ele a observava! Desde quando ele a observava?!

- E aí? – ele a cumprimentou com um aceno de cabeça. Seus olhos estagnados nela; olhos da cor da casca avermelhada das castanhas.

- Ah... oi... sou Eliane Potter.

- Eu sei. Meu nome é Igor – sua voz não exprimia nenhum sentimento ou emoção. Ele parecia simplesmente entediado – Igor Bridge.

- Bridge? Como ponte?

- É. Como ponte.

- Ah, ok.

- Agora que todos enxergam o quadro – dizia o professor – para aqueles que não sabem, leiam o meu nome.

E ele tocou no quadro com a varinha. Seu nome surgiu na lousa: Prof. Fenwick.

- Eu estive passando apenas a teoria sobre o feitiço mais básico e necessário num duelo. Alguns professores me disseram que eu estava forçando demais os senhores quando mencionei que planejava fazê-los praticar o feitiço de desarmar. Pouco me importa o que eles pensam. Ora essa. Se eles querem que eu passe a mão nas cabecinhas de vocês estão muito enganados. Estou aqui... para ensiná-los a sobreviver. Quando um bruxo quiser matá-los, ele não esperará aprenderem algum feitiço de defesa. Mesmo que vocês sejam crianças... um bruxo que esteja determinado a matar, matará. O que foi, Srta. Kreft, por que me interrompe?

A garota na cadeira ao lado de Eliane, que era maior, mas não era mais alta, levantara o braço. Ela lançou um rápido olhar acompanhado por um malicioso sorriso zombeteiro para Eliane antes de começar a dizer:

- O senhor vai deixar a Potter livre da tarefa de hoje, não é? Já que ela é a aluna estrela do ano que chegou tarde – disse a garota de forma debochada.

- Hum! Claro que não. Mas vejo justiça em permitir que ela seja a última a tentar o feitiço. A deixarei observar os alunos duelarem entre si antes de tentar. Espero que seja uma boa observadora, Srta. Potter.

Professor e aluna trocaram olhares significativos. Eliane entendeu o que ele queria. O professor estava tentando lhe dar uma oportunidade de fazer a Kreft engolir suas palavras venenosas. A menina apenas ansiou pelo momento.

O prof. Fenwick girou o grande quadro, revelando uma passagem para outra sala. Esta sala secreta, assim como todas as salas do castelo, tinha paredes e chão de mármore. Ela poderia ser considerada vazia, se não fosse por um tipo colchão fino e quadrado situado no centro da sala.

- Pedi ao Dumbledore por uma sala dessas – ele comentou com o que pareceu ser um sorriso.

O professor chamou os alunos e os fez sentarem no chão ao redor dele. Eliane acompanhou seus colegas, Damião se juntou a ela e ambos se sentaram lado-a-lado. Igor Bridge se sentou ao seu lado. Os outros alunos foram se sentando um ao lado do outro. Formando um círculo. O amigo baixinho de Igor se sentou ao lado dele e Kate se sentou logo ao lado sendo seguida por sua amiga irritante, que se sentou do seu lado.

Mesmo que a amiga de Kate a tenha feito sentir-se afrontada, Eliane não sentia raiva dela. Porém, sentia raiva da Kreft. Ainda mais agora que a Kreft a encarava do outro lado do círculo. Seus olhos escuros diziam com clareza que queria ser sua parceira de duelo. Só para humilhá-la. Sustentando o olhar daquela menina, Eliane se curvou para Damião e perguntou:

- Essa Kreft é da Sonserina?

- Sim, como soube?

- Impressão... e aposto que – Eliane passou os olhos nos colegas que acompanhavam a Kreft, eles demonstravam sentimentos semelhantes aos da colega quando olhavam para a ruiva – aqueles ali também são da Sonserina.

- É. São sim. Impressão também?

- É... impressão...

- Chega de conversa – o professor tocou sua varinha na testa de Eliane.

A garota se sentiu extremamente aflita. Na última vez que uma varinha tocou em sua testa, estava certa que morreria. Chegou a ouvir os trovões daquela noite. O som do corpo sem vida de sua mãe batendo contra o chão.

Ignorando por completo os verdadeiros sentimentos de Eliane, todos riram. Inclusive Kate e Damião. Ela sentiu seu rosto corar levemente enquanto se recuperava. Segurando-se para não chorar. Compreendia que, com a exceção dos alunos da Sonserina, eles não riam por mal. Torceu os dedos nas mãos e olhou para o lado, inspirando fundo. Encontrou os olhos castanhos de Igor a observando intensamente. A vontade de vomitar retornou com força. Começava a se cansar de se sentir assim. Pelo menos a sua vontade de chorar tinha passado.

- Calem-se – mandou o professor, os alunos controlaram as suas risadas, e quando o último conseguiu parar, ele continuou – na lousa tem uma lista numerada com os nomes de cada um de vocês.

Ele apontou o quadro e depois mostrou uma garrafa arredondada de vidro cheio de números sólidos.

- Os números evaporarão e formarão pares. Cada par será uma dupla de duelos. Esses dois alunos tentarão desarmar um ao outro. Primeiro um, e depois o outro. Não é um duelo de verdade. Eu apenas quero ver se são capazes de conseguir desarmar ou não para depois começar a trabalhar com vocês a partir dos resultados. A dupla que cair com o número trinta e cinco ficará por último.

Os alunos procuraram o número trinta e cinco na lista para descobrirem a razão. Inclusive Eliane. Ela não gostou de saber que o número era o seu. O que significava que ela, mais uma vez, era a razão de uma exceção. Ela deveria ter se forçado a ir para Hogwarts, antes.

- Prestem atenção, seus malandros!

Os alunos se voltaram para o professor. Ele tocou a varinha na garrafa. Os números evaporaram. Então o vapor saiu pelo tubo, se transformando em números que formavam pares flutuantes. Eliane imediatamente procurou seu número para saber quem era a sua dupla de duelo. Desejava e ao mesmo tempo temia que fosse a Kreft. O número trinta e cinco fazia par com o quinze. Imediatamente procurou o nome da Kreft na lista, subindo a partir do seu número, e... o nome dela era Melanie? Mas que nome mais nada a ver! Pensou ao encontrar Melanie Kreft ao lado do número vinte e cinco. Eliane não sabia dizer se estava aliviada ou decepcionada por não ter sido a Kreft.

Procurou o número quinze para saber com quem duelaria e descobriu que era com alguém chamado Waclaw Emer. Ei! A Kate não era Emer também? Será que eram irmãos? Irmãos gêmeos? Bom, havia um par de gêmeos na sala. Haveria mais um?

- E as duplas são essas.

O professor acenou com a varinha e os nomes se reorganizaram de acordo com os pares de números. Kreft seria a nona a desarmar.

- Juntem-se com o seu parceiro.

E os alunos se levantaram; cada um procurando por sua dupla. Foi com uma pontada de preocupação que Eliane viu Kate se juntar á um garoto da Sonserina, que era um dos mais altos, e aparentemente frio e cruel.

- Oi – um garoto quase tão baixinho quanto Kate, se aproximou – eu sou sua dupla de duelo. Sou Waclaw.

- Waclaw?

- Sim. Waclaw Emer.

- Hum... você é parente da Kate Emer?

- Sim. Sou seu primo de primeiro grau. Ou primo-irmão, como é o termo correto e completo.

- Hum... quantos primos vocês tem por aqui?

- Bom... cursando o primeiro ano eu tenho... cinco. No segundo ano são... oito, são quatro pares de gêmeos. No terceiro ano tenho apenas... cinco. No quarto ano são cinco, também. No quinto são cinco. No sexto temos seis. E no sétimo ano são cinco. Somando tudo dá... trinta e nove. Tenho trinta e nove primos em Hogwarts. Agora, quantos se encontram fora de Hogwarts... seria crueldade perguntar a qualquer um de nós.

Que família enorme, pensou. Ficou se perguntando se os Potter se pareciam com aquela família nos tempos em que eram tantos, que você sempre se esbarrava com um no Beco Diagonal. Hoje, os únicos Potter eram ela, Tiago e os pais dele. Piadas sobre os Potter já começavam a surgir entre as famílias bruxas mais antigas e numerosas.

Professor anunciou, tirando Eliane de sua reflexão:

- Espero que estejam prontos, porque vamos começar.

- Prof. Fenwick – Kreft o chamou.

- O que foi, Srta. Kreft? – parecia que o professor se segurava para não dar uma resposta grosseira.

- Me recuso a duelar com este aqui – ela apontou para o seu parceiro – ele é um verdadeiro palerma.

Mesmo que odiasse admitir, Eliane pensou a mesma coisa quando o viu. O parceiro da Kreft era muito esquisito. Teve vontade de rir olhar para a cara dele. Parecia que ele estava sonhando. Seus olhos nem pareciam estar abertos. E seu cabelo cheio e despenteado dava a impressão que ele acabara de acordar. Eliane o reconheceu como o amigo baixinho de Igor.

- Não fale assim do meu primo – reclamou Kate – ele não é um palerma.

Quando Kreft lançou um olhar ameaçador para Kate, Eliane achou ter a ouvido pensar que arranjaria um jeito de calar a boca da menina. Parecendo ignorar o olhar de ameaça, o professor perguntou para Kreft:

- E o que a senhorita quer que eu faça?

- Troque o meu parceiro. Quero duelar com outra pessoa.

- Acho que está confundindo, isso não será um duelo. Eu apenas quero vê-los tentar desarmar. O outro não irá revidar. Não por hoje. Só quando todos estiverem desarmando seus parceiros, que duelarão.

- E duelaremos com os parceiros escolhidos hoje, não é?

- É... creio que sim, não vejo porque mexer com as duplas depois.

- Então... eu quero outro parceiro. Não sinto que atingirei todo o meu potencial com esse daqui. Eu quero alguém que apresente um desafio.

O professor suspirou impaciente e perguntou:

- E quem seria essa pessoa que você acredita que será um desafio para você?

- A Potter – Kreft abriu um sorriso maligno para Eliane.

A escolha da Kreft não surpreendeu. Mas pareceu pegar Kate completamente de surpresa.

- Oh, não! – desesperou-se – ela te escolheu! E agora, o que a gente faz? Já sei!

Ela se pendurou na ruiva, se segurando no colarinho das vestes de Eliane. O que deveria ter sido uma cena muito engraçada.

- Vá até o nosso quarto. Pegue apenas o necessário para uma viagem. E muito dinheiro. Drible o zelador, engane os fantasmas, e fuja de Hogwarts diretamente para a Estação de Hogsmead. Compre duas passagens só de ida para Paris e me espere. Porque eu vou com você. – e ela olhou em seus olhos.

- Já acabou?

- Já.

E Kate saiu de cima dela.

- Não se preocupe – disse a baixinha – você vai desarmá-la num segundo, ruivinha.

Ela era uma fofa, pensou Eliane. Mas a Kreft não achou, pois riu debochadamente:

- Isso me soa como um duelo, professor. E eu não posso ignorar um duelo, não é?

- Na realidade, eu digo que pode. Duelos inúteis podem ser ignorados. Mas há casos e casos. Ás vezes... é bom que haja duelos. E hoje não haverá duelos, e... se a Srta. Potter concorda, você pode trocar de lugar com o Sr. Emer.

E todos os presentes olharam para Eliane, aguardando sua resposta. Ela então respondeu:

- Tudo bem. Serei sua dupla de duelo.

Kreft sorriu satisfeita. E Eliane teve a sensação de que caíra numa armadilha.

- Não! – Waclaw chorou, abraçando a cintura de Eliane – ela é a minha parceira! Ela é bonita. Eu a quero!

- Claw, não começa – os irmãos gêmeos da classe pegaram cada um, um braço de Waclaw, e o arrastaram enquanto ele implorava para que o deixassem ficar com Eliane.


A aula prática teve início e as duplas demonstraram o seu potencial inicial: assim dito pelo professor. O primeiro confronto deu em nada. Nenhum dos alunos desarmou o outro. Kate foi levada à enfermaria após ser nocauteada por Loki York, o cruel, no terceiro confronto. Ao invés dele apontar para a varinha, ele apontara para Kate, que voou para trás e bateu a cabeça no chão de mármore. Eliane passou a desejar duelar com ele também. Ela os assistia de um canto da sala dos duelos. Kreft aguardava do outro lado. Ambas se encaravam desafiadoramente com frequência. Igor foi o oitavo, e ele conseguiu realizar o feitiço de desarmar com perfeição. O que entusiasmou muito ao professor. Após seu duelo, ele se sentou ao lado de Eliane e aguardou com ela. Damião confrontou o seu adversário logo depois de Igor.

Infelizmente seu adversário era um aluno da Sonserina muito intimidador. Damião não conseguiu desarmá-lo. Mas o outro o desarmou. Abatido, ele se sentou ao lado de Eliane. A amiga irritante de Kate, cujo nome era Xinavane, duelou após Damião, e nem ela, nem sua dupla conseguiram desarmar. Um dos irmãos gêmeos, chamado Walton. Também primo de Kate, não desarmou nem foi desarmado. Waclaw e Sérvio, que Eliane descobriu serem também ambos parentes de Kate, foram a dupla mais cômica. O primeiro, após apontar a varinha para Sérvio, se jogou no chão aos prantos, alegando não ser capaz de enfeitiçar o próprio primo. Sérvio, tão rápido como uma preguiça, apontou sua varinha e desarmou o parente. Waclaw ficou chocado, e não se recuperou mais.

O segundo irmão gêmeo, Wilton. Também não desarmou nem foi desarmado. Mas a dupla seguida de Wilton também teve sua graça. Um garoto cujo nome curioso era Rock, simplesmente caiu de joelhos exclamando que era incapaz de levantar uma varinha contra uma mulher. Sua parceira, Taisie, ficou encantada com a atitude do garoto e se recusou a desarmá-lo, também. O professor tirou dez pontos de suas casas, sendo que Rock era da Grifinória e Taisie da Corvinal, e alegou que ambos estariam mortos se fosse um duelo de verdade. Por fim, o penúltimo duelo terminou de maneira medonha. Isam Freese era o maior e o mais alto, aluno, do primeiro ano da Sonserina.

Ele pegara como dupla, Rolf Newblock, outro parente de Kate. Os dois se posicionaram um de frente pro outro. O primeiro a desarmar seria Rolf, o professor contou até três e Rolf agitou a varinha. Mas Isam, mesmo estando proibido, usou outro feitiço, que não era o de desarmar. Rolf caiu desacordado. O professor ficou possesso. Começou a gritar com Isam que ele tinha o desobedecido descarada e desrespeitosamente. Tirou muitos pontos da Sonserina e levou Rolf para a Ala Hospitalar o mais rápido que pôde. Eliane sentiu um calafrio terrível subir-lhe a espinha. Quis saber se mais alguém teria entendido o recado de Isam.

Aquele sorriso dele. Mesmo com Sonserina perdendo tantos pontos, ele parecia satisfeito com sua demonstração. Ela estava certa. Isam estava apenas mostrando aos demais que, mesmo sendo do primeiro ano, ele sabia feitiços mais avançados. Ele sabia feitiços, ou até maldições, acima do nível deles. E que certamente continuaria assim. Sempre acima de todos eles. Temerosa, Eliane olhou para Kreft. Ela tinha o mesmo sorriso... Droga. Eliane comprara briga com uma serpente muito perigosa. Ambas se confrontariam. E Eliane sabia que iria perder. Foi então que o professor voltou, anunciando:

- O último confronto não vai acontecer. Já vi o suficiente. Reorganizarei as duplas de forma mais eficiente... e segura – ele lançou um olhar severo para os alunos da Sonserina, que sorriram debochadamente.

- Então quer dizer que eu não terei o meu duelo com a Potter? – perguntou a Kreft, parecia que o Natal tinha sido cancelado pra ela.

- Não. Não vai praticar desarmar com ela, Srta. Kreft.

Eliane se sentiu muito aliviada. O Natal ainda estava de pé.

- Arrumem suas coisas. Estão dispensados.

E o sinal tocou anunciando o fim da aula.


Depois que os alunos saíram da sala, Xinavane, acompanhada pelos quatro parentes de Kate, correu para a Ala Hospitalar para ver a amiga e o outro garoto. Mesmo que quisesse saber como eles estavam, Eliane decidiu não ir junto. E seguiu com Damião e Igor para a sala de transfiguração.

Chegando ao corredor de transfiguração, Kreft, que ia logo a frente com os alunos da Sonserina, aproveitou para provocar Eliane.

- Bem que você poderia ter se segurado, Isam – ela dizia ao colega – assim eu teria mandado a minha dupla para a enfermaria.

E os alunos da Sonserina riram.

- Aquela Potter se acha, mas na verdade ela não sabe de nada – riu uma das amigas da Kreft.

- Viram como ela ficou com medo quando o professor apontou a varinha para ela? – Isam Freese, o terrível e perigoso, assinalou. Eliane sentiu seu estômago sumir. Não queria que eles tivessem percebido.

- É?

- Vocês não viram? Ela ficou assim – e rápido como uma cobra, Isam encostou a varinha na testa de Eliane. Ele era mais ou menos um dedo mais baixo que Eliane. Mas conseguira paralisá-la. Os olhos azuis e gélidos de Isam a fizeram se lembrar dos olhos azuis e gélidos que a fitaram nos seus segundos antes de seu dono pronunciar a maldição da morte. A memória daquela noite congelou sua mente e corpo. Ouvia novamente os trovões. Via os relâmpagos. O frio que se apossou de seu corpo, mesmo que fosse verão.

Alguém se pôs entre Eliane e a varinha. Ela viu uma trança negra. Era Igor. O garoto mais alto da turma.

- Se a Prof.ª McGonagall ver isso – disse Igor – ela vai achar que você queria azarar a Eliane. E todos sabem que é proibido lançar feitiços de qualquer tipo no corredor.

Isam riu e guardou a varinha. Deu as costas e continuou a andar com os colegas.

- Se eles fizerem alguma coisa – Igor olhou para Eliane – é só falar comigo.

- Comigo também – Damião apressou-se a dizer.

Um estranho e novo sentimento aqueceu o coração de Eliane. Seria gratidão? De qualquer forma, aquilo a fez sorrir o primeiro sorriso verdadeiro desde a morte de seus pais.


Quando chegaram às portas de Transfiguração, a sala ainda estava fechada para eles. Eliane aguardou com Damião e Igor. Um minuto antes de serem chamados para entrar pela professora, Xinavane voltou com Kate e seus parentes. O único que não se encontrava com eles era o Rolf. Perguntando a Kate, Eliane descobriu que o garoto ainda não tinha acordado. Depois disso a baixinha começou a falar de seus roedores dançarinos, listando os que tinha adestrado.

- Eu tenho um hamster, um rato, um porquinho-da-índia, uma capivara, um esquilo-

- Um coelho? – sugeriu Damião.

- Mas é claro que não. Coelhos não são roedores, são lagomorfos.

- Ah...

Depois disso a Prof.ª McGonagall apareceu para chamá-los. Dessa vez a sala era arrumada em degraus; duas fileiras de balcão. Cada balcão era dividido por cinco alunos. Assim não era necessário arrumar os alunos por altura e Eliane pode se sentar entre Damião e Kate. Durante a aula de transfiguração, Kreft tentou provocar Eliane novamente, mas a professora a respondeu de forma tão curta e severa, que a garota não tentou mais. Após a aula de transfiguração, era hora do almoço. Os alunos foram liberados e se dirigiram ao Salão Principal. No saguão, os primeiranistas e alguns segundanistas da Sonserina passaram por Eliane de forma que a cercaram e a separaram dos demais alunos. Como um bando de lobos cercando um cordeirinho. Não fizeram nada, somente Kreft esbarrou nela de propósito.

- Uau, o que foi isso? – Tiago e os marotos surgiram atrás dela. Harry estava sobre as costas de Pedro – Por um acaso eles estão pegando no seu pé?

Ele lançou um olhar desconfiado.

- Não. Coisa da Sonserina mesmo. Sou da Grifinória e chamei a atenção. E... – olhou para Pedro e Harry – o que significa isso?

- Pedro descobriu que brincar com uma criança chama a atenção das garotas – ele respondeu aos sussurros. Duas quintanistas passaram olhando para Pedro. Elas riam enquanto chamavam o maroto, ou a cena de fofo.

- A próxima é a minha vez – Sirius resmungou aborrecido. Fazendo Remo rir.

- Deixando isso de lado – disse Tiago pegando um pequeno retângulo de pergaminho do bolso – Dumbledore me deu uma permissão para um passeio em Hogsmead nesse sábado.

- Passear em Hogsmead quando tem permissão é muito chato, então não precisa me convidar – Sirius comentou fazendo Remo revirar os olhos.

- Ah, é? – Eliane estava confusa. Não entendera o que significava. O que? Tiago ia passear em Hogsmead... sozinho?

- Sim. E nós vamos juntos.

- Quer dizer que nós vamos pra Hogsmead, sozinhos? – a alegria enchia o peito dela.

- Sim. Eu, você, Lílian e Harry.

- Oh... – o balão de alegria desinflou, deixando apenas o desagrado – e por que eles vão juntos? Eu até aceito o Harry, mas por que a Evans?

- Porque a intenção é comprar roupas para o Harry. E Lílian vem junto. Parece que ela não confia em homens para escolher roupas.

- E ela está certa. Homens não sabem escolher roupas. Mas por que vão comprar roupas para o Harry? Ele já não tem? – ela olhou para a veste de Harry, que Eliane achou já ter visto em Tiago.

- São emprestadas. Eu e Lílian planejamos sair com o Harry para comprar algumas. E pensei que você fosse gostar, já que você adora comprar roupas.

- Só as minhas – aquele dia estava ficando terrível.

- Ah, então você não vai com a gente?

Eliane bufou irritada e respondeu:

- Eu vou. Mas só para mostrar àquela ruiva-falsa que eu sou boa em escolher roupas! – na verdade era para não deixá-la sozinha com ele; a presença do Harry não contava.

- KAAATEEE!! – as gêmeas amigas de Tiago vieram correndo dos jardins.

- MEEENIIINAAAS!! – a baixinha respondeu animada – OOO QUEEE ACOOONTEEECEEEUUU?

- Pare de gritar, sua louca – mandou a gêmea de cabelo na altura dos ombros.

- Está bem.

- Que história é essa de que o Rolf foi parar na Ala Hospitalar? – a de cabelo mais curto perguntou.

- Não faço ideia – respondeu Kate – estava na ala hospitalar na hora. Eu fui a primeira. Mas quem pode explicar melhor o que aconteceu é a Eliane, a Xina, o Dam, o Igor, o Wilton, o Walton...

As gêmeas deixaram a menina falando sozinha e se viraram para Eliane.

- O que aconteceu? – perguntaram.

- Ah... o tal do Isam, Isam Freese. Ele usou algum feitiço perigoso, acima do nível do primeiro ano.

- Hum... Freese?

- Um feitiço acima do nível do primeiro ano?

- Ele fez de propósito – disse Xinavane.

- Só para mostrar que é melhor do que a gente – disse Igor.

- Como um aluno do primeiro ano sabe um feitiço acima do nível? – Tiago perguntou para Eliane.

- Isso é um mistério – ela deu de ombros – vamos comer?


No Salão, eles se encontraram com um garoto de cabelo verde acompanhado pela ruiva-falsa que Tiago e os demais chamavam de Lílian Evans. Eliane sentiu uma vontade incontrolável de chegar até a ruiva-falsa e falar do quanto gostara da trança embutida que ela tinha feito em seu cabelo e de como ela tinha ressaltado seus incríveis olhos verdes. Mas ela se controlou, mordendo o polegar, e se esforçou para odiá-la. Nisso, Kate saiu correndo e gritando toda animada:

- COOSMOO!!

- KAATEE!! – respondeu o garoto de cabelo verde, abrindo os braços para receber a baixinha num abraço.

- Parem de gritar, seus loucos! – mandou a gêmea de cabelo nos ombros.

- Primos? – perguntou Eliane a Xinavane, apontando para os dois.

- Terceiro grau – respondeu a outra.

Então eles se sentaram à mesa da Grifinória. Igor puxou seu amigo Sérvio para a mesa da Corvinal. E os gêmeos Wilton e Walton se sentaram à mesa da Lufa-lufa. Eliane sentiu uma grande raiva subir-lhe a cabeça quando viu Tiago se sentar todo animado ao lado da ruiva-falsa. Quis se sentar entre eles só para separá-los, mas Harry o fez primeiro. Então ela se sentou entre Tiago e Sirius. Damião ficou perdido, pois não sabia com quem sentar. Parecia com medo de se sentar perto dos marotos. Já Kate e Xinavane se sentaram ao lado das gêmeas. Então Damião se sentou ao lado de Xinavane. Waclaw, que também era da Grifinória, se sentou com eles.

Após o almoço, Eliane seguiu com o primeiro ano para a aula de feitiços. Onde o prof. Flitwick ficou explicando para ela como realizava o feitiço de levitação enquanto os outros alunos já o praticavam sem ajuda. O que rendeu mais algumas piadinhas grosseiras da parte da Kreft e seu bando. Eliane já estava ficando irritada quando finalmente foram ter aulas de poções. Durante a aula, o prof. Slughorn a tratou abertamente como sua aluna estrela. Ele a elogiou e aos seus pais falecidos. Falou de alguns dos ancestrais mais ilustres de Eliane; ela agradeceu por ele não conhecer a lenda da família Potter em que dizia serem eles descendentes diretos do terceiro irmão Perverell. Felizmente era um segredo de família.

Ao final da aula, Eliane praticamente fugiu da Kreft. Não que a sonserina estivesse atrás dela. Mas porque ela certamente aproveitaria para zombar de Eliane. A menina já estava cansada de ouvir suas bobagens. Passado um tempo, Kate arrastou Eliane para a biblioteca. A intenção era estudar para se recuperar nas matérias. Mas acabaram encontrando o menino de cabelo verde que era primo de Kate, que se chamava Cosmo. Ele lia livros e livros sobre...

- Tornados mágicos... – Kate leu um dos títulos.

- Portais do tempo... – Xinavane leu outro.

- Nuvens mágicas... – Damião pegou mais um.

- Louça voadora? – estranhou Eliane.

- Está procurando uma explicação para o tornado? – Kate perguntou ao primo.

- O tornado? Meu primo me falou desse tornado. – disse Eliane, lembrando que fora através dele que Harry viera do futuro. De acordo com Tiago. Decidiu que não gostava do tal tornado-temporal.

- Aquele foi um evento sobrenatural – Cosmo falava com um sorriso faminto – um mistério insolúvel. E eu adoro mistérios insolúveis.

- Ele adora mistérios insolúveis – repetiu Kate, sorrindo orgulhosa.

- Descobrirei o que causou o tornado-

- E aí vai poder mandar o Harry de volta?

- De volta? De volta pra onde? – perguntou Kate.

Eliane se arrependeu por ter deixado aquela pergunta escapar. Não podia contar a ninguém que Harry viera do futuro. Era perigoso.

- Nada... levar nada – desconversou – que tal estudarmos aquela poção...

Viu Lílian Evans aparecer na biblioteca acompanhada por suas amigas gêmeas.

- Preciso ir ao banheiro, me esperem aqui – e foi embora. Ela não queria conversar com a Evans. Provavelmente aquela ruiva-falsa se sentaria na mesma mesa que o Cosmo.

Foi ao banheiro, mesmo que não estivesse com vontade. Podia aproveitar para dar uma olhada no seu cabelo. Ao abrir a porta do banheiro feminino mais próximo, se arrependeu imediatamente. Kreft, suas amigas, e algumas garotas mais velhas, mais altas e maiores que Eliane, claramente da Sonserina, se encontravam no banheiro. A garota se sentiu num ninho de cascavéis. Mas as garotas não a viram, estavam distraídas rindo de alguma coisa dentro de um box. Quis aproveitar para sair de fininho. Porém a Kreft disse algo que a paralisou.

- Que tal se fizermos essa sangue-ruim engolir a água do vaso?

As outras garotas riram.

Sangue-ruim? Elas...

- Vai, Garnet. Faz aquilo de novo.

Uma garota muito bonita de cabelos castanho-avermelhados, que deveria ser do sexto ano, riu cruelmente e recitou um feitiço, uma maldição, que Eliane guardaria para sempre na memória:

- Imperio.

- Mande ela beber da água da privada – riu uma delas, uma baixinha que Eliane ainda não tinha visto até o momento.

O sorriso cruel da sextanista alargou-se.

- Beba da água da privada – mandou.

Eliane ouviu alguém arfar no box.

- Beba a água da privada, sua sangue-ruim ridícula – a sextanista repetiu a ordem com mais rigor. A garota parecia estar lutando.

O corpo de Eliane agiu sozinho. Sua mão voou para o bolso da varinha. E seus lábios proferiram o primeiro feitiço que pulou de sua memória:

- Expelliarmus!

Até aquele momento Eliane jamais tinha usado o feitiço de desarmar. Só pudera observar aqueles que sabiam. Mas um raio vermelho saiu de sua varinha e atingiu a varinha da sextanista, que voou de sua mão para Eliane, que a pegou no ar. A sextanista ficou espantada por um segundo, com a mão erguida. Meio segundo depois, todos os olhos se voltaram para Eliane, que se mantinha em pé à porta do banheiro com as duas varinhas apontadas para o grupo.

- Vão embora – sua voz saindo com mais coragem do que sentia. Ela dera um passou para o lado, a fim de dar passagem.

A sextanista apenas sorriu e mandou:

- Peguem-na.

Kreft deu um passo e...

- Expelliarmus!

...outro raio vermelho saiu de sua varinha e atingiu o peito de Eliane, a jogando com força para trás. Eliane apenas se lembra de bater a cabeça no batente da porta. E tudo ficou escuro.


Ela despertou com a cabeça latejando. Sentiu um líquido quente escorrer em sua nuca e imaginou que estaria sangrando. Estava deitada ao lado de um vaso sanitário e sem varinha. Pelo espaço entre o vaso e a parede, ela viu outra garota. A garota estava molhada dos pés a cabeça e não parecia muito bem. Eliane a reconheceu como sendo uma primeiranista da Sonserina. O que? Agora as cascavéis viraram muçuranas – cobras que comem cobras? Não... ela é nascida-trouxa. A sextanista, que fora chamada de Garnet, se encontrava encostada a pia em frente ao box. Ela sorria em satisfação cruel. De cada lado dela, cinco garotas a ladeavam. Kreft estava entre elas, agachada logo ao lado a porta do box, com a varinha de Eliane na mão.

Eliane ouviu a porta abrir e três vozes intimidadoras constrangendo quem entrara a sair. Percebeu que estava presa, à mercê daquela sextanista cruel. Reunindo toda a coragem que tinha, que não foi muita, conseguiu dizer:

- Se usar as maldições imperdoáveis, eu não vou ficar calada. E você vai ser expulsa.

Qualquer que fosse a reação que Eliane esperava, não foi aquela: a garota começou a rir de forma cínica.

- Pode contar... eu... já estou de partida – e tocou o antebraço.

Foi uma sensação estranha e muito desagradável. Mas Eliane soube que ali se escondia uma Marca Negra. Garnet se aproximou de Eliane, se apoiou num joelho para encarar a grifinória nos olhos, mostrando seus incríveis e sedutores olhos azul-prateados. Com um sorriso sinistramente gentil e envolvente, ela disse:

- Você é tão bonitinha. Sabia disso? – ela pôs o dedo sob o queixo de Eliane e a fez levantá-lo – Vê-se claramente que é uma sangue-puro. Por que se importa com o bem-estar de uma sangue-ruim? Ainda mais sendo ela da Sonserina. Deveria se juntar ao movimento do Lorde das Trevas. Somos os superiores. A raça superiora. Os trouxas são escória. Animais. Inúteis. Seus filhos que ousam se passar por nós são tão ruins ou piores que eles. Se aliar a eles é o mesmo que se chafurdar na lama. Você se suja. Se contamina com as doenças que aqueles insetos trazem para o nosso meio. O que os Comensais se encontram fazendo, não é genocídio, é combate à praga. Não concorda?

- Na verdade não – Eliane respondeu sem pensar – sou fã de trouxa.

- Ah, que idiota – a garota do outro lado do vaso murmurou. Eliane concordou em seu íntimo.

- Que pena... – o sorriso de Garnet já não estava presente. Ela se afastou um braço e uma varinha de distância. Seu tom de voz era capaz de gelar até o sangue de um dragão – mas gostei de você, então, para que não se esqueça de mim.

Garnet encostou a ponta da varinha na testa de Eliane. O sorriso frio de Garnet era igual àquele. O frio tomou o seu corpo novamente.

- Cru-

- O que pensa que está fazendo com a minha amiga, sua baranga?

A voz de Kate a despertou. Eliane se sentiu feliz ao ouvir a voz da baixinha de uma maneira que não se lembrava de ter sentido antes. Ouviu o som de três pessoas sendo derrubadas ao chão. Aproveitou a distração das garotas da Sonserina. Usando de movimentos e reflexos rápidos. Eliane saltou pra frente. Arrancou sua varinha da mão da Kreft. Rolou suas costas por cima das costas da garota. Deu uma cambalhota para trás ao aterrissar. E parou de pé ao lado de Kate, deslizando ligeiramente seus pés, pois ainda estava sob o efeito da velocidade da cambalhota.

- Uôôôôuuuh! Como você fez isso? – Kate ficara impressionada.

- Ah, prática.

Garnet soltou uma risada irônica.

- Peguem-nas.

As garotas da Sonserina atacaram. Eliane, Kate e Xinavane apontaram suas varinhas e gritaram:

- Expelliarmus!

Mas apenas uma garota foi jogada pra trás por um raio vermelho. As varinhas de Xinavane e Kate soltaram faíscas vermelhas e violeta. E as outras garotas lançaram azarações. Eliane e as amigas conseguiram esquivar. Mas a partir daí a confusão foi tanta que Eliane só conseguia ver relances do que acontecia às amigas. Viu Xinavane, cercada por quatro garotas, escapar das azarações se abaixando; as garotas se atingiram e caíram desacordadas. Em seguida a viu chutar a cara de outra garota, o que foi muito legal.

- ALGUÉM ME TIRE DE DENTRO DESSE VASO! NÃO DERAM DESCARGA NELE! – Eliane ouviu Kate gritar de um dos boxes.

Em algum momento, Garnet conseguiu fugir com as outras sextanistas. Pois Eliane não as viu mais. Porém a confusão continuava grande. E cansada de desarmar e se esquivar, perdeu completamente a paciência. Eliane apontou para um vaso e gritou o feitiço que saltou de sua memória:

- Bombarda!

Imediatamente se arrependeu, tinha esquecido que Kate estava presa num dos vasos. O encanamento explodiu jorrando água para todo o lado e molhando tudo e todas; o vaso voou. Todas as garotas pararam para ver o vaso desenhando uma parábola sobre elas e cair no vaso do outro lado do banheiro com um grande estrondo. O outro vaso foi esmagado e mais água jorrou para todo lado as molhando novamente.

- O QUE FOI ISSO? – a pergunta de Kate indicava que não tinha sido o seu vaso a voar.

- Mas o que está acontecendo aqui?!

Eliane se virou num pulo de quinze centímetros. A prof.ª McGonagall se encontrava à porta do banheiro. E encarava a cena com tanto espanto, que ela chegava a estar pálida. Lílian Evans saiu de trás dela. Diferentemente da professora que apenas viu os estragos, a Evans passou seus olhos de garota a garota. Então eles encontraram os de Eliane, que respondeu com um olhar irritado antes de desviá-lo.

- Er... alguém pode me ajudar a sair daqui? – choramingou a voz de Kate.

- Onde você está? – Evans perguntou preocupada.

- Dentro de um vaso...

- O q- onde? – ela saiu procurando de vaso a vaso.

- Não sei qual...

- Continue falando. Conte até cem em voz alta para que eu possa te encontrar.

- Um... Dois... Três... Quatro... Cinco...

- Aqui! – gritou Xinavane, que também a procurava. Evans correu até ela e se concentrou na tarefa de libertar Kate.

Enquanto as duas tentavam abrir a privada, cuja a tampa e o assento pareciam ter sido colados magicamente à porcelana, a prof.ª McGonagall começou a dar uma bronca em todas as garotas que estavam conscientes. Inclusive em Eliane.

- Eu estou chocada com esse tipo de atitude de vocês. Sei que Grifinória e Sonserina têm suas desavenças desde muito antes de vocês nascerem, mas isso não é motivo para explodirem o banheiro. Saibam que cada uma receberá uma detenção de um mês. E as casas de vocês perderão dez pontos por cabeça.

- Não me inclua na conta, professora – a garota que Eliane ajudara protestou, finalmente saindo do box onde era atormentada, ela ainda não parecia muito bem, estava ligeiramente pálida e tremia. Eliane tinha uma sensação muito desagradável em relação a isso – eu não estava no meio dessa confusão toda. Eu só estava aqui quando tudo começou.

A professora levantou a sobrancelha, voltou-se para Eliane e perguntou:

- Isso é verdade, Srta. Potter?

- Sim. É – a outra garota a encarou surpresa, talvez pensasse que ela a encrencaria só por ser da Sonserina – a minha colega só estava no banheiro na hora em que comecei a brigar com as garotas da Sonserina. Aliás, nem Xinavane, nem Kate são culpadas. Elas só estavam no meio da confusão.

- Isso é mentira! – gritou Kate do vaso – Eu cheguei, e ao invés de pedir ajuda a um professor eu entrei na briga! A Xina é a única que não tem culpa!

- Mentira –Xinavane interviu – eu também entrei na briga por livre e espontânea vontade. Todas as outras são culpadas. Exceto essa que só estava no banheiro.

Xinavane lançou um olhar para Eliane que podia significar: É isso mesmo?

- Verdade! Todas são malvadas. Foi uma delas que me prendeu dentro do vaso!

- Então Sonserina perde um total de cento e setenta pontos enquanto que Grifinória perde trinta. – concluiu a professora. Pelo menos isso.

- O que?! Vai ouvir apenas a versão da história delas, professora? – Kreft protestou.

- Vou tirar pontos de todas que aparentam terem brigado entre si. A Srta. Potter disse que a Srta. Cenedesi não está envolvida. Se você disser que isso foi mentira, então creio que a Sonserina perderá cento e oitenta pontos ao invés de cento e setenta.

Kreft se calou na hora.

- Consegui! – exclamou a Evans ao retirar assento e tampa do vaso.

- Ah, finalmente... essa urina tava muito fedida... – Kate se debruçou sobre a borda do vaso, completamente tonta – felizmente era só urina.

- Não acha melhor levá-las a Ala Hospitalar, professora? – Evans sugeriu ainda com o assento e a tampa da privada nas mãos.

A professora olhou de Kate para Xinavane, que sangrava num braço e no supercílio. E nas outras garotas da Sonserina. Quase metade estava desacordada. A outra parte estava ferida. Eliane teve uma ligeira impressão de que sua professora se segurava para não rir. Esqueceu-se disso quando sentiu uma dor aguda atrás da cabeça. Passou a mão e descobriu que ainda sangrava.

- Ah, não... enfermaria de novo não... – lamentou Kate.

Eliane sentiu vontade de rir. Até que viu seu baralho de animais espalhado pelo chão do banheiro. Herdara o baralho de seu avô. Uma herança específica para ela, que incluía a mensagem: “Espero que o baralho lhe sirva, da mesma maneira que me serviu”. Jamais entendeu o significado da mensagem. Brincara diversas vezes com as cartas, mas ela sempre pegava a carta da coruja. Jamais gostou da coruja; ela batia as asas em meio ao céu noturno. Pois a sua associação à morte sempre lhe assaltava a mente quando a via. Parou de mexer no baralho. Mas sempre o mantinha por perto. Agora que ele se encontrava espalhado pelo chão do banheiro, temia olhar para a coruja novamente.

Estranhamente, todas as cartas estavam viradas para baixo. Apenas uma delas se encontrava virada para cima: a carta do tubarão; ele nadava de forma solene dentro do mar. O tubarão era um animal que também representava a morte. Mas também a transformação através da morte. O significado xamânico daquele animal, o “morrer para viver”, estava claro em sua mente. Significava, deixar a antiga vida para trás para viver uma totalmente nova. Ora! Não era isso o que estava acontecendo com Eliane? Intrigada, a garota ajoelhou-se para recolher as cartas. A começar pelo tubarão.


Continua...



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Notas finais do capítulo

*Desafio: Respondam o Enigma:*
*Sonserina deveria ter perdido 200 pontos... por que?*
O capítulo ficou enorme. E tinha mais. Sério. Tinha mais no final. Mas aí percebi que podia usar o final desse no início do capítulo 8. E aí? O que acharam da Eliane? A fic ficou com cara de drama adolescente neste capítulo, não é? Achei estranho que eu tenha feito isso. Ficou bom? Mas acho que foi só no início.
Eu já tinha planejado escrever o capítulo 7 no ponto de vista da Eliane. Mas era pra ter sido o capítulo em que eles saem para Hogsmead comprar as roupas. Mas acabei escrevendo sobre o primeiro dia de Eliane na escola. Espero que tenham gostado do ponto de vista dela.
Eu sorteei de verdade os pares de duelos na aula de DCAT. Usei um sorteador da internet para determinar as duplas e a sequencia dos duelos. Eu tenho uma lista numerada com os nomes dos alunos do primeiro ano, incluindo o sangue e a casa. Eliane caiu com o Waclaw enquanto que a Kreft caiu com o Sérvio cuja personalidade excêntrica eu já tinha determinado. Só usei as coincidências ao meu favor. E o resultado vocês viram.
Sobre a cena de bullyng no banheiro: sabe o que me encorajou e inspirou a escrever essa cena? Vídeos de documentários sobre a segunda guerra mundial. Isso mesmo. Num documentário que vi na TV, vi um grupo batendo em judeus. Eles não eram alemães nem nazistas, mas apoiavam Hitler e estavam mostrando que o apoiava cercando e espancado os judeus. Por que, então, em Hogwarts não seria diferente? Em plena guerra bruxa com Voldemort subindo ao poder pela primeira vez e ganhando terreno. Disseminando a ideologia do purismo. Deveria haver algum grupo pró-Voldemort em Hogwarts. Um grupo de jovens que provavelmente praticaria bullyng com nascidos-trouxas.
Acabei vendo que para escrever sobre a época marota, é necessário ver vídeos da segunda guerra mundial. Os sentimentos que eles provocam ajudam muito na hora de escrever os sentimentos dos marotos e os demais em relação a guerra. E ainda inspira cenas como a do bullyng no banheiro.
Um fato curioso: por alguma razão, eu escrevi lareira no lugar de memória. Não sei porque, nem estava pensando em lareiras. Vai entender. Só sei que vi o erro logo de cara e corrigi. Foi que nem no caso em que eu escrevi porta no lugar de nota. Tristemente, eu não vi esse erro antes de postar. É. Isso está registrado na minha fic Crônicas de Hogwarts I. Eu queria continuar essa fic. Mas tem tantos erros nela que eu gostaria de reescrevê-la toda. No momento eu estou muito feliz com Gutt.
Bom. Nos vemos no próximo capítulo. Não se esqueçam do desafio.
ò.ó