Se Eu Fosse Você escrita por Gio
Notas iniciais do capítulo
Mais um, desculpem a demora!
Enjoy! ;)
– Leo, eu tenho a impressão de que tem alguém nos observando. – avisou Reyna.
– Deixe de ser idiota Ice Quenn, não tem ninguém aqui além de você e eu. – ele respondeu.
– Isso é bom ou ruim? – ela pensou.
– Depende do ponto de vista. Até que é legal, nós dois aqui sozinhos, de manhã, sabe?
– Você é realmente desprezível, Valdez.
– Sério, presta atenção por favor, se conseguir, é claro. – ele implicou.
– O tempo no seu corpo vai me trazer sequelas graves.
– Engraçadinha. Mas eu falo sério. Que eu me lembre, Afrodite disse que caso todo aquele Pseudo Itinerário fosse cumprido, nós teríamos direito à uma recompensa, e eu daria nesse momento qualquer coisa para passar cinco minutos no meu corpo.
– Mas eu me recuso a fazer tudo aquilo.
– Mas temos que fazer. Caso contrário, vamos passar mais tempo nesta excruciante tortura.
– Por favor Valdez, eu não quero.
– Estou começando a acreditar que você está gostando de tudo isso.
– Preferia ter cada parte do meu corpo cortada com uma gilete mal afiada.
– Reyna, a questão não é essa. Pense comigo, os Itinerários só vão piorar ao longo dos tempos, e cumprindo pelo menos os mais fáceis, nós alcançamos a pontuação recompensas mais rápido.
– Tudo bem Leo, você venceu. Começamos por onde?
– Na verdade já começamos. Quando você fez a trança no meu cabelo, uma tarefa já foi cumprida. Já temos 10 pontos. Que tal agora a segunda tarefa? Um ajudar ao outro a se servir para o café da manhã.
– Esse nem é tão ruim. Eu acho. Não se esqueça da parte em que teremos que nos mudar para um quarto. Juntos, tipo, o dia todo. É completamente torturante.
– Isso cada vez fica pior.
– O que fica pior, Reyna? – perguntou Jason, que resolvera aparecer após se interessar no assunto. (Obs: Ele falou com o corpo da Reyna)
– Nada Jas! – Respondeu Reyna/Leo.
– Nada mesmo brother. – respondeu Leo/Reyna.
– Leo, você me chamou de Jas? E Reyna, você me chamou de brother? O que houve com vocês? Tem algo errado?
– Sim! – Respondeu Leo/Reyna.
– Não! – Replicou Reyna/Leo.
– Em quem eu acredito? – perguntou o filho de Júpiter, completa e irrevogavelmente confuso.
– Em mim! – falou Reyna/Leo.
– Acredite nela! – respondeu Leo/Reyna.
– Você quis dizer nele? – tentou o pretor.
– Sim, foi exatamente o que ele, desculpe, ela quis dizer. – interveio Reyna/Leo. – Acredite em mim! Leo Valdez. Le-o Val-dez. – então, a menina no corpo do garoto começou a rir histericamente.
– Sério Leo, você não está bem. – falou Jason.
– Pelo contrário, ele está muito bem. Vamos Leo, temos coisas a fazer. – falou Leo/Reyna, arrastando seu corpo para longe do pretor.
Para Jason, nada daquilo era normal. Sabia o que era ser possuído por almas do mundo inferior, e com certeza Leo não estava assim. Reyna também estava estranha. Seus olhos já não tinham aquele brilho ameaçador que a tornava quem era. Uma verdadeira Filha da Guerra. A real Rainha do Gelo. Seu olhar agora era brando, como se ao invés de um lobo, fosse um filhote de cachorro brincalhão e fofo. De algum modo, tudo e nada faziam sentido, como se ao mesmo tempo em que alguma coisa séria acontecia tudo não poderia passar de uma brincadeira.
Mas Reyna nunca brincava. E Reyna nunca dava razão à Leo.
Nunca. Nem mesmo se...
Não, com certeza aquela era uma hipótese absurda.
Mas, resolveu investigar.
XXX
– Reyna, você ficou maluca? E se ele descobrisse? E o que foi, pelos deuses, aquele ataque histérico? – ele reclamou.
– Eu estava tentando te imitar. – ela respondeu. – Aliás, o que foi aquele “Acredite nela!”? Ficou louco?
– Argh Reyna! Estou cansado disso. Sério! É tudo confuso, eu mesmo não me entendo. Será que poderíamos contar para Jason?
– Não, nunca, never, jamé, nop, no. Nem pense nisso.
– Por quê?
– Seria uma vergonha. Eu não posso. Por favor.
– Então temos que arranjar algum modo de voltarmos logo para os nossos corpos. Mas de acordo com você, nada que envolva beijos, abraços e demonstrações de carinho. Fica difícil, né?
– O que quer que eu faça, Leo?
– Apenas siga aquela droga de Itinerário! Eu não quero isso tanto quanto você. Nós precisamos cooperar!
– Não acredito que vou dizer isso, mas você tem razão. Vamos para a droga da próxima tarefa.
– O que me lembra o fato de que teremos de arranjar alguma desculpa para estarmos tão... próximos durante este tempo.
– Você não está insinuando que..,
– Sim, é exatamente o que eu estou falando.
– Isso é vergonhoso.
– Isso ou passar a imortalidade habitando meu corpo.
– Tudo bem Leo. Mas antes que eu tome a decisão final, vamos completar o Itinerário de hoje. Amanhã eu respondo, por favor.
– Tudo bem, eu respeito seu tempo. Vamos?
– Vamos, já estou com fome mesmo. – ela deu de ombros.
XXX
Leo e Reyna entraram juntos e de mãos dadas no refeitório, arrancando olhares e viradas de cabeça a cada parte que passavam. As filhas de Afrodite riam e cochichavam, os filhos de Ares rolavam os olhos e os filhos de Hermes faziam piadas. Mas havia um quê de surpresa e desconfiança em cada reação. Ninguém esperava que os dois campistas que mais se odiavam ficariam juntos, de mãos dadas.
Reyna/Leo exibia um sorriso nervoso, como se tivesse medo do que fazia, enquanto Leo/Reyna parecia divertir-se com o pânico da menina.
– Eu tenho que te chamar de Reyna? – ela sussurrou.
– Obviamente. E eu devo te chamar de Leo. Isso é extremamente irônico. – ele murmurou de volta, sem prender o riso.
Os dois sorriram.
– O que você vai querer para comer... Reyna? – ela perguntou para seu corpo.
– Pode escolher... Leo. – ele travou ao chama-la por seu nome.
Cada um pegou um prato e serviu-se com coisas que sabiam que o outro gostaria. Leo/Reyna pegou uma maçã bem vermelha, um cupcake de chocolate e suco de uva, coisas que certamente fariam todos questionarem: Por que Leo Valdez está comendo isto?
Reyna/Leo serviu-se de frutas, iogurte e um bolo integral. Se Leo comeria em seu corpo, não poderia se dar ao luxo de engordar.
– Você não espera que eu coma isso, certo Reyna? – ele sussurrou.
– Sim, eu espero. Se você fizer que meu corpo engorde um quilo sequer, eu te mato. Acredite nisso.
– Eu odeio coisas integrais, e você deveria saber.
– Falando em coisas que deveríamos saber, como soube do que eu gostava para o café da manhã?
– Eu tenho que saber dos hábitos da minha arqui-inimiga. Ou ex aqui-inimiga, tanto faz. Senão, como colocaria pílulas de dor de barriga no seu café?
– Então foi você que fez aquilo? Eu te odeio Valdez! – ela resmungou, prendendo o riso.
– Eu precisava me vingar pelas roupas rosa. Você foi perversa, sabia?
– Foi engraçado.
– Tão quanto a sua dor de barriga.
– Vamos para as nossas mesas, todos estão olhando!
Dito isso, trocaram os pratos, jogaram uma oferenda e foram para as suas mesas.
O corpo de Reyna para a mesa 9 e o corpo de Leo para a mesa 5.
Os campistas estranharam e assim que os dois notaram o erro, sorriram sem-graça e rumaram para a mesa “certa”.
– Muito bem meu garoto! Você e ela estão mesmo namorando? – implicou Nyssa.
– Eu sabia que aquele ódio todo tinha alguma coisa errada. Eu percebia os seus olhares para ela. Quem implica ama, não é verdade? – replicou Jake Mason.
– Como você domou a Rainha do Gelo? – brincou Harley.
Reyna/Leo enrubesceu e sorriu sem graça.
“Então quer dizer que ele já gostava de mim? Suspeito...” Ela pensou com um meio sorriso nos lábios.
XXX
Do outro lado do salão, Leo/Reyna se sentava na mesa 5. Era estranho ver cada rosto o encarando (ou encarando-a, tanto faz). E amolando uma faca ao mesmo tempo.
Aterrorizador, talvez.
– Você e o projeto de faísca estão juntos mesmo, ou foi alguma aposta? Ganhou quanto, heim? – implicou Clarisse.
– Calada, La Rue. Você e Chris agem como bobocas quanto estão juntos. – replicou Mark, em defesa da menina.
Clarisse dignou-se apenas à olhá-lo ameaçadoramente e levantar a faca que amolava segundos antes. O garoto baixou os olhos e se escondeu.
Leo/Reyna soltou uma risada.
Sentou-se na cadeira e deu uma mordida no bolinho integral.
– Isso tem gosto de feno! – ele reclamou. – Reyna, eu te odeio.
– Como? – perguntou a garota que sentava à seu lado.
– Nada, eu... não disse nada. – ele/ela respondeu sem graça.
XXX
O café já havia terminado, mas o pseudo casal relutava em ir embora. Reyna/Leo principalmente não estava nem um pouco ansiosa com a ideia de cavalgar de pégasos.
As harpias de limpeza bicavam o chão, buscando as migalhas deixadas pelos campistas. Leo/Reyna levantou-se da mesa 5 e sentou-se ao lado da garota/garoto.
– Acho que devemos ir, antes que as harpias nos comam. E isso não seria legal. – ele falou.
– Não mesmo. – ela riu. – Estou extasiada com a ideia de cavalgar. É tão divertido... – ela ironizou.
– Divertido é, mas não com você. – ele replicou.
– Idiota. – ela respondeu.
– Você não se cansa disso?
– Nunca.
– Sabia que você está se xingando ao me chamar de idiota?
– Faz sentido. Vou ser mais específica. Leo, seu cérebro é idiota.
– Agora sim! Vamos, eu deixo você escolher o Pégaso.
– Eu escolheria mesmo que você não deixasse. Eu ainda mando, esqueceu?
– Possessiva...
– Ah Leo, eu ouvi na mesa 9 que você nutria sentimentos por mim bem antes disso. Creio que a implicância toda foi para chamar minha atenção.
– Frustrante saber como as pessoas inventam coisas. Boatos, eu os odeio.
– Não banque o cínico, eu sei que sou irresistível.
– Meu corpo é, mas qualquer coisa que contenha seu DNA não tem nenhum quê de atraente.
– Como se você fosse a representação da sensualidade... – ela zombou. – Olhe esses ossos aparentes, cabelos sebosos...
– Muitas garotas não acham isso.
– Creio que não. Anda bebendo?
– Contra fatos não há argumentos. Já reparou como as garotas olharam tristes quando nos viram de mãos dadas?
– Provavelmente estavam sendo solidárias diante à minha desgraça.
– Língua ferina que você tem, sabia? Destrói cada centímetro do meu ego.
– Ele não será muito afetado, não se preocupe quanto a isso. Seu ego deve ser tão grade quanto... não sei. Diga-me algo grande, por favor.
– Sua estupidez?
– Exato, seu ego é tão grande quanto a sua estupidez.
– Não foi isso que eu quis dizer.
– Não foi isso que eu esperava que falasse, senhor Valdez.
– Você é imprevisível, futura senhora Valdez.
– O que disse?
– Exatamente o que você entendeu. Vamos?
XXX
– Nós vamos ficar com o Pégaso caramelo. – avisou Reyna/Leo, assim que chegaram nos estábulos.
– Sério Reyna?
– Sim, eu gostei dele, me lembra Spiky. (N/A: Eu acho que se escreve assim.)
– Ainda sente falta dele?
– Foi meu primeiro e único Pégaso. O presente mais importante de toda a minha vida.
– Então tudo bem, nós vamos ficar com ele. Primeiro as damas, por favor.
– Eu ou você? – ela brincou.
– Não sei. Mas vá na frente, não tenho experiência com cavalos.
– Mesmo sendo um jegue?
– Você é completamente irritante.
– Sei disso.
– E encara esse defeito com naturalidade?
– Da mesma forma que você suporta seu egocentrismo.
– Suba no Pégaso e vamos logo, não temos tempo à perder.
Reyna/Leo riu e montou no cavalo alado, que bateu as asas alegremente.
Leo/Reyna subiu em seguida, desequilibrando-se no primeiro momento.
– Isso é desconfortável, Reyna. Não sei como aguenta.
– Costume, do mesmo jeito que você não se machuca mais ao tentar fazer esculturas com garfos quentes. Jake me fez fazer um pônei, sabia?
– E você conseguiu? – ele perguntou rindo, enquanto se ajeitava no Pégaso que levantava voo.
– Obviamente não. Disse que estava com tendinite e então eles me olharam estranho. – ela admitiu. – Mas e você, como foi seu café?
– Clarisse amolando facas e aterrorizando a todos. E não posso me esquecer da discussão amorosa.
– É sempre assim. Conte-me algo novo.
– Fora isso, nada. Só o fato de todos acharem que nosso namoro é uma aposta.
– E não é?
– Não se você não quiser.
– Só nessa sua mente doentia.
– Que no caso está no seu corpo inocente.
– Está se divertindo? – ela perguntou irônica.
– Não tanto como você, espero.
– Então você está completamente entediado.
– Algo por aí. – ele brincou. – Acho que já deu tempo, certo? Vamos descer, ainda temos coisas para fazer.
– Me sinto extremamente feliz agora.
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Continua no próximo porque a pizza chegou. Eu ainda fico obesa, sério.
XOXO
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