Se Eu Fosse Você escrita por Gio


Capítulo 36
Febre


Notas iniciais do capítulo

Oláaaa, here i'm!
Bom, eu sumi um pouco por causa da feira de ciências, entendem?
Aqui está!
XOXO



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O tempo passava mais devagar do que deveria e mais rápido do que Leo queria, porque apesar de estarem perdidos na mata selvagem durante a noite e de ter um pouquinho de medo de lagartas, era bom passar um tempo com Reyna, sem que ela estivesse mal humorada, tepêemica e aqueles outros motivos desconhecidos que ele usaria para escrever um livro de Teoremas para entender mulheres.

                O principal motivo para não surtar era, mesmo que não admitisse, impressionar Reyna, que já parecia sonolenta ao que parecia ser já 10 da noite.

                “Acho que deveríamos montar um acampamento aqui mesmo.”, ela falou, contendo um bocejo com o dorso da mão.

                “Eu pensei que a senhorita Dora Aventureira quisesse explorar mais.”, ele implicou, guardando alguns espetos e tirando uma barraca enlatada do cinto.

                “Até que parece mesmo. Eu, a corajosa Dora. Você, o fiel e companheiro Botas, e esse seu cinto é aquela mochila sinistra dela. Sério, como pode caber tanta coisa lá?”

                “Não sei. Dora deve ter alguma bênção de Hefesto, sei lá.”, ele riu. “Quer mais marshmallows?”

                “Acho que sim.”, ela deu de ombros. “Não suporto dormir com fome.”

                “Ainda está com fome? Porque se você quiser eu posso, não sei, tirar um cheeseburguer do cinto.”, ele ofereceu.

                “Não precisa, estou cheia já.”, ela agradeceu. “Porque está sendo gentil comigo?”

                “Por que você sempre pergunta isso?”

                “Porque eu continuo me perguntando sempre como você pôde me suportar até hoje;”

                “Não é tão difícil, com o calmante certo.”

                Reyna rolou os olhos e comeu mais um marshmallow.

                “Estou falando sério, Leo.”, ela começou. “Afrodite nos pôs nisso por praticamente minha culpa.”

                “Reyna, é sério. Você tem que parar com isso de sempre achar que está incomodando. Eu faço tudo isso porque quero.”

                “Se é assim, posso pedir uma coisa?”

                “Claro.”

                “Me abraça?”

                Leo engasgou com a própria tosse. Como e por que, era o que se perguntava. Não era possível, nem ao menos provável uma cena como essa.

                “Vo-você quer que eu te abrace?”, ele repetiu.

                “Sim.”, ela hesitou ao responder.

                “Por quê?”

                “Cansei de assim. De se temida e odiada. E de todos me verem como uma alma perdida que desistiu do paraíso.”

                “Reyna, você não está bem hoje. Eu tenho certeza que não está.”

                “Tem razão. Eu simplesmente não consegui pensar ao falar qualquer uma dessas coisas. Retiro tudo o que disse, Valdez. Você continua sendo um mala, e eu gosto de se temida. “, ela deu de ombros, como se nada que tivesse dito antes fizesse sentido. “E você está certo Leo, eu não estou bem.”, ela concordou, colocando a mão sobre a testa que parecia estar febril. “Você por acaso não tem um analgésico?”

                “Deuses, Reyna! Você está fervendo! E por tudo que eu sei sobre fogo, acho que já deve estar nos 40°”, ele se desesperou.

                “Que bobeira, Leo,”, ela riu. “eu não estou doente.”

                “Oh meu santo Apolo, o que eu faço?”, ele se perguntou, tirando do bolso um termômetro de mercúrio. Reyna já estava ficando pálida. E ele não tinha ideia do que Hades acontecera para que ela ficasse doente de uma hora para outra.

                “Toma. Vai medindo sua temperatura que eu vou tentar arrumar um pano gelado pra baixar essa febre.”, ele mandou, entregando-lhe o termômetro.

                Reyna vacilou e deixou-o cair, e o vidro se espatifou em pedacinhos enquanto as gotas de mercúrio desapareciam. Ela estava pálida. Mas que sua brancura normal.

                “Leo, por favor, eu não estou me sentindo nada bem. É sério.”, ela murmurou.

                “Ai meus deuses! Reyna, eu notei isso! Agora por favor, deixa lá na barraca e tenta ficar consciente.”

                Que barraca? Ah sim, Leo tinha feito a proeza de esquecer de montar a droga da barraca.

                “O que eu faço com essa garota?”, ele pensou, desesperado ao vê-la quase inconsciente.

                Ele tinha que ser rápido e ela não estava bem.

                Tirou um travesseiro qualquer do cinto e deitou-a encostada numa pedra lisa.

                “Só tenta ficar bem, por mim, Ice Queen.”, ele sussurrou. E ela deu um meio sorriso em resposta.

XXX

                Ele tinha acabado de voltar do riacho que encontrou perto de onde estavam. Provavelmente era algum afluente do Riacho Zéfiro.

                Encheu um balde de água gelada e tentou não fumegar os braços com seu desespero.

                Ah sim, e correu até Reyna tentando não derrubar a água toda no chão.

                E lá estava ela. Sentadinho do jeito que ele a deixou.

                “Ah, pelos deuses Reyna! Você está melhor?”, ele perguntou ao ver um pouquinho da cor voltar a seu rosto.

                “Sim, mas ainda estou um pouco...”, ela balbuciou e vacilou um pouco, tossindo.

                Leo correu logo para ampará-la e colocou o pano gelado sobre sua testa febril.

                Ela abriu os olhos fracamente e sussurrou algo como “Obrigada”, que fez Leo sorrir.

XXX

                Acordar fora de sua cama, deitada no colo de um garoto e no escuro não era algo muito sutil para uma pessoa. E foi mais ou menos isso que Reyna pensou ao abrir os olhos.

                De primeira, não fazia ideia do que havia acontecido. Mas aos poucos, as coisas voltaram a fezer sentido.

                Ela ainda estava tonta. E Leo parecia ter uma síncope nervosa ao vê-la acordada.

                “Viva! Viva! Reyna, você não faz ideia de como eu estava preocupado!”, ele sorriu, dando-lhe um pedaço de ambrosia. “Vai, come. Vai te fazer melhor.”.

                Reyna mordeu aos poucos a ambrosia, sentindo o gosto caloroso de biscoitos de doce de leite.

                Sentiu-se melhor segundos depois.

                “Ér, eu preciso arrumar o acampamento, agora que você está um pouco melhor. Com licença.”, avisou Leo, com uma timidez leve presente na voz.

                “Valdez.”, ela chamou.

                “Sim.”

                “Por quanto tempo eu dormi?”

                “Não sei, mas acho que foi o suficiente para anoitecer de vez.”

                E então foi embora, arrumar o acampamento.

XXX

                Barracas listradas era bonitinhas e Leo estava mais cansado do que queria. Cuidar de uma Reyna incapacitada e doente não era uma tarefa fácil, até porque, se ele cometesse algum erro, arriscaria tudo.

                E ele ainda estava se perguntando se ela realmente queria um abraço. E se odiando por tere inegavelmente recusado. Por deuses, ele era um burro!

                A melhor parte foi quando ela estava dormindo, e balbuciando coisas sem sentido e babando ocasionalmente em sua camisa.

                Ela era bonita. E quando queria, podia ser agradável. E tinha hipoglicemia, e por mais que ele não fizesse ideia do que era, a palavra soava bem.

                Hipoglicemia. Hi-po-gli-ce-mia. E aos poucos a palavra perdia o sentido, correndo para fora de sua boca e voando pelo ar. E depois Reyna que estava tendo alucinações.

                E naquele tempinho, ele se perguntou se poderia ela realmente gostar dele. Quer dizer, sem se gabar e com a modéstia no fim do tártaro, Leo era benquisto entre as meninas. Ou pelo menos era o que ouvia nos comentários das filhas de Afrodite que ocasionalmente esbarrava.

                É, talvez ela gostasse sim. E ele daria muita coisa para ler aquele maldito diário que ela começara há dias atrás.

                Então, plim. Uma folhinha pautada e escrita caiu em seu ombro. Afrodite e suas cartas na manga!

                “É, definitivamente não foi tão ruim. Pelo menos eu acho, para ser exata.

                E Leo não é o idiota que eu pensava. E eu gostei de pintar paredes. E os cookies não saíram tão ruins. E eu estou repetindo ‘E’ com muita frequência.

                Ou talvez eu só esteja com sono.

                Então, já que estou sendo obrigada a fazer isso, Olá diário não-tão-benquisto!

                Eu nunca quis um diário. É definitivamente chato. E fútil. E devo ter mencionado alguma vez que sou extremamente impaciente. E o Valdez é legal. E eu já disse isso. E estou me sentindo extremamente mal por cantarolar aquela musiquinha.

                Argh, eu odeio Afrodite.”

                Curto e mais que grosseiro.

                Mas era tudo que ele precisava.

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Ah, eu preciso da ajuda de vocês. Bom, minha professora disse que eu e meu grupo temos de gravar um clipe em inglês e eu não faço ideia do que fazer. Ah, Call me Maybe não pode.

XOXO


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Notas finais do capítulo

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